Wyrda escrita por Brisingrrr


Capítulo 21
Destino


Notas iniciais do capítulo

A-HA! SURPRESA! hahahah dois capítulos em um dia! É porque eu não aguentaria deixar o mistério do capítulo passado por muito tempo, então... E outra, eu jamais conseguiria falar tão pouco nas notas como fiz no cap passado auhauahauaha
Enfim, não posso dizer muita coisa aqui. Eu me senti extremamente aliviada em escrever este cap, então espero mesmo que gostem! Boa leitura, Cavaleiros!
*Ah, e novamente dedico um capítulo ao Lobo Alado. Obrigada, Cavaleiro, por me ajudar mesmo em um domingo à noite hehehe*



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Eragon bloqueou todos os pensamentos que pudessem desviá-lo. Ignorou o luto e a tristeza, concentrando-se apenas no seu plano de vingança. Um urro preencheu o ar, um rugido de agonia e dor, e ele soube que era Fírnen. Correu para fora, a tempo de ver o dragão cair pesadamente no chão, mordendo árvores e cavando sulcos no chão com suas garras poderosas. Saphira estava amedrontada e ele sentiu a tristeza que emanava dela. Ele não poderia fazer nada pelo luto do dragão, e evitando olhar para sua fúria entristecida, caminhou rapidamente com Saphira para longe do castelo Tialdarí.

Sua mente ignorava as ondas de tristeza, e ele se esforçava em transformar toda fonte de sentimentos em raiva e ódio, certo de que teria sua vingança. Sua fúria cegava-o, passava por multidões de elfos desolados que choravam ou mantinham expressões fúnebres sem notá-los, seguindo com veemência para onde cobraria suas dívidas.

Sentia o ar zumbir, mas estava alheio a tudo. Saphira nem sequer ousou lhe confortar, pois sentia a mesma fúria que ele. Quando passaram por Alanna, a elfa segui-os afobada, junto de Orik e Mor'ranr, todos assustados e preocupados.

A excitação crescente perturbava-o, mas a determinação assomava-se sobre ela, dando-lhe confiança. Depois do que pareceram horas caminhando, ele se viu na clareira que visitara pela primeira vez acompanhado de Arya. Uma lembrança deles sentados em uma raiz da árvore e de Saphira empoleirada em um galho perpassou sua mente.

A multidão de elfos seguira-o, todos receosos sobre o que se sucederia. Quando adentrou um pouco mais na clareira, os elfos se agruparam em torno das raízes, os olhos fixos no Mestre dos Cavaleiros. Somente Alanna, seu dragão e Orik ousaram se aproximar um pouco mais de Eragon.

O mestre ajoelhou-se, colocando suas mãos sobre as raízes antigas, e com a voz contida, buscou pela mente poderosa da Menoa.

Quando sua mente se expandiu, sentiu-a rapidamente, e dessa vez ela não parecia alheia às coisas do mundo. Estava desperta, completamente. Ela aguardava-o.

Mentalmente e em voz alta, Eragon se pronunciou com a voz controlada:

— Se esperava minha presença, aqui estou — o tom de desafio era evidente em sua voz.

Os elfos prendiam a respiração. Nada era dito em voz alta. Eles estavam todos divididos. O que fazer quando a guardiã da sua floresta tira a vida da rainha de sua raça? Eles estavam confusos. O que deveriam pensar? Deveriam querer a vingança da Menoa, aquela que mantinha a natureza viva, ou ignorá-la e deixar impune o fato de não terem mais sua Rainha? Ou mais, deveriam culpar Eragon por isso? Os elfos, uma raça sempre decidida e determinada sentiam-se desconfortáveis ante a perspectiva de tal tragédia. Mas, enquanto Eragon não demonstrasse atitude radical quanto à Menoa, e nem ela em relação a ele, nada poderiam fazer senão ficarem impassíveis.

Porém, a elfa que habitava a Menoa sabia como sua raça era. Ela conhecia seu senso de justiça, e sabia como instigá-los e convencê-los. Este era seu plano de ataque, ela saberia que ao inflamar os elfos com alguma acusação que parecesse cabível traria-lhe vantagem.

Demorou para que ela respondesse, mas quando o fez, a voz poderosa e antiga ressoou como algo assustador para Eragon.

Estava escrito que viria, ela disse apenas para ele.

O que quer de mim? O que intencionava ao matar a rainha do seu povo?, o ódio explodiu em seu pensamento, transmitindo-o todo àquela entidade cruel.

Tolo e infeliz! Maldito seja, tão insignificante e causador de pena, seu tom era calmo mas firme, tão assustador quando cem feras rodeando uma presa. Se pensara por um segundo sequer que eu deixaria minha promessa ser esquecida, estava enganado. Eu exijo, sim, algo de você, Matador de Espectros.

