"Querido Diário,

Finalmente chegamos na nossa nova casa.

Era linda, apesar de eu achar que era de um tamanho exagerado apenas para nós quatro, gostei dela e acho que posso me acostumar a viver nela.

Mas uma coisa que eu não consigo tirar da cabeça de jeito nenhum é o cara da noite passada.

Qual era o nome dele mesmo? CEBOLA!! Isso.

Não sei porque ainda insisto em lembrar dele, nunca mais o verei.

Minha mãe disse que estou de castigo por duas semanas por ter desobedecido ela.

Não é nenhuma surpresa, ela me deixa de castigo por respirar.

Mas mudando pra um assunto bom, amanhã é meu primeiro dia de aula, mas infelizmente eu não vou poder fazer minhas próprias amizades novas, pois minha mãe já escolheu meus amigos.

São de uma família muito rica (pra variar) chamada Colleman. O nome da minha "amiga" é Maria Cecília Mello Colleman e ela parece ser bem legal (ao contrário das outras pessoas que minha mãe me obrigou a fazer amizade) conversei com ela por e-mail e ela disse pra eu encontrar ela perto do banheiro feminino para nos conhecermos melhor. 

Tá, é só uma amiga que eu citei, mas eu conheço minha mãe, aquele colégio é chique e com certeza vai ter muita gente rica, e é bem provável que minha mãe escolha mais gente pra eu fazer amizade.

Bom, me deseje boa sorte diário"

Carmem desceu as escadas de seu quarto já pronta para ir á escola.

— Bom dia filha - Disse Rubens com tomando sua xícara de café - Já está pronta?

— Bom dia pai, já estou pronta sim - Respondeu se sentando junto a ele.

Seu café da manhã era duas torradas com manteiga e uma xícara de café com leite. 

Claro que havia diversas opções de pães, frutas, iogurtes e muitas outras delícias espalhados pela mesa, mas ela havia acordado sem muita fome.

Só o seu pai estava á mesa, sua mãe e sua irmã já haviam saído de casa, o que ela achava um exagero já que sua aula começava as 7:00h e ainda eram 6:42.

Eles terminam de comer e vão até o carro, que era uma BMW M3, e entram dentro dele, Rubens da a partida.

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6:50h

Casa dos Colleman

— Maria Cecília, pode vir aqui um minuto, filha? - Perguntou Maria Cassandra.

— O que foi mãe? - Perguntou Maria Cecília saindo da cozinha e indo pra sala.

— O que você achou da Carmem DiLaurents?

— Falei com ela por e-mail e ela parece ser bem legal.

— Que ótimo, marcou um ponto de encontro pra vocês se acharem?

— Claro mãe.

— Ótimo. Vamos? Seu irmão e seu pai estão nos esperando no carro.

— Vamos.

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A escola estava muito animada com a chegada dos DiLaurents, porque diferente do Cebola, todos conheciam essa família muito bem.

— Estou nervosa pai - Disse Carmem mordendo os lábios - Esse povo todo está aqui só pra ver a gente?

— Calma filha - Disse Rubens - Ainda não se acostumou? Todos te amam e querem fazer de tudo pra chegar ao seu lado.

— Tem razão, eu sou uma DiLaurents e é isso que os DiLaurents são -disse Carmem lembrando as frases que era obrigada a dizer.

Rubens estaciona o carro no estacionamento da escola, afinal, ele também ia ficar lá no seu novo emprego de professor.

Apesar de ser o milionário dono da maior lojas de roupas de grife, ele queria ser professor, já que foi o seu grande sonho de infância.

— Desça do carro querida, quero que vejam primeiro você - Disse Rubens.

— Ok papai - Disse Carmem descendo do carro.

A diretora Elena entrou no pátio central da escola e com um megafone disse:

— Queridos alunos do colégio Lima Nogueira, quero ter a honra de apresentar para vocês nossas novas alunas Carmem DiLaurents e Marina DiLaurents. 

