Kakashi abriu os olhos. Estava deitado numa cama improvisada no chão de um quarto desconhecido. “Então eu usei muito o Sharingan...”

— Está tudo bem, sensei? – perguntou uma mulher desconhecida de cabelos pretos, que vestia roupas simples.

— Sim. – ele se sentou – Só não vou poder me mover por uma semana.

— Então você devia continuar aqui por um tempo.

— É. – ele se deitou novamente.

Nesse momento, Sasuke, Sakura, Naruto e Tazuna entraram no quarto.

— Ele acordou! – exclamou Naruto.

— O Sharingan é incrível, mas é muito estresse para o corpo. – comentou Sakura – Acho melhor pensar bem antes de usá-lo de novo.

— Desculpe. – disse Kakashi.

— Demo, nós derrotamos aquele ninja forte dessa vez! – exclamou Tazuna – Devemos estar a salvo por um tempo!

— Acho que sim. Cadê a Kaori?

— Dormindo ainda, mas está bem. – respondeu Sasuke.

— Mudando de assunto, quem era aquela criança mascarada? – perguntou Sakura.

— Aquela máscara é do esquadrão assassino da Névoa, um time especial de caçadores ninjas. – respondeu Kakashi – Também conhecidos como apagadores de corpos, a tarefa deles é desaparecer com o corpo sem nenhuma pista.

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Zabuza ainda estava inconsciente. Haku o colocou no chão e abriu sua frasqueira de ferramentas.

— Primeiro, vou cortar a boca e drenar um pouco de sangue... – disse, pegando uma tesoura e se aproximando da boca enfaixada de Zabuza. Porém, ele segurou a mão de Haku e abaixou a faixa:

— Deixa que eu mesmo faço isso.

— Ah, você já voltou à vida.

Zabuza se sentou e removeu as agulhas:

— Merda, você é mesmo muito chato!

— Zabuza-san, você não devia ser tão duro consigo, ia morrer lutando daquele jeito.

— Hum. Por quanto tempo você vai ficar usando essa máscara?

— Isso me trás lembranças... – Haku tirou a máscara – Sem falar que foi muito útil. Se eu não o tivesse salvo assim, você estaria morto.

— Não precisava ter usado os pontos de acupuntura no meu pescoço. Você é precipitado, como sempre.

— Precisei ser. Eu apenas não queria machucar seu belo corpo, Zabuza-san. E o pescoço não tem muito músculo, então é mais fácil de acertar os pontos de acupuntura. Você ficará incapaz de mover-se por uma semana. Mas no estado em que você está, deverá estar de volta rapidamente.

— Você é tão puro e inteligente... Isso é o que eu gosto em você.

Haku sorriu, ficando vermelho.

— É porque eu sou apenas uma criança. – ele ficou em pé – A névoa está clareando.

— É.

— Na próxima, você estará bem?

— Na próxima, eu serei capaz de derrotar o Sharingan.

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— Se bem que... Os apagadores costumam se livrar o corpo dos ninjas no mesmo lugar onde os mataram. O que me faz pensar... O que aquele garoto fez com o corpo do Zabuza? – perguntou Kakashi.

— Nós não sabemos dizer, ele o levou embora. – respondeu Sakura.

— Exato. Se ele precisava de uma prova que o tinha matado, podia levar apenas a cabeça. E a arma que usou para matar o Zabuza...

— Simples agulhas. – falou Sasuke – Não pode ser!

— Sim, certamente “não pode ser”. – concordou Kakashi.

— Do que vocês estão falando? – perguntou Tazuna.

— É muito provável... Que o Zabuza ainda esteja vivo. – explicou Kakashi. Tazuna, Sakura e Naruto gritaram, incrédulos.

— Que diabos você quer dizer? – perguntou Naruto.

— Kakashi-sensei, você viu e disse que ele estava morto! – alegou Sakura.

— É, eu disse... Mas aquilo provavelmente foi apenas um estado de morte temporário. Aquelas agulhas que o caçador usava se chamam senbon. Há uma pequena chance de se matar o oponente. É um item usado até por médicos acupunturistas. Os caçadores tem um grande conhecimento sobre anatomia. Colocar uma pessoa em baixo metabolismo deve ser fácil para eles. Primeiro, ele levou o corpo de Zabuza, que era bem pesado. Segundo, ele usou uma arma com baixa probabilidade de morte. Esses dois pontos indicam a intenção de salvar Zabuza, não de matá-lo.

