Wyrda escrita por Brisingrrr


Capítulo 20
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Notas iniciais do capítulo

Olá! Demorei, mas cheguei hahahah o capítulo é curto, mas espero que gostem :D



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Maldição!, pensou a mulher. Sabia que seu tempo estava acabando, era crucial que ela obtivesse êxito, mas o destino parecia conspirar contra. Ora, logo ela, que nunca fora escrava do destino!

Já fazia alguns anos que estava nessa empreitada, trabalhava ora indiretamente, ora direto ao ponto, mas parecia um cãozinho perdido procurando seu osso sem sucesso. Estava farta, não sabia mais lidar com aquilo. Tinha plena consciência de que aquilo dependeria única e exclusivamente dela, e que aquilo seria a resposta quando tudo parecesse perdido, mas o destino, qual ela era tão familiarizada, não parecia om seus planos.

Varrera aquelas terras em busca do que procurava, largara sua vida e sua identidade por isso, se sujeitara ao auxílio de até mesmo camponeses, questionando-os sempre sobre a mesma coisa, de forma sutil, sem alarde. Entrara escondida em lugares que não poderia por os pés, submetera-se ao subterrâneo, rastejara em todo o lugar... e nada.

Nem mesmo a Língua Antiga surtira efeito, mas isso ela já esperara. O que ela procurava não dava-se ao luxo de ser encontrado assim, e nem poderia. De início, ela não soube, mas depois é claro, tomou conhecimento do que a impedia de tal feito. Isso, com certeza, atrasou-lhe o trabalho por muito tempo, mas as coisas nunca se deram fáceis, principalmente quando eram assim tão primordiais.

Se obtivesse sucesso nisso antes, poderia pessoalmente carregar a arma que daria vitória quando o desespero assolasse o coração daqueles que estivessem desesperados, mas agora não seria possível. Estava em cima da hora, mas não poderia desperdiçar todo esse tempo gasto e jogá-lo fora. Tinha algo em mente, mas só de imaginar o esforço descomunal que seria preciso, tinha receio de falhar.

Toda sua experiência estava posta à prova. Em sua longa vida nunca receara coisas que agora assombravam-lhe o pensamento.

Mas, ela sabia, somente ela poderia fazer isso. Nem que fosse sua última aventura, deveria obter êxito. Era sua dívida, seu destino.

Varreu o ambiente com o olhar. Num ato de desespero, voltara ao local em que o que procurava fora visto pela última vez, mesmo após vasculhá-lo por diversas vezes. Tudo ali havia mudado, mas algo em seu interior dizia que a jornada acabava ali, que aquele era o local certo.

Uma estátua comprida, bem diferente das outras que já haviam habitado o lugar, retratando um nobre, fitava-a com intensidade. Algo naquele olhar a incomodou profundamente.

Continuou a observar o olhar vítreo da estátua, um fogo crepitante de reconhecimento ardeu em seu peito, mas ela ainda deixava escapar algum detalhe. Suspeitando e já conhecendo sua intuição, empoleirou no nicho em que a estátua estava apoiada, escalando-a com dificuldade, até alcançar seu braço aberto e apoiar-se nele. Agora podia ver de perto os olhos da estátua.

Com um resfolegar de alívio e triunfo, sentiu todo seu ser inflar com a felicidade e sensação de dever cumprido. Finalmente! Bem na hora, pensou e soltou uma gargalhada estridente. Com dificuldade, tirou o punhal debaixo das vestes e com determinação bateu com o punho da arma na lateral da cabeça da estátua, que sem demora rachou. Mais algumas pancadas foram suficientes para revelar o objeto escondido.

Quem foi o responsável por escondê-lo aqui? Refletia enquanto descia da estátua com o achado bem seguro em suas mãos. Seja lá quem for, deve ter feito isso sem a consciência do poder disto. Algum excêntrico o encontrou e deve ter considerado uma mera jóia. Tolos! Esse tempo todo procurando e estava embaixo do meu nariz! Ora, como pude ser enganada assim?

No chão, deu-se conta do que a aguardava. Pelo que sabia, estava prestes a acontecer, seria impossível ir com seus próprios pés até onde precisavam dela. Sabia o que tinha que fazer, mas se questionava como.

Sua mente engenhosa e experiente, porém, encontrou um meio. Brilhante!, a mulher sorriu contente e satisfeita.

Na periferia de sua mente, algo se agitava. A força que ela guardara por tanto tempo se manifestava. Uma parte de si sabia o que aquilo significaria. A magia consome a energia necessária para se fazer a mesma coisa com as próprias mãos, e o que desejava era potencialmente perigoso nesse quesito. Condescendente com o que o destino lhe reservou, tentou ignorar o sentimento inquietante que vinha à tona.

Suas mãos passaram a tremer levemente, não por medo da morte, isso não! Temia não concluir o que desejava e fazer do seu esforço e abnegação inúteis. Com concentração, esvaziou sua mente. Tinha certeza de que não estava errada, que aquele era o momento e que aquela era a única solução.

As profecias do passado se fazem presente. Que a sabedoria e o reconhecimento habitem o coração daquele que necessita! Que meu sacrifício poupe as vidas, as guerras e a desgraça que estão rondando essas terras, fez sua prece silenciosa, seu coração ardendo com o fervor de seu desejo.

Segurou-o com mãos firmes, e sentindo o poder contido nele disse baixinho as palavras. Instantaneamente sentiu suas forças serem consumidas pouco a pouco, até se esvaírem quase totalmente. Com um brilho dourado que encheu seus olhos, o peso em suas mãos desapareceram e ela caiu inerte, um sorriso de júbilo estampado em seus lábios. Dever cumprido.


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Notas finais do capítulo

Então... mistérios... hahaha o que acharam? Eu estava com saudade de escrever, porém, promete a mim mesma que só escreveria quando tivesse tempo e vontade e só postaria quando estivesse segura. Estamos chegando no fim! Fico feliz e triste ao mesmo tempo.
AAAAAAAH, viram a nova capa? AMEI! ♥ Foi o Nyah! Design que fez devido a minha incapacidade de edição hahaha
É isso. Espero que tenham gostado!



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