Geração Pamerval - A história do início ao fim escrita por Sophie Carsifur


Capítulo 135
Capítulo 135


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ^^



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Por Herval:

Eu deveria ir parar num mosteiro! Porque eu sinceramente não sei como consegui controlar meu punho quando vi Pamela agarrada ao Ernesto! Minha vontade foi de quebrar dente por dente daquele cara, mas não ia armar escândalo no meio de uma festa enorme! Pelo menos essa noção eu ainda tinha.

Fui obrigado a arrastar a Pam daquele lugar e juro que daria um dedo para saber o que ela falava no ouvido dele; porque eu pude até ver o idiota se arrepiando repugnantemente. Ou Pamela faz de propósito, ou não tem a menor noção do que faz com os homens! Mas infelizmente eu acredito que seja a primeira opção.

– Essa pergunta é idiota, Herval! – Pamela disse após eu lhe perguntar se existia alguma chance de eu perde-la para o Ernesto.

– Se é idiota, você não vai ter problema em responder.

– Ao contrário! Eu me recuso a responder que é para me poupar de mais raiva! Por que essa desconfiança idiota?! – Falou se soltando e caminhando para o banheiro.

– Pamela, volta aqui! A discussão não acaba aqui!

Vá mandar na sua vovozinha! – E ela mal conseguia se manter em pé e tão bêbada.

Me joguei na cama, a fim de esfriar a cabeça para conversar com ela quando saísse do banho e coloquei as mãos no rosto, respirando fundo. Mas tudo o que me vinha à cabeça era a cena da festa. Se não fosse tão ridículo, eu teria espancado o Ernesto! Eu simplesmente não sabia o que fazer com esse ciúme... é algo que a gente não controla e quando vê, já está brigando feito doido! São os instintos.

– Será que agora a gente pode conversar? – Perguntei ainda com as mãos no rosto, só sabendo que ela retornou ao quarto pelo barulho de alguma coisa se quebrando, que ela provavelmente havia derrubado. – Sem brigar, por favor, que eu já tô cansado. – Disse me levantando e finalmente olhando para ela enrolada num roupão com um olhar meio que de criança que acabou de fazer besteira.

– Achei que já tínhamos dado esse assunto por encerrado! – Disse, impaciente.

– O que você estava falando para o Ernesto quando eu cheguei, Pamela?

Oh Lord... você não cansa não? – Me mantive firme. Ela revirou os olhos. – Absolutamente nada de importante! Eu estava fazendo uma brincadeira com os personagens de Galáxia Andrômeda, okay?! Só isso!

– Tem certeza?

– Até parece que você quer que haja mais alguma coisa! Eu não falei “eu te amo” para o Ernesto, se você quer saber. É só pra você que eu repito isso milhares de vezes... eu não tenho uma gotinha de vontade de beijá-lo, porque é só na sua boca que eu penso! Eu não penso em ficar assim para ele... – Desamarrou o roupão, ficando nua na minha frente e por mais magoado que eu estivesse, era inevitável percorrer todo seu corpo com os olhos. – ...porque é só você que eu quero! Mas parece que você nunca vai entender isso, não é? Você vai sempre desconfiar de tudo! Eu posso dar a prova que for, mas a desconfiança vai continuar te rondando... – Parecia que agora ela que estava magoada e voltou a amarrar o roupão. – Agora se me dá licença, eu vou me trocar...

Tá aí! Me deixou culpado, mas ainda assim a irritabilidade em relação ao Ernesto não passou. Quem foi tomar um banho em seguida, fui eu, passando uns bons minutos lá para esfriar a cabeça, quando voltei para o quarto, a encontrei dormindo.

Pamela tinha colocado uma camisola rosa de cetim, dormia de lado com as mãos embaixo do rosto e havia esquecido de se cobrir. Eu já não estava me sentindo muito bem com aquela situação que eu mesmo criei... deitei ao seu lado lhe observando por inteiro. Deixei que minha mão lhe tocasse os cabelos e ela se mexeu, encolhendo-se mais na cama. Um sorriso leve me tomou e então eu lhe cobri lhe deixando um beijo no ombro.

– Me desculpa, Pam... – E desliguei o abajur, me virando para o meu lado.

(...)