— Você não tá pensando demais? – perguntou Tazuna.

— Ie. Com toda essa suspeita, nós temos que nos preparar antes que seja tarde demais. Essa é a lei shinobi.

— Mas você mal pode se mover. – disse Sakura.

— Eu vou treinar vocês, assim que a Kaori acordar.

— Chotto, matte yo! O que um simples treinamento irá fazer? Nosso inimigo deu trabalho até mesmo para você!

— Vocês garotos estão crescendo rápido. Principalmente você Naruto, foi o que mais melhorou!

— Então você finalmente percebeu, Kakashi-sensei! Isso vai ser muito divertido! – exclamou Naruto.

— Yosh, eu preciso descansar. Descansem também, ok?

— Hai. – disseram os três e saíram junto com Tazuna e Tsunami.  

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Kaori abriu os olhos sonolenta e se mexeu na cama improvisada no chão.  Seu corpo doeu com o movimento. Então, uma das portas que havia no quarto se abriu, liberando uma cortina de fumaça, e Sasuke saiu do banheiro usando apenas seu short de sempre e esfregando o cabelo com uma toalha.

— Você acordou. Tá bem?

— Defina bem. – ela sorriu e ficou de joelhos – Vem cá, deixa eu pentear seu cabelo.

Sasuke assentiu e se sentou na frente de Kaori, que pegou uma escova em sua mochila e começou a pentear o cabelo dele.

— O que aconteceu, afinal?

— Depois do meu truque com o Naruto, você forçou o Zabuza a soltar o jutsu, e depois que soltamos o Kakashi-sensei, ele usou o Sharingan pra copiar os movimentos do Zabuza, foi assustador. Como ele consegue usar o Sharingan, afinal? Achei que era uma Kekkei Genkai do nosso clã.

— Bom, o que eu sei sobre o Kakashi, é que o Sharingan dele foi transplantado de um companheiro, provavelmente do clã Uchiha. Por isso é só num olho e tem aquela cicatriz.

— Entendo. Bom, quando ele estava prestes a matar o Zabuza, um garoto mascarado apareceu o matou no lugar do Kakashi-sensei. Quer dizer, pensamos que ele tivesse matado, mas depois que analisamos a situação, concluímos que o Zabuza na verdade foi salvo e provavelmente ainda está vivo.

— Kuso. E onde estamos agora?

— Na casa do Tazuna-san. O Kakashi-sensei desmaiou por usar demais o Sharingan e vai ter que ficar sem lutar por uma semana, mas quer nos treinar assim que você estiver melhor. Você tá melhor?

— Só um pouco dolorida. – ela largou a escova e se sentou ao lado dele – Me lembre de nunca mais usar tanto chakra.

— Você devia tomar mais cuidado. – ele começou a enrolar a franja dela, como fazia quando eram crianças – É a única que me resta, não sei o que eu faria se perdesse você.

— Sasuke. – ela olhou para ele, preocupada – Eu também não sei o que faria se perdesse você.

— Bem, se você está melhor, vamos indo. – ele se levantou e ofereceu a mão para ela se levantar. Kaori aceitou. Sasuke vestiu o resto de suas roupas e os dois foram para a cozinha. Naruto, Sakura, Tazuna e Tsunami estavam lá.

— Kaori-chan! – exclamou Naruto.

— Você tá bem? – perguntou Sakura.

— Pronta para o treinamento.

— Com certeza não. – disse uma voz atrás de Kaori. Ela se virou e se deparou com um garotinho de macacão e chapéu de pescador.

— Quem é você? – perguntou Naruto.

— Oh, Inari, onde você estava? – perguntou Tazuna.

— Okaeri, ojii-san! – exclamou Inari, abraçando seu avô.

— Inari, diga oi para eles! Esses são os ninjas que protegeram o seu ojii-san! – disse a mãe de Tsunami.

— Tá tudo bem, certo, Inari? – perguntou Tazuna.

