La Princesse Perdue escrita por La Princesse Perdue


Capítulo 5
Pretending To Live A Fairytale


Notas iniciais do capítulo

- Primeiramente gostaria de pedir perdão por tanto tempo sem postar nada e desejar-lhes um feliz ano novo! (mesmo bastante atrasada kkk)
— Espero que gostem! ♥



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Uma semana. Esse era o total de dias que seus pais não mandavam nenhuma notícia. Isabelle já havia perguntado a respeito deles diversas vezes e Dominique costumava chamar seus nomes em meio ao sono profundo. Anastasia já não sabia mais o que poderia fazer ou responder. E, além do mais, sua preocupação aumentava a cada dia.

Era mais uma manhã de segunda feira e, novamente, Anastasia estava atrasada. As olheiras embaixo dos olhos foram escondidas com corretivo e a boca tinha um tom mais rosado devido ao brilho que passara sobre os lábios, ambos os fatores contribuíam para esconder sua preocupação e expressão abatida. A loira saiu apressada de seu quarto, jogando a bolsa por cima do ombro e batendo na porta do quarto de suas irmãs.

— Vamos, Nique e Belle! Vocês precisam comer alguma coisa antes de irem à escola. – ela chamou carinhosamente, como sua mãe costumava fazer todas as manhãs.

As duas garotinhas levantaram-se de suas camas com os cabelos emaranhados, marcas do travesseiro no rosto e um olhar perdido estampado em suas faces. Isabelle foi a primeira a se dirigir ao banheiro enquanto Dominique ainda a observava de sua cama, apertando um ursinho cor de rosa que ganhara em seu último aniversário.

— Podemos comer panquecas hoje, Annie? – pediu em um tom manhoso ainda com rastro de sua sonolência.

— Eu posso tentar uma coisa diferente hoje, pode ser? Mas não garanto nada, tudo bem? – respondeu rindo de leve.

O sorriso de Nique alargou-se e seus olhos brilharam. A menininha em seu pijama cor de rosa de estampa de oncinha correu na direção de Anya e pulou em seus braços, depositando um beijo estalado em sua bochecha, fazendo a mais velha cair na risada.

— Você é a melhor irmã de todas! Só não conta isso para a Belle, se não ela vai ficar chateada. – sussurrou como se a vida da humanidade dependesse daquele segredo.

Dominique correu para o banheiro, quase derrubando uma Isabelle mal humorada que passava por seu caminho. Aquelas duas eram as responsáveis por manter a vida da casa, eram as únicas capazes de alegrar Anastasia naquele momento inoportuno.

Anastasia desceu até a cozinha e naquele momento ela repreendeu-se por nunca ter aprendido a cozinhar direito. Ela não sabia fazer os deliciosos waffles da mãe ou os ovos mexidos do pai e por mais que estivesse cansada de comer cereais com leite todas as manhãs, não havia mais nada que soubesse cozinhar.

— Quando eles voltarem eu prometo que aprendo a cozinhar. – disse para si mesma e revirou os olhos.

A campainha tocou no exato momento em que Anastasia abrira a porta da geladeira para procurar algo diferente que pudessem comer. “Quem pode ser a essa hora?” – pensou franzindo o cenho.

— Belle, pode atender à porta? – solicitou à menina de cabelos castanhos e vestido lilás que descia pelas escadas.

A garotinha assentiu e foi até a porta, deparando-se com um rapaz musculoso de cabelos castanhos claros e olhar doce encostado contra a parede. Isabelle não demorou a reconhecer o amigo de Anya e dar-lhe um grande abraço.

— Louis! – gritou animada e jogou-se em seu colo.

Ao escutar a animação da irmã, Dominique correra escada a baixo, os cabelos castanhos molhados respingando pelas paredes brancas e pelo chão de mármore. Por pouco a menina não caiu no chão ao escorregar no piso molhado, sendo amparada por Louis no ultimo segundo, o que levou os três a caírem na gargalhada.

Anastasia, a qual escutou o barulho da confusão da cozinha, apressou-se até a entrada, sem entender o que seu amigo fazia ali àquela hora da manhã. Ao deparar-se com a cena das duas garotinhas jogadas nos braços do moreno, um sorriso bobo formou-se em sua boca. Ela não foi capaz de interrompê-los, atordoada com o brilho no olhar de cada um deles. Isabelle foi a primeira a notar sua presença, puxando Dominique para o lado para dar espaço para que Louis fosse até Anya.

