Avatar: A Lenda de Kay escrita por Sammi


Capítulo 4
A Ambição de Matt




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– O quê?!

– Por isso o General veio diretamente da capital falar comigo. Agentes do reino conseguiram informações de que a última Avatar, aquela mulher misteriosa que sumiu décadas atrás, está definitivamente morta. De acordo com os sábios o próximo avatar nasceria no nosso reino, por isso temos que jogar todos os nossos esforços em encontrá-lo agora - Matt tinha um olhar determinado, Kay apenas escutava desconfiado, Matt então se virou lateralmente para as árvores e olhou para cima - Só que as informações que nós temos são muito vagas e não sabemos exatamente quando a Avatar morreu. Pode ser que o novo avatar seja apenas um bebê ou até mesmo tenha a nossa idade.

Kay se encontrava cabisbaixo e frio.

– Kay, você não entende? Se nó acharmos o Avatar seria um grande salto na nossa carreira, eu poderia facilmente me tornar General e com algum esforço poderíamos fazê-lo Capitão um dia. Quem sabe ter nosso próprio estado dentro do reino! - disse Matt entusiasmado.

– Depois que encontrarmos o Avatar... o que faremos com ele?

Matt encarou o amigo silenciosamente e logo respondeu.

– Segundo o General Sun Li a última Avatar era inimiga do Reino da Terra... - aquelas palavras doeram inexplicavelmente em Kay.

– Tio Malik sempre nos disse para nunca confiar em generais.

– Como se atreve, Kay? Mestre Sun Li foi como um pai para mim nos meus tempos de academia - disse Matt irritado.

– Tio Malik sempre foi uma pessoa honrada, Matt.

– Não fale mais do meu pai, Kay! Ele não é a pessoa honrada que nos ensinou Dominação de Terra, ele era apenas uma farsa, nós dois sabemos disso! - Matt gritava perdendo toda sua compostura formal.

Relembramos que Kay e Matt cresceram em uma pequena vila ao norte do Reino da Terra. Malik chegara à vila com Matt recém nascido e ajudou a população lidar com a pobreza e a tirania das autoridades. Malik foi atraído por estranhas forças espirituais que nasciam naquela vila, talvez de forma inconsciente ou não, Malik se sentia atraído pela energia de Rhaava, a energia que emanava sua velha mestra. Por sorte, Malik era um dos grão-mestres da Lótus e foi o primeiro a encontrar o Avatar mesmo sem ter ciência disso. Como seu pai biológico foi morto em uma das cruzadas do exército real, Kay tomou Malik, o pai de Matt, como sua figura paternal. Malik ensinou para os dois garotos a dominação de terra junto com uma série de valores.

Certo dia Malik foi recrutado pelos chefes locais para o exército já que seus talentos em Dobra de Terra começaram a ficar conhecidos e não podiam ser mais ignorados. Teve que obedecer a contragosto e deixou Matt aos cuidados da mãe de Kay. Como era dado a atos de heroísmo, o grão-mestre não suportou as injustiças que viu enquanto estava no exército e começou uma resistência interna dentro da capital que culminou com o seu banimento. Matt e Kay nunca mais o viram outra vez.

– Nós sabemos disso através de relatórios, Matt. Tio Malik nunca pôde nos explicar o que aconteceu...

– Sim, porque ele nos abandonou.

– Nós crescemos vendo ele proteger os mais humildes dos exageros dos poderosos. Malik era uma pessoa que buscava a justiça acima de tudo, você não se lembra como eram os chefes militares da vila? Foi por isso que decidimos entrar no exército, para mudar isso. Não podemos considerar...

– Sua sentença tinha os selos reais, Kay! - interrompeu Matt com certa agonia na voz.

Kay virou a cabeça para o lado. Matt tocou uma de suas bochechas com sua mão áspera.

– Não se preocupe, nós não vamos machucar o Avatar. Com certeza vamos convencê-lo que estamos do lado certo. Pode ser que parte do exército seja corrupto, mas nós um dia vamos mudar isso, o avatar com certeza irá entender. Nós só queremos progresso e estabilidade para o nosso reino.

– É mesmo Matt? Pois eu só vejo guerras e mais guerras - disse Kay desesperançado.

– Você é tão gentil - falava Matt sorrindo e tocando de maneira terna as bochechas de Kay.

– Para com isso - resmungou Kay irritado tirando a mão de Matt.

– Bem, é melhor voltarmos ao acampamento. Você queria me falar algo mais cedo?

Kay o encarou pensativamente. Estava com muita vontade de contá-lo imediatamente, que tinha dobrado o fogo, que era o atual avatar, mas tendo em vista as últimas notícias, ponderou que deveria esperar um pouco.

– Nada de mais - deu um breve sorriso e os dois voltaram ao acampamento.

Quen andava com dificuldades pelo rio. Suas pernas lutavam para avançar contra a corrente, mas ali, naquelas pedras, viu os últimos rastros de sangue que saíam do pântano.

Sentiu um cheiro de fumaça e se deu conta que o Capitão Matt estava acampado justo naquela região. "O Avatar seria um dos recrutas do esquadrão do Capitão?", se perguntou. Quando Quen chegou ao acampamento cansada e encharcada era justo o momento em que Matt e Kay voltavam da floresta.

– Tenente Quen? O que faz aqui? - perguntou Matt.

– Meus respeitosos cumprimentos, Capitão Matt - disse a tenente, mas Kay não deixou de notar uma nota de desdém no seu tom de voz - pensei ter visto um dominador de fogo no pântano, mas descobrimos que era só um espírito pregando peças, meus homens estão todos atrapados no pântano agora.

– Oh, isso foi muito distraído, nem parece você. Quen, eu realmente precisava contatá-la, com essa missão no pântano você provavelmente não escutou as últimas notícias...

– Huh?

– O Avatar está de volta. Temos informações que a Avatar Sarah está morta - uma sensação intensa tomou o espírito de Quen - "então finalmente eles sabem".

– Vamos, temos que conversar sobre isso. O General está aqui, tenho que chamar os outros tenentes também.

– Claro... - Queen já ia adiante quando percebeu um cheiro estranho de roupa queimada. Tinha o olfato muito sensível para fumos. Então olhou diretamente para Kay - Garoto, o punho do seu uniforme está queimado - alertou séria.

Kay estava muito intimidado para responder, apenas olhou para Matt a procura de apoio psicológico.

– O que é isso Soldado? Não está escutando a Tenente falar?

– Err Err... Sim sim, claro Tenente, tive problemas hoje cozinhando o almoço, você sabe... - disse o jovem tossindo, Matt o fitava desconfiado.

– Sei... Bem capitão, vamos logo ao que interessa.


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