Kaori Uchiha escrita por Jiinga


Capítulo 40
39. A Viagem da Sobrevivente


Notas iniciais do capítulo

Oooi gente estou postando esse capítulo logo porque demorei muito pra postar o último, mas o próximo deve sair só semana que vem!
PS: Não fui eu que desenhei o tigre



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Kaori acordou na manhã seguinte com a luz do sol entrando por sua janela aberta. Quando se sentou, percebeu que estava só de roupa de baixo e os acontecimentos da noite anterior vieram à sua mente. Ela esfregou os olhos, tentando esquecê-los. Não importava o que tinha acontecido, ela agora precisava treinar para a terceira fase do Chuunin Shiken e nem ao menos tinha quem a treinasse.

Após vestir um roupão, ela foi até a cozinha. Encheu um copo de leite e pegou os livros que estavam em cima do armário, colocando-os sobre a mesa. Ela havia pego registros de todos os Jounnins de Konoha com o Hokage na manhã anterior, buscando encontrar alguém.

Sentou-se em uma das cadeiras e começou a folheá-los. É claro que sua primeira opção havia sido Kakashi, mas ele já iria treinar o Sasuke. Asuma, Kurenai e Gai também treinariam os próprios alunos. Havia o Iruka-sensei, mas ele estava ocupado demais com as aulas na academia e nem era tão bom assim pra superar a maioria dos Jounnins. Havia, o Ebisu-sensei, mas ela não se atreveria a se envolver com aquele tarado. Havia também Shikaku, Inoichi, Choza e Mai, que haviam sido amigos de seus pais, mas ela duvidava que algum deles a treinaria. Muitos menos os pais de Hinata, Shino e Kiba. Havia uma série de membros da ANBU, incluindo o próprio líder deles, Danzou, mas nunca que um membro da ANBU se envolveria numa missão de treinar uma Gennin. Havia Anko e Ibiki, mas eles não poderiam treiná-la por estarem envolvidos na organização do exame. Por fim, havia Yamato-daijou, mas ele estava numa missão distante de Konoha.

Kaori suspirou e olhou para o porta retrato que tinha sobre um dos armários. Era uma foto do casamento de seus pais. Se apenas eles estivessem vivos...

– Você não vai encontrar ninguém em Konoha. – disse uma voz desconhecida atrás dela. Kaori se virou rapidamente, mas não viu ninguém além de Hiiro. Ela fez uma careta.

– Você... Falou?

– Por que a surpresa? Eu sou um tigre ninja, não sou? Era só uma questão de tempo.

Kaori se levantou e correu até ele.

– Desde quando?

– Ontem, eu acho. Kaori, isso não importa. Você quer treinar ou não?

– Hai. – ela assentiu, então balançou a cabeça - Espera, você pretende me treinar?

– Claro que não, baka! – ele bateu na cabeça dela com o rabo – Mas eu sei que você não vai conseguir nada se ficar aqui.

– Ah é? E pra onde eu devo ir?

– A sua mãe não era da Aldeia da Névoa? Talvez lá você encontre algo.

– Eu não posso simplesmente partir para Kiri. É complicado. – ela cruzou os braços e apoiou as costas na geladeira.

– Então acho que vai ter que se treinar sozinha. – ele se sentou e se envolveu com o rabo.

Kaori suspirou.

– E o que eu devo fazer? Caminhar até Kiri? Até eu chegar lá, o Chuunin Shiken já acabou.

Hiiro se levantou.

– Bom, com isso eu posso ajudar. – ele desceu da bancada – Venha.

Kaori seguiu Hiiro até a rua. Chegando lá, Hiiro estendeu uma pata e um enorme pergaminho laranja.

– O que é isso?

– Isso é um pergaminho de contrato. – ele deitou o pergaminho no chão e o abriu, revelando uma série de digitais diferentes – Você vai fazer um contrato com os tigres para poder invocá-los. Assim, você vai poder invocar alguém pra te levar até Kiri e me invocar sempre que precisar.

– Sugoi! – ela encarou um pedaço em branco do papel – O que eu tenho que fazer?

