Geração Pamerval - A história do início ao fim escrita por Sophie Carsifur


Capítulo 150
Capítulo 150


Notas iniciais do capítulo

AHHH MEU DEUS DO CÉU, QUE SAUDADE QUE EU TAVA DE VOCÊS!!! ♥ ♥ ♥
Não queiram me matar, sofri tanto quanto vocês, por essa demora sem fim :'(
Culpa da faculdade! Se quiserem culpar algo, culpem ela! U.u
Mas chega de drama, vamos ao que interessa! Não é porque eu ando sumida, que é pra vocês sumirem também, tá?! Apareçam!
Queria saber se cês tão curtindo as músicas-tema de cada capítulo ou se nem estão ouvindo. Aliás, a desse é She's out of my life - Michael Jackson
https://www.youtube.com/watch?v=6gODyNCqg08
Aí está mais um pouco do drama do nosso casal e não esqueça de me dizer no que acha que vai dar esse mal entendido que cês tão prestes a ler .-.
Boa leitura!



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Por Pamela:

 

Devidamente acomodada, tentei ser forte e não chorar. Algo muito grande oprimia meu coração, mas eu precisava ir embora, era até uma questão de sobrevivência! Passados alguns minutos da preparação do piloto, o jatinho começou a andar, depois a correr. A distância de Joaquim e Dorothy foi se tornando grande, imensa, até o jatinho estar no ar finalmente.

Foi aí que as lágrimas acharam que poderiam verter-me o rosto. Eu chorava com a mesma intensidade que Joaquim chorou quando soube que eu iria viajar e era incontrolável! Principalmente pelo fato de estar lembrando que precisaria passar mais de um mês longe dele. E os motivos eram tantos além desse... Eu pouco conseguia enxergar através da janela; minha visão estava turva e as muitas e muitas nuvens também não ajudavam. Fisicamente eu estava fraca, sem a menor vontade de me mexer. Só podia derramar lágrimas e evitar qualquer grunhido.

Na verdade, na verdade, eu não podia mentir para mim mesma, queria, mas não podia! Eu estava completamente arrasada pelos últimos acontecimentos... Até aquele momento ainda tentava entender de onde eu tirei coragem para assinar o divórcio. Agora era só esperar Herval assinar e estaria tudo acabado, para a minha destruição.

Fechei os olhos, enxuguei as lágrimas e respirei fundo. A gente precisa aprender a aceitar as vicissitudes da vida. Tudo que começa, acaba! E eu já deveria saber disso... Meu casamento tinha acabado e eu deveria me acostumar com a ideia. Não dava para me entregar à tristeza daquela maneira, o que Joaquim pensaria?! Eu teria que ser forte, por ele!

(...)

Ao descer do jatinho, um carro já me aguardava para me levar à antiga mansão em que morei... nunca tive coragem de me desfazer dela, seu valor se tornara puramente sentimental para mim. Íamos algumas vezes lá para passar as férias de Joaquim ou eu ia sozinha para resolver algo da Marra, durante todos esses anos. Só que em momento algum era como agora.

Quando íamos nas férias, estávamos todos juntos e felizes, quando eu ia sozinha, tinha a certeza de que quando voltasse para o Brasil, teria meu hubby and my son me esperando com os abraços mais apertados que eu já experimentei. Então é complicado imaginar os meus sentimentos ao colocar o pé dentro daquela casa novamente. Eu não teria o abraço de Herval quando voltasse e ainda por cima, além das lembranças da minha infância e até da fase adulta, do meu casamento com Jonas, ainda tinha lembranças minhas com Herval ali.

Ele quis que todas as vezes que eu fosse para aquela casa, eu não lembrasse mais de Jonas e sim dele! Logo, tratou de provocar as mais lindas e deliciosas loucuras ali. Bastou eu soltar as malas no chão que um nó se fez em minha garganta. A casa estava do mesmo jeito desde a última vez que estive nela. Katy cuidou bem dela na minha ausência. And, by the way, Katy é a pessoa que deixei cuidando da mansão por longos 8 a 9 anos... Alguém de minha inteira confiança.

