"A melhor maneira de livrar-se de uma tentação é cedendo a ela."

POV Pedro

Como ela é perfeita!

Vi Karina surgir no topo da escada e foi o suficiente para me fazer perder o ar.

— Você está perfeita!— confessei, babando.

— Obrigada!— Karina me respondeu sorridente e corada.

Como ela conseguia ser tão linda? Karina estava em minha frente com aqueles olhos que pareciam o mar. Minha vontade era de beijá-la neste momento.

Resisti, beijando apenas sua bochecha rosada.

Tratei de nos apressar antes que eu ultrapassasse algum limite.

Quanto mais tempo demorava pra chegar naquela festa, mas eu pensava. Karina mal respirava ao meu lado e pareceu se incomodar com o clima.

Tentei colocar uma música pra relaxar. O que só me irritou mais.

Não tinha nada que preste no rádio e meus CDs tinham ficado na minha mochila, no dormitório.

Essa semana tinha sido tudo tão perfeito e agora que tinha a oportunidade, eu estava essa pilha de nervos.

Por que Karina mexe tanto comigo?

Nunca fiquei tão impotente com uma menina. Me sentia bobo só de ver o seu sorriso.

Será que eu tô apaixonado mesmo? Tão rápido assim?

Tá ok que eu nunca fiquei tão necessitado do bom dia de uma menina.

Desde que chamei Karina para a choppada, comecei a vê-la com outros olhos. Eu tinha sim a chamado por ser uma das únicas conhecidas e porque ela é gata, não vou negar. Mas depois da nossa conversa, eu simplesmente fiquei caído por ela.

Todo dia quando enviava a mensagem de boa noite, não dormia antes de ver o seu “Boa noite Pedro ♥”. Dormia feliz e acordava feliz lhe dando bom dia. O que ela retribuía.

— Pedro, preciso falar com você.

— Fala aí, Bianca. Tudo bem?

— Eu to ótima, mas quero saber de você e da Ka.

— Como assim?

— O que que ta rolando?

— Nada, ué. Vamos juntos a choppada e só.

— Nada... Nem um beijinho rolou?

— Não, Bianca.— eu ri.— Não que eu não queira.— ri mais ainda.

— Ah eu sabia! Mas então, vai chegar nela ou não? Vocês dois solteiros...

— Por que quer saber?

— Bom, eu acho que minha irmã realmente está afim de você.

— Sério?

— Sério, Pedro. Você não viu os olhinhos dela brilhando hoje na aula, me confirmando que ia com você.— sorri com a notícia.— E eu não quero que você machuque ela, escutou?

— Eu não vou machucá-la.— afirmei com seriedade.

— Então, você realmente, tá a fim e vai investir nela?

— Sinceramente? Quero muito. Mas preciso saber dela. Se ela me quer.

— Ela quer Pedro, já disse. E eu super apoio: se você realmente quer ela, investe, corre atrás!

— Pode deixar.— não pude evitar de sorrir.

Será que Karina estava mesmo afim de mim? Essa dúvida é que me travava.

— Onde vai ser a festa? Até agora não sei.— Karina interrompeu meus pensamentos.

— Ah, parece que é na casa de um tal de Lírio. Se acha, mas é gente boa e rico... Foi o que me disseram.— sorri para ela.

— Ah, sei quem é, também faz Artes Cênicas.

— Você, ao que me parece, conhece bastante por aqui, né?— na verdade eu queria saber se ela conhecia o bastante algum menino daqui.

Ciúmes não né, Pedro. Sai dessa.

Karina me explicou dizendo que tinha vindo ao campus algumas vezes, já que sua irmã estuda aqui e eu fiz algumas brincadeiras. Até que ela começou a falar sobre eu me enturmar e sobre ter uma menina, mas especificamente ela, pra levar à choppada, mesmo só estando aqui a uma semana.

— Ah, mas você é diferente. Sabe disso.— não deu pra segurar.

— Sou?

— Uhum. Chegamos!— tentei desviar do assunto, gritando animado.

Impedi Karina de sair do carro e fui um verdadeiro cavalheiro abrindo a porta para ela.

Só até a página dois...

Quando Karina desceu do carro foi impossível não olhá-la de cima abaixo. Aquele decote só podia ser proposital.

— Espera aí, mocinha.

— Você não existe. Fala sério, Pedro!

— Sou apenas um cavalheiro, ok? E você tá toda linda aí, só quis te ajudar pra não se desarrumar... Decote bonito. — não deu pra segurar. De novo.

Karina me olhou pasma. Me diverti com sua expressão.

Essa garota vai me deixar louco!

— Vamos entrar antes que você me bata...— a carreguei antes que eu a finalizasse.