– Certo. Corte o seu indicador e coloque o sangue em todos os seus dedos da mão direita. Depois é só colocar a mão nesse espaço em branco e escrever seu nome.

– Wakatta. – Kaori mordeu seu indicador e fez o que Hiiro havia dito – E agora?

Hiiro enrolou o pergaminho, que desapareceu numa explosão de fumaça.

– Agora você pode invocar um tigre. Tente uma vez, mas não se empolgue, não costuma dar certo logo na primeira tentativa.

– Hai. – Kaori puxou a manga do roupão para trás, fez os selos de invocação que havia estudado na academia e colocou a mão no chão. – Kuchiyose no Jutsu!

Houve uma explosão de fumaça e Kaori caiu no chão. Parado diante dela estava um enorme tigre branco, que devia ter uns dois metros de altura e cinco de comprimento.

– Hotaru-sama?! – exclamou Hiiro, recuando – Como...?

– Hiiro? – a voz do tigre branco ecoou pela rua. Hotaru olhou para Hiiro e depois para Kaori, então estreitou os olhos – Hime-sama?

– Hime-sama? – perguntou Hiiro, olhando para Kaori.

– E-eu... Não sei do que ele tá falando. – respondeu ela.

– Sinto muito, Hotaru-sama, mas essa garota acabou de fazer um contrato, não tem como ela ser, er, uma princesa.

Hotaru abaixou a cabeça, ficando a centímetros de Kaori.

– Tem razão, não é ela. Quem é você, garota?

– E-eu sou Kaori Uchiha.

– Kaori, hum? E por que você me invocou?

– Ano... – ela balançou a cabeça e se levantou – Eu estava só fazendo minha primeira invocação, mas... Já que você está aqui... – ela se curvou – Por favor, você poderia me levar até a Aldeia da Névoa para que eu possa encontrar um professor?

Hotaru a encarou por algum tempo, então suspirou.

– Você vai ter que me arranjar comida. E se nos depararmos com algum perigo, você vai ter que se virar sozinha.

Kaori se ergueu e sorriu.

– Arigatou gozaimasu! Certo, vamos partir à noite. Preciso arrumar minhas coisas e passar em alguns lugares antes.

– Eu esperarei aqui. – Hotaru se sentou e enrolou a cauda em torno de si. Kaori assentiu e correu para dentro de casa – Ei, Hiiro.

– Diga, Hotaru-sama.

– Como essa garota foi capaz de me invocar na primeira tentativa dela?

Hiiro olhou para a casa de Kaori.

– Ela tem a Daiyubbi dentro de si. Deve ser por isso.

–... Sou ka...?

Depois de arrumar sua mochila para a viagem, a primeira parada de Kaori foi no escritório do Hokage, pois ela precisava de autorização para sair da Vila e que uma mensagem fosse enviada a Kiri para que permitissem sua entrada. O Hokage concordou, pois já que Kaori era descendente de uma Kunoichi de Kiri, então poderia entrar e sair da Vila se quisesse.

Em seguida, ela voltou para a casa para almoçar. Depois do almoço, passou na casa de Sasuke, esperando encontrá-lo para acertar as coisas, mas a casa estava vazia. Então, deixou um bilhete dizendo que o perdoava, contando sobre sua iminente jornada e desejando boa sorte no treino. Depois, seguiu para a casa de Sakura.

– Sakura-chan, sua amiga está aqui! – exclamou a mãe de Sakura, depois de atender a porta. Sakura desceu segundos depois.

– Kaori-chan! – ela exclamou e foi até a porta – O que houve? Tá tudo bem?

– Tá sim, é que eu vou partir para Kiri para encontrar um professor e eu queria te pedir pra dar uma checada na minha casa de vez em quando. Nada demais, só vê se não foi assaltada nem nada do tipo, ok? Se as coisas forem como o planejado, eu vou passar o mês todo fora.

– Wakatta. Eu posso fazer isso sim. – ela sorriu.

– Arigatou, Sakura-chan! – disse Kaori e também sorriu. Então, o sorriso dela desapareceu – Nee, Sakura-chan, você não viu o Sasuke por aí né?

