Geração Pamerval - A história do início ao fim escrita por Sophie Carsifur


Capítulo 84
Capítulo 84




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Por Pamela:


Herval ficou parado, apenas com a mão no rosto.

–E então, babaca, não vai reagir? – Jonas provocou.

–É tudo o que você quer, não é, seu idiota? – Ele deu um curto passo, achei que revidaria, mas ouviu o aparelho apitando mais uma vez. Levou o olhar em minha direção e por um momento esqueceu do ódio que estava de Jonas e se preocupou comigo. Imediatamente caminhou até a porta e começou a chamar pelos médicos, que logo estavam me cercando, enquanto ele, tentando desgrudar os olhos de mim, voltou a agarrar Jonas e arrastá-lo pra fora dali.

–Herval! Cuidado, Jonas é perigoso! – Eu não aprendia, ele não me ouvia, mas eu insistia em falar com ele. Saí correndo atrás deles, deixando meu bem-estar nas mãos dos médicos, esperava que eles não me deixassem piorar.

–Agora sim você vai ver com quantos paus se faz uma canoa! – Disse Herval, fazendo sinal para que os seguranças do hospital o ajudasse a colocar Jonas para fora.

Eles pegaram Jonas que como um louco, se debatia, tentando se soltar e repetia inúmeras vezes que eu era dele e que Herval pagaria por tudo aquilo. Carregaram-no para fora do hospital, Herval os seguia, e eu a ele, com muito medo. Chegando lá, atiraram Jonas ao chão, mas que logo foi erguido por Herval.

–Você quer ver a minha reação?! Ah Jonas Marra, você não sabe com quem está lhe dando... E nem sabe o que provocou! Você tem alguma noção do estado da Pam?! Esqueceu que foi esse babaca aqui que ajudou o Jack a descobrir todas as suas falcatruas? Bons tempos de detetive de Jonas Marra... – Ironizou. – Fica sabendo que você vai voltar para a cadeia. Foi você o culpado pelo acidente da Pamela! Você vai voltar para o inferno, Jonas Marra.

–Isso é uma ameaça?

–Não, imagina... Só tô avisando pra você ficar preparado.

–Você tá é querendo encher meu saco porque não tem coragem de me bater! – Jonas provocou e ele caiu, já cerrando o punho, para lhe socar.

–Herval, man, violência não vai resolver nada... – Brian falou, chegando lá e tocando-lhe o ombro.

–Não se mete, Brian! O lance aqui é entre eu e ele. – Retrucou Jonas. Eu não sabia para onde olhava, o que fazia, na verdade, nada right?! Eu estava em coma, sendo cuidada pelos médicos, o que poderia fazer?!

–A mulher que EU amo, está entre a vida e a morte por SUA causa! Nossas vidas se tornaram um inferno! O meu filho ainda corre o risco de crescer sem mãe!! Você tem noção do que é isso Jonas Mala?! Você não tem senso do que fez, seu canalha?! – Eu nunca tinha visto aquela expressão no rosto de Herval... Era uma mistura de tristeza, medo, revolta, ódio, desespero, mas o ódio predominava claramente.

–Oh my God, ele vai fazer uma besteira... – Sussurrou Dorothy.

–Oh no! Ele não pode perder a cabeça por causa de Jonas! Herval, esqueça isso! Não caia na provocação dele! No final, as forças do bem vencerão! – Falei, tentando me aproximar, tocá-lo, fazê-lo me sentir, sem querer enxergar que isso era impossível.

Quando terminei de dizer isso, Herval parecia ter me escutado.

–Eu não vou sujar as minhas mãos com você... – Falou largando Jonas.

–Mas eu quero sujar as minhas, com você! – Tentou ataca-lo, mas Herval foi mais rápido, dando-lhe um murro na cara.

–Eu disse que não sujaria, mas você não tem jeito, Jonas Marra... Sempre se achando acima de tudo e de todos... Até parece que gosta de apanhar. – Ele deu as costas a Jonas e voltou a entrar no hospital, ele sim era superior, meu hubby! My hero! Voltei para o quarto para ficar comigo e só havia uma enfermeira fazendo o seu trabalho, mas que logo saiu, enquanto eu me olhava. Por que aquela situação não passava? Dia após dia tudo só piorava! Eu estava numa cama de hospital, sem poder fazer nada por my Family, pelas minhas empresas que só Deus sabia como andavam, por mim! Eu estava de mãos atadas, sozinha, numa alcova escura. Só eu poderia me soltar e me tirar dali, mas não sabia como, se tudo estava escuro!

