Asas Congeladas escrita por Beliel


Capítulo 8
Mágoa


Notas iniciais do capítulo

Feliz natal atrasado e bom ano novo!!!
Vocês acham que está muito confuso? Eu tenho esse defeito ao escrever, complicar demais!
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/562793/chapter/8

A meia-noite fria nos Estados Unidos deixava rastros de umidade nas plantas e nas asas de um anjo.

No topo de um prédio qualquer o anjo se esgueirava, suas asas poderosas batiam, elevando-o do chão. As pegadas que ele deixava na neve eram escuras, como se seus pés fossem feitos de carvão.

As pessoas o viam, mas não viam por completo, apenas seus olhos. Olhos tão amarelos que mais lembravam um gato. Sua pele clara se misturava a neve.

O anjo passou com facilidade pelos guardas da SHIELD, se esgueirou nas entradas mais impossíveis, deixou um rastro negro como a noite, uma melodia inquietante.

Trabalhou com agilidade, matando dois guardas com sua lança negra.

Finalmente chegou na sala que queria, a sala das pastas, sala dos documentos.

Procurou o que dizia na capa “Projeto Mutação, por Bruce Banner”, o homem sorriu na calada da noite.

Ele já tinha o que queria, mas desejava mais então andou até a sala em que Maria Hill se encontrava.

Maria estava encostada na bancada, trabalhando. Ela procurava a localização da SOTH, realmente Maria sabia ser teimosa quando queria, ficara trabalhando até tarde apenas para ter certeza que conseguiria.

O anjo se aproveitou da sua distração e chegou por trás, tão silencioso como uma pluma, e enfiou-lhe a lança nas costas.

Maria viu aquilo a atravessar como se fosse em um filme, retorcendo suas tripas, sangue jorrou do buraco e Maria arquejou a fim de ver o assassino antes de morrer, o homem que surgiu em sua frente lembrava um deus grego, embora seus cabelos fossem tão claros quanto limão siciliano e seus olhos mais amarelos do que um gato.

Ele esperou ela morrer e então depositou um beijo em seus lábios entre abertos, sorrindo e partindo, as asas negras reluzindo na pouca luz da Lua.

...

Beliel estava no telhado, não tinha saído de lá muitas vezes depois do beijo entre ela e Bucky. Sorria ao lembrar dos seus lábios contra os fartos e rosados lábios dele, os olhos dele tão azuis olhando ela de cima a baixo, o cabelo tão macio na ponta de seus dedos.

Tudo isso finalmente acontecera. Mas havia um problema, o desaparecimento de Nemêssis.

Aquilo estava deixando Beliel a ponto de arrancar suas asas fora, estava tão impotente.

Também havia aquela ruiva, insuportável. Ela havia ficado ali para averiguar o que Beliel fazia. As duas tinham interrogado os espiões alguns dias antes, torturado seria mais certo.

Beliel começou a lembrar do que eles tinham falado:

Ela tinha entrado na sala branca com uma mala de facas, Natasha atrás, com alguns cabos elétricos.

–Boa noite rapazes, vamos fazer isso do jeito fácil, certo? –Beliel tinha dito, retirando uma faca afiada da mala.

O moreno da esquerda riu, ele tinha olhos verdes e pele alva.

–Nunca, temos total lealdade aos nossos chefes. –Sua voz era rouca.

–Qual seu nome, gracinha? –Beliel indagou

–Raphael. –Ele não falou sobrenome e ela não perguntou.

–Vamos fazer assim, eu começo com você, tem mais cinco na sala, alguém vai sobrar e duvido que depois de ver o que eu vou fazer com você vai ficar calado. –Beliel riu.

Raphael resmungou alguma coisa.

–Então, quem é o chefe de vocês? –Ela sorriu sedutora. Natasha revirou os olhos.

Raphael começou a assobiar, uma melodia de três notas, muito simples. Os outros imitaram, logo os cinco estavam assobiando a melodia.

–Certo, vamos fazer o seguinte. –Ela enfiou a faca no umbigo de Raphael. Todos eles estavam em cadeiras sem fundo, só de cueca. Ele se retorceu de dor. –A gente te tortura até você falar. –Ela puxou o intestino do rapaz com a ponta da faca. Ele uivou.

–Vai falar? –A ruiva disse.

–Vão pro inferno. –Beliel continuou a tortura.

Algumas horas depois eles tinham um código e um apelido: A melodia simples de dó mi fá, fá mi dó, dó fá mi e Trevas.

Aquilo não fazia sentido nenhum. Beliel tinha saído frustrada e encharcada de sangue.

Ela e Bucky não tinham se visto muito. Bucky estava em uma missão e Beliel cuidando das coisas.

