E Se fosse verdade? 2 escrita por PerseuJackson


Capítulo 4
Me transformo em um saco de pancadas


Notas iniciais do capítulo

Iai galerinha. Beleza? Aqui estou eu com mais um novo capitulo. hehe. Espero que a historia não esteja tão cansativa ou chata de se ler. ^^
Boa leitura! o/



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Acordei no dia seguinte deitado na minha cama, no chão. Achei estranho, por que eu tinha certeza de que antes eu não estava aqui. Tentei me levantar, mas minha cabeça doeu. Meu corpo estava dolorido.

Olhei para cima, e vi Igor dormindo na cama. Franzi a testa. Comecei a me lembrar do que havia acontecido ontem.

Havia um... Um monstro na cozinha de minha casa. Um ciclope. E... Ele ia me matar, quando outra coisa veio e impediu. Um sujeito horrível com uma cara verde e assustadora.

Assim que eu pensei nisso, comecei a ficar nervoso.

O que era aquela coisa? E como ele foi parar ali? Será que era alguma espécie de monstro grego?

Levantei-me e sacudi Igor.

— Huummm... O que é?

— O que aconteceu ontem? — perguntei.

— Como assim? — murmurou ele de olhos fechados.

— Você estava aqui no quarto e... Houve um barulho de trovão e luzes piscando aqui.

— Humm... Não sei quem é. — ele se virou. Peguei meu travesseiro e lhe dei outra travesseirada. — Não! Eu tive que fazer isso, ele estava em perigo! — gritou.

— O que está acontecendo com você, cara? — perguntei. — Está dizendo coisas estranhas desde ontem.

— Eu? Não, não. — ele esfregou os olhos. — Já é de manhã?

Assenti.

— Agora me responda uma coisa... — tentei falar, mas ele se irritou.

— Deixa de fazer perguntas pra mim! O que você é, um repórter? Suas perguntas já estão me dando dor de cabeça.

Olhei para ele.

Igor havia dito a mesma coisa que o sujeito da cabeçona me disse ontem. Eu começava a achar isso muito suspeito.

— Calma, cara. — falei. — Eu só queria saber se você viu um bicho de cabeça verde ontem aqui em casa?

— Um bicho de cabeça verde? — ele sorriu. — Você está delirando.

— Ah, é? — murmurei. — Ontem eu quase morro, de medo e de verdade, por que havia um ciclope na cozinha da minha casa. Eu gritei, esperando que você ouvisse. E o que aconteceu? Ouve um clarão aqui no meu quarto e de repente um sujeito com uma cabeça verde aparece para me salvar, e depois para apagar a luz e me bater na cabeça. Acha que estou delirando?

Igor olhava para mim.

— Um ciclope aqui? Como ele entrou?

— Bem, pelo o que ele me contou, você o atraiu para cá.

— O quê? Eu?

— É ou não é verdade?

— É claro que não! Como você pode... — ele se interrompeu. Os olhos dele se arregalaram. — Hã... Droga.

— O que foi?

— Acho que fui eu, sim.

Eu comecei a ficar confuso.

— Mas... Por que você iria atrair um monstro pra cá?

— É que eu liguei para os meus tios ontem de noite, para avisá-los que eu estava aqui.

Eu já ia dizer: Parabéns, gênio! Mas alguém bateu na porta do quarto.

— Está tudo bem? — perguntou minha mãe.

— Sim. — disse eu. — Está sim. Só estávamos conversando.

— Ah, que bom. — disse mamãe. — Agora, poderiam me explicar o que é aquela imensa cratera no chão da minha cozinha?

Droga! Pensei. E agora?

Não podia contar para ela que um ciclope esteve aqui ontem à noite. Então tentei pensar em como responder.

— Hã... Fui eu sra. Miller. — disse Igor. — É que sem querer eu derrubei uma mini bomba no chão ontem à noite. Desculpe-me.

Olhei para ele.

Mini bomba?

