Uma Garota Especial escrita por Dream


Capítulo 6
Território


Notas iniciais do capítulo

"O desconhecido é o território dos amantes."
— Deepak Chopra



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Na manhã seguinte, às nove horas em ponto, Holly atravessou a rua principal em dire­ção ao salão de beleza onde havia marcado hora. Deparou-se com uma casa revestida de pedras escuras, com um pesado portão de ferro. Ao abri-lo, o rangido das dobradiças provo­cou-lhe um arrepio. Não era o lugar mais atraente para um salão de beleza, mas não havia outra opção.

Com um suspiro, decidiu que seu humor não poderia pio­rar além do que já estava. Apertou a campainha e subiu os degraus da varanda, mas ninguém veio recebê-la.

– Entre, a porta está aberta - ecoou uma voz esganiçada vinda de uma sala no interior da casa. - Estou acabando de preparar a sra. Hopkins na mesa de bronzeamento e...

O som foi abafado pela música estridente do rádio que acabava de ser ligado, e Holly não conseguiu ouvir o final da frase. Acomodou-se em uma das cadeiras da sala de es­pera, sentindo-se pouco confortável. Depois do desastre da noite anterior, pensara em arrastar sua família para longe de Sandy Bend, e obrigá-la a se estabelecer na Califórnia. Mas como não tinha condições financeiras de levá-los, deci­diu manter o compromisso no salão de beleza e deixar que tudo corresse como sempre fora.

– Sinto muito - a mesma voz disse de mais perto. - A sra. Hopkins não é mais o que costumava ser. Se eu não ajudá-la a subir na mesa, ela acaba caindo no chão.

A garota incrivelmente alta emergiu do corredor carre­gando uma vasilha com água em ebulição, a julgar pelo va­por que desprendia. Se a blusa extravagante não bastasse para destacá-la por entre uma multidão, o cabelo louro-palha com mechas acobreadas se incumbiriam de chamar a aten­ção de todos a seu redor.

– Dana Devine - Holly murmurou, reconhecendo a an­tiga colega de escola.

– Em carne e osso! - Detendo-se diante dela, Dana abriu um sorriso de surpresa. - Puxa, você está sensacional! A cidade grande lhe fez muito bem! Está perfeita, mas pode­ríamos dar um toque especial nos cabelos... Quem sabe se fizéssemos algumas mechas...

Na época em que estudavam juntas, Dana era famosa por seu estilo original, de gosto um tanto duvidoso. Lembrava-se das roupas desengonçadas e dos penteados no mínimo ori­ginais que costumava fazer... Porém, ao contrário de Holly, ela sempre reagira com bom humor, e parecia não se impor­tar em ser alvo de provocações.

– Não, obrigada - apressou-se em dizer. - Gosto deles assim mesmo.

Teve o impulso de perguntar que cor ela indicaria, mas calou-se.

– Pense a respeito, querida.

Enquanto falava, ela despejou a água fervente em um pote plástico e indicou que Holly se sentasse diante de uma pequena mesa ao lado da janela.

Ela obedeceu resignada, imaginando como seria o aten­dimento no pronto-socorro de Sandy Bend. Diante do gesto imperativo para que estendesse as mãos, ela obedeceu mais por reflexo do que pelo desejo de cooperar.

Dana passou a ponta dos dedos pelas unhas bem-feitas e levou um susto ao ver as bolhas nas palmas das mãos.

– Meu Deus, o que aconteceu aqui?

– Não é nada demais. Não estou acostumada ao trabalho braçal e fiz algumas bolhas.

– O que você andou fazendo? Sua pele é fina e delicada, você deveria ter usado luvas. - Sem dar tempo para que ela reagisse, enfiou as mãos de Holly no pote com água. - Muito bem, vamos mantê-las na água o maior tempo possível para umedecer a cutícula.

Antes que pudesse reclamar da temperatura da água, Holly a viu pegar um alicate que lhe pareceu enorme, e tirou as mãos da água com um movimento tão rápido que quase derrubou o pote.

– Não se preocupe, querida. Sei o que estou fazendo.

– Só espero que não me machuque...

– Bem, não poderia fazer nada pior do que você já fez a si mesma. - Com uma piscadela de cumplicidade, puxou a mão de Holly e enxugou-a com a toalha que cobria a mesa. - Não se preocupe, serei cuidadosa.

