Memories of Tears... escrita por Elaine


Capítulo 4
Capitulo 04: Your memories... Final


Notas iniciais do capítulo

Enfim chegou a ultima parte... Espero que gostem...



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Barlow Girl - Never Alone

Ela não estava entendendo nada, não sabia onde estava, quem era ou quem ele era, a garota ela já tinha visto antes, a loira aparecia muitas vezes depois que ela acordou naquele lugar, toda vez que ela perguntava quem ela era, nunca recebia uma resposta, agora, aquela mesma menina trazia consigo um homem, ela não sabia porque, mas ela se sentia estranha na presença dele, era como se ele fosse alguém que há muito ela não via, mas ela não sabia que sentimento era aquele, era estranho demais pra ela.

Ela levantou o olhar e viu aquele homem olhar direto nos seus olhos, ela se sentiu triste naquele momento, no olhar dele ela pode perceber, mesmo ele tentando esconder o máximo que conseguia,ela via através da sua armadura, era como se ele tivesse tido um grande sofrimento, que tivesse estado em um poço de angustia e solidão, que de uma hora pra outra, quando ele viu seus olhos, tudo voltava, com ainda mais intensidade e com a sua pergunta ingenua e inocente de quem era eles, fez seus olhos umedecerem, ele não chorou, ele não se permitiu chorar.

Levy se levantou e caminhou até eles, a loirinha tinha fechado os olhos, e quando tornou a abrir, Levy estava bem a sua frente, encarando-a com tanta atenção.

— Qual o seu nome? — perguntou indiferente.

A loirinha juntou as sobrancelhas, e sorriu sem jeito, apesar de feliz pela azulada ter conseguido sobreviver, ela não tinha lembranças de nada, nem ninguém.

— Ah, meu nome é Mavis — sussurrou pra ela, a azulada jogou a cabeça pro lado e fechou os olhos, ponderando o nome.

— Mavis? — suspirou, ela tinha a sensação de que o som daquele nome lhe era familiar.

Ela abriu os olhos e olhou ele, caminhou a sua frente, o rosto dela continuava indiferente, e aquilo o machucava tanto, era doloroso saber que a pessoa que ama esta viva, mas não pode toca-la, ela nem ao menos se lembra de quem você é.

— E você? Qual o seu nome? — a voz inocente e doce de sempre lhe despertava sensações únicas, que agora ela nem fazia a minima ideia que ela lhe trazia.

— É Gajeel — disse tão doce, tão carinhoso, que Levy teve a minima impressão que o conhecia.

— Gajeel — repetiu pra si mesma.

Gajeel sentiu um arrepio correr pelo seu corpo, depois de anos, ter seu nome proferido por aquela voz, ainda lhe deixava arrepiado, seus olhos se fecharam automaticamente, esperando o toque que não viria.

Ela viu ele fechar os olhos, parecia esperar algo, a azulada teve a vontade maluca e repentina de tocar aquele rosto, ela erguei a mão e aos poucos foi aproximando os dedos da bochecha dele.

Quando ele abriu os olhos, teve a surpresa de ver ela quase tocar seu rosto, naquele instante, ele se sentiu feliz, feliz por ela, mesmo não se lembrando, querer tocar seu rosto, mas quando se deu conta do que ela faria, a preocupação tomou seu ser, ela iria tocar na barreira, com o panico, ele acabou por gritar.

— NÃO, LEVY — mas era tarde.

Levy havia encostado na barricada, e levou um susto, por ele levantar a voz repentinamente e pelo extremo choque que levou.

Ela gritou de dor, e caiu no chão, respirando com dificuldade, Gajeel se desesperou, como se seu corpo mexesse-se sozinho, ele tentou atravessar aquilo que o impedia, o choque foi horrível, a impressão era que tinha atravessado milhares de volt's pelo seu corpo.

Ele caiu no chão, forçando a respiração, ele olhou pra frente e encontrou ela, com os olhos fechados, rosto contorcido e tentando alinhar a respiração.

Parecia que tinha sido mais forte do que o dela, o que ele achou bom, ao menos ela não tinha sofrido aquilo que ele sofreu, ele juntou as sobrancelhas, ainda se culpando por não ter feito ela parar, ele sabia que não podia fazer muita coisa, mas mesmo assim, era possível impedir que ela levasse aquele choque.

A primeira, não teve tempo de dizer ou fazer nada, ela ficou tão assustada quanto eles, ela respirou fundo, ela ia começar a falar, explicar tudo, mas ele tinha se proferido primeiro.

