E Se fosse verdade? 2 escrita por PerseuJackson
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoal!
Chegamos ao pé da Colina Meio-Sangue. Ainda bem, por que Percy ficava olhando toda hora para a máscara em minhas mãos. Isso me deixava desconfortável. Ele tinha dito que havia sonhado com ela, e eu não gostava disso.
Olhei para cima, através da janela do táxi, e vi o pinheiro de Thalia bem no meio da colina. E notei algo brilhando e reluzindo no galho mais baixo.
— O que é aquilo? — perguntei.
Percy olhou.
— Ah, é o... — ele se interrompeu, olhando para o taxista. Sua camisa estava encharcada de sangue por causa do corte na testa, e também por que ele ficava colocando-a em cima do ferimento para parar o sangramento. — Hã... Depois eu lhe digo.
O taxista olhou ao nosso redor.
— Vocês vão ficar aqui?
— Sim. — disse Percy. Ele lhe deu um rolo de dinheiro mortal. — Obrigado.
— Mas aqui não tem nada. — observou o taxista.
— Não tem nada? — disse eu. — Você não está vendo...
Percy me deu uma cotovelada nas costelas.
— Sim. — me corrigi, contorcendo-me de dor. — Não tem nada aqui.
— Obrigado por nos trazer. — agradeceu Percy.
— Posso perguntar uma coisa? — disse o taxista.
Percy fez que sim.
— Vocês são doentes ou retardados mentais?
Franzi a testa.
— Por quê?
— Você está com um corte sangrando na testa. — disse ele apontando para Percy. — E você... — ele apontou para mim. — Não faz nada por ele. Nem o leva para o hospital. E depois pedem para ser deixados aqui, no meio do nada.
Percy e eu nos entreolhamos.
— O que a gente faz? — sussurrei.
— Hã... Deixe comigo. — disse Percy. — Sei de um truque legal para fazê-lo esquecer disso. Thalia fez isso uma vez, mas... Vou ver se agora dá certo.
Percy olhou firmemente para o taxista, e estalou os dedos bem na sua frente.
— Você não está vendo esse corte em minha testa. Você nunca nos viu. E não vai comentar isso com ninguém. Vai esquecer-se disso e deixar a gente ir.
O taxista piscou. O olhar dele ficou distante. Não entendi o que Percy fez, mas pareceu ter funcionado.
— Sim. — disse ele. — Tudo bem.
Ele pegou um celular, digitou uns números e colocou em seu ouvido.
— Alô? É do manicômio? Tem dois loucos soltos aqui!
— O quê? — exclamei.
— Rápido! — gritou ele. — Eles são perigosos e dementes! Estão em Long Island...
— Saia do carro! — exclamou Percy. Abri a porta e saí. Percy me seguiu.
— Eles estão fugindo! Venham rápido!
— Vamos! — gritei.
Logo, nós dois estávamos subindo a colina correndo. A voz do taxista ficava mais distante a cada passo.
Quando chegamos ao topo, olhei para o acampamento.
Lá estava à Casa Grande, com o seu telhado azul, e uma grande águia de metal acima. A quadra de vôlei, onde havia alguns campistas e sátiros brincando. O chalé de Artes e Ofícios, a Arena de combate, onde se praticavam lutas de espadas e lanças. O Anfiteatro, Os campos de morangos ao longe, o pavilhão-refeitório, a Parede de Escalada (não gostava muito.), os Estábulos, onde ficavam os pégasos. O Arsenal, onde os campistas forjavam as próprias armas. E finalmente os chalés, um para cada deus. Estavam dispostos em U.
A maioria das construções lembrava a arquitetura grega antiga. Eu ainda ficava impressionado de como tudo aquilo podia ser mesmo real.
Percy olhou para o pinheiro de Thalia e me cutucou.
— Está vendo? — perguntou, apontando para o galho mais baixo. Havia uma coisa dourada, que no inicio não consegui distinguir muito bem. Aproximei-me mais, e vi que se tratava de uma lã de ouro.
Arquejei.
— O Velocino de Ouro?
Percy assentiu.
— Nossa! Que legal.
— Venha. Vamos procurar Annabeth.