–Why...? Por que tudo tem que ser tão difícil...? Eu não aguento mais... – Aquela era a primeira vez que eu tinha parado para me ver de verdade. Era aterrorizante, não havia cor de vida na minha cara, aquele quarto não me passava boas vibrações e embora aquele susto com o aparelho tenha passado, a minha situação continuava a mesma.

–Oi... Tô de volta, meu amor... – Eu estava tão distraída comigo mesma, que nem percebi Herval chegar. - Me desculpa tá, eu nunca mais vou deixar aquele canalha se aproximar de você... Jonas Marra vai pagar por tudo o que ele te fez!

–O que você pretende fazer, Herval? Não vá fazer nenhuma besteira, okay?! – Tentei adverti-lo.

–Ele não vai fazer nada de grave, Pamela... – Daddy finalmente apareceu. – Herval estava guardando todos esses sentimentos dentro de si que não lhe estavam fazendo bem. Ele só está querendo justiça!

–Então deixe-me fazer justiça ao seu lado! Isso já está demorando demais, daddy! Eu não aguento mais esperar, eu quero voltar para o meu hubby! Se tiver que enfrentar Jonas, eu enfrento! Mas eu preciso voltar!

–Tudo a seu tempo, my princess... – Sua serenidade estava me dando nos nervos!

–Daddy, preste atenção, eu tenho uma vida para viver que não pode esperar! Tenho um marido que está sofrendo como nunca! Tenho uma filha que está mudando, que está se tornando uma mulher linda e forte, que quer se casar e construir uma family, tenho um filho que ainda é um baby, precisa de mim, precisa de sua mommy! Além dessa missão que você disse que eu tenho! Não adianta eu perguntar o que é, right?! Apenas me diga quando eu posso voltar!

–Quando essa não for a sua prioridade. Quando você se ver sem se importar se está acordada ou dormindo, viva ou morta. No dia em que você estiver em paz, serena com o que o destino te reservou, e que uma causa maior ocupe a sua mente, será o seu dia de voltar... No dia em que você se tornar sábia. – E como costumava fazer, desintegrou-se, me deixando com muitas incógnitas na cabeça.

–Mas agora eu não quero falar de Jonas, tem assunto muito mais interessante pra conversar... – Herval continuou. – Tá vendo, Pam, a flor que o Quim te mandou? Ela já murchou... Eu acho que precisamos de outra! – Disse sorrindo. - O que é que você acha se o próprio Joaquim vier trazer outra pra você?

–É o que eu mais quero, hubby! Quero ver my baby...!

–Eu vou fazer de tudo pra trazer ele aqui, tá bom? – Disse acariciando a minha mão. – Ah você não vai acreditar... Ele disse que sabia como te fazer acordar, que era só ele vir aqui e começar a pular em cima dessa cama, que você despertaria, como ele faz todo dia de manhã...! – Foi imediato o sorriso surgir na minha cara, o primeiro, em vários dias! Herval também sorriu ao lembrar... – Você precisa ver, Pam, tá tão esperto... Em tão pouco tempo aprendeu tanta coisa!

Eu fiquei ali rezando para que ele não parasse de falar e ele continuou a falar do Quim. Fiquei ao seu lado, apoiando a cabeça em seu ombro e ouvindo-o falar com aquela sua voz que eu tanto amava.


Por Herval:

Dia após dia tudo parecia ficar mais difícil. A Pam não melhorava, mas ao menos também não piorava. Eu lhe prometi que levaria o Quim para vê-la, mas o médico me aconselhou a esperar mais um pouco, eles fariam uns testes para saber se ela conseguiria respirar sem os aparelhos e dependendo do resultado, seria melhor para o Joaquim, vê-la sem aquelas coisas.

Graças a Deus os testes foram positivos, ela podia respirar sem aparelhos, mas ainda assim uma semana torturante se passou. Eu sentia falta da Pamela em qualquer coisa que eu fizesse. Ah como eu sentia falta daquela risada dela, dos olhinhos brilhando... Daquele cheirinho que embora estivesse em todas as suas roupas e na verdade, em todo o quarto, eu tinha a necessidade de senti-lo nela, de enterrar o nariz em seu pescoço e além de fazer aquele perfume tomar conta dos meus pulmões novamente, queria também fazê-la se arrepiar com isso, vê-la entregue a mim.