— Mrs. Parker?! A senhora j-já chegou?! – Ela surgiu na minha frente antes que eu pudesse começar a chorar.

— O céu não é como a terra, Katy. Não há congestionamento de aviões nos ares... – Tentei parecer engraçada, mas ela só deu um sorriso fraco.

— Q-quer ajuda com as malas? – Questionou enquanto eu olhava envolta. As recordações vinham aos montes e em vez de sorrir pela beleza delas, sentia vontade de chorar pela saudade.

No, pode deixar que eu levo para o quarto sozinha. Não estão pesadas... Excuse me. — Peguei as malas novamente e subi as escadas o mais rápido possível para que não visse meus olhos marejados.

Optei por usar o quarto que antes era de Megan. Não teria coragem de entrar no meu, não mesmo... Coloquei as malas em cima da cama e comecei a retirar as roupas de dentro e coloca-las no guarda-roupa. Minha mente não parou um só segundo, um filme passava na minha cabeça e felizmente algumas cenas me fizeram sorrir. Daddy sempre fora um touro e nunca teve medo de nada, exceto spiders. E Megan, como sempre fora sapeca, deu-lhe um baita susto com uma aranha de mentira, quando tinha por volta dos 7 anos.

Lembrei também de mommy... Ela se foi tão cedo, mas o pouco que vivi com ela foram anos lindos! Eu queria ser como ela quando crescesse, mas eu falhei. Despertei dos pensamentos com uma batida na porta.

— Entre! – E a cabeça de Katy apareceu na porta.

— A senhora quer que eu prepare seu banho? – Sempre tão solícita; sempre tão dócil... Seus cabelos escuros e olhos claros davam um contraste de segurança ao seu rosto; eu me sentia protegida perto dela, vai ver era culpa do seu aspecto tão maternal.

Yeah... Thanks, Katy. – Sorri sinceramente e ela voltou a fechar a porta. Lembrei que precisava ligar para Dorothy e avisar que havia chegado bem e peguei o celular para fazê-lo. – Hello? Dorothy?

Hi, Darling! Como você está? Chegou bem?

— Acabei de chegar em casa, madrinha... Estou cansada, mas bem, não se preocupe. E Joaquim? Como está? – Ela deu um suspiro e respondeu:

— O Herval já veio aqui pegar ele. Está arrasado, coitado, mas vai melhorar... Principalmente se falar com você.

— M-mas.. Como? Eu tinha esperanças de que ele ainda estivesse com você.

— Ligue para o pai dele, ué! Seja adulta, Pamela, e arque com as consequências dos seus atos. Você decidiu se divorciar, mas não há motivos para não querer falar com o Herval. Afinal, vai ser a única maneira de se comunicar com o Joaquim.

But...

— Nem mas, nem meio mas! Coragem, Pamela Parker! — E eu inutilmente esperei o “Domingues”.

— Mrs.? – Katy apareceu na porta novamente. – A banheira já está pronta. – Acenei positivamente, agradeci, e garanti a Dorothy que ligaria para Herval, no entanto... A coragem não existia.

(...)

Depois do banho que me deixou 20kg mais leve – psicologicamente— voltei para o quarto, já que não dava para começar a trabalhar no mesmo dia. Já era noite! Foi quando Katy me apareceu com uma bandeja repleta de comida, dizendo que eu estava muito pálida, que precisava me alimentar direito. Eu só sorri e aceitei. Não estava em situação de rejeitar bons cuidados de ninguém, se eu estava me maltratando tanto. Algum tempo depois ela voltou para buscar a bandeja, mas eu não percebi sua presença, estava ocupada demais com os olhos vidrados na tela do celular, onde estavam escritos o nome de Herval e o número do seu celular.

