COBRINA - songfic escrita por Gato Cinza, Amandy Peruzzo


Capítulo 1
Me adora




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Tantas decepções eu já vivi

Aquela foi de longe a mais cruel

Um silêncio profundo e declarei

Só não desonre o meu nome

Ela chorava mais uma vez, como pode ter se deixado iludir daquele modo pela irmã e pelo namorado? Nunca tinha se sentindo não... nada, insignificante... Talvez devesse acabar com sua dor, acabar de vez com tudo.

Se levantou e caminhou até o chafariz, ficou olhando seu reflexo... o que tinha de errado com ela? Personalidade? Não, se fosse isso nem mesmo amigos teria, ou não eram amigos de verdade?

Talvez fosse realmente feia, indesejável.

Passou a mão pelo rosto secando as lagrimas. Nem Pedro nem Bianca nem ninguém merecia suas lágrimas. Mas ela também não era feito de mármore, ela sentia e o que sentia naquele momento era confuso demais, raiva... medo... dor... solidão, não ela não ia sentir nada daquilo, não mais.

Colocou a cabeça na água, morrer não era difícil, precisava apenas estar vivo...

Você que nem me ouve até o fim

Injustamente julga por prazer

Cuidado quando for falar de mim

E não desonre o meu nome

Uma mão forte lhe puxou pelos ombros, ela cambaleou sugando ar e tentando focar quem interrompera seu suicídio.

– Você é louca? Quer se matar? – ouviu aquela voz tão conhecida.

– Quero, me deixa morrer – respondeu agressivamente voltando ao chafariz

Mais uma vez ele a afastou da água.

– Pode morrer quando quiser, mas não se eu puder impedir e muito menos por aquele idiota do Pedro.

Karina parou então, encarou o lutador com os olhos arregalados.

– Você sabia?

Cobra sacudiu a cabeça negativamente, se aproximou de Karina e afastou alguns fios de cabelo que estavam grudados no rosto dela.

– Encontrei o vicia... o João agora pouco bastante nervoso e ele me contou. Tudo.

Karina se afastou indo sentar em um banco, virou o rosto em direção ao Perfeitão.

– Veio rir de mim? ou dizer que sente pena?

Cobra sentou ao lado dela. Se curvou ligeiramente para frente apertando uma mão na outra. Depois de um silêncio prolongado disse:

– O que vai fazer agora? Não pode evitar a mimadinha e nem o guitarrista.

Será que eu já posso enlouquecer?

Ou devo apenas sorrir?

Não sei mais o que eu tenho que fazer

Pra você admitir

Karina o olhou, não chorava mais, sentia-se seca, todas as lagrimas já tinha caído, mas também não sorria, sua boca estava amarga demais para esboçar qualquer emoção.

– Vou embora – disse – Não tenho mais por que ficar.

Cobra a encarou por um longo momento

– Embora? Mas e a academia?

– Meu pai nunca vai me deixar lutar profissionalmente. Posso ir morar com parentes no interior ou...

– Não pode ir K, você não pode me...

Cobra engoliu em seco e desviou o olhar.

– Não posso te... – Karina sentiu-se de repente muito ansiosa e seu coração parecia querer lhe escapar pela boca – O que Cobra?

– Você é minha única amiga de verdade, se for embora quem vai me socorrer quando estiver arrebentado?

Karina sorriu e o empurrou com o ombro.

Perceba que não tem como saber

São só os seus palpites na sua mão

Sou mais do que o seu olho pode ver

Então não desonre o meu nome

Cobra passou o braço por cima do ombro dela, em pensar um dia imaginou que podia ser amigo de Karina, como estava errado. Nunca tinha conseguido ver ela como amiga.

Karina apoiou sua cabeça no ombro de Cobra, se ao menos um dia ela tivesse deixado ele se aproximar quando á ameaçava, mas Cobra sempre havia deixado tão claro que ela era uma criança... ele via nela apenas uma irmãzinha, assim como Duca disse que a via quando ela tolamente achou que era apaixonada por ele.

– Sabe K – sussurrou Cobra – Eu só queria que você não fosse minha amiga...

Ele ficou em silêncio, Karina sentiu seu estomago subir e descer como em uma montanha russa, mas Cobra disse antes dela:

– Assim eu não precisaria te consolar quando você quebra a cara – o lutador fechou os olhos, se tivesse ao menos coragem de dizer “Assim poderia curar todas suas magoas e nunca mais te deixar sofrer”

Não importa se eu não sou o que você quer

Não é minha culpa a sua projeção

Aceito a apatia, se vier

Mas não desonre o meu nome

Karina ficou levemente enjoada com o que ele disse, então era realmente isso. Ele a via apenas como uma amiga de quem tinha que secar as lágrimas. Por tantas vezes Karina tinha se sentido tão compatível com Cobra, os mesmos gostos... os mesmos ideais tortos... as mesmas opiniões...

Era isso que os tornava tão perfeitos um para o outro, eram tão iguais em suas diferenças. Seriam apenas amigos para sempre... Karina sentiu mais lágrimas caindo, mas essas não eram por Pedro ou Bianca... essas lágrimas eram por saber que ela e Cobra eram iguais demais para demonstrar seus reais sentimentos.

– Cobra – ela sussurrou

– Diga!

– Ainda seremos amigos amanhã?

– Se você quiser, seremos amigos para sempre.

Karina ergueu a cabeça fitando os olhos escuros do lutador, se encheu de coragem e grudou seus lábios no dele. Cobra foi pego de surpresa, antes de reagir, porém a lutadora já estava em pé.

– Tenho mais de um motivo para ficar – disse correndo em para casa.

Não espere eu ir embora para você perceber

Que você me adora

Que me acha foda

Não espere eu ir embora pra perceber

Que você me adora

Que me acha foda

Não espere eu ir embora pra perceber


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Notas finais do capítulo

Vou tentar fazer essa fic dar certo, mas preciso de Co-autor(a), se quiser e puder me ajudar com está fic, me envie uma MP para que eu possa explicar a ideia geral da fic...

Até uma próxima e agradeço por ler!