A música estava nas alturas e já estava todo mundo bem doido.

— ESSE POVO É MUITO LOUCO MESMO!— gritei pra que Karina escutasse.

Logo que chegamos a área externa eu decidi que precisava beber pra ver se relaxava.

— Vou pegar alguma bebida, você quer?

— Não, tô bem por agora.

Fui rindo até o bar. Que povo louco! Tinha gente dançando até na mesa.

— Uma caipirinha no capricho, por favor!— pedi ao Barman.— Faz melhor... duas amigão, porque eu tô precisado!

Bebi a primeira numa golada só, pra ir relaxando, e a outra levei comigo.

Pude ver Karina junto a Bianca e Duca, assim que me aproximava de onde a deixei.

— Pedro! Estamos aqui falando em como a Ka está gata.— mal cheguei e Bianca já soltou essa.

— Está mesmo, já disse a ela.— comecei calmo, antes de dar o xeque mate.— Principalmente o decote!

Eu ri da minha própria ousadia, seguido de Bianca e Duca. Karina ficou mais vermelha que nunca.

— Me passa essa bebida.— a louca arrancou o copo da minha mão e bebeu numa golada só.

Não sou só eu que to precisando beber.

— O que é isso?— Karina fez uma careta quando o liquido desceu e eu ri dela, divertido.

— Caipirinha no capricho!— a informei.

Bianca tratou de carregar Duca pra pista de dança e eu comecei meu ataque.

— Eu só estava brincando tá? Não fica chateada comigo.

— Eu não tô chateada, Pedro.

— Então deixa eu te dar um abraço.— Karina olhou pra mim confusa.— Posso te abraçar?

— Por que não poderia?— ela disse rindo e então eu a abracei.

Nunca vi um abraço tão sensual.

Essa menina vai acabar comigo!

Karina envolveu seus braços no meu pescoço e pude vê-la se arrepiar quando falei ao seu ouvido.

— Você poderia achar que eu só quero me aproveitar de você.— o que eu realmente queria.

O corpo dela colado daquele jeito no meu, não tava dando certo.

— Eu sei que você nunca faria isso.— Karina teve coragem de falar aquilo com uma voz rouca e sexy.

Nem preciso dizer que meu amigo se animou e eu não podia mais esperar pra agarrá-la.

A carreguei pro ponto mais escuro e fui direto ao ponto: quanto mais rápido eu resolvesse minha dúvida, mais rápido a beijaria.

Aquela boca me chamava.

— Posso te perguntar uma coisa?

— Fala.

— Você está mesmo afim de mim?

— Como assim?

Ô-ôu, Karina não pareceu gostar.

Falei a verdade e pude ver Karina surtar. Eu tentava explicar e ela mal me deixava falar.

— É assim sim, Pedro Ramos. E quer saber: VAI SE FERRAR! Você e ela, que acham que podem manipular as pessoas. E não, NÃO ESTOU AFIM DE VOCÊ.

Aquilo tinha sido um soco sem mãos. Passei de extremamente excitado, para extremamente decepcionado.

— Ta ok, Karina.— consegui responder e saí sem olhá-la.

Do céu ao inferno em 5 minutos.

E você achando que ela realmente estava afim de você Pedro. É lógico que não!

Fui direto para o bar, tentar esfriar a cabeça.

Ainda bem, Pedro. Ela é louca, não viu? Se livrou de uma.

Eu dizia para mim mesmo, em vão.

Aquela garota realmente mexeu comigo. Droga!

Passei por Jhonny, mas nem dei papo. Ele também já estava doidão.

Pedi uma água bem gelada e enquanto a bebia, uma louca chegou se jogando pra cima de mim.

— Oi, gatinho... Sou a Joaquina, mas pode me chamar de sua.

— Hey, calma aí. Não é por nada não mas eu quero ficar sozinho aqui.— eu a afastava. Que garota louca.

— Poxa, eu estou cheia de amor pra dar, gostosão!— enquanto ela falava, vi Karina passar.

— Sério, cara. Desculpa, mas não quero nada com você.— odiava ser grosso mas aquela garota estava demais.

A louca se foi e eu passei a observar Karina, do outro lado do bar.

Pedi uma dose de vodka e comecei a assistir meu showzinho particular.

Karina dançava que nem uma louca e me peguei sorrindo observando-a.

Ela definitivamente não estava pura. Já devia ter bebido bastante pra estar tão desinibida.

Comecei a ficar preocupado quando a vi virar três tequilas de uma vez. Aquilo não ia dar certo.