Começou a cortar as unhas enquanto suas palavras eram cadenciadas pelo ruído do alicate.

– Eu deveria ter dito meu nome quando você ligou, mas tive medo que cancelasse a sessão. Comprei este salão no mês passado. Com tantas despesas para pagar, não posso perder nenhum cliente. Mas se você quiser ir embora, posso entender.

– Oh, não! Vá em frente - incentivou, observando a segurança com que ela manejava o alicate.

Depois de cortar e lixar as unhas, Dana olhou para ela e ergueu as sobrancelhas, com ar de triunfo.

– Viu só?

– Puxa, ficaram ótimas! - Com um sorriso, Holly teve que concordar que ela conseguira dar um formato perfeito.

– Ótimo! Agora fique com as mãos na água quente por alguns instantes. Volto em um minuto. Tenho que ajudar a sra. Hopkins.

Holly fechou os olhos enquanto ouvia a música vinda da sala dos fundos. Agitou os dedos na água, tentando relaxar. Culpava-se por ter duvidado da competência de Dana, mas justificou-se pela tensão que passara na noite anterior.

Naquele momento, a campainha soou, interrompendo o curso de seus pensamentos. Ela abriu os olhos e viu Cal entrando no salão. Ele estava fardado e parecia estar cum­prindo uma missão muito importante.

– Olá! Você veio me salvar? - disse com bom humor, sorrindo ao ver o rosto familiar.

– Não. Ninguém poderia salvá-la de Dana! - Aproxi­mou-se e beijou-a de leve na testa. - Tenho um recado para você. Tia Thea me disse que você estaria aqui.

Enquanto falava, Cal mantinha a atenção fixa em um ponto da parede às costas de Holly, e ela virou-se para ver o que o interessava tanto.

Ele olhava para um enorme pôster em preto-e-branco que mostrava um casal nu, em pé, visto de costas. Poderia ser classificado tanto como uma gravura erótica quanto um nu artístico. Holly preferiu optar pela arte.

– Por que você está a minha procura?

Antes de responder, ele franziu o cenho e coçou a cabeça por sob o quepe.

– Você acha que a garota da fotografia é Dana? - Antes que ela pudesse responder, ele meneou a cabeça. - Bem, deixe para lá.

Holly observou-o tirar os olhos da gravura com esforço antes de prosseguir.

– Papai foi à reunião do Clube dos Veteranos hoje de manhã.

– E o que há de novo?

– Você foi incumbida de fazer a salada de batata para cinquenta pessoas para o piquenique de amanhã. É funda­mental que seja feito em casa. Papai disse que não quer aquelas porcarias compradas prontas no supermercado.

Holly suspirou. Seu pai não perdia o hábito de passar tarefas de última hora.

– Imagino que ele esteja em casa, descascando batatas, certo? - perguntou com ironia.

– Não, ele está muito ocupado. Descarregou a areia da caminhonete e saiu. Disse que ficará fora a manhã toda.

– Está bem, farei a salada.

Cal concordou com um gesto decidido.

– Esta é minha garota! - Voltou-se para sair, mas de­teve-se. - Holly, suponho que seja mais uma das fofocas de Sandy Bend, mas... É verdade que você beijou Steve na noite passada?

Ela o fitou com ar severo. Aquele seria mais um dia longo, pensou para si.

– Não leve isto muito a sério, mas ele me beijou - es­clareceu, fingindo estar muito interessada nos vidros de es­malte.

Cal colocou as mãos na cintura e meneou a cabeça, com ar preocupado.

– Não importa quem beijou quem, e sim que se beijaram. Depois desses anos todos, imagino que você tenha superado a raiva e o rancor que guarda por ele.

– Não diria que guardava raiva, nem rancor...

– O que quer que seja. Steve é como um irmão para mim, mas você é minha irmã, e quero que tenha cuidado. Depois da decepção que ele teve com Susan, não está muito disposto a levar um relacionamento a sério. E Mitch me contou que você estava chorando ontem, quando a levou para casa...

– Cal, vou ficar aqui por apenas uma semana. Acha que estou planejando me casar e ter filhos? Tudo que fizemos foi...

Com um gesto decidido, ele a interrompeu.

– Poupe-me dos detalhes. Saber que vocês dois se beija­ram já é o bastante para que eu me preocupe.