– Hum... Não... Por que, aconteceu algo?

Kaori balançou a cabeça.

– Nada não. Bom, eu preciso ir, vou partir hoje à noite.

– Ok. Boa sorte, Kaori-chan!

– Arigatou.

Ela acenou e foi embora.

A essa altura, o sol já estava começando a se pôr. Kaori caminhou pelas ruas de Konoha, indo para o bairro do Clã Uchiha. No caminho, ela viu ao longe a imagem de Naruto se aproximando junto com um velho de cabelos brancos.

– Naruto-kun! – exclamou ela, acenando.

– Eh? Kaori-chan! – Naruto acenou de volta. Ela acelerou o passo até alcançar os dois.

– Ei, Naruto, essa é a sua pretendente? – sussurrou o velho no ouvido de Naruto.

– EEEEEEH? Não, não, Ero-Sennin! Essa é minha amiga!

– Ah... Interessante... – o velho a olhou de cima a baixo, curioso.

– Nee, Naruto-kun, quem é esse? – perguntou Kaori, levemente assustada.

– Ah, gomen! Kaori-chan, esse é o Ero-Sennin, meu novo professor!

– OI, NARUTO! – o velho deu um soco na cabeça de Naruto – Não me chame assim na frente das pessoas! – ele se virou para Kaori, esfregando a cabeça – Sumimasen. Eu sou o grande Sennin Jiraya!

– Jiraya? Você quer dizer Jiraya, o Yonnin?

– O próprio.

– Sumimasen! – exclamou Kaori, se curvando – Se eu soubesse que era uma pessoa tão importante como o senhor, eu...

– Daijoubu. – disse Jiraya e Kaori se levantou. Ele se aproximou dela e a examinou de perto – Qual o seu nome, garota?

– Kaori Uchiha.

– Hum... É, você se parece muito com ela.

– Com... Quem exatamente, Jiraya-sama?

– Ah, ninguém! – exclamou Jiraya, afastando-se – Oi, Naruto, ikuzo!

– Hai! – Naruto rapidamente se juntou a eles – Nee, Kaori-chan, estamos indo para as águas termais, quer ir também?

– Sinto muito, Naruto-kun, eu vou partir numa viagem.

– Uma... Viagem?

– Hai. Eu vou procurar um professor na Aldeia da Névoa.

– Ah... Wakatta. Bem, boa sorte!

– Pra você também! Espero poder te enfrentar na batalha final!

Naruto sorriu para ela, acenou, e correu para acompanhar Jiraya. Kaori acenou de volta e seguiu seu caminho.

Depois de arrumar todas as coisas nas costas de Hotaru, Kaori subiu nelas junto com Hiiro e os três se dirigiram para o portão de entrada de Konoha.

– Nee, Hiiro, como vocês dois se conheceram?

– Eu passei muito tempo no reino dos tigres enquanto você estava no Chuunin Shiken, o Hotaru-sama foi um dos tigres que conheci lá.

– Hum... - ao chegarem no portal, ela olhou para trás, para Konoha, e respirou fundo – Ikuzo.– e Hotaru começou a correr.

Levaram três dias e três noites para que Kaori finalmente chegasse à Vila da Névoa. Ela havia se surpreendido com o fato de que Hotaru podia andar sobre a água. Os dias de sobrevivência no Chuunin Shiken realmente haviam vindo a calhar em sua viagem. Quando os três se aproximaram de Kiri, Hotaru se despediu e disse a Kaori para chamá-lo na viagem de volta.

A Vila da Névoa era, como o nome previa, cercada de neblina. Entretanto, não demorou muito para que eles encontrassem a entrada, na qual dois guardas estavam parados. Eles cruzaram as espadas assim que ela se aproximou.

– Quem é? – perguntou um deles.

– Sem problemas, rapazes. – disse um homem atravessando o portão. Ele tinha cabelo azul e usava brincos que pareciam papel explosivo – Ela pode passar – os guardas se afastaram e Kaori e Hiiro entraram na aldeia – Sinto muito, Uchiha-san, somos muito precavidos com a segurança por aqui. Sabe que estamos em guerra. Meu nome é Ao, sou auxiliar do Mizukage, e reconheci seu chakra quando adentrou nossa névoa.

