Olá querida,

Essa semana temos conversado bastante, não é? Talvez porque seja uma daquelas em que penso exaustivamente em você!Conversei com o Matheus hoje,sobre você. Está se tornando, novamente, cada vez maior a sua frequência nos meus pensamentos. 

É enorme meu amor por você! Tenho inventado desculpas mil para iniciar uma conversa, e outras mil mais absurdas para evitar.

Pensei em contar a minha mais recente conquista, e ressaltar que em uma certa porcentagem, como tudo o mais, você foi responsável. Depois em perguntar se ainda está namorando e, se não, se me beijaria! Logicamente, como disse antes, seria apenas um beijo, e eu não abriria mão do meu namoro atual, seria tão egoísta ao ponto de simplesmente desejar apenas a sua boca novamente sobre a minha.

Creio que em algum dia desta semana eu tenha sonhado com você, o que acarretou em todas estas últimas cartas, ou talvez não. Acho que a culpa foi de sábado, quando fiquei sem energia em casa e tenha decidido passar a minha insônia relendo os diários velhos à luz de uma vela. Insônia esta que só enfrento porque esqueci o que é dormir há sete anos quando um dia acordei com a imagem do seu semblante gravada nas pálpebras e então toda vez em que há um conflito: puff! O sono foge.

Enquanto lhe escrevo escuto uma seleção de músicas no youtube da Nana Caymmi, Marisa Monte, Frejat, entre outros, em que todas as músicas fazem referência ao exato sentimento que tenho por você: uma saudade do amor, um egoísmo de ter novamente ao lado, uma vontade louca de jogar tudo para o alto, construir uma máquina do tempo e dizer à mim mesma, de sete anos atrás, entre risos: "Sinto muito, isso é só o começo da trilha, e é a melhor parte!"

De certa forma, hoje eu desejo sonhar com você, quem sabe para entender o que tem tentado me dizer nas últimas vezes! Ou talvez, como naquele agosto, você vá reaparecer magicamente na minha vida! É estranho pensar em qualquer teoria que explique isso, a mais provável, porém menos aceitável ( neste meu momento sem ligação a nenhuma doutrina religiosa) é a de que sejamos almas afins, que em um plano superior estamos interligadas por um laço maior que a humanidade, mas que nesta encarnação nossos planos e missões são diferentes e não ficaremos nunca juntas, nos encontramos por acidente, como naquele filme, Um Conto do Destino, e reconhecemos o amor eterno que nos envolve. Não é doloroso, nem tão taxativo pensar desta forma, uma vez que há relatos de outros casos assim na literatura espírita. Mas, como eu disse, é apenas uma hipótese, que é completamente jogada por terra diante de duas afirmações (um pouco contraditórias):
1ª - Eu não creio mais no espiritismo, há tanto tempo que só recentemente me dei conta disto.
2ª - Já sonhei uma vez com a pessoa que era literalmente o amor da minha existência. Nunca vi essa pessoa em vida, mas no sonho, como descrevi há algumas cartas, era um desconhecido que me beijava ardentemente, diferente de tudo o que já me aconteceu. 

Então, de acordo com a segunda opção, talvez você possa pensar que esta seja a sua forma espiritual, mas já pensei nisso também: não é! O que me resta é a resignação de que eu jamais saberei a verdade, como o Matheus disse, pois há coisas na vida que apenas sentimos, e eu tenho só duas certezas:
1ª - Eu te amo infinitamente!
2ª - Apesar disso, jamais nos uniremos de forma alguma, seria completamente desastroso, como foi em todas as vezes que tentamos, mas não só por isso, pois se não houvesse certeza no fato de que não estamos destinadas a ficar juntas ( ainda que o destino não seja algo em que eu acredite completamente) , eu tentaria todos os dias fazer dar certo.