Inari olhou para os ninjas que estavam na sala.

— Okaa-san, eles vão todos morrer. Não tem como vencerem o Gatou.

— O que você disse, seu pirralho? – gritou Naruto – Escuta aqui, eu sou um super-herói que um dia vai se tornar Hokage! Não conheço esse tal de Gatou, mas ele não é nada comparado a mim!

— Herói? O que você é, estúpido? – perguntou Inari – Não vem com essa. Se você não quer morrer, é melhor sair daqui.

— Onde você vai, Inari? – perguntou Tazuna.

— Vou olhar o oceano do meu quarto. – ele saiu da sala.

— Me desculpem por ele. – pediu Tazuna.

Naruto se levantou e o seguiu escada acima. Parou na porta do quarto de Inari ao perceber que o garoto estava chorando. Inari segurava um porta-retrato com a foto de seu pai.

— Tou-chan – ele murmurou.

Naruto desviou o olhar e foi embora.

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Bom, hoje nós iremos começar nosso treinamento. – dise Kakashi, na manhã seguinte. Ele e os alunos estavam numa floresta próxima à casa de Tazuna. – Mas, antes, quero falar sobre chakra. – ele olhou diretamente para Kaori.

— Por que agora? – perguntou Sasuke.

— Ah, mas eu já sei sobre chakra! – exclamou Naruto.

— O Naruto está certo, já sabemos usar jutsus. – disse Kaori.

— Sim, mas vocês não estão usando o chakra corretamente.

— Nani? – perguntou Naruto.

— Bom, escutem. Soltar o chakra quer dizer trazer a energia física e espiritual e misturá-las junto com o corpo. E baseado no que o jutsu usa, a quantidade e o tipo de chakra que será liberado será diferente. Vocês ainda não estão usando o chakra de forma eficiente. Mesmo podendo liberar uma grande quantidade de chakra, ao menos que você o controle corretamente, o jutsu será enfraquecido, fazendo com que você desperdice energia, então você não será capaz de lutar por muito tempo.

— Então, o que devemos fazer? – perguntou Naruto.

— Aprender a controlá-lo. É um treinamento muito duro, até a própria vida entra em risco.

— Então, o que iremos fazer? – perguntou Kaori.

— Subir em árvores.

— SUBIR EM ÁRVORES? – assustaram-se os quatro.

— Isso mesmo. Não vão usar nenhuma forma normal para subir. Vocês terão que escalar sem usar as mãos.

— Ah, é? E como vamos fazer isso? – perguntou Sakura.

— Bom, vejam. - Kakashi fez um in com as mãos e caminhou com a ajuda de muletas até uma árvore. Depois, colocou seu pé no tronco, que pareceu se juntar a ele. Em seguida, começou a caminhar tronco acima, como se estivesse andando no chão. Parou de ponta cabeça quando alcançou o primeiro galho. – Desse jeito. Concentrem o chakra nas solas de seus pés e junte-os com a árvore. Isso é algo que se pode fazer depois de usar bem o chakra.

— Chotto, matte! – exclamou Sakura – Como subir em árvores desse jeito vai nos deixar mais fortes?

— Esta é a questão. O Objetivo desse treinamento é ensinar a controlar e determinar a quantidade certa de chakra em uma certa área do corpo. Isso pode ser difícil até para um ninja habilidoso. A quantidade de chakra necessária para escalar uma árvore desse jeito é pequena, mas tem que ser precisa. Dizem que a sola do pé é a área mais difícil de se acumular chakra. Então, se conseguirem fazer isso sem dificuldades, teoricamente. Segundo, isso é para vocês aprenderem a controlar a quantidade de chakra que será liberado. Um ninja normalmente estará acumulando seu chakra durante a batalha. Nesse tipo de situação, é muito mais difícil controlá-lo. Bom, ficar falando o dia todo não vai levar a nada. Isso é algo que vocês terão que aprender a fazer. – Kakashi arremessou uma kunai para cada um – Usem as kunais para marcar o ponto mais alto que conseguirem alcançar e depois tentem ultrapassá-lo. Entenderam?

Naruto pegou a kunai no chão.

