Conhecendo o passado escrita por Miss Red Fox


Capítulo 2
Capítulo 1 “Palavras não ditas”


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem >.



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A maçaneta da porta girou, porém a porta não se abriu.

A garota olhou para a porta e sorriu maliciosamente, pois ela sabia que sua mãe não ficaria nada satisfeita.

– SUSAN! Abre já essa porta! – gritou Sra. Baker, enquanto distribuía soquinhos na porta.

– Pra quê? – gritou Susan em reposta.

Susan estava certa! Que motivos tinham para abrir a porta? Com certeza sua mãe viria pressionando para sair de casa “Por que você fica aí o dia todo?” “Saí daí menina!” “Olha o dia que está lá fora filha” Susan imitou mentalmente a voz da mãe. “E daí que tinha um dia lá fora?” “Fala aê o que tem de interessante para fazer do lado de fora?” “Não precisa nem responder!” Para Susan nada lá fora a interessava, e ela preferia ficar em seu quarto ouvindo Rolling Stones, o que tinha de mal nisso? E ela tinha decidido, não sairia dali nem que a paga - se!

– Filha... Abre essa porta... Eu só quero conversar. – sussurrou Maggie do outro lado.

– Eu sei que você “só quer conversar” é justamente por isso que eu não quero abrir.

– Susan Baker, eu sou sua mãe e eu quero que você abra essa porta já!

Súh suspirou profundamente.

– AGORA!

–Tá, tá, eu já vou abrir essa maldita porta!

Susan se levantou pegou a chave que guardava na gaveta de sua escrivaninha, abriu a porta e deu de cara com uma Sra. Baker de braços cruzados muito aborrecida. Súh conhecia bem aquele rosto, era o rosto de mãe preocupada.

– Mãe... – a garota começou a se defender.

Maggie tinha os olhos profundamente azuis e os cabelos louros que estavam presos em um rabo de cavalo.

– Filha... – Sr.ª Baker imitou a filha sorrindo.

– Nem vem, eu já conheço o seu discurso de cor.

– Posso? – Maggie fez um gesto com as mãos em direção ao interior do quarto.

Súh revirou os olhos e assentiu com a cabeça, Enquanto Maggie entrava no quarto.

– Filha, desde que a férias começaram você não saiu desse covil...

– MÃE! – repreendeu Susan cruzando os braços.

– Mas é verdade, e olha que só começaram há uma semana!

– Mãe... eu só... não gosto de sair, prefiro ficar na minha...

– Eu sei Súh, mas você é jovem precisa sair, conhecer lugares, ver pessoas. – explicou calmamente a Sra. Baker enquanto se sentava na cama.

– Eu sei exatamente onde você quer chegar! Eu me sinto melhor aqui...

– Longe de tudo? – questionou Maggie.

– É! Longe de tudo! - respondeu Súh de mau humor se sentando na cama ao lado da mãe.

– Meu amor, há muito mais o que viver além do seu quarto, você precisa conhecer o mundo, saber das coisas, ter amigos...

– Mais que persistência em “ter amigos”! Eu sou feliz assim! – se levantou Súh.

Agora ela estava pegando em seu ponto fraco, “ter amigos”, Susan sinceramente nunca teve pessoas que pudesse chamar de “amigos”. Apesar de ter uma “família”, nunca teve algo que pudesse chamar de seu. Sempre foi só, só ela, ela por si, e não pretendia mudar isso.

– É? -Perguntou Maggie com um grande sorriso - Pense nisso meu anjo.

Deu um beijinho na testa da filha e foi em direção à porta , parou, olhou para porta e se virou para Susan.

– Eu quero você no jantar hoje à noite conosco.

Susan respirou fundo novamente. Odiava jantarzinho em família, ainda mais quando seu padrasto era um idiota engravatado, que pensava que sabia das coisas.

– E nem adianta Súh! Não aceito não como resposta. E... - Sra. Baker olhou a filha de cima em baixo - ...vê se coloca uma roupa decente, não quero jantar com você de pijama.

– E quem disse que pijamas não são roupas decentes?

–Susan... – repreendeu Sra. Baker.

– Tá.

–Susan...

–Tá! Eu não vou de pijama.

–Melhor assim.

Maggie saiu fechando a porta.

– Merda! – bufou a garota enquanto desabava na cama.

Susan pensou que deixando Maggie entrar não precisaria descer e olhar para a cara do Thomas, pelo visto ela se enganou, Sra. Baker anda ficando cada vez mais esperta Susan teria que tomar mais cuidado na próxima vez.

Susan levantou se e abriu o guarda roupa.

– O que tem de errado com os meus pijamas?

Pegou seu jeans, uma blusinha preta de alcinhas, seu all stars preto, é ela realmente gosta de preto. Trocou se e saiu em direção ao corredor, desceu as escadas, passou pela sala e foi até a cozinha. Para sua sorte Thomas não estava.

Maggie se encontrava sobre a pia, terminando de preparar as batatas, quando percebeu presença de Susan olhou para ela e sorriu.

– Fico feliz que tenha vindo. – Maggie disse ainda sorrindo.

Susan não gosta muito de socialização, mais ver sua mãe sorrindo daquele jeito valia a pena.