– Muito prazer, Ao, pode me chamar de Kaori.

– Wakatta. Se a senhorita não se importa, os procedimentos requerem que o Mizukage a receba assim que chegar na cidade.

– Tudo bem, vamos lá.

– Hai.

Ao a guiou para dentro da vila. A Aldeia da Névoa possuía enormes prédios cilíndricos, a maioria com árvores no teto. O prédio do escritório do Mizukage era o maior de todos e claramente visível. Conforme eles passavam pelas ruas comerciais da vila, as pessoas a encaravam com raiva.

– Por que as pessoas daqui me olham desse jeito? – perguntou Kaori.

– As vilas da Névoa e da Folha nunca se deram muito bem. No momento não estamos em guerra, mas as desavenças permanecem. É natural que as pessoas não gostem da sua presença.

– Você parece não gostar também, pelo modo como parece estar se segurando para não me matar. – comentou ela.

– Não posso dizer que me agrada. Em tempos antigos, você nem estaria atravessando aquele portão, já estaria morta há quilômetros daqui. Mas os tempos mudaram e por algum motivo o Mizukage-sama permitiu sua visita.

– Eu realmente não consigo imaginar minha mãe vivendo aqui nos “tempos antigos”...

Ao não disse nada e eles continuaram andando.

O escritório do Mizukage ficava no último andar do prédio. Quando Ao abriu a porta, Kaori se deparou com um garoto que aparentava ter dez anos, de olhos rosa e cabelo creme, com uma enorme cicatriz na bochecha, sentado no lugar do Mizukage.

– V-você é o Mizukage? – perguntou ela, pasma por ser apenas uma criança. Talvez Naruto não estivesse tão longe assim de realizar seu sonho.

– Exato. – disse o garoto. Quando ele falou, os pelos no pescoço de Kaori se arrepiaram e ela ouviu o rosnado de Daiyubbi em sua mente – Meu nome é Yagura. Você é a garota que veio procurar um professor?

– Hai. – ela se curvou – Kaori Uchiha.

– Uchiha... – ele pareceu ponderar sobre a situação por alguns minutos - Bem, eu normalmente não abro exceções para ninjas forasteiros. Entretanto, como você é neta do Sandaime Mizukage, permito que continue na vila pelo tempo necessário.

– Arigatou, Mizukage-sama. – ela se levantou.

– Bem, a maioria dos nossos Jounnins está ocupada no momento e eu duvido que algum deles irá querer treiná-la, mas sinta-se livre para procurar.

– Arigatou.

Kaori se retirou da sala com Hiiro e Ao, que a levou até a estalagem da cidade.

– A Academia é no final da rua. - Ao foi embora, sem nem mesmo se despedir.

Kaori não queria ir até a Academia para procurar. Ela sabia sobre os métodos cruéis de ensino que aplicavam lá, sobre matar todos os companheiros para se graduar.

Após se registrar na estalagem, subiu até seu quarto e decidiu tomar um banho. Quando entrou na banheira, fechou os olhos e se concentrou no lugar que ficava dentro de sua mente.

– Daiyubbi, o que foi aquilo com o Mizukage?

Aquele garoto... – disse a voz de Daiyubbi em sua mente – Tem algo muito sombrio nele. Não se envolva demais.

– Você acha uma má ideia procurar um professor por aqui?

Não, eu posso sentir que é o lugar certo para isso. Só tome cuidado com o Mizukage.

Kaori afundou na água, deixando apenas do nariz pra cima para fora. Onde ninjas com potencial e de mente aberta costumavam ir?

Kaori cobriu o rosto com a capa e entrou no bar. Estava lotado, barulhento e cheirava a bebida. Ela atravessou o local tentando não esbarrar e ninguém e se sentou à uma mesa no canto do bar, de onde tinha uma visão periférica.