No dia seguinte, quis abraça-la ao acordar, mas ela já não estava na cama. Dorothy me disse que ela havia ido buscar o Joaquim na casa o amiguinho dele, e que o levaria para algum tipo de passeio. Não fiz mais perguntas. Só me arrumei e fui para a Plugar.

– Que cara é essa, Herval? – Rita me perguntou, ao entrar no meu escritório e me ver brincando um uma caneta, totalmente desanimado.

– Pisei na bola, Rita...

– Eu vi. – Falou, sentando-se na cadeira a frente da minha mesa. – Eu estava na festa ontem e vi o quase show que você deu por causa do Ernesto. – Isso só me deixou ainda pior. – Mas a Pamela vai entender...

– Isso não é de agora, Rita. Ela já deve estar de saco cheio...

– É a crise dos sete anos! – Disse se levantando e dando a volta na cadeira.

– Que?

– Vocês não estão casados há sete anos?

– Estamos...

– É que dizem que todo casal passa por uma crise no sétimo ano juntos. Se vencerem a crise, é provável que o casamento dure a vida toda.

– E se não vencer? – Ela fez uma careta e deu de ombros, se retirando do escritório, como se eu tivesse que dar a resposta, que por sinal, era óbvia. Joguei a caneta em cima da mesa e o meu corpo para o encosto da cadeira, colocando as mãos na cabeça.

Horas depois, quando o sol se punha, eu fechava a Plugar e voltava para casa, tentando achar uma maneira de fazer a Pam me desculpar pelo vexame. Mas tudo aquilo era culpa do Ernesto! Chegando em casa, Dorothy falou que ela estava brincando com o Quim no quarto dele e foi para lá que eu fui, mas assim que eu cheguei na porta, o sorriso de mãe boba que havia no rosto dela, se desfez.

– Papai!! – Joaquim se levantou da cama e correu para me abraçar.

– E aí, garotão!

– Você não vai acreditar no que eu e a mamãe fizemos hoje! – Disse empolgado e pôs-se a contar tudo.

Enquanto eu estava mais interessado em olhar para Pamela que também se erguia da cama, guardando os brinquedos e ao final, pôs uma mecha de cabelo para trás da orelha. Me olhou rapidamente, mas preferiu mirar o chão. Passou a mão nas costas do Quim, em meus braços e saiu do quarto.

– Ah, q-que legal, meu filho! Muito legal esse passeio... – Fingi ter ouvido tudo e o coloquei no chão. – Tomou banho depois que voltou? – Ele nega. – Então já para o banheiro, mocinho! Quando terminar, chama a Dorothy para te ajudar, ok?

– Eu não preciso mais de ajuda para me vestir, papai! – Eu só sorri e confirmei. Ia atrás de Pamela no quarto, mas ela já saía dele de novo e ia para a sala conversar com Dorothy.

(...)

E por um longo mês Pamela me evitou.

Ficava até tarde trabalhando, arrumando o que fazer na Marra ou na Parker só para não ter que me encontrar e quando nos encontrávamos no quarto, ela desejava apenas “boa noite” e virava para dormir. Se ela estava tentando me castigar, estava conseguindo porque eu passei a me sentir péssimo com meu ciúme.

Mas isso não quer dizer que ele passou... infelizmente. Já que o tempo que a Pam ficava na Marra aumentou, ela com certeza estava cada vez mais próxima do Ernesto. E cada dia mais longe de mim. Isso me deixava irritadíssimo! Passei a temer que aquele lance da crise os sete anos fosse verdade e que nós não estivéssemos conseguindo vence-la.

– Bom dia, família! Bom dia, meu amor... – Arrisquei, chegado à mesa do café da manhã, certo dia, mas no instante em que eu fui lhe dar um beijo, ela se levantou da mesa, com o celular no ouvido.

Yeah, Ernesto! Eu acho que você deveria arriscar nisso! – Caminhou em direção ao quarto, provavelmente para pegar sua bolsa para voltar ao trabalho. – É uma ideia bastante boa, então nós podemos tentar colocar no próximo lote de vendas e...

– Pamela, eu preciso falar com você. – Falei, entrando no quarto também e segurando seu braço suavemente, só para pará-la. Pamela virou, olhou minha mão em seu braço e depois para os meus olhos.

– O-oh, Ernesto... daqui a pouco a gente se fala, okay? – E ela finalmente ia dar um espacinho para mim.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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