— Isso não é nada pra mim! Posso fazer isso antes do café da manhã, pois sou “o que mais melhorou”!

— Chega de falar, escolham uma árvore e escalem.

Sakura, Sasuke e Kaori também pegaram as kunais e todos fizeram o in com suas mãos.

Os quatro correram cada um para uma árvore. Naruto deu uns três passos, riscou a árvore e caiu. Sasuke subiu bem alto, mas seu pé afundou na árvore, então ele a riscou e caiu. Kaori foi mais ou menos até a metade da altura que Sasuke subiu, riscou a árvore e caiu.

“Nunca pensei que seria tão difícil controlar o chakra em uma pequena área.”, pensou Sasuke “Coloquei chakra demais e a madeira quebrou. E se abaixar muito a quantidade, eu também não vou conseguir.” ele olhou para Naruto, que estava caído no chão com a mão na cabeça e Kaori, que havia caído perfeitamente e observava a árvore, determinada.

— Isso é muito fácil! – exclamou Sakura. Sasuke, Naruto, Kaori e Kakashi olharam para cima e perceberam que Sakura estava sentada num galho a pelo menos dez metros do chão, rindo.

— É, parece que quem está controlando melhor o chakra até agora é a Sakura. – concluiu Kakashi.

— Você é incrível, Sakura-chan! – exclamou Naruto – Essa é a garota em quem eu acredito!

— Kuso... – resmungou Sasuke.

— Suponho que até agora a Sakura é a que está mais perto de se tornar um Hokage! Acho que o clã Uchiha também não tá com tudo isso, em?

Kaori, Sasuke e Naruto se entreolharam.

“Mas, com certeza esses três... Tem uma quantidade impressionante de chakra dentro deles.” pensou Kakashi “Se o treinamento continuar assim, eles poderão se tornar muito poderosos.”

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Zabuza estava deitado numa cama, Haku estava sentado numa cadeira ao seu lado. De repente, a porta abriu e Gatou entrou com dois comparsas.

— Então você foi derrotado. Assim parece que os ninjas da aldeia da névoa são patéticos. Você se diz o próprio demônio e não consegue nem vingar seus homens? Não me faça rir. - Zabuza não respondeu. Haku ficou em pé. Os guardas se preparam para proteger Gatou – Esperem. – ele andou até Zabuza – Não precisa ficar aí quieto. Por que não diz alguma coisa? – ele esticou sua mão para tocá-lo, mas Haku a segurou.

— Não toque no Zabuza-san com essas mãos sujas!

— Ah! Vai quebrar! – gritou Gatou, sentindo a dor em seu braço.

Os guardas partiram para cima de Haku, mas ele segurou as duas espadas ao mesmo tempo num único movimento e disse:

— Vocês não deviam fazer isso. Eu não to muito legal agora! – ele jogou as espadas dos guardas no chão.

— Mais uma chance. – alertou Gatou – Se você falhar mais uma vez, não será mais bem-vindo aqui. Entendeu? Vamos nessa. – ele foi embora com seus comparsas.

— Haku, você não precisava...

— Eu sei. Mas é muito cedo para matar o Gatou. Se fizermos isso agora, eles virão atrás de nós novamente. Devemos ser pacientes.

— É, tem razão.

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Os garotos já estavam treinando há quatro horas, não haviam tomado café nem almoçado. Sakura ainda era a única que havia dominado o controle de chakra, então ela havia ido embora. Sasuke estava arfando, Naruto tinha enormes galos na cabeça e Kaori estava sentada com as costas apoiadas numa árvore.

“Kuso.”, ­pensou Kaori “Não estou chegando a lugar nenhum!” ela olhou para suas marcações na árvore “Não importa o quanto eu tente, não consigo controlar mais que isso! “, ela olhou para as marcações de Sasuke, que estavam consideravelmente mais altas que as suas “Como? Como ele consegue? Toda vez que começo a liberar chakra o suficiente, parece que algo me bloqueia.”, ela fechou os olhos “O que há de errado comigo?”

De repente, sua visão começou a se obscurecer.

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— Kaori. – disse uma voz misteriosa.

Ela abriu os olhos. Não estava mais na floresta. Estava sozinha num lugar completamente escuro. Havia água no chão, até seus tornozelos.