Mas não havia um dia definido para isso acontecer...

Eu definitivamente não sei como sobrevivemos esses dias. Estava tudo corrido, tudo confuso, vez ou outra havia um desentendimento. Sinceramente nossas vidas sem a Pamela era um caos! Era como se ela nos mantesse em ordem. Certa noite, na semana seguinte da que havia se passado, estávamos jantando, eu, Joaquim, Dorothy, Megan, Davi, Brian, Lara, Thomaz e a cadeira da Pam vazia. Não só sua cadeira, mas também o diálogo que não existia, ficamos todo o tempo em silêncio, os únicos barulhos eram os dos talheres. Joaquim olhava para todos nós, sem entender tamanho vácuo, mas recolheu-se também ao silêncio.

Ao fim do jantar, Megan disse que iria dar uma volta com o Davi, passar um tempo com ele, seria bom... O Davi sempre era um ótimo suporte pra ela, e depois voltava para dormir em casa. Brian e Lara, desconcertados, foram para o quarto com o Thomaz e com o Quim, para distrair os dois e a Dorothy ficou me olhando preocupada.

–Isso aqui vai de mal a pior... – Ela sussurrou, brincando com um talher. Ela tinha total razão e por isso eu não tinha a menor vontade de falar nada com ninguém, só de me trancar no quarto.

–Com licença, Dorothy... – Falei, mesmo que sem jeito e me retirando.

–Herval! – Ela me chamou, e eu virei. – Você não acha que pela Pam, nós deveríamos reger essa família, essa casa e as empresas como ela sempre fez? – Abaixei o olhar, sentindo a garganta doer. – Tudo está de cabeça para baixo! Precisamos consertar isso.

–Eu... Eu tô perdido, Dorothy... Eu não sei como fazer isso, não sem a Pam...

–Pois nós vamos conseguir! É só acreditar! Como disse Brian Roberto: Confiança, é a palavra. – Ela estava começando a me convencer... A Pam ficaria muito orgulhosa de todos nós!

–É, você está certa. Mas como a gente vai controlar esse furacão que se instalou nas nossas vidas?

–Simples! Eu me divido para te ajudar a cuidar do Quim e dos preparativos para a chegada do meu netinho...

–Eu assumo a Parker TV e te dou uma mãozinha na Plugar, Herval! - A Megan agiu de um modo inesperado, além de já ter voltado do passeio com o Davi, nos pegando de surpresa, aquilo fora um ato muito corajoso da parte dela... Assumir a Parker!

–E eu, plometo que não vou dar tlabalho na escola... Que vou ser o melhor aluno da sala! – Até o Quim apareceu lá me enchendo ainda mais de esperança. Mas amanhã, você me leva pla ver a mommy? – Já estava muito mais do que na hora!

–Levo. Eu tenho certeza que a sua mãe vai adorar ver você lá... Aí você escolhe a flor mais linda do jardim pra levar pra ela, tá bom? – Ele imediatamente ficou radiante! Abriu um largo sorriso e se atirou nos meus braços.

Ele ficou tão eufórico com a notícia, que deu trabalho para dormir! Mas quando consegui, andava pelo corredor para chegar ao quarto, quando esbarrei com a Megan.

–Megan, eu... Queria te agradecer... Sua mãe deve estar muito orgulhosa de você... Megan Lily é uma grande mulher! – Eu disse, agradecido e também orgulhoso da minha enteada. Ela sorriu, me abraçou espevitada e entrou em seu quarto. Eu fui para o meu, sofrer mais uma noite sem a Pamela do meu lado, mas com alguma coisa gritando dentro de mim que o dia que viria, seria especial...

No dia seguinte, Joaquim estava batendo na porta bem cedo, era manhã de sábado e o tempo estava nublado. Eu levantei, abri a porta e ele me dizia contente e impressionado:

–Olha, papai! Olha a flor que eu achei pla levar pra mommy! É linda né?

–Azul? Isso é possível?! – Megan estava logo atrás dele, e deu de ombros.

–Claro que é! Não tá vendo? Ela vai gostar, não vai, papai? – Sorri.

–Caro que vai, meu filho...


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Notas finais do capítulo

Continua...



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