Naquele momento, Dana emergiu da sala dos fundos.

– Pronta para o trabalho?

Os longos cílios com uma grossa camada de rímel bateram por diversas vezes quando ela viu Cal. Murmurou o nome dele com um sorriso sensual, e Holly podia jurar que ela estava corada por sob a grossa camada de maquiagem.

– Olá, Dana. - Ele saudou-a com uma inclinação de cabeça. - Bem, tenho que ir. Até logo, garotas.

Antes de sair, ele parou e deu uma última olhada na fo­tografia. Holly observou que Dana acompanhava o movi­mento e, por um breve instante, julgou que uma sombra de tristeza escureceu os olhos esverdeados. Então, Cal voltou-se para elas e abriu a boca para dizer alguma coisa, mas pa­receu mudar de ideia no último minuto..

– Não se esqueça, salada de batata feita em casa! - disse por fim, enquanto saía.

Holly suspeitou que não era o que ele gostaria de dizer, mas se deu por feliz por não ter feito algum comentário que pudesse embaraçá-la.

Depois que ele desapareceu, ela submeteu-se ao alicate afiado de Dana, mas relaxou em poucos minutos ao ver a habilidade da manicura.

– Cal pareceu muito interessado na fotografia, não é? - Dana comentou, erguendo os olhos para fitá-la. - É uma bela fotografia.

– Obrigada. Ninguém mais parece compartilhar de sua opinião. A verdade é que poucas pessoas conseguem enten­der o sentido de um nu artístico.

– Tem razão - Holly concordou, virando-se para obser­var o pôster. - O fotógrafo fez um trabalho excelente. Ele conseguiu um efeito fantástico com a luz realçando as silhuetas dos modelos... Você ficou ótima!

Ao analisar os detalhes, não teve dúvida de que ela havia posado para a fotografia, e o comentário escapou de seus lábios sem que pudesse reprimi-lo. Dana sustentou o alicate suspenso no ar e a fitou, surpresa.

– Como sabe que sou eu?

– Por favor, não pense que estou censurando-a! - apres­sou-se em dizer. - Sou artista plástica, e estou habituada a observar detalhes que às vezes passam despercebidos para a maioria das pessoas.

– Oh... - Com um suspiro de alívio, Dana voltou ao trabalho. - Sabe, eu morei em Chicago por um breve pe­ríodo e trabalhei como modelo. Então, tive uma crise financeira e tive que voltar. Fiz um curso de manicure e consegui um empréstimo para comprar o único salão de beleza da cidade. Até agora, só estou tendo prejuízo...

– Talvez valha a pena rever esta decoração - Holly sugeriu, inclinando a cabeça em direção às paredes pintadas em um tom de cinza que deixava o lugar sombrio e pouco atraente.

– Tenho pensado nisso, e vou redecorar assim que puder. Quem sabe você possa me dar alguns conselhos... - Dana fez um gesto para que ela estendesse a mão. - Você sabe, meu estilo nem sempre agrada a maioria das pessoas.

– Terei prazer em ajudá-la - Holly concordou, sorrindo diante da autenticidade de Dana.

– Puxa, estou feliz que tenha vindo aqui,hoje! Não éra­mos muito próximas na época da escola, mas eu sempre gostei de você.

– Por quê? - Holly perguntou, curiosa.

– Por quê? - ecoou ela, surpresa. - Ora, não sei explicar por que gosto de alguém.

– Desculpe, Dana. E que estou insegura por retornar a Sandy Bend depois de tantos anos. Não tive uma adolescên­cia das mais felizes aqui.

– Bem, já que você tocou neste assunto, confesso que há uma razão: você nunca me chamou por apelidos humilhan­tes, como os outros costumavam fazer.

– Oh, quando alguém é chamada de Holly Desastrada ou Holly Terror, torna-se muito sensível a respeito do que os apelidos podem causar em nossos sentimentos.

– Tem razão. Sabe, não guardei rancor de você quando derramou cerveja em mim na noite de nossa formatura. Nick teve que me levar para casa, e foi então que nos beijamos pela primeira vez.

– E um alívio para mim saber disso, Dana - Holly disse com sinceridade. - E o que aconteceu com Nick?

– Nos casamos há dois anos.

– Oh, parabéns!