— Quem disse isso? Onde estou?

— Kaori.

— QUEM ESTÁ AÍ?

— Você não vai chegar aos pés do Sasuke.

— URUSAI!

— Você não pode chegar aos pés dele... – dois enormes olhos azuis apareceram na frente de Kaori. – Sozinha.

— O que você quer dizer? – ela deu um passo para trás, amedrontada.

— Eu quero te ajudar. Quero te dar parte do meu poder para que você possa continuar.

— Quem... Quem é você?

— Meu nome é Daiyuubi. – os olhos se fecharam e começaram a desaparecer.

— Chotto, matte kudasai! Eu tenho mais o que te perguntar.

— Não se preocupe. Sempre que precisar, pode me chamar. Afinal, eu estou dentro de você.

Um redemoinho de vento a atingiu.

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 Quando Kaori abriu os olhos novamente, estava de volta à floresta. Ela ficou em pé, subitamente tomada por uma energia descomunal, concentrou o chakra na sola de seus pés e correu. Sasuke e Naruto observaram, abobalhados, enquanto ela alcançava o topo de uma dar maiores árvores com facilidade.

Ela sorriu, olhando o horizonte e depois desceu.

— Como diabos você fez isso? – perguntou Naruto.

— Não tenho a menor idéia. – Kaori ameaçou cair, mas Sasuke a segurou.

— Ok, vai pra casa agora.

— Hai. – ela assentiu – Nos vemos mais tarde.

Sasuke e Naruto observaram enquanto Kaori desaparecia floresta adentro.

— O que há entre vocês dois? – perguntou Naruto.

— Não é da sua conta. – respondeu Sasuke. Naruto cruzou os braços e bufou. – Bem, vamos fazer assim. Se você chegar ao topo antes de mim, eu te conto.

— Yosh’! Vamos nessa!

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Sakura estava sentada na beirada da ponte, olhando os trabalhadores de Tazuna.

— Olha quem está aqui. – disse Tazuna, se aproximando – Onde estão seus amigos?

— Treinando na floresta.

— Você não deveria estar com eles?

— Bem, como eu sou muito especial, o Kakashi-sensei me mandou vir proteger você!

— Mesmo?

Os dois foram interrompidos por um trabalhador que se aproximou.

— Gomen, Tazuna-san. – disse o trabalhador.

— O que foi, Giichi?

— Eu gostaria de saber... Tudo bem se eu parar de trabalhar nessa ponte?

— Mas por que? Tão de repente? – perguntou Tazuna, incrédulo.

— Tazuna, nós estivemos juntos por um bom tempo. Eu quero te ajudar, mas se continuarmos, Gatou virá atrás de nós. E se você for morto, qual vai ser o propósito disso tudo? Por que não paramos agora de construir a ponte?

— Eu não posso.

— Esta ponte é a nossa ponte. É a ponte que começamos a construir juntos, acreditando que traria benefícios para essa pobre cidade. Mas se perdermos nossas vidas...

— Já está tarde. Vamos parar por hoje.

— Tazuna!

— Giichi, você não precisa vir amanhã.

Sakura observou a cena toda, preocupada.

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— Kuso! O que está acontecendo? – exclamou Naruto. Já havia anoitecido. Ele e Sasuke se entreolharam, irritados, e correram novamente para suas árvores, gritando.

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— Para onde estamos indo? – perguntou Sakura a Tazuna.

— Eu preciso comprar comida para o jantar.

Sakura olhou em volta. Mendigos, crianças e bêbados estavam jogados nas calçadas. O que há de errado com essa vila?

— Aqui está.

— Sejam bem-vindos. – disse o atendente quando eles entraram na loja. Sakura olhou em volta. Não havia quase nada nas prateleiras.

— Foi sempre assim, desde que o Gatou chegou. – explicou Tazuna – Todos os adultos perderam a esperança. É por isso que precisamos daquela ponte agora! Um símbolo de coragem... Nós precisamos que as pessoas percam o medo e tenham vontade de lutar por si mesmas! Se aquela ponte fosse completada, a cidade voltaria a ser o que era antes... As pessoas voltariam a ser como eram...