— Ah, tudo bem... Então. Depois chamo alguém para consertar isso. — disse mamãe. — O café já está pronto. E Raphael, você vai se atrasar para a escola.

Arregalei os olhos.

— É verdade!

Peguei a farda da escola e fui correndo para o banheiro tomar banho.

***

Quando eu já estava pronto para sair, Igor colocou sua mochila no sofá da sala e disse:

— Eu vou para o acampamento.

— O quê?

— Eu estou com vontade de ir para lá. — ele sorriu. — Vou pegar um táxi.

— Mas... É muito perigoso. — avisei. — E se algum monstro lhe atacar?

— Ah, acredite, eu sei me defender. — disse ele com um estranho brilho nos olhos.

Coloquei minha mochila, que era parecida com a de Igor, junto da dele. Eu queria ir também. Estava louco para rever meus amigos, mas é claro, tinha a escola.

— Você não está chateado comigo, né?

Ele revirou os olhos.

— Claro que não, cara. Ok... Desculpe-me por falar daquele jeito com você.

Eu sorri. Igor era um bom amigo, mas ele estava agindo de um jeito muito diferente. Eu tinha certeza de que ele estava escondendo várias coisas de mim, mas mesmo que eu quisesse saber, ele não iria me contar. Isso me chateava um pouco.

Peguei minha mochila e coloquei nas costas.

— Tudo bem, então. Boa sorte.

Apertamos as mãos.

— Mando um abraço seu para o pessoal. — disse ele. — E obrigado por me deixar ficar aqui.

— Tudo bem.

Abrimos a porta, e cada um foi para o seu destino. O meu, infelizmente, era a escola.

***

Na aula de História, o professor Richard pediu para a gente criar uma história com base nas aulas e matérias que já tínhamos visto. Ninguém gostou muito disso, mas estavam se esforçando para criar alguma coisa. Abri minha mochila para pegar o meu caderno, mas levei um susto quando vi que meus livros e o meu caderno não estavam lá. Abri a mochila ainda mais. Dentro havia um conjunto de roupas, que por sinal estavam bastante sujas. Vários biscoitos recheados, um boné, óculos escuros, e uma coisa feita de madeira escondida debaixo das roupas. Quando a peguei, vi que se tratava de uma máscara. Uma máscara de madeira com o formato de um rosto humano, com olhos vazios e uma boca meio aberta.

Estranho, pensei. Isso não é minha mochila.

Foi então que eu me lembrei de uma coisa. Eu havia colocado minha mochila junto da de Igor no sofá. Então... Eu havia pegado a mochila errada. Essa era a de Igor, e Igor havia pegado a minha. Que maravilha!

Fiquei olhando para a máscara. Eu nunca havia visto uma daquelas. Quando eu a virei, na mesma hora eu senti um súbito desejo de colocá-la.

Deixa eu ver se cabe em mim, pensei.

Fui aproximando a máscara do rosto, quando o sr. Richard disse:

— Sr. Victor.

— Hã... Oi!

— Isso não é hora para ficar brincando de super-herói. Guarde essa máscara, ou eu irei toma-la de você.

Os outros alunos riram.

— Ah, certo. — Guardei o objeto de volta na mochila.

Depois, na aula de Matemática, tentei não dormir. A sra. Erika passou um trabalho para casa, pedindo para resolvermos todas as questões do livro.

Pra quê isso? Me perguntei. Ela quer matar a gente?

Fiquei com uma vontade de gritar com a professora, perguntando se ela gostaria de resolver todas as questões do livro. Olhei para trás, e percebi que Mike Wilson estava encolhido em sua cadeira, com uma expressão de medo nos olhos. Achei aquilo muito estranho.

Depois disso, teve ainda aula de Geografia e Biologia.

Finalmente, a melhor hora: Hora de ir para casa.

Saí da escola, e caminhei alguns metros quando Mike Wilson e mais dois dos seus colegas passaram por mim.

— Olhem só. — disse um dos garotos. — Não é o suposto valentão que bateu em você Mike?