– Não estamos juntos, querida. Ele me trocou por Su­zanne Constanza. Lembra-se dela?

– Sim, ela é de uma família de Detroit e tem uma grande mansão às margens do lago, não é?

– Ela mesma. Casaram-se, e ficaram juntos por pouco mais de um ano.

Nick, dentre todos os rapazes da cidade, era o que mais parecia se divertir em humilhá-la. Holly guardava péssimas lembranças dele, e decidiu falar abertamente. Dana parecia ser do tipo que suportava uma conversa franca.

– Baseada no que sei a respeito de Nick, não estou sur­presa com a atitude dele. Honestamente, Dana, ele era mui­to imaturo e egoísta para assumir as responsabilidades que um casamento exige.

– Hoje eu sei disso, mas estava perdidamente apaixona­da por ele... Aliás, quem não estava? Ele era o rapaz mais atraente da turma! Até você teve uma queda por Nick.

– Oh, foi há muito tempo, e para lhe dizer a verdade, eu não gostava muito dele. Pedi que fosse meu par na festa de formatura apenas porque...

– Porque ele a fazia lembrar Steve Morettin, não é?

Holly corou até a raiz dos cabelos, como se tivesse sido pega em flagrante.

– Como você sabe?

– Bem, querida, não é nenhum segredo nacional. Quero dizer, basta olhar para o mural da escola que você pintou quando estava no último ano. Todos os homens que apare­cem são a cara de Steve! Até o cachorro tem os olhos de Steve!

Ela não se lembrava de ter se inspirado nele para fazer aquele trabalho. Talvez fosse uma boa hora para a verificar o mural novamente.

– E também havia a forma como você respondia a todas as perguntas quando ele substituiu o professor de álgebra por uma semana.

– Bem, já superei isto.

– Então, ontem à noite, aquele beijo foi só para relembrar os velhos tempos?

– Puxa, as notícias correm rápido por aqui!

– Não tão rápido quanto as mãos de Steve na noite pas­sada...

– Dana! - Holly censurou, sem conter o riso.

– Está bem, não vou mais falar nisto. - Ficou em silêncio por alguns segundos apenas. - Ouvi dizer, também, que você trabalha para Elizabeth Turner.

– Apenas tomo conta da casa de veraneio dela.

– Você viu o que aconteceu com Frederick, o marido dela? Não sei como pôde fazer tal coisa, sendo casado com uma mulher tão bonita.

– Do que está falando?

– Ele foi apanhado na cama com Brandi Phillips, você sabe, o produtor. Está na primeira página do News de ontem.

Ela moveu a mão com um gesto, indicando uma pilha de revistas de fofocas em uma cesta a um canto da sala.

– Oh, na mesma edição da matéria sobre a mulher que deu à luz um bebê de três cabeças, certo? - Holly disse em tom irônico.

– Não é um jornal de boa reputação, eu sei. Está aqui apenas porque algum cliente deve ter deixado.

– Quando há alguma fofoca de Hollywood, todos ficam curiosos - disse em tom neutro.

Durante os três anos que trabalhara para Elizabeth Turner, nunca falara com ela a não ser por telefone. Holly e Frederick, no entanto, encontravam-se com frequência. Ele também era ator, mas não era tão esnobe quanto a esposa. Costumava hospedar-se em Carmel Highlands quando Elizabeth estava fil­mando fora do país. O rapaz era um misto de prepotência e insegurança. Holly não podia imaginá-lo fazendo algo tão estúpido.

Mergulhou no silêncio enquanto pensava sobre a possibi­lidade de perder o emprego. Claro, poderia encontrar outro lugar para cuidar. Talvez fosse melhor alugar um aparta­mento onde o aluguel fosse mais razoável, ou então, poderia dividir a casa com alguém... Com um movimento brusco que quase provocou um acidente, ela rejeitou tal ideia. Havia se acostumado à solidão, aprendera a se isolar e a usufruir de sua própria companhia.

Dana trabalhava com agilidade e em silêncio, com apenas uma pausa para cuidar da sra. Hopkins na mesa de bron­zeamento. Em poucos minutos, as unhas de Holly estavam impecáveis. Satisfeita, ela estendeu as mãos para admirá-las.

– Você ficou aborrecida com meu comentário sobre Frederick Tuner? - indagou preocupada, quando Holly estava pronta para sair.