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Kuso, o Sasuke continua subindo! — pensou Naruto.

Kuso, ele está me alcançando! ­— pensou Sasuke.

Os dois concentraram o chakra nos pés e tentaram subir novamente, sem resultados.

— Oy, vocês dois! – exclamou Kaori, surgindo entre as árvores – Venham jantar, depois podem continuar a treinar se quiserem.

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— Isso é divertido! Fazia tempo que não jantávamos com tanta gente assim! – exclamou Tazuna.

Naruto e Sasuke estavam claramente fazendo uma competição de quem comia mais em menor tempo. Eles esvaziaram seus pratos e gritaram:

— MAIS!

O olhar dos dois se cruzou por um segundo e deu até pra ver faíscas saindo de seus olhos. Então, os dois ficaram verdes, correram até a janela e vomitaram.

— OY! SE FOR PARA VOMITAREM, PAREM DE COMER! – exclamou Sakura.

— Não, eu preciso comer. – disse Sasuke.

— É, precisamos, não importa o que, pois precisamos ficar mais fortes o mais rápido possível!

Kakashi assentiu, mas disse:

— Não precisam vomitar para isso.

— Ei, por que tem uma foto rasgada na parede? – perguntou Sakura, observando uma foto de Inari, Tazuna e Tsunami – O Inari-kun a estava observando durante o jantar. Parece que alguém propositalmente rasgou a pessoa que estava na foto.

Tazuna, Inari e Tsunami ficaram tensos.

— É o meu marido... – respondeu Tsunami.

— O homem que um dia foi chamado de o herói dessa cidade... – comentou Tazuna.

Inari se levantou e saiu da sala.

— Inari, onde você vai? – perguntou Tsunami, mas ele não respondeu – Tou-san, eu te disse para não falar dele na frente do Inari! – ela saiu atrás do filho.

— Gomen. – desculpou-se Kaori.

— Tudo bem, você não sabia. – disse Tazuna.

— O que há de errado com o Inari-kun? – perguntou Sakura.

— Parece que há uma história por trás disso. – disse Kakashi.

— Inari teve um pai, mas não relacionado por sangue. – explicou Tazuna – Eles eram muito unidos, mas não como pai e filho. O Inari era muito feliz naquela época. – lágrimas – Ele não é mais o mesmo... Desde o acidente com seu pai. A palavra “coragem” foi roubada pelas pessoas dessa ilha do Inari, para sempre... Desde aquele dia, por causa daquele acidente.

— Acidente? O que aconteceu com o Inari-kun? – perguntou Kakashi.

— Antes de começar, primeiro eu devo falar sobre o homem que um dia foi chamado de herói por esse país. Isso já foi há três anos, quando Inari o conheceu. Uns garotos maus estavam importunando o Inari e o jogaram na água. Ele não sabia nadar. Teria morrido se aquele homem não o tivesse salvado. Ele ensinou ao Inari o significado de coragem e a proteger as pessoas que ama. Seu nome era Kaiza, um pescador que veio aqui seguindo seus sonhos. Depois do ocorrido, Kazia e Inari se tornaram grandes amigos. Talvez seja por que o verdadeiro pai de Inari tinha morrido antes de ele o conhecer, mas ele e o Kaiza eram exatamente como pai e filho. Não demorou para que o Kaiza se tornasse parte da família. E ele também era o homem do qual a cidade precisava. Quando a cidade precisou de ajuda, ele a salvou. Depois, foi chamado de herói por todos os habitantes e o Inari não podia ficar mais orgulhoso. Pouco depois, o Gatou apareceu e em um dia, torturou e matou o Kaiza em público. O Inari assistiu tudo e ficou revoltado por que Kaiza quebrou sua promessa de proteger a cidade. Depois daquilo, o Inari mudou.

Naruto se levantou e tentou andar, mas caiu no chão.

— Onde você vai? – perguntou Sakura.

— Se está pensando em treinar, pode esquecer. Você já liberou chakra demais por hoje, mais um pouco e pode morrer. – ordenou Kakashi.

— Eu vou provar... – resmungou Naruto, ficando em pé.

— Provar o que? – perguntou Sakura.

— Eu vou provar... Que heróis existem!