Inimigos para sempre escrita por Augusto Snicket


Capítulo 10
Capítulo 10- O gigante com cara de criança


Notas iniciais do capítulo

Esse Capítulo é um pouco tenso, e prestem atenção nas notas finais do capítulo!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/563046/chapter/10

Acordei feliz naquele dia, agora podia dizer que tinha dois amigos, para alguém que nunca teve nenhum isso era incrível. Sempre falei que ficava sozinha por opção, mas acho que não estava sendo sincera. Jason Jessup e Lucas Lerman estão longe de serem perfeitos, no entanto gosto de estar com eles. Depois daquela festa todos me chamam de vadia, eu odeio Beatriz Barros! Tenho certeza de que foi ela quem me drogou e me deixou loucona como uma macaca no cio.

Tenho consciência do fiz a seguir foi errado: Queria descobrir mais sobre Lucas, queria descobrir o que ele escondia, resolvi pedir a ajuda do Jason então fui a sua casa. Como eu já tinha dito anteriormente o Jason mora com o pai que é divorciado da mãe, a briga foi feia e a senhora ficou sem nada, sem dinheiro, sem o filho, sem casa.

A dona Charlote, este era seu nome, trabalha há seis anos numa lanchonete e morava num apartamento minúsculo, não a conheço de verdade, tudo que lhe contei até agora ouvi de boatos. Ao chegar à casa de Jason ouvi uma gritaria, ele e pai estavam brigando.

Não queria me meter em brigas, mas já havia chegado à porta e ouvi o final da conversa seu pai gritava:

–Seu ingrato! Eu fiz tudo por você, e você me paga tirando notas baixas e se metendo em confusão!

–Eu já sou maior de idade, tenho vinte e um anos acho que já sei cuidar de mim mesmo!

–Enquanto você morar sob o meu teto vai ter que me obedecer.

–E quem disse que eu queria morar sob o seu teto?

–E iria morar aonde? No apartamento minúsculo daquela vadia?– Fez-se silêncio, não acreditava que o senhor James, falava assim da ex-mulher na frente do filho– Vou sair pra esfriar a cabeça.

Mal pude me afastar da porta quando o senhor James a abriu e deu de cara comigo, sem saber como disfarçar a vergonha disse:

–Oi– Ele olhou com ar de desprezo e falou para o filho.

– Tem uma garota aqui querendo te ver– Ele se voltou pra mim– Pode entrar– E passando por mim foi embora.

Meio sem jeito resolvi entrar e lá estava Jason parado e calado em pé perto do sofá.

–Jason?

–Oi Sara– Ele suspirou– Você ouviu não foi?

–Bem foi um acidente e eu acho que ouvi algumas coisinhas.

Ele se sentou, “E iria morar aonde? No apartamento minúsculo daquela vadia?” Ainda não acredito que o senhor James falara aquilo, eu não sabia o que dizer, estávamos naquele silêncio constrangedor, mas Jason o quebrou:

–Como se eu pudesse morar com ela– Ele disse mais para o pai dele do que pra mim, me sentei do seu lado e ele continuou– Você sabe que meus pais são separados?

–Já ouvi falar.

–E esta morta de curiosidade de saber a história toda não é?

–Não imagina– Ele deu um sorriso sem vontade.

–Quando eu tinha quinze anos descobri que Charlote não era minha mãe de verdade– Fiz cara de confusa– Minha mãe de verdade morreu quando nasci, dois anos depois meu pai se casou com Charlote, ela sempre cuidou de mim, ela me adorava como se fossemos mesmo mãe e filho– Os olhos dele encheram-se de lágrimas– No entanto com o passar dos anos ela e meu pai começaram a brigar muito, até o dia que ele voltou mais cedo pra casa e a encontrou com outro homem.

A dona Charlote? Não é a toa que o senhor James a odeia tanto. As mãos dele tremiam, assim como seu lábio inferior, era como um gigante com cara de criança segurando o choro. Ele respirou fundo tentando se conter.

Era difícil olhar para o Jason assim, então olhei em volta havia vários porta-retratos pela sala, nas fotos Jason pequeno jogando futebol, recebendo prêmios e sorrindo sinceramente diferente do seu sorriso forçado habitual. Olhei pra baixo e vi um porta-retrato quebrado, me estiquei e o peguei era uma foto dele com os pais.

–Meu pai jogou todas as fotos dela fora, só consegui guardar essa, ele a encontrou hoje e ficou furioso, e começou a gritar comigo procurando motivos pra me castigar, discursou sobre minhas notas baixas, minhas brigas, minhas paqueras, mas no fundo ele só queria gritar e xingar a minha ma... Digo a Charlote.

–Ela cuidou de você desde os dois anos de idade, ela é a sua mãe.

–Uma mãe vadia que ficava com outros homens na cama do meu pai.

Não sabia como consola-lo.

–Você a odeia?

–Se eu a odeio? É claro que a odeio! E odeio meu pai também, se ele não fosse tão mal com ela, se ele não gritasse tanto com ela, ela talvez não tivesse feito aquilo– Uma lágrima escorreu do seu rosto e ele deu um pulo se colocando de costas pra mim.

–Jason?