– Não vai se acostumando. – respondeu Susan séria.

– Súh, não adianta fazer essa cara, comigo não funciona.

E o pior é que ela estava certa, sempre que a filha ficava séria ou fuzilava alguém com os olhos, as pessoas se intimidavam, mas com Maggie nunca funcionava, sempre sabia quando Susan não estava realmente brava.

Susan sorriu sem graça.

– Precisa de ajuda? – perguntou tentando demonstrar força de vontade.

– Adoraria, mais infelizmente eu já acabei. – respondeu Maggie pegando os pratos no armário.

As mãos de Maggie estavam tremendo, o que indicava ansiedade, era assim que sua mãe ficava sempre que tinha crises de ansiedade, crises que por sinal, Susan conhecia muito bem.

Antes que os pratos que estavam nas mãos de Maggie espatifassem no chão, Susan os pegou e colocou-os sobre a mesa.

– Obrigada. – sussurrou Sra. Baker.

– Cadê o Thomas? – perguntou Susan enquanto se sentava à mesa

– Não sei. Tom já devia ter chegado. – respondeu Maggie enquanto se sentava à mesa com a filha.

Começaram a jantar sem o Thomas, para a felicidade de Susan, porém ela se esvaiu 15 minutos depois, quando a porta da sala se abriu e dela apontou o Tom com sua cara torta.

Thomas era baixo, de cabelos castanhos e olhos da mesma cor, tinha uma cara torta com se tive levado um soco, ele estava como sempre, com suas roupas sociais, porém, hoje elas estavam mais amassadas do que o normal.

– Me atrasei. Estava em uma reunião de última hora. – disse Tom enquanto se sentava à mesa.

– Mentiroso. – sussurrou Susan.

Susan sabia que Thomas estava mentindo, não sabia explicar como, mais sabia, ele olhava toda hora para os lados, piscava freneticamente, e quando Susan olhou dentro dos seus olhos, teve a nítida impressão de ver um vislumbre de Tom beijando uma mulher de cabelos castanhos, que definitivamente não era sua mãe. Só podia ser coisa da cabeça Susan.

– Cala boca pirralha. – Sr. Baker irritado.

– Cala boca você, seu mentiroso, filha duma...

– SUSAN! – reprendeu Maggie.

– Quê??? – agora Susan estava fuzilando Thomas com o seu olhar, se Maggie não estivesse ali, com certeza a situação estaria pior.

– Olha como fala com o seu pai. – reprendeu novamente a Sra. Baker.

– Ele não é o meu pai./ Ela não é minha filha – Tom e Susan responderam em uma só voz.

Era apenas nisso em que Sr. Baker e Susan combinavam, odiavam pensar que poderiam ter qualquer vínculo de sangue um com outro.

– Será possível, que vocês dois não conseguem ficar no mesmo cômodo sem brigarem um minuto se quer? – esbravejou Maggie.

O silêncio se estabeleceu na sala, o máximo que era possível ouvir além da respiração, era os soar dos talheres nos pratos, ninguém se atreveu a falar, até no presente momento em que Susan resolveu quebrar a clima de tensão, mal sabia que iria piorar a situação.

– Me passa o ketchup. – se dirigiu a Maggie.

– Qual é a palavra mágica? – perguntou Thomas com ironia.

– Não se mete! – respondeu Susan “sorrindo”.

Maggie passou o Ketchup para a filha.

– Obrigada.

Sra. Baker fitou os braços da filha e percebeu que algo estava errado.

– Posso saber o que são esses cortes que estão no seu braço mocinha? - pergunto ela desconfiada.

Agora Susan tinha acabado de perceber o mau que fizera em ter colocado uma camiseta de manga curta, olhou para os seus braços e reparou que as cicatrizes da noite anterior estavam bem marcadas em sua pele.

– Não é nada mãe. – respondeu a garota engolindo em seco, enquanto escondia os braços em baixo da mesa.

– Susan, você acha mesmo que vai me enganar assim? Olhe para os seus braços meu anjo, estão cheios de cicatrizes, o que combinamos? Você me prometeu que não ia mais se cortar! – Maggie estava realmente aborrecida.

Nesse exato momento Thomas deu uma risadinha irônica, o que fez Susan querer atirar a mesa em sua cabeça. O que “infelizmente” não fez.

– Mãe, eu não faço por mau... é que... é que me alivia.

– Te alivia sentir dor? – perguntou a Mãe confusa.

– Sim... me alivia sentir... sentir dor. – respondeu Súh envergonhada.

– Eu sei qual é o seu problema, você também sabe Maggie... – falou Thomas rindo abertamente.

– Tom, por favor... – cortou Maggie.

– Filha, a sua escola me mandou uma carta hoje. – falou Maggie tentando mudar de assunto.

– Car... carta? – droga Susan tinha gaguejado!

Susan empalideceu, será que a carta estava escrito o que ela tanto temia? E se sim, o que seria de dela, sua mãe iria lhe achar uma aberração? Teria medo de Susan? Sua cabeça se encheu de duvidas.


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Notas finais do capítulo

Gostaram comentem *-~
Kissus!!!



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