Diário de Uma Garota Quase Perfeita escrita por Nakamura Tisuky


Capítulo 5
Meu primeiro beijo


Notas iniciais do capítulo

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~Capítulo atualizado 22/01/2016~



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"Querido diário,

Hoje eu dei meu primeiro beijo.

Sim, eu nunca tinha beijado antes, aliás nunca tive um namorado porque ninguém nunca gostou de mim por causa do jeito arrogante que eu tenho que ser.

Mas ele não, ele gosta de mim e ele me beijou agora sim posso ter a certeza de dizer que estou apaixonada.

Apesar de tudo isso, aquilo foi errado. Quem ele pensa que é pra me agarrar assim?"

 

Carmem empurra Cebola e limpa os lábios.

 

— Você é louco?

 

Cebola fica asem reação.

 

— Me desculpa, e-eu agi por impulso - Ele tenta se desculpar - Isso não vai acontecer de novo.

— Ah mas não vai mesmo - Diz Carmem furiosa - Porque a partir de hoje você não vai andar a menos do que um metro de distancia de mim.

— O quê?

— Isso mesmo, você já complicou as coisas demais pra mim e o melhor que pode fazer é se afastar.

— Mas Carmem..

— Mas nada - Ela diz com lágrimas nos olhos - Isso não tá dando certo, só vai embora.

— Carmem, eu..

— Sai Cebola!

 

Cebola sai dali de cabeça baixa.

Carmem ajoelha no chão e começa a chorar.

Ela queria muito ter cedido ao beijo de Cebola, mas ela não podia.

Seria arriscado demais, alguém poderia ver e os bochichos logo acabariam no ouvido de sua irmã.

E mesmo se ninguém visse isso nunca daria certo, ela era uma Dilaurents e ele.. Ele era só o Cebola. Sua mãe nunca iria aceitar.

 

 

Enquanto isso alguém a observava de longe

 

— Vamos ver se a mamãezinha dela vai gostar de saber disso.

 

—_____________________________________________________

— Denise, onde você estava?- Pergunta Débora.

— Em lugar nenhum Debby - diz Denise - Cadê o Xaveco?

— Tá logo ali por quê? - Pergunta Dayanne deconfiada.

—Por nada.

 

Ela vai em direção do Xaveco.

 

— Xaveco com quem você sentou na aula de química? - Pergunta Denise.

— Com a Irene - Diz Xaveco.

— Quem mandou você sentar com ela?

— Quem mandou você cabular aula?

— Urgh, seu idiota,ainda quer que eu namoro você.

— Um dia você ainda vai me querer.

— Pode esperar sentado esse dia chegar, seu otário.

 

Ela sai de lá batendo o pé

—______________________________________________________

Carmem finalmente se recompõe e sai dali ainda com o coração partido.

Ela volta pra quadra e se senta na arquibancada afastada de todos, onde afunda a cabeça entre os joelhos e chora ainda mais.

 

 

As aulas se passaram rapidamente e chega a hora de ir embora, os alunos voltaram pra suas casas.

 

—______________________________________________________

16:08h

Casa dos DiLaurents

 

— Finalmente em casa - diz Rubens tirando os sapatos e deitando no sofá.

— Também estou exausta, odeio trabalhar com crianças - Diz Ana Paula. Apesar de Rubens gostar do trabalho, Ana Paula fazia aquilo apenas para se passar por boazinha e humilde.

— Ana Paula, não fala assim.

— Ai querido foi modo de dizer, é que as crianças me deixam tão cansada sabe?

 

Carmem sobe devagarinho pra não ser pega.

 

—Ah, Carmem, preciso falar com você - diz Ana Paula.

 

— Droga - pensa ela.

 

As duas sobem pro quarto de Carmem e Carmem senta na cama.

 

— Arranjei um namorado pra você - Diz Ana Paula.

— Arranjou um o quê? - Pergunta Carmem surpresa.

— Um namorado - Berra ela- Surda.

— Não, eu não quero um namorado que tenha sido escolhido por você.

— Pois vai ter, ele é irmão da Maria Mello. Agradeça de os parentes dele já sejam conhecidos pra você.

— Eu não vou namorar com o irmão da Maria.

— Vai sim, ou então eu coloco a Marina na sua sala, coloco a cama dela aqui e ela vai te vigiar 24 horas por dia, não vai ter espaço nem pra respirar.

