Nunca tive muitos dias "normais" na minha vida. Mas esse... Com certeza o mais estranho de todos.

Mas vamos começar isso direito. Meu nome é Lia Hunter, tenho 13 anos. Sou canadense e moro com minha mãe, Helena (Que por sinal, a melhor mãe do mundo) e nunca cheguei a conhecer meu pai.

Acordei ás 07:15 da manhã. Odeio levantar cedo, sempre odiei as manhãs, ouvi dizer que acordar cedo nos rejuvenesce ou algo do tipo. Mas nunca gostei da luz do sol na minha cara, me cegando e me deixando irritada logo de manhã. Mas o despertador não me deixa em paz e estou com preguiça de levantar pra desligar essa barulheira infernal.

"Ótima maneira de começar a volta às aulas..." -Penso.

–Lia, querida. Se levante e se arrume, é o seu primeiro dia de aula! -Minha mãe me chama, assim como em todas as manhãs de escola.

–Uhuul... -Murmuro, sentada na cama. Com sono e preguiça. Levanto, desligo a droga do despertador e rastejo até o guarda-roupas, pego uma camiseta preta e uma jeans qualquer. Me visto, vou ao banheiro, lavo o rosto, escovo os dentes e calço um par de tênis surrados.

–Já vou descer! -Grito para minha mãe, já sentindo o cheiro dos waffles com chocolate.

–Não esqueça da mochila. -Ela avisa.

–Certo... -Respondo. Quase esqueço a mochila ao lado da cama. "Ela SEMPRE acerta..." -Penso, dando um leve sorriso.

Desço a escada e corro para a cozinha.

–Bom dia, meu amor. -Ela sorri para mim, assim como em todas as manhãs. -Pronta para seu primeiro dia na Goode High School?

–Bom dia... É só uma aula experimental, mãe... Não vou durar um minuto naquela escola.

–Ah, vamos... Pense positivo. Mas antes, coma meus waffles com chocolate, sinto que hoje será diferente -Ela tinha uma confiança nos olhos que quase me esqueci que fui expulsa de TODAS as escolas nas quais frequentei.

Saboreei os melhores waffles com chocolate do mundo, minha mãe era ótima nisso, a melhor cozinheira de waffles e chocolate desse universo.

–Fui. -beijei a testa da minha mãe. -Me deseje sorte! Te amo, mãe.

–Eu também te amo, Lia. Ah, Boa sorte!

Ela sorriu mais uma vez e eu saí de casa. a Goode High School só ficava uns dois quarteirões da minha casa, e tinha um ponto de ônibus na esquina da minha rua.

Esperei lá alguns minutos, quando o ônibus parou, fui para o fundo dele, na janela. Percebi duas garotas me olhando por todo o percurso, uma ruiva e outra morena. Mas achei que era apenas paranoia minha.

Lá estava eu, em frente à minha futura "ex-escola". Assim que o sinal tocou, corri para dentro. "Vamos acabar com isso de uma vez" -Hesitei.

Um homem, de cabelos grisalhos, estava na porta, recebendo os alunos. "O Diretor, provavelmente" -Deduzi.

–Olá. bem-vinda à Goode. Sou Paul Blofis, o professor de inglês.

–Oi, sou a Lia. Onde fica a orientação?

–Hã... No Ginásio, siga os outros e chegará lá.

–Obrigada, sr. Blofis. Até.

"Até nunca mais" -Brinquei, enquanto corria para me juntar aos outros.

Fiquei na arquibancada, como mais uns duzentos estudantes. E depois de muito blá blá blá... Finalmente disseram: "Dispensados, Boas aulas!"

Foi quando uma coisa bem inesperada aconteceu. Ouvimos um barulho, parecido com o de uma explosão. E o alarme de incêndio apitou. Todos ficaram tensos, o cheiro de fumaça começou e estudantes começaram a berrar e correr por todos os lados.

Os receptores de fumaça acionaram e em pouco tempo tudo ficou alagado.

Quando ouviu-se mais uma vez um barulho de explosão. As luzes se apagaram.

–Ferrou... -reclamei.