Por o que pareceram longos minutos os dois se fitaram com uma expressão singela. E mesmo sem que houvesse qualquer tipo de contato entre eles, sequer uma troca de palavras, Louis conseguia dar-lhe forças para continuar sã nos próximos dias que viriam.

Dominique deu um empurrão no rapaz, insistindo para que ele fosse até a irmã. O moreno sorriu para a garotinha e seguiu suas ordens, envolvendo Anastasia em um abraço protetor.

— Achei que precisaria de reforços. – sussurrou próximo ao seu ouvido, causando um arrepio na loira.

— Chegou em um momento muito oportuno. Eu não sei o que cozinhar para essas duas. – confidenciou ainda abraçada ao amigo, apertando-o contra si.

Seu tom era ligeiramente desesperado, as lágrimas começavam a acumular-se em seus olhos à medida que ela permitia que todo o medo que guardara para si durante aquela semana escapasse sorrateiramente.

— Eu estou aqui agora... Vai ficar tudo bem. – respondeu calmamente, puxando Anastasia ainda mais em sua direção para que as duas garotinhas curiosas não vissem as lágrimas que ameaçavam cair por seu rosto. — Vá lavar o rosto, eu cozinho para elas.

Anya assentiu e deixou a sala, escutando os gritos animados de suas irmãs ao anúncio de que ele faria waffles com chocolate. A loira sorriu para seu reflexo no espelho, grata pela ajuda que recebia de Louis.

Anastasia saiu do prédio da escola e deparou-se com um carro lustroso a esperando.

— Olá, Giuseppe. Como estão as meninas? – foi a primeira coisa a perguntar assim que entrou no automóvel.

— A Srta. Isabelle está na aula de equitação e a Srta. Dominique está na aula de ginástica.

Anya não pôde conter um sorriso ao imaginar as duas irmãs naquele instante. Belle deveria estar com os cabelos trançados, um capacete, roupa elegante e uma bota marrom até o joelho. Seus cabelos se movimentariam sob o vento e seu corpo subiria e descia na cela em harmonia com seu cavalo, Sky. Nique, por outro lado, usaria roupas elásticas, provavelmente um collant e short de lycra que lhe davam mobilidade. Os olhos azuis brilhariam com determinação e o corpo pequeno exalaria energia em meio aos saltos acrobáticos.

Subitamente o carro parou, arrancando a loira de suas memórias.

— Chegamos Lady Anastasia. – o motorista falou educadamente.

A loira olhou pelo vidro esfumaçado do carro e se deparou com um estúdio de balé, o qual se tornara como uma segunda casa para ela. Sua tia Marie costumava dá-lhe aulas naquele local, desde a sua morte, no entanto, dançar em meio aos mesmos espelhos que compartilharam parecia errado.

— Obrigada, Giuseppe. – disse com um suspiro escapando por seus lábios, antes de pegar sua mochila e sair.

Em poucos minutos Anastasia já estava dançando ao som da melodia suave. Seus movimentos eram serenos e precisos. O coque preso no alto da cabeça, bem como o collant branco e o tutu rosa lhe davam uma aparência ainda mais delicada, como uma boneca de porcelana.

Os passos inicialmente lentos tornaram-se mais rápidos à medida que a música chegava a um final dramático. Os saltos a levavam às alturas, dando a impressão de que Anya podia voar. Seu coração batia acelerado e a expressão de dor estampada em sua face era genuína. No último rodopio, seu pé escorregou o suficiente para que ela se desequilibrasse e caísse no chão, provocando uma ligeira torção no tornozelo.

O barulho estalado produzido pelo choque de seu corpo contra o chão de madeira chamou a atenção de Sophie, a qual entrou na sala alarmada, deparando-se com a amiga no chão.

— Anya! O que está acontecendo com você?! Nunca a vi tão distraída! Você sabe essa coreografia de trás para frente e sempre a executou com perfeição, como pôde cair num giro fácil como aquele?! – seu tom era uma mistura de raiva e preocupação.

