Matar tem que ter um propósito, senão é apenas assassinato.

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Eu estava encarregada de fazer algo nem um pouco legal, mas era a lei da vida, se alguém te fere você fere esse alguém -tá, digamos que isso não seja "leis da vida" para alguns, mas se você quer sobreviver em Marshaw você tem que dançar de acordo com a música, ou no caso de acordo com as canções que o Dark Carnival dita.
Eles iriam me ajudar com o caso "SharisHold" e eu faria em troca um pequeno servicinho com o casal Morrison, gente que eu nunca vi, por isso não nutro muita simpatia.
– Wow, sua loucura me inveja -Sabrina estava aqui, isso me alivio um pouco -mais magra que o normal, com olheiras fundas, mas mesmo assim era ela, trajando um vestido rosa neon e sapatilhas verdes. Ela ao menos estava viva, apesar de dizer que se sentia "uma zumbi muito fashion", ela batucou os dedos nos ombros de Frank, que estava focado em algum livro depressivo russo -Estou gostando disso, e você quer o que exatamente da gente?
– Não caiu sua ficha ainda zombie -sorriu Frank, me encarando por cima do livro, suas sobrancelhas brancas arcadas de uma forma sinistra -Ela quer nossa ajuda para escapar daqui, ir até a cidade e depois matar os coroa.
– Sinistro -sussurrou Sabrina, em seguida batendo as mãos juntas e soltando um gritinho -Eu vou ajudar!
– Claro que vai -sorri ficando de pé, puxando da minha mochila o frasco verde, as múmias do Dark Carnival não me deram nenhuma instrução sobre como sair daqui ou qualquer coisa do tipo, apenas uma foto onde um casal na faixa dos 50 anos de nariz em pé, sorria de maneira forçada para câmera. Peguei aquilo com as pontas dos dedos e preguei com uma tachinha verde na parede, cruzei os braços sorrindo -Clarissa e Robert Morrison, me desculpe, mas um sacrifício será necessário.
Mas, realmente ...eu não conseguia me sentir com remorso, me sentia era quase animada até demais.
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23:15 em ponto, as pinguins que mandavam nesse buraco já tinham feito sua "ronda" pelo campus e como estava tudo em relativa "paz", o caminho estava liberado. Jeremy e Chelsea estavam me esperando perto da quadra, um lugar realmente assustador a noite, com trepadeiras subindo pela entrada e uma piscina suja, com cara de "hey, aqui muitas coisas já aconteceram", eu estava com meus fiéis escudeiros, que iriam me dar uma ajudinha; Frank, Sabrina e Bonnie que sabia como passar pelos "olhos vermelhos" sem ser notados.
– Hey, vejo que conseguiu encontrar novos mascotes -sorriu Jeremy, olhando meu pequeno grupo de pessoas, ele apenas deu de ombros -Uma serial killer que se preze tem mesmo de ter um bando.
– Jeremy -disse ríspida, então sorri -Cala boca.
Ele apenas bufou, voltando a sorrir enquanto cantarolava baixo, Chelsea analisou o campus todo, em seguida acendeu um cigarro.
– Então, já sabe como isso funciona certo, você nos da essa mãozinha e nos ajudamos você.
– E você sabe que isso te torna uma assassina certo? -perguntou Jeremy, ele não parecia muito preocupado com isso, parecia se divertir. Assenti, me encolhendo dentro da jaqueta vermelha escura, e bufei.
– É, tanto faz, eu realmente não ligo para esses tal de Morrison, nem mesmo os conheço.
Depois de alguma tagarelice sem sentindo, eles apenas me desejaram "boa sorte", e Bonnie comentou que tinha conseguido desligar as câmeras, quando perguntei como ela fez isso a mesma apenas sorriu de forma maléfica.
– Ora, você pensa que é a única que já escapou daqui querendo vingança -estávamos passando por uma abertura no muro, onde eu fiz um rasgo na minha calça mais não era importante. Frank soltou um risinho, enquanto Sabrina agarrava em seus ombros.
– Tem razão da turma dessa cidade odiarem a gente -seus olhos verdes a noite pareciam perigosos, como de um predador, eu realmente admirei isso -Para ser bem sincero, ninguém se importa se saímos ou não, contanto que estejamos aqui no dia seguinte.
– Eu estou com fome -sussurrou Sabrina já caindo em seu mundo esquisito, enquanto caímos do outro lado, ela ficou de pé rapidamente me puxando para cima, os olhos cintilando -Podemos comer um hambúrguer, sinto falta de um Big Mac.