— Primeira — chamou a loira, que desviou o olhar pra ele, ela não conseguia ver o rosto dele, mas ela sabia que ele estava aflito e preocupado — Não tem como tirar ela daqui?

Mavis paralisou, a voz dele estava quase derrotada, ele ia desistir, era obvio, e talvez o que ela dissesse agora poderia destruir a ultima esperança dele, ou podia reascende-la mais forte que nunca.

Ela respirou fundo, reunindo forças para dizer.

— Há como — disse sem emoção nenhuma, Gajeel arregalou os olhos, ele tentou falar mas nada saia, Mavis olhou Levy e fechou os olhos — Você tem três opções de tirar Levy daqui, mas...

Ela não conseguiu terminar, ela não tinha coragem de dizer aquilo, ela não tinha o direito. Gajeel se levantou rápido, e segurou os ombros da loirinha, ela abriu os olhos surpresa e contemplou os olhos escarlates mais determinados como nunca.

— Diga — disse apenas.

— Mas nenhuma das opções são favoráveis pra ela ou... Pra você — disse e desviou o olhar dele.

Gajeel soltou os ombros dela, Mavis olhou pra ele pensando que ele tinha desistido, mas o que realmente encontrou foi a esperança brilhando nos os olhos dele.

— Apenas me diga como tirar ela daqui — Mavis não podia acreditar no que via, após muito tempo, era a primeira vez que o via tão desposto a lutar por alguém.

— A primeira maneira de tirar ela daqui é... Abandona-la — disse.

Gajeel virou exasperado e desesperado.

— O que? — sua voz saiu mais alto do que desejava, mas continuou — Como abandona-la, pode tirar ela daqui? — perguntou aflito com certo medo da resposta.

— Se abandonar ela aqui, ela poderá renascer como Levy, em outro lugar, outro tempo, outro... mundo — disse tão vacilante — Mas vocês nunca mais irão se ver, e ela nunca se lembrará dos amigos, da Guilda ou de você e seu filho, ela ira renascer como outra pessoa.

Gajeel não respondeu, se virou pra pequena que continuava sentada no chão observando-os, ele se sentiu culpado, ela mal sabia o que a esperava, ele pediu pra que ela continuasse.

— O segundo jeito é eu forçar as memorias dela a voltarem — Gajeel se virou pra ela, mas quando viu o rosto sem expressões dela, desistiu do que ia dizer, deixando Mavis continuar — Eu posso tentar fazer ela reviver tudo, lembrar de tudo, mas... — uma pausa momentânea apenas pra puxar ar — ...Mas isso pode... isso com certeza irá mata-la.

Gajeel arregalou os olhos.

— ISSO NÃO, EU NÃO QUERO ISSO, DEFINITIVAMENTE NÃO — gritou, foi involuntário aquilo, foi automático — Qualquer coisa, menos isso.

— Eu sei — Mavis disse acalmando-o — Esse eu já descartei — ela se aproximou dele e tocou sua mão — Por isso que a terceira é a melhor opção... talvez pra todos.

— Melhor... pra todos? — pensou um pouco sobre o que aquelas palavras significavam e deixou uma vasta esperança surgir.

A primeira puxou as mãos pra junto de si.

— Talvez seja a mais difícil pra você — sua voz voltava tremer — Mas é o melhor que você pode fazer.

Gajeel não disse nada, não queria dizer nada, ele só queria que aquilo acabasse logo.

— O terceiro modo... — ela finalmente lhe diria o que era — É desistir dela.

Ele, agora, desejava que ela não tivesse dito nada.

— Desistir?! — soltou baixo, a voz tremula e acada deixava a azulada incomodada, mesmo ela não sabendo o pôr que de ficar assim.

— Se você desistir dela, ela vai voltar pra esse mundo, para esse agora, mas tudo entre você... — olhou Levy que continuava olhando-os do chão, Mavis suspirou, a pequena parecia tão inocente — Tudo que você viveram irá desaparecer, aquilo que os ligava, também desaparecerá.

Gajeel juntou as sobrancelhas, precisava saber sobre algo.

— Tudo que nos liga? — perguntou um pouco temeroso e Mavis assentiu — Isso quer dizer que Lenyu...

Não terminou a frase, não conseguia pronunciar aquelas palavras, a loira terminou a frase por ele.

— Ele irá sumir, ele e suas lembranças sobre ela sumirá, sera como se nunca tivesse existido, tudo sera perdido no tempo.

Mavis se virou pra ele e ia tocar no braço dele, mas Gajeel recolheu o braço.