— Meu pé escorregou, Sophie... – respondeu em um tom de voz baixo, quase quebradiço.

— Anastasia Vignerot du Plessis! A senhorita sabe que não me engana. Vai me dizer o que ocorreu ou continuará com tais desculpas?!

A loira levantou o olhar e esboçou um sorriso fraco, como se pedisse desculpas por não poder informá-la a respeito do assunto. Sophie revirou os olhos e fechou a expressão, claramente irritada. No entanto, ao ouvir o gemido escapar da boca da amiga, os traços em seu rosto se suavizaram.

— Vem, vamos colocar gelo nesse tornozelo. A Srta. Liberatto não vai ficar nada satisfeita em saber que sua melhor bailarina errou um passo tão fácil. – a garota disse em um tom provocativo, arrancando uma risada abafada de Anastasia.

Era por volta de seis horas da noite quando Anastasia chegou em casa. Apesar de durante essa semana ter regressado mais cedo, de modo a faltar algumas aulas que possuía para poder ficar com as duas irmãs, ela nunca se sentira tão cansada. Seus músculos estavam tensionados, a cabeça latejava e as olheiras formadas em seu rosto já não estavam mais tão escondidas pela maquiagem.

Um banho quente foi seu primeiro destino, sendo bem aceito por seu corpo. Seus olhos ameaçavam se fechar à medida que a água preenchia não somente a banheira como sua alma.

— Anya! Anya! Anya! – as duas garotinhas chamavam em uníssono, vindas do corredor.

A loira se assustou e levantou-se abruptamente, batendo a cabeça na prateleira onde se encontravam os cremes para os cabelos e sais de banho.

— Já vou! – respondeu saindo da banheira e perguntando-se como o tempo passara tão rápido.

No que pareceram milésimos de segundos, Anastasia já estava pronta para receber às irmãs com alegria.

— Você vai brincar de contos de fadas conosco hoje, Annie...? – Nique perguntou com uma voz manhosa, piscando os olhinhos azuis em uma expressão pidona, fazendo a irmã cair na gargalhada.

— Justo. – respondeu concordando com a cabeça. — Quem será quem?

— Eu quero ser a princesa! – Isabelle gritou levantando as mãos.

Dominique fechou a expressão, cruzou os braços e fez um bico impossível de ignorar, quase levando Anya a cair na risada mais uma vez.

— Mas você já foi a princesa da última vez Belle! É a minha vez! – queixou-se com uma expressão magoada.

— Tudo bem, serei a fada então... – a morena mais velha murmurou dando de ombros.

A campainha tocou, fazendo com que, mais uma vez naquele dia, Anastasia se perguntasse quem poderia ser.

— Vão pegar as fantasias que eu vou atender a porta. – a loira falou.

Parado em frente à porta, com os cabelos castanhos bagunçados, um brilho no olhar e os lábios curvados em um sorriso de canto, Louis aguardava por uma recepção calorosa.

— Estou começando a suspeitar que você não sobrevive sem mim. – provocou Anya, diferente do esperado.

O rapaz limitou-se a rir e adentrar a casa ao receber passagem.

— Ouvi dizer que estavam precisando de um super herói aqui nesse local. Alguém para salvar o dia. Sabe como é, minha atividade nas horas vagas. – rebateu lançando-lhe uma piscadela.

Anastasia revirou os olhos e voltou-se para o corredor, a tempo de ver dois projetos de pessoas correndo na direção dos dois. Dominique, trajando um vestido longo de saia esvoaçante, tonalidade cor de rosa e pedrinhas brilhosas formando detalhes delicados, tinha dificuldade em avançar devido ao tecido pesado. Isabelle, por outro lado, usava a fantasia de fada: com asas de tom perolado, bordadas com adornos igualmente brilhantes; e um vestido de tecido fino, com saía semelhante a pétalas de uma flor e uma palheta de cores claras. Sobre os ombros das duas garotinhas, elas carregavam outras duas fantasias, uma de bruxa para Anya e a outra de...príncipe, os dois jovens perceberam quando Nique estava suficientemente próxima.

— Na verdade... Estávamos precisando de um príncipe. Você chegou em boa hora, uma princesinha o aguardava ansiosamente. – disse sorrindo e virando-se para ele, sem conseguir esconder o divertimento em seu olhar.