– E suas cenouras? -perguntou Bonnie esticando os braços, Sabrina franziu o cenho.
– Não sou nenhum tipo de cavalo para me alimentar de cenouras, quero um hambúrguer.
Apenas assenti, bem se ela queria ela que coma, até agora não consigo compreender a mente de Sabrina, mas ela era melhor feliz do que triste então, seja como for. Saímos dos limites de Marshaw tão facilmente, que eu realmente nem acreditava nisso, descemos uma pequena ladeira de pedras, chegando até em um ponto de ônibus. Iriamos pegar ônibus? Exato, quem tem o dinheiro, Frank. Digamos que esse garoto consegue de tudo em apenas alguns segundos.
Esperamos um pequeno tempo, até o ônibus vazio aparecer, entramos nele e nos sentamos no fundo, não parecíamos suspeitos, talvez um pouco loucos, mas suspeitos não. Afinal estávamos nos comportando até que ...decentemente.
– Então, temos algum plano? -perguntou Bonnie animada, se virando em seu banco e me encarando sorridente.
– Eu dou um jeito de entrar na casa, vocês ficam do lado de fora vigiando, coisa rápida -sussurrei, me sentindo um pouco nervosa, mas não com medo. Me sentia como se estivesse indo para o primeiro encontro, havia borboletas assassinas em meu estômago. Frank assoviou baixo, enquanto enfiava seu nariz dentro do cachecol verde.
– Morte rápida, tem certeza que esse negocinho verde ai funciona.
Olhei para o frasco em minhas mãos e o apertei, escondendo um sorriso.
– Eu confio em Julian.
E o ônibus fez sua última parada.
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Os Morrison moravam em uma parte da cidade classe média alta, não era ricos mas também não eram pobres, uma rua de casas vitorianas brancas e jardins bem podados. Uma utopia bem centralizada. Caminhamos pelas ruas, e a cada passo eu sentia o riso subir, como em uma rua de casas tão "caras" não havia nenhum policial.
Estava tudo tão fácil, que eu começava a desconfiar, mas apenas me deixei levar.
– Hey olhem, acho que é aquela ali -olhamos para onde Sabrina apontava um dedo na direção de uma casa azul e janelas de vidro. Me aproximei da calçada, as luzes estavam apagadas mas dava parar ver direito o numero na porta "4587". ótimo.
– Ok, façam o seguinte vocês ficam aqui, qualquer coisa não corram me chamem e correremos juntos, certo? -arquei minha sobrancelha para eles, os mesmos sorrindo cúmplice sorriram. Eles adentraram comigo pelo jardim úmido, se escondendo em cantos estratégicos enquanto eu andava pelo fundo da casa.
Tudo que eu tinha que fazer era colocar uma pequena dose disso na água, e pelo que Stevan me explicou havia um cano que ia diretamente para cozinha que ficava aos fundos, eu precisava apenas achar o cano, e colocar toda essa coisa verde radioativa lá dentro. Caminhei o mais silenciosamente que conseguia, o vento fazendo meu cabelo se bagunçar e consegui uma breve visão do lado de dentro.
Havia uma sala bem organizada, toda em tons de dourados, havia apenas uma empregada. Dei de ombros, seguindo mais a fundo e pulando uma cerquinha branca, caminhei pelo jardim agora iluminado passando perto da piscina e sorrindo quando avistei o pequeno cano quase invisível que se infiltrava pela parede.
Me agachei ali, agradecendo mentalmente pelas sombras que me escondiam. Puxei o frasco da minha mochila, e com um alfinete mesmo fiz um furo quase inexistente, soltei um risinho enquanto colocava altas doses do veneno de Julian na água que mais tarde seria servida para o casal. Quando o frasco já estava vazio, sorri, o fechando e jogando dentro da mochila.
Agora em passos mais rápidos, sai rapidamente do jardim, ouvindo o latido de um cachorro. Corri rapidamente até a cerca e pulei, por pouco não sendo descoberta quando as luzes da varanda foram acesas e um velho barrigudo apareceu, bufei quando o mesmo fechou as cortinas e voltou para dentro. Me sentindo mais leve, segui até onde Frank, Bonnie e Sabrina estavam.
Sorri me sentando na calçada, ao lado deles.
– Bem, por aqui serviço terminado.
Eu só queria apenas ouvir os gritos de desespero, ai minha noite estaria completa.
Mas acho que isso seria notícia mesmo era no jornal. Mas tudo bem, eu espero.