Wilson me olhou, mas dessa vez não tinha raiva nos olhos.

— É... É ele.

— E então... Não vai fazer nada?

— Não. — disse ele.

Franzi a testa.

— Está tudo bem? — perguntei.

— Por que pergunta isso? — resmungou ele.

— Você está estranho. Aconteceu alguma coisa?

Ele olhava para baixo.

— Não aconteceu nada.

— Tem certeza? — insisti.

Eu não deveria ter dito nada, pois ele se irritou.

— Por que você quer saber?

— Porque você está com uma cara de cachorro assustado. Vamos, me conte o que...

Wilson avançou e me empurrou com tudo. Caí no chão.

— Então você quer brigar?

— Não... — falei, tentando segurar a raiva. — Só quero saber o que aconteceu.

O outro cara, que era meio gordo com os cabelos lisos e olhos puxados, se agachou perto de mim e disse:

— Sabe o que a gente faz com quem banca o valentão?

— Sei. — falei. — Vocês fazem isso... — Dei um soco no rosto dele. Então me levantei e corri.

— Pega ele! — gritou Wilson.

Corri sem olhar para trás. Dobrei uma esquina e continuei a correr. Entrei em uma curva em um beco sem saída, e me escondi atrás de várias latas de lixo. Esperei o que pareceu ser uma eternidade. Respirei fundo.

Por que eu fiz aquilo? Pensava. Não era para eu ter dado um soco nele. Isso só piorou as coisas.

Espiei para ver se o caminho estava livre. Não havia nada, nenhum bando de adolescentes me perseguindo. Levantei-me, andando com cautela. Assim que eu saí do beco, esbarrei em alguém.

— Ora, ora, ora. Então você está aqui. — riu Wilson.

— Querendo fugir, valentão? — perguntou o cara gordo.

Tentei correr, mas eles me agarraram e me arrastaram para dentro do beco. Fui surrado, e muito, com chutes e murros, até eles me jogarem nas latas de lixo, rindo como idiotas.

— Quem sabe se com isso você aprenda a não se meter conosco. — riu o outro cara, que era alto e magro, com um cabelo encaracolado.

Wilson abriu a mochila de Igor e a virou de cabeça para baixo, derrubando tudo em cima de mim.

— Vamos embora. — disse ele.

Eu estava com o rosto todo surrado. Sentia gosto de sangue na minha boca. Minha barriga parecia que tinha sido pisoteada por um Cão Infernal. Senti vontade de chorar. Uma raiva enorme estava se expandindo em meu peito. Tive vontade de matar todos os três.

Olhei para o lado, e vi a máscara de madeira. Eu a peguei.

— Então você é o “estranho objeto” que Igor achou? — murmurei. — Que grande porcaria. Ele devia estar era maluco para pensar uma besteira dessas. O que você faz? Você fala? Hem? Ou você serve somente para ser colocada no rosto assim...

Aproximei-a do meu rosto, e quando estava a poucos centímetros, ela se agarrou a minha cara, como se a máscara fosse um imã e o meu rosto um objeto de metal.

— AAAHHHH! — gritei. — Isso está vivo! Me larga! Me Solta!

Tentei arrancá-la, mas ela se fechava em torno de minha cabeça. Eu gritava por socorro e me debatia no chão. Depois disso, não me lembro exatamente o que aconteceu, mas ouvi sons de trovão e clarões como o de relâmpagos. Tive uma breve visão de tudo a minha volta girando, como se eu estivesse dentro de uma maquina de lavar.

Quanto tudo parou me vi em pé, olhando para a saída do beco. Havia algo de diferente em mim. Eu me sentia mais forte. Uma força ardia em meu corpo. Uma enorme vontade, clamando para ser satisfeita, veio ao meu coração.

— Pelas cuecas do Minotauro. — minha voz estava estranha. — O que aconteceu comigo? Eu me sinto... mais forte. Hehe. Vamos agitar! — Me preparei para correr. — Mas, primeiro... Vamos dar uma boa lição em uns rapazes mal criados.


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