E o pior aconteceu. Uma música extremamente louca e sensual começou a tocar e Karina sensualizava de tal forma que não havia como não babar nela. Todos olhavam.

Karina rebolava, colocando aos mãos nos cabelos e eu simplesmente estava paralisado a olhando.

Quando de repente vi que aquilo tinha passado dos limites.

— Gostosinha, hein.— ouvi um dos caras ao meu lado dizer para o amigo.

— Qual foi, cara?

— Qual foi o que? É tua mina?

— É.— me levantei, indo enfrentar o cara.

— Desculpa aí, então.— ele disse sarcástico.

Vou acabar com essa palhaçada agora!

Fui até a pista e agarrei Karina pela cintura, a parando.

Ela me olhou nos olhos, logo que me reconheceu e pra minha completa confusão, começou a sussurrar a letra da música que tocava.

— I want you na na...— ela estava dizendo que me queria, como assim?— Why can’t I keep my fingers off you, baby? I want you nana... (Por que eu não consigo tirar meus dedos de você, querido? Eu quero você na na...)

Karina olhava em meus olhos e sussurrava cada palavra lentamente, me embriagando com aquilo tudo.

Com muito esforço a carreguei de volta para o local que conversamos.

A coloquei sentada em um banco que existia. E me agachei de frente pra ela.

— Você bebeu demais, sabe disso, né?— retirei algumas mechas grudadas em seu rosto pelo suor.

— Pedro...

Enrolei seu cabelo e tentei prendê-lo, em vão. Consegui no máximo embolá-lo num meio coque. Já era suficiente.

— Oi.— a olhei ainda agachado em sua frente.

— Eu estou afim de você. Eu menti.— Ela falava meio grogue.

— Tem certeza? Não dá pra acreditar numa bêbada.- respondi rindo.

— Eu estou perdidamente, loucamente, irrevogavelmente apaixonada por você.— ela riu.— Quem nem a Bella pelo Edward.

Vê-la dizer aquilo fez meu coração disparar.

— Acho melhor a gente conversar amanhã. Quando você estiver respondendo por seus atos.

— Eu estou respondendo pelos meus atos e estou aqui dizendo que tô apaixonada por você, desde o primeiro dia que te vi naquela maldita prova.

Eu estava sem fala. E Karina se aproveitou.

Ela depositou seus lábios nos meus e me beijou de forma calma. Tentei resistir, mas foi impossível.

Dei passagem e logo estávamos nos beijando intensamente. O gosto de álcool na língua de Karina me deixava mais louco.

Suas mãos passeavam entre meus cabelos e minha nuca com urgência. Eu me levantei a trazendo comigo e a segurei pela cintura.

Karina mordiscou meu lábio inferior me fazendo arfar, ao passo que quando vi já estávamos encostados na parede ao lado.

Empurrei Karina contra a parede com certa urgência e ela gemeu em troca. Já estava ficando louco quando ela começou a acariciar minhas costas por dentro da camisa.

— Karina, já chega.— disse arfando ao separar nossos lábios. Segurei suas mãos.

Ela respirava com dificuldade e recostou a cabeça na parede sorrindo.

— Delicioso!

— Louca.— comecei a rir da sua expressão de satisfação.

Karina passou os braços por meu pescoço e recostou a cabeça em meu ombro.

— Como você consegue ser tão perfeita.

A carreguei até o carro cambaleante.

— Você ta mal mesmo, hein.

— A ressaca amanhã vai ser maravilhosa.

Quando chegamos ao campus Karina estava quieta e pensativa.

— O que foi?— perguntei levantando seu rosto, logo assim que saímos do carro.

— Tô com medo disso tudo ter sido um sonho, uma alucinação, sei lá e eu acordar amanhã com uma baita dor de cabeça, e nenhum beijinho seu.— Karina fez o biquinho mais fofo do mundo e eu não resisti.

A beijei ferozmente. A engolindo e pedindo passagem com minha língua.

— Ok, eu acredito que é verdade.— ela disse arfando assim que a soltei.

— Amanhã eu te conto detalhe por detalhe, caso você não lembre.

— Vou adorar.— disse mordendo a boca.

— Tchau Karina, que você bêbada é um perigo.— a conduzi até a ala das meninas.

— Tá com medo, Pedrinho?— ela me olhava maliciosamente.

— Apavorado... com o que eu posso fazer com você.— sussurrei em seu ouvido, puxando seu corpo para o meu.— Boa noite!— completei, após um breve beijo.

— Boa noite, meu salvador.— sorri com sua frase.

Não sei se Karina se arrependerá de tudo o que aconteceu essa noite. Teremos muita coisa pra resolver.

Mas nem se ela quiser, vai conseguir se livrar de mim agora.