Durante as duas horas que ficou ali, viu uma série de brigas e discussões, mas nenhum dos ninjas que se envolveram nelas parecia civilizado o suficiente para lhe ensinar alguma coisa. Então, quando ela estava quase desistindo, viu uma luz no fim do túnel.

Havia uma mulher sentada no balcão, com longos cabelos ruivos e usando um vestido vermelho, bebendo sakê. Um homem relativamente acima do peso se aproximou dela e sussurrou algo em seu ouvido que Kaori não ouviu. A mulher respondeu indiferente, o que deixou o homem muito irritado. Ele disse mais alguma coisa. A mulher sorriu e lhe deu uma cotovelada, arremessando-o na parede.

O bar inteiro parou e olhou para a cena.

– É por isso que você não consegue um marido! – exclamou o cara.

O olhar da mulher estreitou. Ela fez uma série de selos com as mãos e, em seguida, cuspiu um jato de lava na direção do homem, que desviou bem a tempo. A parede onde ele havia estado derreteu, formando um enorme buraco. A mulher limpou a boca com as costas da mão e foi embora.

Kaori se levantou rapidamente e correu para fora do bar.

– Ei! – ela exclamou e a mulher se virou para ela – Aquilo... Aquilo foi muito legal! - A mulher levantou uma sobrancelha. Kaori balançou a cabeça. O que havia sido aquilo? Ela havia parecido o Naruto falando. Tirou o capuz da capa e continuou – Meu nome é Kaori Uchiha, eu vim de Konoha para encontrar um professor pra me treinar pra terceira fase do Chuunin Shiken.

– E o que eu tenho com isso?

– Bem... Eu... – ela coçou a cabeça.

– Não está pensando em me pedir pra te treinar, né? – Kaori hesitou – Há, até parece que eu perderia meu tempo treinando uma pirralha. Ainda mais uma pirralha de Konoha. – a mulher se virou e continuou andando.

– Chotto, matte kudasai! – exclamou Kaori e correu atrás da mulher – Por favor, eu procurei o dia todo e eu sei que tem que ser você! Eu sinto isso!

A mulher parou de andar e suspirou.

– Ótimo. Me encontre amanhã de manhã nesse mesmo lugar. Nós vamos lutar. Se você me vencer, eu te treino.

Kaori sorriu.

– Honto ni arigatou! – a mulher revirou os olhos e continuou andando – Ano... Qual é seu nome? – mas a mulher já estava muito longe e não respondeu.

Na manhã seguinte, Kaori acordou cedo e foi para a rua em que havia encontrado a mulher misteriosa. Ela havia amarrado a bandana da Aldeia da Folha na testa, não como uma tiara, como normalmente usava. Cerca de uma hora depois, a mulher chegou.

– Ohayo! – disse a mulher, aproximando-se. Kaori se desencostou da parede e atirou algumas shurikens na mulher. Elas atingiram em cheio, mas a mulher desapareceu, deixando uma poça de água em seu lugar – Você deveria ser mais educada.

A voz veio de cima de Kaori. Ela se esquivou bem a tempo de evitar uma enxurrada de lava que saiu da boca da mulher, parada em pé em cima da parede, que desceu logo em seguida e enxugou sua boca.

Suiton, Mizudeppou no Jutsu! – exclamou Kaori, ativando o Sharingan e atirando gotas de água na mulher, que as bloqueou com um jato de lava – Acho que água não vai funcionar com você. – ela fez os selos – Katon, Goukakyuu no Jutsu!

Kaori assoprou a bola de fogo na direção da mulher.

– Kuso, ela pode usar Katon também? – a mulher fez os selos – Suiton, Suijinheki!

Uma barreira de água cercou a mulher, bloqueando a bola de fogo e molhando todo o chão. Kaori sorriu e estendeu a mão na direção da mulher.

Suiton, Suiron no Jutsu. – a água se levantou do chão, cobrindo a mulher na forma de uma enorme esfera. Kaori se aproximou e enfiou a mão na esfera, mantendo-a com seu chakra. Então, a mulher desapareceu – Kawarimi de novo?