***
Quando estávamos descendo, coloquei a máscara dentro das minhas calças. Pareceu estranho, mas eu não queria que ninguém visse aquela coisa. Vai que alguém tenha sonhado com ela e saiba do que é capaz. Bem, ficou um pouco incômodo aquela coisa dura dentro das minhas calças. Na mesma hora tive um pensamento horrível, e fiquei tentado a tirá-la. Vai que a máscara pensasse que... O que estava atrás dela balançando fosse um rosto, e se agarrasse a ele?
Aquele pensamento foi tão tosco e embaraçoso que o tirei da minha cabeça.
Passamos pelos campistas, e alguns me cumprimentaram. Eu estava me sentindo bem. Estava de volta ao meu lugar preferido. Pensava que iria ver Grover, mas lembrei-me de que ele havia partido para procurar Pã, o deus dos lugares selvagens.
— Onde está Quíron? — perguntei.
— Não sei. — respondeu Percy.
— Você ainda está sangrando, cara.
Alguém me tocou nas costas. Virei-me, e vi Matheus.
— Olá, cara! — disse ele com um sorriso.
— Matheus! — disse eu. O abracei. Percy também. — E ai, como está?
— Estou bem. Treinei muito aqui. Sabe, estou conseguindo atirar flechas muito bem.
Sorri.
O cabelo dele estava um pouco grande agora. Ele me contou que Stefferson havia sido reclamado como filho de Ares, o que eu já suspeitava. Contou que conseguira chegar ao topo da parede de escalada sem morrer. Perguntei onde estava Israel. Ele disse que o havia visto na Arena de combate.
— O que aconteceu? — perguntou ele olhando para Percy. — Você está sangrando.
— É... Bem, aconteceram uns probleminhas.
— Ora, vejam só. Olá Raphael.
Quíron vinha da Arena de combate. Ele estava com a sua metade cavalo um pouco suja.
— Oi, Quíron. — disse eu.
— E Percy também. — disse ele. — Que bom que estão aqui. — Então ele reparou no corte de Percy. — O que aconteceu?
— Ele foi atacado por um touro de Cholquis. — falei.
— De Colchis. — corrigiu Percy.
— Isso.
Quíron suspirou.
— Ainda bem que está vivo.
— Pois é.
— Venha, Percy. Vou cuidar disso.
— Hã... Quíron. — chamei. — Onde está Igor?
Ele franziu a testa.
— Igor?
— Sim.
— Ele ainda não está aqui.
— O quê? Mas... Ele disse que viria para cá.
A cauda de Quíron balançava nervosamente.
— Quando ele disse isso?
— Hoje mesmo. Ele falou que ia pegar um táxi e que viria para cá.
— Ele não estava em New Jersey? — perguntou Percy.
— Estava. Mas aconteceram alguns... Imprevistos.
— A sua parte da frente está meio volumosa Raphael. — observou Matheus.
Quíron e Percy olharam. Fiquei totalmente envergonhado.
— Hã... bem...
Fui salvo de tentar explicar quando Annabeth chegou correndo.
— Ei. Vocês já chegaram.
Vê-la fez meu coração ficar meio acelerado. Tentei não ficar sem jeito na frente dela.
— Wikipédia! — acenei. — Olá!
Ela fez uma careta.
— Muito engraçado.
— Bem... Se não se importam vou levar Percy para tratar do seu ferimento. — disse Quíron. Percy o seguiu. Annabeth deu uma piscada de olho para ele.
— Então... como você está? — perguntou-me ela.
— Bem. E você?
— Nada mal.
Um silêncio constrangedor.
— Hã... eu vou ali falar com Beckendorf. — disse Matheus. — Vou ver se ele pode consertar meu arco.
Ele se foi.
— Annabeth, você viu Igor?
— Igor? Não. Ele está aqui?
— Era para estar.
— Por quê?
— Ele disse que vinha para cá.
Ela deu de ombros.
— Então ele deve estar aqui em algum lugar. É só procurar. Ah, e esqueci de avisar, a inspeção acontece daqui a pouco.
— O quê?
— É melhor ir ver o seu chalé.
— Mas... Mas...
— Vou ver como está o meu. Foi bom ver você Raphael.
Ela sorriu para mim, e saiu correndo em direção ao chalé de Atena, me deixando sem saber o que fazer.
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