As luzes de emergência também ligaram. Corri até a saída mais próxima, com cuidado pra não escorregar na poças de água espalhadas pelo chão.

E foi quando um garoto, de cabelos pretos e olhos verdes, junto de outro, mais novo, de cabelos sedosos negros e olhos também escuros, falou:

–Vem com a gente, menina.

–Hein? Tá maluco?

–Eu sou Percy -Falou o garoto. -E aquele é Nico Di Angelo. Você é uma meio-sangue, e viemos salvar você.

–Hã?

Então o tal Nico Di Angelo falou nervoso:

–Percy, ela não tá entendendo nada.

–Quer mesmo que eu explique tudo pra ela agora?! -Falou Percy. -Não temos tempo!

–Do que vocês estão falando, pelo amor de Deus?! -Falei irritada.

–Apenas venha conosco. -Disse Percy.

Eu nem tive tempo pra falar nada, Percy me puxou pelo braço e saiu correndo, Nico estava logo à nossa frente.

–Percy, estão vindo nessa direção! -Gritou Nico.

–Quem? Quem está atrás de vocês? -Falei, confusa.

–De nós. -Disse Percy. -Mas fique calma.

–Ah ótimo, você quer que ela fique calma falando que tem algo atrás da gente. Muito bom, Cabeça de Alga! -Falou uma garota atrás de nós, ela era loira e esbelta assim como eu, mas seus olhos eram cinzentos, como uma tempestade. Não consegui falar nada além de:

–Quem...

–Eu sou Annabeth, Queria te conhecer em uma hora melhor...

–Mas o que diabos está atrás de nós? -Falei nervosa.

–As Empousyre. -Falou Percy.

–As oque? -Perguntei.

–Empousyre. -Disse Nico.

–São tipo umas vampiras. -Acrescentou Percy.

–Qual o nome dela? -Annabeth perguntou à Percy, apontando para mim.

–Hã... Eu... Não perguntei... -disse Percy, abobalhado.

–Ai, deuses. E você queria vir sem mim... Atena tenha piedade.

–Meu nome é Lia. -Falei, por fim.

Nós viramos uns quatro corredores e demos de cara com duas garotas, uma delas era ruiva com olhos verdes bem claros e usava uma calça jeans rasgada e uma blusa Azul Escuro, a outra tinha cabelos Negros e olhos Castanhos Avermelhados, estava usando algo que parecia com um fardamento de Faculdade. As duas eram altas e esbeltas, pareciam aquelas jogadoras de Vôlei profissional.

–Mas... Vocês são...

–Conhece elas, Lia? -Perguntou Percy.

–Não, mas ela estavam me vigiando no ônibus, quando eu tava no caminho pra cá...

Uma delas deu um sorriso maldoso.

–Ssssim, Meio-sangue. -Os olhos da morena cintilaram
–Essstavamos esperando para quando ficasse sssozinha, mas não tivemos tempo...

–Então esssses três nos atrasaram no laboratório de química. A filha de Atena botou fogo em tudo por lá.

Olhei para Annabeth, e ela estava com um sorriso orgulhoso no rosto.

Percy pegou uma caneta de seu bolso e elas sibilaram irritadas, mostrando os caninos afiados.

–O que é? Vai riscar elas?! -Zombei.

–Bom, Não exatamente. -Falou Percy, debochado.

Ele destampou a caneta, e a caneta.... Virou uma espada, Pois é! Uma espada! Ele correu até elas e investiu contra a morena, Annabeth pegou um punhal e correu para ajudar Percy.

A de cabelos ruivos veio em minha direção e se transformou em um tipo de monstro pálido com todos os dentes à mostra, que por sinal eram afiadíssimos.
Não consegui me mexer, acho que estava com muito medo, eu tinha certeza de que iria virar lanche de Vampiro, mas Nico apareceu na minha frente e a atacou com sua espada. Eu caí no chão de joelhos e não consegui mexer minhas pernas. Foi uma sensação horrível, como se elas não funcionassem mais. E eu não acreditei, não dava pra acreditar, aquela coisa tinha explodido em cinzas.