— Annie, Annie! Olha o que eu achei! A fantasia de príncipe! – a mais nova exclamou animada, esticando a fantasia a sua frente e quase dando pulinhos de alegria.

A roupa era composta por uma calça justa preta, um casaco vermelho com ombreiras e botões dourados e uma coroa espalhafatosa incrustada de pedras que se assemelhavam a metais preciosos. A fantasia seria bonita se não fosse tão pomposa.

— Ah, mas nem morto que eu vou usar essa calça colada... – resmungou baixo, apenas para que Anastasia ouvisse.

Como se pudesse ler pensamentos, Dominique perguntou:

— Você será meu príncipe, não é, Louis? – suplicou com olhos pidões, balançando o corpo de um lado para o outro, em um gesto que fazia seu vestido movimentar-se em sincronia com seu corpo pequeno, dando-lhe uma aparência ainda mais adorável.

— É, Louis... Você será o príncipe da Nique, não é mesmo? – Anastasia instigou-o, sem conter o sorriso divertido que brincava em seus lábios.

O moreno fuzilou sua melhor amiga com o olhar, fazendo com que a mesma caísse na gargalhada.

— Tudo bem, princesinha, posso ser seu príncipe. Mas só porque serei o salvador de uma dama bela como você. – respondeu abaixando-se próximo a ela e dando um beliscão leve em sua cintura.

Anya assistia à cena abobalhada com a forma como Louis tratava suas irmãs. Dizem que a melhor forma de se conquistar uma garota é tratando bem a seus familiares, especialmente os irmãos mais novos; pelo visto tal rumor carregava algum tipo de verdade.

— Anya? Aqui a sua. – disse Isabelle, entregando-lhe o vestido que segurava com cuidado.

A loira sorriu em agradecimento e puxou Louis, direcionando-lhe até o banheiro para que pudesse se trocar.

— Uma princesinha precisará de resgate, então acho bom se apressar.

— Já estou acostumado a salvar as princesas dessa família. – ele replicou lançando-lhe uma piscadela e a fazendo corar.

Ao sair do banheiro, já trocado, nem mesmo Isabelle foi capaz de conter a risada ao vê-lo com aquela roupa ridícula, Dominique, em contrapartida, parecia muito contente com seu príncipe. Louis olhou ao redor, não avistando sua amiga, e por um segundo grato por ela ainda não tê-lo visto daquela forma.

Eram os momentos finais da emocionante história protagonizada pela princesa Dominique. A história da garotinha fora narrada pela própria fada boa enquanto a mais nova acompanhava seus comandos, atuando de acordo com o que a outra dizia. Louis apenas assistia à peça, aguardando o momento em que ele próprio entraria em cena e procurando pela amiga.

“Onde está Anya?” – ele perguntara quando a brincadeira estava prestes a começar. Belle respondeu que a irmã já estava em sua posição, aguardando para o momento do ataque, quando o príncipe encantado teria que enfrentar a feiticeira malvada para salvar a princesa.

Àquela altura, ele esperava ainda ter tempo de passar algum tempo com a amiga antes de ir embora. Pelo menos ele tinha a sensação de dever cumprido.

— A feiticeira má prendeu a princesinha em uma enorme torre e a única chance da donzela é ser resgatada por seu verdadeiro amor. – anunciou Isabelle

— É a sua deixa... Vá lutar contra a Anya! Ela está no quarto lá em cima, vá, vá. – cochichou Dominique, empurrando-o em direção às escadas.

Louis subiu a passos largos, pulando quase dois degraus de cada vez. As duas garotinhas vinham logo atrás dele, ansiosas para ver o desenrolar da história, mesmo que elas próprias fossem ditar o final.

— Quem ousa capturar a minha amada? – o rapaz disse de forma teatral ao entrar no local.

Sua postura estava reta, o olhar e queixo erguidos, o peito estufado... Tudo em sua posição emanava confiança. Mas no momento em que viu Anastasia, Louis não pôde conter uma reação de surpresa.

A loira usava um vestido que chegava até chão, o tecido cintilava em um tom preto esverdeado, as mangas eram compridas e tinham um corte que deixava seu colo à amostra. Os cabelos loiros estavam presos em um coque frouxo, os fios dourados brilhavam sobre a luz branca, a maquiagem escura destacava sua pele branca e, aos olhos de Louis, ela nunca estivera mais angelical.