Seu tom era feroz e irônico, e Eragon sentiu que tentáculos de uma força invisível aprisionavam sua mente, nublando sua visão e imobilizando-o. Lutou contra aquilo, conseguindo manter seus pensamentos e magia intactos. A força afrouxou o aperto, mas não livrou-o completamente.

Já não bastou levar Arya? Diga-me, entidade perversa, o que quer! A cólera de Eragon preenchia-o completamente, libertando-o do medo.

Ainda não vê, parvo? Parece-me que anos de experiência não foram suficientes para privá-lo da ignorância! A Rainha Arya nada tem com minha dívida. Ela foi um mero instrumento, uma isca.

Eragon gelou. Se Arya fora apenas uma isca, qual seria o golpe final? Desesperou-se, lançando seu pensamento para Saphira, sem sucesso. Não podia senti-la, estava privado do mundo exterior, preso no diálogo da Menoa.

A maior fraqueza dos seres é o amor, disse amarga. Soube no instante em que tive conhecimento de sua existência sobre seu amor desafortunado por Arya. Soube ainda que o destino se encarregaria de privá-lo de tal amor, nisso eu não precisaria privá-lo, suas próprias escolhas o fizeram.

Eragon lutava para vencer a barreira entre ele e Saphira, e tudo o que via diante de seus olhos era escuridão.

Arya não morrerá, tolo! Dei-lhe apenas a dor, mas não a morte. Tu morrerás, no entanto, mal aventurado.

E fará isso diante todos esses elfos? Incitará neles a fúria? Enganou-os, infringiu-lhes dor, traiu-os e agora matará aquele que salvou-os do confinamento e trouxe paz à Alagaësia?, Eragon gritava, esforçando-se para não perder o controle de sua mente.

Poderia fazê-lo. Nada que estes elfos fizessem perturbaria-me suficientemente. Mas, não o farei. Teu dragão acordou-me, ousou ferir-me, e tu me confrontou, achou-se digno de tal atitude, e ainda roubou o que não lhe pertencia. Essa vingança é certa por mim. Seu dragão já sofre com o que lhe infringi, e agora sofrerá mais com a morte de seu Cavaleiro. A partir de hoje, seu nome será lembrado como o de um traidor, tão odiado quanto o rei que destruiu.

A confusão na mente de Eragon deixava-o tonto. Se não seria ela a fazê-lo, quem seria? Lutou com mais força para desprender-se de sua força invisível, e ela continuou:

Você se questiona por quê minhas atitudes são tão cruéis para com você. Pois saiba, Cavaleiro, que ninguém desafia-me e confronta-me sem pagar um preço. E a tu, que tudo conquistou, o que poderia eu tirar-lhe, senão a vida? O amor, como disse-lhe, o próprio destino encarregou-se de tirar, sua magia não seria um preço digno, e se eu tirasse a vida de seu dragão, veria-o enlouquecer e ficar alheio à dor... só a morte é digna de sua dívida, Cavaleiro.

Ela não terminara seu discurso, e continuou: Há muito, eu caí nas desgraças do amor, e reconheço-o como a maior maldição daqueles que vivem, então que meio melhor do que usar a vida de sua amada como atração para mim? Como imaginado, você veio, e meu plano se concretiza com maior facilidade do que imaginei necessária.

Se não me matar, quem se encarregará disso? Eragon já estava exaurido de suas forças, temia ser tomado pela força invisível da Menoa quando sentiu a força se dissipar. Agora ele estava no chão da clareira, encurvado e com gotas de suor frio descendo por seu rosto. Viu Saphira imobilizada, para um segundo depois libertar-se de qualquer que fosse a força que a prendia e rugir alto.

Então um grito no meio da multidão de expectadores assustados o fez virar o rosto. Alanna corria para perto dele com o rosto distorcido, chamando a atenção de todos os elfos e de seu dragão, que olhava-a confusa e assustada.

A elfa caiu no chão, e com a voz rascante gritou:

— Traidor! Maldito seja seu nome, Eragon Matador de Rei! — todos olharam-na confusos, e Eragon começou a entender — Traidor! A Menoa usa-me para anunciar: ele traiu-nos! Manipulou para que acreditássemos nele com o nome da Língua Antiga. Adoeceu nossa Rainha para vê-la sofrer por não corresponder seu afeto! Louco! Maldito! Aproveitou-se de sua posição para trair-nos! Buscou vingança todo esse tempo!

Eragon tinha a voz bloqueada, não podia falar. Sentia sua expressão desfigurada em algo maligno, que ele não comandava. Sentiu seu corpo controlado. Tentou se levantar, e com esforço, conseguiu. Quando os elfos em torno da clareira pareceram absorver aquelas palavras, um clarão preencheu a visão do Mestre, e diante dele algo inacreditável surgiu.