— Vocês brigaram? – Dei um pequeno salto na cama pelo susto e só então percebi que ela estava sentada ao meu lado, com a bandeja no colo.

— Pior, Katy. Nos separamos... – Ela arregalou os olhos, mas logo sua expressão se tornou cumplice.

— Isso explica muita coisa... – Sussurrou. – Quer ligar, mas não tem coragem?

— Quero falar com meu filho que está com ele, mas não dá pra falar com Joaquim sem passar por Herval antes.

— E qual o problema? Não se resolve um problema fugindo dele, Mrs. Parker. É enfrentando-o!

— Me chame de só de Pamela. Não faz sentido essa formalidade toda, Katy! São mais de 7 anos...! – Ela sorriu de canto e confirmou.

— Eu vou voltar para o meu serviço, mas insisto: ligue, sem medo. — Assenti e ela se retirou. Voltei a fitar o celular e num impulso, apertei o nome dele.

A ligação chamou, chamou, chamou, e ninguém atendia. Eu estava prestes a desistir e desligar, quando uma voz se fez ouvir. Uma voz feminina e não era a da Rita. Desliguei imediatamente. Meu instinto pedia que eu atirasse o celular na parede e saísse quebrando tudo dentro do quarto, mas eu apenas fiquei estática. Nenhum movimento, nenhuma reação, apenas chocada. Eu não tinha direito de sentir ciúme. Fui eu que escolhi assim...

 

Por Herval:

Eu cheguei na mansão e Joaquim estava de malas prontas. Ele não iria ficar o tempo todo comigo, é claro que às vezes dormiria com a Dorothy também, mas precisava de bastante roupa já que em minha companhia iria sujar muitas com as brincadeiras na Plugar. Ele estava bem cabisbaixo, disse que a Pamela já tinha viajado e que iria demorar uma eternidade.

Bem, eu sabia que ela tinha viajado e fui deixado a par de que ela não demoraria tanto assim... Mesmo que eu adorasse o Quim, eu não tinha tanto jeito com ele quanto ela, afinal, mãe é mãe! Chegamos na minha casa e ele não quis comer, nem fazer a lição de casa, nada. Só pediu para ir para o quarto e eu, sem saber o que fazer, deixei. Sentei no sofá, sentindo um vazio extremo e enterrei a cara nas mãos. Ela tinha ido embora... Nem quis me dar chance de mostrar que eu podia melhorar!

Ouvi um molho de chaves ser agitado do outro lado da porta e em seguida ela se abriu.

— Ah! O senhor tá aí... E-eu fui comprar as coisas para o jantar... – Apenas assenti. Rita me disse que do jeito que eu estava, tinha que ter alguém cuidando de mim e que já que eu ia ficar com o Joaquim por um tempo, precisava de uma figura feminina para colocar a casa em ordem.

Meu orgulho de homem independente foi levemente ferido, mas eu tinha que admitir que do modo em que me encontrava, seria incapaz de fazer uma comida que preste para o meu filho. Aceitei sua sugestão de uma empregada, amiga sua por sinal, e foi ela que tinha acabado de entrar em casa.

— Tá tudo bem? – Me pergunto com ar de preocupação.

— Meu filho... Tá arrasado porque a mãe dele viajou. Mal chegou aqui e já correu para o quarto. E-e-eu não sei o que fazer...

— Vá conversar com ele...! – Sugeriu.

— Mas eu vou falar o que?! Se fosse em outros tempos, eu até saberia o que dizer, mas agora eu não estou em condições, você deve saber... – Ela sorriu sutil e maternalmente e respondeu:

— Ele só precisa da sua presença. Não de frases feitas. Basta um abraço. — E se retirou para a cozinha. Isso ficou pairando na minha mente por alguns minutos. Ela devia ter razão. Tomei coragem e fui atrás de Joaquim no quarto.

