IX.

– Quim, vim o mais rápido que pude. O que houve, nós temos uma pista algum comensal? Achamos o rastro de Lucius Malfoy?

O Ministro sorriu, sentado detrás de uma imponente mesa em seu escritório no Ministério da Magia. Harry, cujo coração estava disparado com a vinda rápida diante do chamado do ex-auror, percebeu uma segunda presença na sala, o de um homem de ombros largos e uma áspera e bem aparada barba branca. Aquele era o Chefe do Esquadrão de Aurores, Harry o conhecia, já tinha até mesmo falado algumas vezes com ele, mas no geral Gawain Robards era um homem muito reservado. Ele fez um breve aceno de cabeça para Harry, que achou que talvez a gravidade da situação fosse maior do que estava pensando.

– Sente-se por favor, Harry, o senhor Robarbs quer lhe fazer uma proposta.

– Uma proposta? - Harry puxou a cadeira.

– Sim, senhor Potter. Eu tenho conversado com o diretor da nossa Academia de Aurores neste ultimo mês. Ele está muito interessado, ao que parece, em tê-lo na sua instituição.

– Ele o quê? Quero dizer – Harry pigarreou, buscando não soar desrespeitoso – Senhor, acho que não o compreendi.

– Bem, o senhor Escafandro Algutieri lhe mandou o que na verdade é uma grande proposta. Ele está lhe convidando a ocupar uma vaga na Academia e obter o treinamento padrão para aurores da Grã-Bretanha. Isto, é claro, se for do seu interesse seguir esse caminho.

– Eu... – Harry olhou para Quim que continuava sorrindo bem tranqüilo. Ele fez um aceno de cabeça, que poderia soar como um encorajamento ou uma aprovação. – O senhor sabe... bem, ele sabe que eu não conclui os meus estudos, certo?

– Isso não será o problema, senhor Potter, visto que a sua experiência ultrapassa o currículo escolar. Se o senhor estiver interessado, eu mesmo posso providenciar o seu ingresso.

– Eu... – Harry parecia ter travado ali, mas tinha certeza que os seus olhos estavam brilhando. Obviamente os dois homens estavam ouvindo o seu coração bater loucamente no peito, certo?

Quim interrompeu o momento de tensão com sua voz grave e profunda de barítono:

– Eu mesmo estive nessa Academia, Harry, e posso garantir, se esse é o seu caminho, não há lugar melhor para aperfeiçoar o que tão claramente é um dom.

Ele não achava que era um dom, como Quim, mas ainda assim ele nunca tinha cogitado um caminho diferente, tinha? De algum modo, era o que sabia fazer bem, o que ele tinha feito tudo durante os seus anos de colégio e agora precisava admitir que tomara gosto pela coisa. Não por todas as perdas e o sofrimento, mas gostava da sensação que era evitá-las, evitar que a morte e a dor se espalhasse e partisse as pessoas.

– Eu aceito. – ele disse por fim.

Os dois bruxos abriram enormes sorrisos de contentamento.

– Muito bem, Harry Potter, então prepare as suas malas. Você parte nesse fim de semana.

– Já? - Harry titubeou.

– Sim, o ano letivo da Academia começa mais cedo.

Harry prometera passar aquele fim de semana com Gina, porque as férias estavam acabando, eles tinham se visto tão pouco e ela ia voltar para Hogwarts. Mas a garota entenderia, não? Ele sabia que ela podia entender. Na verdade ele mal podia esperar para contar aquilo a ela, como se sua empolgação não coubesse em si próprio, ele simplesmente precisava compartilhar com a garota, que cada vez mais se tornava uma parte inseparável da sua vida.

(Continua...)