— Wow... – comentara baixo ao parar abruptamente à sua frente, sem reação.

Anastasia corou ao ouvi-lo.

— O que está esperando para me atacar? – questionou com urgência, não querendo que suas irmãs chegassem e os dois estivessem estáticos, afinal atrapalharia o desenvolver da brincadeira.

Um sorriso de lado esboçou-se nos lábios de Louis, a malícia por trás do gesto quase imperceptível. Em dois passos estava frente a frente com a garota. Ele estendeu a espada em sua direção, pressionando o plástico contra seu queixo.

— Renda-se ou sofrerá as consequências. – murmurou com o olhar fixo em Anastasia.

— Heróizinho... – uma risada sarcástica saiu escapou de sua garganta, em nada parecida com a risada suave característica de Anya. — Você não acha mesmo que pode me derrotar, acha? – questionou com o mesmo tom.

O rapaz não pôde evitar impressionar-se com a atuação da garota. Ele sorriu e avançou sobre a feiticeira, pegando-a desprevenida. A espada de plástico empunhada pela mão direita estava pressionada contra as costas de Anastasia, trazendo seu corpo esguio para mais perto do dele.

— O que vai fazer agora? – perguntou em um tom provocativo, próximo à sua orelha.

A garota parecia encaixar-se perfeitamente entre os braços do amigo. Seus olhos fixaram-se nos dele, hipnotizadas pelo brilho intenso. Subitamente o clima alterou-se. As risadinhas das duas garotinhas podiam ser ouvidas de fundo, mas nenhum dos dois pareceu sequer notar suas presenças.

Louis começou a se aproximar, extinguido qualquer tipo de espaço que pudesse separá-los. Seu hálito fresco tocava suavemente o rosto de Anastasia, fazendo com que seu coração batesse ainda mais rápido. O olhar da garota dirigiu-se para seus lábios bem desenhados há tão poucos centímetros dos seus.

— Chegamos! – o Lord Vignerot du Plessis gritou da sala.

O susto fez com que os dois jovens se afastassem, rompendo qualquer conexão formada naqueles últimos segundos. Ambas as faces estavam ligeiramente avermelhadas e os olhares ainda brilhavam com desejo.

— Mamãe! Papai! – Isabelle e Dominique gritaram em sincronia, esquecendo-se da cena que acabaram de presenciar e correndo em direção aos parentes.

Anastasia se endireitou e afastou-se, retirando as mãos de Louis de si. Seu rosto estava corado e as mãos tremiam ligeiramente.

— Acho melhor descermos. – murmurou sem sequer encarar seus olhos.

Seus passos eram o único som vindo do andar de cima, as conversas animadas entre a família ecoavam pelo corredor, tornando o clima ainda mais desconfortável. Anya andava um pouco mais a frente, ainda respirando com dificuldade após o momento compartilhado.

Não tardou para que eles alcançassem as meninas e fizessem suas melhores expressões de contentamento. Alícia foi a primeira a avistar os dois jovens, esboçando um pequeno sorriso malicioso, enquanto Jean não parecia nada satisfeito com a cena.

— Louis, querido, você gostaria de ficar para jantar? – a mulher perguntou, em um tom conspiratório.

O rapaz encarou a amiga e não precisou de mais do que alguns segundos para ler sua expressão: aquele não era o momento. Por mais que desejasse ficar, sabia que precisaria dar um tempo a Anya. Ele a conhecia e respeitava o suficiente para conceder-lhe tal desejo, mesmo que sua vontade fosse de tomá-la nos braços imediatamente.

— Muitíssimo obrigada pelo convite, Sra. Vignerot Du Plessis, contudo, já está tarde e meus pais devem estar me esperando.

Ela fez menção para contra argumentar, mas Jean foi mais rápido.

— Agradeço-lhe por ter cuidado de minhas meninas.

Os próximos minutos passaram sobre o olhar de Anastasia como um borrão, as palavras pareciam distorcidas e os movimentos demasiadamente acelerado. Ela não conseguia prestar atenção em nada pois sua mente não desgrudava-a da sensação dos braços de Louis ao seu redor.


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