Os alunos começaram a gritar o nome DiLaurents quando as irmãs entraram

— Obrigada, obrigada - disse Marina jogando seus cabelos para o lado.

Mas sempre tem aquela pessoa que não está feliz no meio das outras

— Que chatice - diz Denise.

— Por quê chatice, Dê? - Pergunta Débora, a irmã gêmea de Denise - Os DiLaurents são o maior sucesso do Brasil.

— O maior sucesso e a maior chatice também - Diz Denise.

—Para Denise - diz Dayanne, outra gêmea de Denise (Sim, eram trigêmeas) - Eu sei que você compra roupas da loja do Rubens.

— Compro sim, mas é a mesma coisa de comprar um lanche aqui no colégio, eu amo aqueles burritos, mas odeio aquela servente metida que faz.

— O pior é que faz sentido - Diz Dayanne.

— Esquece esse povinho pão com ovo e vamos comer esses burritos que você diz ser tão gostosos - Diz Débora.

E as três saem daquela multidão contentes menos Denise que já estava decidida a tornar a vida de Carmem pior do que já era.

— Desencana Cebolinha, acha que aquela famosinha vai falar com um ninguém feito você? - Diz Mônica - Para com isso e coloca os pés no chão.

— Em primeiro lugar, é Cebola - Diz Cebola furioso - E eu estou com os pés no chão por que eu já conheço ela e ela já é minha amiga.

— Conta outra vai? - Debocha Ellen, melhor amiga da Mônica - Aquela menina é amiga de gente famosa e rica e olhe lá.

— Ouvi falar que ela é a maior casca grossa - Diz Mônica.

— Se é, menina. Esses dias eu tava lendo a revista Carrapicho e vi que ela teve uma briga feia com a atriz daquele filme que lançou a pouco tempo no cinema.

— Nossa, gente famosa é sempre barraqueira.

— Alô, alô? Eu ainda tô aqui sabiam? - Indagou Cebola - Deixa eu falar?

As duas fizeram silêncio pra que ele falasse.

— Eu sei disso, sei do que falam dela por aí - Diz Cebola - Mas eu falei com ela ontem e posso dizer que no começo ela é bem chatinha mais depois vai ficando legal.

— A é bonitão? - Perguntou Ellen - Pois vamos ver se é verdade, ela ta vindo aí pegunta pra ela.

— Tá bom, observem.

Cebola chega até perto de Carmem que está sozinha.

— Oi Carmem - Diz Cebola - Sou eu, Cebola, lembra de mim? De ontem na festa da uva.

Carmem ia começar a falar com Cebola, mas de longe viu sua irmã, que não estava olhando pra ela, mas logo ia ver ela ali com um desconhecido

— Se liga garoto nunca te vi na minha vida e se já tivesse visto nunca teria feito amizade com um mané feito você - Ela saiu andando mordendo os lábios.

Ellen e Mônica riram até doer a barriga.

— Não fica assim não maninho - Mônica abraça seu irmão mais novo.

— É, ela é metida assim mesmo - Completa Ellen.

— A gente já vai, se cuida e não deixa essa patricinha usar você desse jeito não viu?

— Tá bom Mô, tchau.

Cebola vai até a quadra pois naquele dia a primeira aula era de educação física.

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Enquanto isso no refeitório.

— Por quê vocês estão aqui? - Pergunta Xaveco.

— Xaveco, desde quando eu tenho que te dar satisfação da minha vida? -pergunta Denise.

— Denise, deixa ele - Bronqueia Dayanne - Estamos cabulando aula e fazendo um lanchinho, Xaveco.

— É quer nos acompanhar? - Convida Débora.

— Não, valeu. Estou indo pra aula de química onde a Denise ia ser meu par - Ele olha seriamente pra Denise.

— Fofo, hoje não - Ela olha pra ele sarcástica.

Ele segue o caminho pra sala de química e encontra Irene.

— Oi Irene - Cumprimenta ele.

— Oi Xaveco tudo bem? - Pergunta Irene - Como vai você e sua irmã?