Ele estava deitado na cama, abraçado ao travesseiro e soluçava baixinho, provavelmente para que eu não escutasse. Eu encostei a porta, que fez um certo barulho e ele olhou em minha direção, assustado. Logo se ajeitou sentado e esfregou as mãos nos olhos para enxugar as lágrimas. Senti a garganta doer de início, mas sentando ao seu lado e olhando fundo em seus olhos, de um castanho bastante claro, respirei com uma espécie de alívio. Não sei definir em exato, mas mesmo triste, ele parecia feliz de estar perto de mim.

No instante seguinte, o moleque estava em meus braços. Os seus apertavam-se em volta do meu pescoço e eu tentava dosar a força para não o esmagar. Isso era um golpe muito baixo! Eu não consegui evitar que uma lágrima escorresse pelo meu rosto. Para o meu azar, no mesmo instante em que ele me soltou. O garoto me observou, sorriu angelicalmente e enxugou a maldita lágrima que eu deixei cair. Eu sorri e volta, mas desconsertadamente e ele falou algo que fez meu sorriso aumentar:

— Eu não conto a ninguém que você chorou.... Seu segredo tá bem guardado comigo. — Eu passei a mão em seus cabelos e retruquei:

— Obrigado, filho, mas não precisa ser segredo. – E sussurrei: – Nós homens também podemos chorar. — Ele então suspirou, como quem diz “uffa!

— Você e a mamãe vão mesmo se separar, né...? – Hesitei em responder. Era difícil lidar com a situação, mas precisava.

— Vamos, Joaquim... Não é algo que eu possa evitar.

— Mas... Por que?!

— Nem eu sei, meu filho... nem eu sei... Mas a gente sobrevive! Veja pelo lado positivo, pelo menos agora você tem duas casas!

— Mas vocês vão ficar brigados pra sempre? – Esse lance de duas casas sempre funciona com as crianças, mas com ele... Foi por água abaixo! Eu refleti. Ele me olhava curioso e apressado pela resposta.

— Pra sempre é muito tempo, Joaquim... – Ele sorriu. Entendeu perfeitamente o que eu quis dizer e como que mudando da água para o vinho, disse:

— Tô com fome!

— Então vamos pra cozinha, que a Margarida já deve estar preparando um jantar delicioso pra gente! – Falei levantando e virando de costas para ele para que subisse em mim.

— Quem é Margarida? – Envolveu seus braços em meu pescoço e eu segurei suas pernas começando a andar.

— Nossa empregada. Eu não sou tão bom na cozinha... prova viva disso é sua m... – Me impedi de concluir, “talvez doa”, imaginei.

— A mamãe? – Chegávamos na cozinha, quando eu confirmei com certa relutância.

— Seu Herval, ligaram pro senhor, mas como eu achei que o senhor não queria ser incomodado, eu atendi pra pessoa deixar recado, mas desligaram na minha cara...

— E tava sem nome? Você não viu quem era? – Perguntei, colocando o Quim no chão.

— Vi sim, era algum nome com P, pera, deixa eu lembrar... Paula... Poliana... Pa... Pam...

— Pamela?! – Berrou Joaquim em sobressalto.

— Isso! Pamela!

— É a mamãe, dad! Ela ligou!! Eu quero falar com ela! Liga pra ela, papai! Liga!

— Calma, Joaquim, pera, calma... – Nossas vozes se misturavam por causa da sua euforia.

— Por favor, por favor, liga pra ela! Vai, papai! Liga!

— Calma! Depois eu ligo. Você não disse que tava com fome?

— A janta ainda não tá pronta! – Disse Margarida, do fogão. Joaquim me olhou com olhos implorativos e eu não tive outra escolha, senão ligar.


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Notas finais do capítulo

Vamos às perguntas!
1. Qual sua religião?
2. Qual o seu signo?
3. Você acredita em signos?



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