– Oh, não se preocupe! É melhor estar preparada, no caso de ser verdade.

– É verdade. Não há nada pior na vida do que ser apa­nhada de surpresa, a menos que seja uma deliciosa decla­ração de amor... - acrescentou com um sorriso cúmplice.

Holly deu uma gostosa gargalhada.

– Se você tiver chance, venha até aqui para me ver antes de voltar para a Califórnia, está bem?

– É uma promessa!

Holly saiu satisfeita do salão de beleza, pensando no in­teressante conceito de ter encontrado uma nova amiga em sua cidade natal.

Alguns minutos mais tarde, ela seguia a pé pela rua prin­cipal, com a ideia de ir ao armazém para comprar os ingre­dientes da salada. Entrou e apanhou um carrinho, seguindo para a sessão de cereais. Apanhou o que precisava e diri­gia-se para o caixa quando alguém bateu em seu ombro. Não precisou olhar para ver que era Steve. Um toque era o bas­tante para reconhecê-lo.

Virou-se para encará-lo. Ele parecia não ter dormido bem. E o pior era que, mesmo com aquela aparência, parecia ain­da mais sexy e atraente.

– Você não atendeu ao telefone na noite passada - ele disse sem rodeios.

– Estava muito cansada.

– E fez a mesma coisa hoje de manhã.

– Eu ainda estava cansada.

– Você parece bem descansada agora. Não acha, sra. Hol­lings? - ele acrescentou para a vendedora da loja, que quase se pendurava no balcão para ouvi-los melhor.

– Ela parece ótima.

Holly voltou os olhos para o céu e então encarou a sra. Hollings, fuzilando-a com o olhar.

Steve observou os itens que ela colocara dentro do car­rinho.

– Salada de batata, certo?

– Sim, suficiente para cinquenta pessoas.

– Eu recebi as mesmas instruções de seu pai no café da manhã, hoje cedo.

Holly pestanejou enquanto fazia uma imagem mental do encontro dos homens da comunidade naquele café da manhã, imaginando a quantidade de fofocas que deveriam surgir dali. Seu sorriso desapareceu quando percebeu que ela e Steve faziam parte das fofocas da comunidade.

– Como está Kiara?

– Está ótima! Não foi nada tão espetacular quanto ela quis nos fazer acreditar.

Aliviada, Holly relaxou. Sentia-se culpada por machucar Kiara, mesmo que não tivesse tido a intenção.

– E para que são suas compras? Que eu saiba, champa­nhe e morangos não fazem parte de uma salada de batata... - comentou ela, apontando para os itens no carrinho dele.

– Voltar a Sandy Bend já lhe despertou a curiosidade típica daqui, não é? - Ele provocou com um sorriso irresis­tível. - Bem, são para você. Não se esqueça que lhe devo um jantar. Além disso, quero me redimir pelo comportamen­to de Kiara ontem à noite.

Aquilo soou como se ele tivesse mais alguma coisa em mente, além de um simples jantar. Champanhe e moran­gos... Holly começou a entrar em pânico.

– Você não me deve nada.

– Talvez você me deva um jantar, depois de me deixar no restaurante daquela forma. Mas mesmo assim, faço ques­tão de cumprir o que prometi.

– Infelizmente, não tenho tempo. Tenho que trabalhar na decoração do carro alegórico.

– O carro também é minha responsabilidade. Não pre­tendo decepcionar seu pai. Podemos trabalhar juntos, e jan­tamos depois.

– Steve, você não tem que me ajudar com a decoração. Eu lhe disse que posso fazer isso sozinha.

Ele correu os dedos pelos braços macios, e então virou a palma das mãos, observando as bandagens que ainda co­briam os machucados.

– Você tem medo que eu invada seu território?

– Não é isso. Eu só...

– Ótimo - interrompeu ele. - Até a noite.

Sem lhe dar tempo para responder, Steve pagou as com­pras e se afastou sem esperar pelo troco, deixando-a para­lisada diante da ideia de estar a sós mais uma vez com aque­le homem irresistível...


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Notas finais do capítulo

Obs.: Elizabeth Turner, Frederick Turner e Brandi Phillips são meramente fictícios, então qualquer semelhança é mera coincidência. rsrs


Espero que tenham gostado, comentem sobre o que estão achando.
Mil beijos.