 

Carmem soltou as lágrimas.

 

 

— E se chorar ainda apanha.

— Sai daqui sua galinha - disse Carmem.

— Cala essa.. - Ana Paula da um soco da boca de Carmem - boca sua desgraçada, se seu pai ouvir ele vem aqui.

— É bom que vem mesmo sua vaca, tomara que morra.

— Para de falar assim comigo sua égua - Ela pega um caderno de Carmem e começa a bater nela com aquilo.

 

Carmem chora em silêncio pra não apanhar ainda mais

Nesse momento sua irmã mais velha passa pelo quarto e observa aquela cena tristemente.

 

— Tudo bem mamãe, me desculpe.

— Assim que eu gosto.

— Isso não vai se repetir.

— Espero. Agora se arruma e vai na casa dos Colleman.

— Pra quê?

— Por quê eu tô mandando, porra.

 

Carmem se levanta mas tropeça no tapete e cai no chão.

Ao ver aquela cena Ana Paula começa a rir, joga o caderno nela e sai.

Marina corre pro seu quarto antes de sua mãe vê-lá.

Ana Paula vai até o seu quarto e Marina vai atrás dela.

 

— Mãe? - pergunta ela entrando.

— Oi vida, tudo bem? - Diz Ana Paula com um sorriso. Apesar de tratar Carmem igual lixo, ela tratava a Marina completamente diferente e mimava ela de todas as formas.

— Não mãe, não tá nada bem.

— O que aconteceu? A vaca da Carmem de novo?

— Não chama ela assim mãe. Eu vi o que fez com ela.

— Hahaha, hilário não é?

— Não mãe, não é hilário. Você é uma bruxa.

 

Nesse momento foi como se tivessem enfiado uma faca no peito de Ana Paula.

 

— Filhinha, é você mesma? Me chamando de bruxa? Está brincando não é?

— Tenho de cara de quem está brincando?

 

Ana Paula ficou quieta.

 

— Mãe, por que é que você trata a Carmem assim?

— Por quê, filha? Não vê como Carmem é? Uma irresponsável. Não sabe se cuidar.

— E por que acha que eu sei? Sou só dois anos mais velha que ela e nunca fui tratada assim por você. Por que faz isso com ela e não comigo?

— Filha, saia daqui por favor sim?

— Eu não vou sair daqui até me dizer a verdade. Você está louca com esse lance da Carmem.

— Filha...

— Diga a verdade.

— Filha, eu só trato ela como deve ser tratada. Ela é uma peste.

— Eu não vou mais cuidar dela na escola.

— Quê?

— Isso mesmo, e uma única vez que eu ver você judiando dela eu vou gravar e mandar pra polícia sua monstro.

— Mas filha...

— Nada de mais mãe. Ela é um ser humano deixa ela viver em paz.

— Você não vai fazer isso.

— Tem razão, acho que outra pessoa vai.

— O que quer dizer?

— Quero dizer que o papai chamou nossos irmãos para passarem uma semana aqui no Brasil.

 

Nesse momento Ana Paula gelou.

 

— Está mentindo não é?

— Não mamãe, não estou mentindo e se eles não vierem eu mesma vou dar um jeito nisso.

 

Ana Paula sentou na cama e derrubou lágrimas.

Os irmãos de Marina e Carmem sabiam sobre o seu segredo mais temido e poderiam muito bem contá-lo para todos.

 

—  Você devia repensar seus atos a partir de hoje - Diz Marina.

 

Ana Paula se levantou e deu um tapa em Marina que caiu no chão.

Ao se dar conta do que tinha feito, ela fica assustada.

 

— Filha? Ai meu Deus, o que foi que eu fiz, filhinha? - Ela ajoelhou perto de Marina.

 

Marina se levantou com a mão no rosto.

 

— Você é mesmo um monstro.

 

— Não filha, isso foi sem querer, eu.. - Ana Paula se aproxima de Marina que recua.

— Não! Não me toca.

— Filha..

 

Marina sai dali com lágrimas nos olhos.

 

Ana Paula ainda assustada corre pro espelho com as mãos na cabeça.

Talvez Marina estivesse certa, sua obsessão por Carmem estava enlouquecendo ela. 

 

 


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Notas finais do capítulo

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