Sua paz no telhado estava muito relaxante, mas quando ela olhou para o horizonte viu um avião preto. Decidiu investigar.

Abriu as asas e voou até mais perto do avião. Mais perto, mais perto e então desviou de uma bala, o símbolo da SHIELD muito claro no avião, quase reluzindo. Como ela pode ser tão burra?

Não era um só avião, eram dezenas. Ela lutou contra vários e derrubou dois até conseguir contato com a AA por comunicador. Logo o céu estava repleto de aeronaves pretas e brancas, de algum ponto ela viu um soldado saltar para o chão e correr para dentro da agencia.

Beliel impediu sua entrada com um soco mas o soldado não sentiu muito o soco.

Beliel percebeu que estava diante de um homem com um escudo parecido com suas asas, olhos azuis e cabelos claros, a máscara em três cores odiosas.

–Capitão, aqui estamos. –Ela chutou sua face, sangue escorreu do nariz dele.

Seu escudo abriu um rasgo na perna dela, que urrou. Mas seu objetivo não era Beliel, era a agência. Ele socou o belo rosto de Beliel fazendo a cicatriz abrir novamente e a jogando longe, a única chance era Bucky impedir a entrada.

–Bucky! –Ela gritou.

Logo o homem de braço mecânico estava do lado dela, ajudando-a.

–Como você pode? Ela atacou a Maria Hill, matou ela! –Steve gritava para Bucky.

–Não matei ninguém! –Beliel gritou pouco antes de ser atingida por uma flecha explosiva, foi lançada a três metros, o ouvido sangrava e ela estava meio surda.

Seus olhos se tornaram vermelhos e ela levantou com a roupa destruída, avançando em direção ao Gavião Arqueiro. Clint mal teve tempo de contra atacar quando ela quebrou seu arco na cabeça do homem.

–Clint! –O grito de Natasha ecoou na luz do dia.

De algum modo Beliel pressentiu o Homem de Ferro preparando um raio para Bucky e se lançou, numa velocidade absurda, em cima de Bucky, o tirando dali por pouco.

Ela levantou voo e gritou de plenos pulmões:

–Chega! Quero saber por que estão atacando!

Os dois lados pararam de lutar, um tanto embasbacados com a potencia da voz de Beliel.

–Você matou a agente Hill, invadiu a agencia, levou uma das pastas, e ainda pergunta por que estamos atacando? –Nick Furry perguntou, surgindo de dentro de uma das aeronaves.

–Não fui eu! Eu não fiz nada! –Beliel gritou.

–Explique quem mais mataria ela. –Steve falou, um tanto contrariado.

–Não fui eu, eu posso provar! Eu estava aqui o tempo todo. –Ela pousou ao lado de Bucky, que passou um braço sobre os ombros dela, o de carne e osso que estava todo arranhado.

–Devemos acreditar em você? –Clint gritou, meio grogue.

–Não, mas acredite em sua namorada, a ruiva, ela estava comigo o tempo todo. –Beliel gritou.

–Eu estava, ela estava aqui, eu não podia avisar vocês, ela tirou meus comunicadores, mas eu estava ajudando ela a tirar informações de pessoas, não estava como refém. Ela não fez nada, na verdade, ela ofereceu ajuda. –Natasha disse.

–Entrem, temos que conversar. –Alex convidou.

...

A maior sala que encontraram foi pequena. Eram vinte soldados da SHIELD mais vinte da AA, mais os Vingadores, mais Bucky e Beliel, mais Alex e o segundo do comando, mais Nick Furry.

–Certo. Vamos por partes. –Alex disse, e foi explicando tudo que tinha acontecido, desde a SOTH até os agentes, ocultou poucas coisas e ninguém percebeu.

Todo o tempo Beliel estava ao lado de Bucky, Steve não para de olhar para eles, assim como Natasha, Steve estava com o nariz vermelho e inchado e Natasha tinha um corte na sobrancelha. Ambos Beliel e Bucky tinham recebido alguns cuidados, mas seus organismos eram mais fortes naturalmente, então Bucky apenas enfaixou o braço enquanto Beliel recebeu pontos na coxa cortada e um soro desenvolvido para aguçar a audição para o ouvido machucado e pontos novos na cicatriz, mas ainda sim usava uma bandana vermelha.

Clint estava ao lado de Natasha e tinha gelo na cabeça. Tonny Stark estava com os dois pés em cima da mesa, sua armadura estava reluzente e levemente arranhada, assim como as asas de Beliel, muito esticadas.

–Entenderam? É por isso que queremos ajudar! Nunca fomos a favor da SHIELD, mas Beliel bem sabe, assim como os outros aqui, que a HIDRA é pior. –Alex terminava o discurso.

Nick Furry estava sem expressão.