— Você poderia... Me deixar sozinho com ela um pouco? — perguntou um pouco hesitante, Mavis assentiu e caminhou pra fora da caverna, deixando eles sozinhos.

Ele não estava culpando a primeira por nada, apenas não queria ninguém com eles naquele momento.

Ele caminhou ate ficar de frente pra ela de novo e sorriu. Ele já tinha se decidido.

— Ei — chamou ela — Tampe os ouvidos.

Levy jogou a cabeça um pouco pro lado, confusa.

— Por que? — perguntou com a voz fina e inocente.

— Porque eu vou fazer muito barulho — sorriu outra vez pra ela — Apenas tampe os ouvidos.

Levy assentiu e obedeceu, levantou as mãos e tampou os ouvidos, mas seus olhos não desviaram nem por um segundo dele.

Gajeel se levanto, ficou de costa pra barreira e transformou o punho em ferro.

— Eu não preciso e nem quero nenhuma dessas soluções — comentou consigo mesmo — Eu vou criar a minha própria escolha — se virou de volta — Eu não vou mais te perder, vou destruir esses futuros.

Com toda sua força, ele socou a barreira.

O som do metal colidindo foi muito alto, as correntes elétricas saindo pela barreira e passando pelo corpo de metal dele, eram tantas que mal se contia dentro dele.

Gajeel não gritou, mas a dor foi grande, grande o suficiente para fazer ele ajoelhar.

Levy arregalou os olhos, ela viu quando ele perdeu o folego pela dor, quando as ondas elétricas passaram pelo corpo dele, aquilo era irracional, era assustador.

Quando tudo se acalmou, Gajeel olhou a barreira e sorriu.

Ele havia provocado uma rachadura.

Ele se levantou com dificuldade, respirou fundo e transformou o braço novamente.

— Mais... Uma vez — disse com dificuldade, Levy se levantou rapidamente.

— PARA — gritou pra ele — Por que faz isso? Quer se matar? — perguntou de modo muito preocupado, Gajeel sorriu reconfortando-a.

— Eu só quero te tirar desse lugar — e se preparou pra outro golpe.

— Por que? — perguntou, ela não sabia porque, mas estava se importando com ele, por algum motivo, ela sabia que se ele continuasse, acabaria morrendo, e isso era o que ela menos desejava. Gajeel suspirou e deixou um sorriso torto surgir.

— É porque você é importante pra mim.

Levy franziu o cenho, confusa, ela se perguntou se alguém pode se tornar importante pra outro sem ao menos conhece-lo. Não fazia sentido pra ela, mas mesmo assim ela queria, ela sabia que era verdade, ela sabia que tinha algo faltando, Levy tinha a sensação de ter esquecido algo, alguém, e sabia, ela sentia que eles eram próximos.

Levy se forçou a lembrar, ela tinha que lembrar, ou ele acabaria morrendo e como um estalo, uma voz soou na sua cabeça e junto uma imagem destorcida surgiu.

[— Bom dia, Levy.]

A voz era um pouco estranha e a imagem era apagada, mas ela pode distinguir duas pessoas, uma criança e um homem, mesmo a imagem sendo apagada, dois nomes vinham junto a eles.

Lenyu e Gajeel

Ela gritou.

Gajeel se espantou com o grito repentino dela e no mesmo instante, parou o ataque que tinha preparado.

— O que foi, Levy? — perguntou preocupado, ela estava com a cabeça baixa.

— Gajeel... — disse o nome dele — Le...nyu — os olhos dele se arregalaram, ela estava lembrando, ela estava forçado as lembranças a voltarem, e com isso, um medo horrível tomou ele.

Ela iria morrer.

— Para, baixinha — disse — Não lembre, não precisa se forçar a lembrar — juntou as sobrancelhas, um pouco magoado pelo que ele mesmo tinha dito.

— Mas, eu quero... — ela levantou o rosto e sorriu, seus olhos se umedeceram, não de dor, mas de tristeza — Eu quero vê-lo — ela não sabia porque queria ver aquela criança — Gajeel... Lenyu... Eu não quero perder mais tempo, eu quero volta.

Gajeel fechou a mão e socou a barreira, dessa vez ele não conseguiu manter o equilibrou e foi arremessado pra traz, batendo na parede, o impacto foi tão forte que o fez cuspir sangue, Levy colocou as mãos na frente da boca, um pouco incrédula com tamanha persistência dele em tira-la de lá, mesmo que isso significasse se machucar.

— Não ataque mais, você vai morrer — jogou a cabeça pra traz — E eu não quero isso.