— A Maria tá na escolinha ainda, e "suas" irmãs?

— A Xabéu tá de férias da faculdade e quer me levar pra viajar com ela, eu estava indo agora entregar esse pedido na secretária.

— Nossa, que legal.

— É, ela pediu pra eu levar um acompanhante, quer ir comigo?

— Olha eu ia adorar, eu vejo uma resposta e te falo amanhã.

— Ok.

Eles se despedem e Irene vai até a secretária entregar o pedido

— O que tá fazendo aqui, Irene? - Pergunta Aninha entrando lá também.

— Nada, eu só estou entregando o pedido pra Xabéu me levar pra viagem dela.

— Ela me convidou também mas você sabe que minha sala está em prova nessas últimas semanas e eu não posso faltar.

—Eu entendo, mas trago muitos postais e fotos pra você tá bom?

—Tá bom maninha tchau.

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8:07h

Casa dos Albert

— Xabéu, tem certeza que vai conseguir cuidar da Irene? - Pergunta Monique preocupada.

— Mãe - Choraminga Xabéu - Eu tenho 27 anos e a Irene tem 15 nós vamos conseguir nos cuidar, quantas vezes preciso repetir?

— A filha, é que eu me preocupo com você duas sozinhas lá, não acha melhor o Cássio ir com vocês?

—Ele não quer ir mãe, aliás ninguém quer ir, a Aninha tem provas, o Cássio não quer ir, o Caio também não quer ir porque o Cássio não vai e ele ia ficar sozinha lá, e o Francisco quer ficar porque ele é o único responsável daqui tirando você e o papai e alguém tem que cuidar da casa enquanto vocês estão fora.

— Tá certo, mas cuidado hein?

— Fala sério mãe!

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8:09h

Colégio Lima Nogueira

Na aula de educação física Cebola deparou-se com quem mais queria ver aquela hora: Carmem

O que teria acontecido com ela? Porque ela o tratou daquele jeito? Ele iria descobrir

— Bom dia alunos - Cumprimentou o treinador Átila - Bom, como vocês sabem temos uma aluna nova na escola, bem-vinda Carmem.

— Obrigada professor - Agradeceu Carmem.

— Você sabe jogar basquete?

— Modéstia a parte, jogo muito bem! Ganhei quatorze vezes o título de melhor jogadora de basquete no meu colégio antigo.

Um sonoro "Ooooh" ecoou entre os alunos.

— Que bom, porque hoje vamos jogar basquete, antes de jogarmos quero ver as habilidades de vocês com a cesta, então vamos fazer uma fila e um por vez vai jogar a bola na rede certo?

— Certo - Disseram os alunos já formando a fila.

Eles formaram a fila e no fundo ficaram Carmem e Cebola.

— Carmem? - Sussurrou ele segurando o ombro dela.

— O que você quer Cebola? - Sussurrou de volta.

— Tá vendo? Eu sabia que se lembrava de mim.

— Eu me lembro, mas não quero falar sobre isso.

— Por que não? Por que está me evitando?

— Não vamos falar sobre isso agora.

— Então quando vamos falar?

Ela vira pra trás e olha pro Cebola seriamente.

— Eu disse que não vamos falar agora, não sei quando poderemos nos falar tá bom?

— Carmem sua vez - disse o treinador Átila.

Carmem virou-se pegou a bola e jogou em direção a cesta fazendo uma cesta perfeita

—Parabéns Carmem, pelo jeito você faz jus aos títulos ganhos na outra escola - Disse o professor (Ops, treinador) Átila - Agora entregue a bola pro próximo.

Ela pegou a bola e foi até o Cebola.

— Não fique bravo comigo - Ela sussurrou entregando a bola a ele e sentando na arquibancada da quadra (A quadra também servia para locais de competições da escola).

Cebola arremessa a bola e marca um ponto também

Ele joga bola pro próximo e vai até Carmem

— Bravo? Não consigo ficar bravo com você - Ele sussurrou