–Vocês teriam que trabalhar na SHIELD, junto com meus soldados e minha equipe.

–Aceitamos. –Beliel abriu a boca. Alex assentiu.

–Sem mais sem menos, gracinha? –Tonny indagou em sua voz mecânica, havia tirado os pés da mesa e cruzado os braços.

–Sim, homem de lata. –Beliel retrucou, o rosto retorcido em uma careta. –Mas não vamos hoje, olhem o que fizeram! Precisamos escolher os soldados...

–Sem soldados! –Nick interpôs.

–Quem espera que levemos? –Bucky perguntou.

–Você, soldado Barnes e a agente Beliel. Apenas. –Era uma proposta arriscada mas Beliel olhou para Bucky.

–Já voltamos. –Ela puxou ele para fora.

Assim que fecharam a porta começaram a discutir.

–Vamos? –Beliel propôs.

–E se atacarem? –Ele indagou. Ela puxou a bandana para o pescoço.

–Eu dou um jeito, essa história de acharem que foi eu está errada, eu conheço do que sou capaz, se eles acham que fui eu então a coisa é grave. –Ela decidiu.

–Certo. –Ele disse pensando melhor. Seus olhos estavam caídos nos cantos, os lábios sujos de sangue, a testa suada com cabelos colando, Beliel não estava muito melhor, a cicatriz doía, a bandana pendurada no pescoço, os lábios cheios de sangue, o rosto inchado.

Eles se olharam, ela puxou a bandana para o rosto e entraram na sala.

–Tudo bem, aceitamos.

...

Os agentes da SHIELD foram embora, apenas ficaram os Vingadores, menos Bruce e Thor que não estavam presentes desde o começo.

Eles dormiriam ali e amanhã de manhã levariam Beliel e Bucky embora.

Beliel estava arrumando suas malas, depois de um banho comprido quando alguém bate na porta. Seus cabelos molhados estavam presos em um coque alto, ela estava sem bandana pois seu rosto não estava inchado, na verdade a ferida já estava cicatrizando, vestia uma camiseta preta sem mangas e um shorts branco.

–Entre. –Ela fala.

Bucky entra com os cabelos molhados, lábios cicatrizados, braço pouco arranhado, de calças jeans e camiseta branca.

–Oi. –Ele fala e senta na beirada da cama dela.

–Oi. –Ela senta do seu lado.

–Estamos fazendo isso certo não é? –Ele diz, apertando as mãos.

Ela desliza o corpo para perto do dele.

–Claro. –Ela diz, serena.

Os olhos de Bucky deslizam das coxas de Beliel até seus lábios fartos.

Entendendo a dica, Beliel passa uma das pernas pelo colo de Bucky que põe as mãos nas costas dela. Ambos se beijam, ele pede passagem para a língua e ela concede, deitando na cama, Beliel por cima, apoiada nele. Ele toma o cuidado de não piorar a cicatriz. Bucky passa as mão pelas costas de Beliel até seus quadris, acariciando. Ambos se beijam tão forte que quase machuca, as asas dela esticadas, ela arfa e senta em seu colo.

–Devíamos dormir, não nos beijar. –Ela diz, a voz dura, os olhos e pensamentos na noite que ela foi embora.

–O que aconteceu aquele dia? Da foto. –Ele pede, puxando ela para mais perto.

–Bucky, não. –Mas ele prende ela embaixo dele, rolando, ambos os pulsos presos pelas mãos dele.

Por um segundo Beliel pensa ter perdido Bucky, os olhos duros dele de Soldado Invernal

–Fale. –Ele ameaça ela, apertando mais as mãos nos pulsos.

O medo é visível no olhar de Beliel, e ela bate as asas, jogando ele do outro lado do quarto.

O olhar de Bucky se torna de pesar.

–Desculpe. –Ele diz, puxando a maçaneta da porta.

–Dorme comigo. –Ela sussurra. Ambos sabem que pegaram pesado demais. Puxa a mão dele para baixo e ele olha para ela, não tendo como recusar.

Ela termina de arrumar a mala enquanto ele come jujubas que estavam na geladeira dela. Depois ambos deitam no colchão, observando a decoração. Ela enlaça o pescoço dele, ele abraça ela e as pernas dela se encaixam nas dele, as asas dobradas em torno deles, o ressonar dela ajuda ele dormir, muito tempo depois dela ter dormido.

Alex: Damian Kulash

(Quem ai pensou que ele seria um mauricinho? Gostamos de bad boys, não é garotas?)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Achei que já estava na hora de apresentar o Alex para vocês!
Esse casal é muito fofo né? Amo eles.
Já é meia-noite, já é 26, que é dia de capítulo novo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Asas Congeladas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.