Kaori se virou, mas era tarde demais. A mulher estava poucos metros atrás dela, com as mão formando um selo.

Futton, Komu no Jutsu?

A mulher soprou uma rajada de névoa na direção de Kaori. Bastou uma inspirada da névoa para que ela sentisse sua garganta queimando e percebesse que era ácida. Ela fez os selos desesperadamente.

– Suiton, Kiho no Jutsu!

Ela ergueu as mãos voltadas para seu rosto e uma enorme bolha apareceu em volta de sua cabeça, impedindo-a de respirar a névoa. A mulher hesitou, mas correu em sua direção e golpeou-a no estômago, derrubando-a no chão.

A bolha em volta da cabeça de Kaori se desfez e a névoa de dissipou. A mulher estava parada em cima dela. Ela havia perdido.

– Onde você aprendeu esse Jutsu? – a mulher quase gritou e agarrou a blusa de Kaori, levantando seu dorso do chão.

– Eu... Minha mãe o ensinou quando eu era pequena... Não é nada demais, nem era pra ser usado em uma batalha...

– Sua mãe? – a mulher a olhou, desconfiada – Quem é sua mãe?

– Ela... Ela já morreu, mas seu nome era Mizuki Uchiha... Ou Mizuki Ketsuki, antes de se casar.

A mulher a soltou e a encarou, pasma.

– Você... É filha da Mizuki-san?

– Eu... Acho que sim...

A mulher estendeu a mão para Kaori, para ajudá-la a se levantar.

– Meu nome é Mei Terumi. Vamos conversar.

Mei levou Kaori até um restaurante local, onde todos os garçons por algum motivos eram homens e garotos muito atraentes. A garota havia recolocado a bandana do jeito normal.

– Sua mãe foi minha madrinha e mestra antes de partir para Konoha. – explicou Mei, logo depois de fazer o pedido a um garoto loiro – Tsc, droga, eu não sabia que ela estava morta.

– Ela nunca me contou sobre a senhora.

Mei fez uma careta e a olhou com os olhos queimando.

– Nunca me chame de senhora.

– Gomen nasai! – exclamou Kaori.

– Tudo bem, dessa vez passa. Então, me conte por que está aqui.

– Bem, estamos no meio do Chuunin Shiken. Acabamos de terminar a segunda fase e eu passei para a terceira, que vai ser um campeonato de lutas um a um. Como todos os Jounnins de Konoha estavam indisponíveis, eu tive que procurar em outro lugar.

– E você veio até Kiri sozinha?

– Não teria sido nada demais, mas não. Meu tigre de estimação me fez selar um contrato com os tigres e eu invoquei um que me trouxe até aqui.

– Você tem chakra suficiente pra isso? – Mei assustou-se.

Kaori ponderou sobre contar ou não a verdade. Mei era uma desconhecida, não deveria confiar nela logo de cara. Por outro lado, ela havia sido discípula de sua mãe. Então, abaixou o tom.

– A verdade é que... Eu sou a Jinchuuriki da Daiyubbi, uma filha da Kyuubi que ajudou a salvar Konoha há quinze anos.

– Sou ka... – o garoto loiro voltou com os pedidos delas e Mei agradeceu com um sorriso – Tem tantos garotos bonitos aqui. Nenhum te interessa?

Kaori corou. As lembranças de sua última noite com Sasuke pareciam muito distantes.

– Na verdade eu tenho um namorado. Ou tinha. Não tenho certeza.

– O que houve?

– O nome dele é Sasuke, ele é o outro único sobrevivente do nosso Clã. E, bem, na noite antes da minha partida e nós brigamos por um motivo idiota e ele foi embora e eu não tenho mais notícias dele desde então. – ela rapidamente enxugou as lágrimas que haviam se formado em seus olhos.

– E tem alguma chance de você enfrentar esse garoto no torneio?

– Sim. Uma chance muito grande, acho, se eu encontrar um professor.

– Ótimo. – Mei sorriu – Temos que trabalhar duro nos próximos meses, então.

Kaori sorriu de orelha a orelha, incrédula. Ela havia conseguido a professora perfeita.


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