O Cinto de Beloth, O Sábio, cintilava a poucos metros dele. Eragon pulou para apanhá-lo, sentindo-o em suas mãos. O poder logo se fez sentir, e Eragon usou dele. O que quer que tivesse o levado até ali, lutava por ele.

A partir daí, os acontecimentos foram um borrão na visão de Eragon. Enquanto ele se nutria da força imensurável contida no Cinto, viu Alanna se levantar com um ódio sobrenatural estampado nos olhos e com uma adaga cintilante em mãos. Eragon sentiu a força apertar-lhe novamente, imobilizando-o, e ele só pôde manter sua mente são extraindo força do artefato poderoso em mãos.

Com desespero, porém, viu Saphira jogar-se a sua frente, em tentativa de protegê-lo. Um rugido encheu o ar quando entrou entre suas escamas azuis, fazendo o sangue quente jorrar na túnica de Alanna. Amedrontado, Eragon forçava escapar daquela força maligna que o prendia, sem sucesso.

Quando Saphira virou o corpo para atacar Alanna de frente, no que seria um golpe fatal, Eragon antecipou a tragédia. Mor'ranr, com o olhar vidrado em sua Cavaleira descontrolada e manipulada, lançou-se à sua frente, para impedi-la. Mas Alanna estava com a adaga em mãos, e sem tempo de desviar, a lâmina foi cravada pescoço do pequeno dragão.

Quase instantaneamente, um grito de desespero que era capaz de estraçalhar uma pedra preciosa ecoou no silêncio da clareira. Alanna sairá do transe, e notara o que fizera. Seu grito estendeu-se por segundos, até que com uma fúria sobrenatural surgiu em seus olhos banhados em lágrimas.

Eragon sentiu-se apto a atacar, e juntando-se a Saphira, concentrou toda a sua força para investir contra a Menoa. Com uma onda de força, ele lançou toda a sua dor para a consciência da árvore. Saphira, em sua fúria por ver tal atrocidade, cuspia chamas azuladas contra o tronco do pinheiro. Eles lutaram assim, sentindo a resistência da Menoa, até que com surpresa, Eragon viu Alanna caminhar com a adaga em mãos. Ao chegar na base da árvore, sem hesitar, ela cravou a lâmina curta no tronco. Não parecia ser algo que afetaria a Menoa, mas Eragon se surpreendeu ao ver a pressão em sua mente diminuir.

Alanna estava caída na base do pinheiro, tendo convulsões por sua perda. Quando Eragon sentiu-se totalmente livre da força que o pressionava, viu algo assustador.

O corpo de Alanna parecia inconsistente e era atraído para a árvore, emanava um brilho fantasmagórico, até que começou a entrar na árvore. Todos olhavam estupefatos, e alguns dos elfos caíam de joelhos, exaustos com tudo que presenciaram e contemplando o mistério que se desenrolava.

Quando seu corpo estava completamente consumido pela árvore, uma brisa soprou na floresta. Eragon caiu no chão, exaurido, e a última coisa que ouviu foi um rugido ao longe, mas este era diferente do que ouvira mais cedo.


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Notas finais do capítulo

SIM EU MATEI UM DRAGÃO! ME DESCULPEEEEEEEM! Mas era necessário. Vocês não têm ideia de como eu queimei neurônios imaginando um desfecho pra história. Ficava tudo tão confuso e eu não sabia mais o que fazer, e eu tive umas ideias viajadas, mas aos poucos essa solução surgiu, e eu espero realmente que tenham gostado. Do fundo do meu coração e do Eldunarí do meu dragão.
Bom, esse capítulo é o desfecho mas não é o último. Eu me sinto um pouco triste por estar tão perto do fim, mas ao mesmo tempo feliz por concluir algo realmente meu! Gente, Wyrda se tornou um pedacinho de mim. às vezes tô na aula e começo a pensar na fic, rabiscar as personagens, escrever frases e tal. E, ficando um pouco sentimental, obrigada por me acompanharem até aqui, de verdade! Eu olho pra Wyrda e me dá um orgulho enorme! São tantos defeitos, falhas e furos, mas mesmo assim, fico orgulhosa de ter escrito mais de 40.000palavras da minha saga favorita. Enfim, tô me estendendo e esse não é o fim, chega né!?
Por fim, agradeço novamente ao Lobo Alado pela ajudinha (ajudona) e a vocês que lêem.
E me perdoem por ter sido cruel nesse cap aahuahauh é isso.
Espero mesmo que tenham gostado. Atra du evarínya ono varda!



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