— Não... se preocupe — Gajeel se levantou e caminhou com certa dificuldade até a barreira de novo — Só... mais uma e será... suficiente.

A rachadura tinha aumentado muito, talvez só mais um golpe seria o suficiente pra quebra-la, mas Gajeel não estava muito certo disso, seu corpo estava muito machucado e já estava muito cansado, mesmo que na próxima ele quebrasse aquilo, ele não tinha muita certeza que iria aguentar.

Gajeel socou com o punho direito e la ficou com o punho, depois foi com o esquerdo e da mesma maneira ficou, por ultimo bateu com a testa, um filete de sangue escorreu de sua testa e percorreu o seu rosto.

Levy assistia tudo aquilo aterrorizada, ela se sentia totalmente inútil, sem poder fazer nada, ela só podia assistir tudo de mãos atadas...

Foi esse pensamento que a fez lembrar, vários Flash Back's passaram pela sua cabeça, ela viu vários momentos de quando estava presa, de quando ela ainda vivia com os dois, momentos que a deixavam tão feliz e outros que a aterrorizava, e por ultimo momento, ela contemplou a imagem dele sorriu e uma frase inesquecível.

[— Eu te amo, baixinha.]

Ela não suportou.

Levy se chocou com a barreira, pôs as mãos nas dele e encostou a testa na dele.

Ela sentiu seu corpo ser cortado, e um filete de sangue escorreu pela sua testa, como ele. Gajeel olhos olhos dela e sorriu.

— Você... não devia fazer... isso — sussurrou um pouco sem folego, ela sorriu e permitiu que as lagrimas caíssem.

— Idiota, é você que não pode fazer isso — pausou e alargou o sorriso mais ainda — Eu lembrei de você, Gajeel — disse pra ele que se surpreendeu um pouco.

— Isso... é bom — sorriu contente — Eu...

Ele foi interrompido com o som da barreira se quebrando, a energia que ela continha foi liberada e arremessou cada um pra um lado.

Quando Levy se recuperou do impacto, ela viu Gajeel do outro lado da câmara, ela se levantou e correu até ele, quando ela tocou a mão dele, teve vontade de chorar, ele estava frio, muito frio, ela bafejou e bafejou na mão dele, mas nada dela esquentar, o desesperou surgiu com uma labareda dentro dela, ela se debruço sobre o corpo dele e chorou, ela não entendia, por que tudo tinha que acabar daquela maneira? Por que eles não podiam simplesmente sair dali com vida? Qual era o problema deles serem feliz? Não bastava ela ter perdido tanto tempo de sua vida, agora, por causa do seu pecado, ela perderia ele, ela só não entendia porque tudo tinha que acabar assim.

— Isso não pode estar acontecendo — disse entre soluços — Eu finalmente me lembrei de tudo, eu me lembrei — as lagrimas percorriam seu rosto até cair nele, ela tocou o rosto dele, mas o mesmo continuava frio — Por favor, esquente — fechou os olhos — Você não pode nos deixar agora, eu finalmente me lembrei o quanto te amo.

Um toque. Foi o que ela sentiu.

Ela sentiu suas costas serem pressionadas por uma mão, ela abriu os olhos um pouco exasperada e teve a melhor surpresa de todas, ele sorria pra ela.

— Saber disso me deixa muito feliz — ele se jogou pra frente e abraçou ela — Sua boba, esqueceu que eu sempre fui frio.

Levy não conseguiu falar, ela envolveu os braços no corpo dele correspondendo o abraço, e ficaram daquele jeito por algum tempo, apenas desfrutando da presença um do outro até que ele quebrou aquele silencio.

— Baixinha — chamou ela — Vamos pra casa — Levy limpou o rosto e sorriu largamente.

Gajeel tinha decidido nunca mais perder aquele sorriso de vista, ele não a largaria mais. Levy passou muito tempo sozinha, mas nunca deixou que o calor do toque dele se perdesse, ela prometeu a si mesma que nunca largaria aquela sensação. Os dois já tinham se decidido, nenhum dos dois estavam dispostos a desistir um do outro, eles voltariam custe o que custasse pra junto do seu filho, eles voltariam pra junto da sua família, e dessa vez, nada iria faze-los se separar, eles não permitiriam que isso viesse a acontecer outra vez, agora, era a vez deles serem felizes.


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Notas finais do capítulo

Serio, nunca achei que um capitulo poderia me dar tanto trabalho, mas finalmente consegui fazer... Espero do fundo do meu coração que vocês tenham gostado!!!

E esse é o fim

Até uma próxima fic ou não ^.^



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