Ele se deparou com uma foto do senhor James o erguendo nos braços e segurando um troféu. Jason o segurou com força e num impulso de fúria o jogou contra a parede fazendo um barulho alto, assustada gritei.

–Maldito! Eu amava isso! Amava esportes! Era meu sonho estudar educação física, e só por que não passei naquela maldita prova de primeira, ele não me deixou esperar pra tentar no próximo ano, me obrigou a estudar a droga de nutrição, sem se importar ele destruiu meus sonhos!

–Jason? Se acalme.

–A charlote sempre dizia pra eu lutar pelos meus sonhos, se eu morasse com ela eu... Que piada como se eu pudesse olhar na cara dela depois de todos esses anos.

–Você esta dizendo que não vê sua mãe há anos mesmo morando na mesma cidade?

–Eu sinto tanta, mais tanta raiva dela. Sinto raiva do meu pai, sinto raiva de mim, sinto raiva de tudo!

Jason tremia quanto mais ele tentava não chorar mais seu corpo se retorcia, ele deu chutes no sofá, parecia que estava prestes a explodir, ele era uma bomba de violência e raiva. Jason gritou e jogou outro porta-retrato na parede, chutou uma mesinha de vidro e começou a derrubar tudo, quebrando a sala.

–Jason pare com isso! Você vai se machucar!

–Eu sou um nada, sou um covarde que não teve coragem de brigar com o pai– Ele caiu no choro– E ainda por cima o Lucas tinha razão, eu não tenho amigos, não tenho nada, não passo de um infeliz que odeia a si mesmo!

–Mas você tem amigos sim, você tem aquele monte de agregados, é popular, tem várias garotas, é um verdadeiro garanhão.

–Eu odeio isso!

Nunca tinha o visto tão nervoso, ele gritava jogando porta retratos no chão, arremessando contra parede tudo que via pela frente.

–Acalme-se.

–Não consigo me acalmar! Você não faz ideia do que tenho que aguentar todo dia, de como é fingir ser uma pessoa que não sou, você não sabe a força que tenho que fazer para não me partir em pedaços.

Nunca pensei que ele guardasse toda aquela dor dentro de si, ele chorava e apertava o peito como se seu coração fosse saltar fora e sair pulando para abandonar aquele ser decadente que estava definhando na minha frente. Talvez eu apanhasse este coração fugitivo e o tomasse para mim, talvez eu devesse ser a dona daquele retalhado coração.

Fui até ele e abracei, eu raramente abraço as pessoas, mas queria desesperadamente acalma-lo, olhei em seus olhos pareciam com os de uma criança solitária e infeliz, desesperada por carinho e aceitação, então o beijei, aquele não era meu primeiro beijo, mas foi uma infinidade de vezes mais tocante.

Durante todo esse tempo eu via o Jason como um babaca metido, sempre andando pintando o terror na escola, atormentando os mais tímidos, rindo da cara de todo mundo, um verdadeiro peste, o via apenas como um garoto mimado inconformado com a separação dos pais, mas nem imaginava que a história da separação deles era tão horrenda. Charlote cansada de tanto brigar com o marido, se perguntava onde havia errado, não era ela a esposa perfeita? Ela até amou e deu carinho a um filho que não saíra do seu ventre, a mulher devia chorar escondida e estando carente encontrou consolo nos braços de outros homens e assim destruiu seu casamento.

James a odiava, Jason odiava o pai por ter escondido tanto tempo que Charlote não era sua mãe de verdade, odiava-o por ter tratado Charlote tão mal e tê-la feito sofrer tanto. Ele odiava a mãe por ter mentido pra ele, a odiava por ter traído seu pai. O coração dele transbordava de ódio e ele descontava isso nos outros.

Afastei meus lábios da sua boca e ficamos em silêncio, eu o beijara e dessa vez não estava drogada, dessa vez tinha plena consciência do que estava fazendo, pouco a pouco as batidas do seu coração se acalmaram.

–Sara?

–Eu te ajudo alimpar essa bagunça só se acalma tá legal?

Limpamos a sala em silêncio que foi quebrado por ele:

–O que você queria falar comigo?– Ele falou ignorando o beijo que acabara de acontecer.

–Você sabe que sou um pouco curiosa, eu ia te pedir pra me ajudar a investigar o passado do Lucas– Ele ficou calado por um tempo e depois disse:

–Sara você sabe o quão infantil isso parece?– Sem esperar minha resposta prosseguiu– Por que simplesmente não perguntamos a ele? Afinal ele é nosso amigo– Ele arregalou os olhos se dando conta do que acabara de dizer.

–Você tem razão– Sorri– Vamos perguntar ao nosso amigo.

–É– Ele disse sem jeito– Amigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo,agora duaas surpresas abaixo:

1- Aqui esta um link do trailer que fiz dessa história espero que gostem e comentem o vídeo aqui no capítulo, prefiro o Fanfiction à o Youtube, assiste lá!

https://www.youtube.com/watch?v=vux0OMt3_rE

2- Fiz uma nova história de apenas um capítulo pra concorrer no Desafio Heróis e Vilões interessados o link esta logo abaixo:

http://fanfiction.com.br/historia/564846/Doces_ou_Macaquices/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inimigos para sempre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.