E Se fosse verdade? 2 escrita por PerseuJackson


Capítulo 35
Hefesto faz uma visita ao Cassino Lótus




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Imagine-se em um lugar onde você pode fazer um monte de coisas legais e divertidas, mas não sabe por onde começar. Foi assim que fiquei ao ver aquele saguão lotado de jogos impressionantes. Tentei escolher algum brinquedo ou jogo, mas eram tantos que ficava tonto só de pensar.

— Ei, senhor. — disse alguém atrás de mim.

Virei-me, e vi um cara que parecia que estava de férias no Havaí. Blusa estampada com coqueiros e papagaios, shorts curtos e sandálias de dedo.

— Uh, olá. — cumprimentei.

— Aqui está a chave do seu quarto. — disse ele.

Sorri.

— Nossa. E ainda por cima tenho um quarto grátis? Maravilhoso! — peguei a chave.

— Se você quiser mais alguma coisa, é só ligar para a recepção. Aqui está seu cartão GranaLótus. Funcionam nos restaurantes e nos jogos. Suba até o quarto 305. Qualquer problema é só avisar. Aproveite sua Estada.

Ele se foi.

— Será que existe um lugar tão maravilhoso assim? — perguntei-me. Quando Percy veio correndo até mim e me agarrou pelos ombros.

— O que você pensa que está fazendo? — exclamou ele. — Por que entrou aqui? Não sabe que esse lugar é perigoso?

Mostrei a chave do quarto para ele.

— Relaxa, meu amigo. Olha só, me deram a chave de um quarto.

Ele tomou a chave de mim.

— Não pode ficar aqui. É perigoso. Vamos lá para fora. Annabeth e Ashley estão esperan... — ele se interrompeu, olhando para o lugar. Sua boca ficou aberta. — Uau! Está bem maior do que da última vez que eu vim.

— Então vamos nos divertir! — gritei, transformando-me em um garotinho. — Olha, papai, eu quero ir naquele. — puxei a mão de Percy. — Por favor, por favor. Eu quero ir naquele.

— Pare com isso! — gritou ele. — Tire essa Máscara. Só vamos brincar se você tira-la.

— Não quero! — cruzei os braços, fazendo bico.

— Vou contar até três.

— Não quero.

— Um.

Bati o pé.

— Ah, tá bom! — coloquei as mãos atrás da cabeça e puxei a Máscara. Os trovões ecoaram pelo o saguão fortemente, mas ninguém se deu o trabalho de olhar.

— Ah, deuses. — suspirei, observando o lugar. — Onde estamos?

— No Cassino Lótus. — sorriu Percy. — O lugar que é maravilhoso.

Os barulhos dos games e pessoas se divertindo preenchiam meus ouvidos.

— Vamos lá para o quarto. — disse eu.

Percy assentiu.

Quando nos viramos para ir, Annabeth e Ashley entraram fazendo cara de mal-humoradas.

— Vocês estão encrencados! — ralhou Annabeth. — Se vocês não saírem logo daqui... — ela olhou pelo o canto do olho para os jogos e brinquedos. — Vamos poder brincar!

Nós rimos.

— Vamos até o quarto 305. — falei.

Pegamos o elevador e subimos.

Nosso quarto era uma suíte com três dormitórios separados e uma varanda que dava para ver a paisagem de Las Vegas e o deserto. Havia também um bar cheio de doces, salgadinhos, e refrigerantes. Serviço de quarto especial, camas com colchões d’água e travesseiros de pena. Uma televisão enorme de tela plana com satélite e internet banda larga. Banheiros grandes e luxuosos.

— Ah, meus deuses. — sussurrou Ashley, observando tudo. — Meu sonho sendo realizado.

— Isso é demais! — comentei. — Maravilhoso! Super incrível!

Annabeth tomou a Máscara das minhas mãos.

— Me dê isso. Não vou deixar você usar essa coisa mais.

— Ei! — protestei.

— Hera disse que eu devia usar. Mesmo não confiando nela, vou obedecer.

— Por mim tudo bem. — murmurou Percy. — Só quero tomar banho e sair daqui para me divertir lá embaixo.

Fui ao banheiro, tomei banho e troquei de roupa, o que me deu uma sensação refrescante após ter viajado todo aquele percurso com a mesma roupa. Enquanto me ajeitava, lembrei que não era para a gente estar ali. Deveríamos estar viajando para São Francisco, a fim de impedir os dois deuses menores de matar meus amigos.

Ah, qual é, pensei. Preciso de um pouco de descanso. Afinal, posso fazer isso outra hora.

Quando saí do banheiro, vi que Percy, Annabeth e Ashley haviam também tomando banho e trocado de roupa.

— Ah! — Percy deitou-se na cama com vontade. — Isso sim é estar nas nuvens. Paz, tranquilidade e comida a vontade.

Ashley estava comendo salgadinhos e bebendo Coca-Cola. Vendo ela banhada, com os cabelos molhados e lavados, e cheirosa, me deu uma vontade de abraça-la e não soltar mais.

Annabeth ligou a televisão e ficou passando de canal em canal.

— O que estão esperando? — perguntei. — Vamos nos divertir lá embaixo.

— Não sei. — murmurou Percy, se aconchegando no colchão. — Aqui está tão bom.

— Ora, vamos. — insisti. — Quando vamos ter a oportunidade de nos divertir assim de novo?

Os três assentiram.

— Okay. — Annabeth pegou o cartão GranaLótus. — Vamos nos divertir.

Nunca tinha me sentido tão bem em toda a minha vida como ali. Nunca havia tido a oportunidade de experimentar coisas assim, porque minha mãe não tinha dinheiro para pagar um Hotel cinco estrelas em Las Vegas só para mim.

Fui em todos os brinquedos em que você possa imaginar. Pulei de Bungee Jumpduas vezes, mesmo tendo medo de altura. Pratiquei Snowboard na pista de neve artificial. Joguei um jogo chamado Atirador de Elite do FBI em realidade virtual. Escorreguei inúmeras vezes no toboágua e subi na parede de escalada. Annabeth e Ashley iam de jogo em jogo toda a hora. Vi uma delas jogando the sims 3, onde dava para você ver toda a cidade em 3D. Percy pulava de Bungee Jump quase toda a hora, e depois ia até a lanchonete para comprar comida. E alguns instantes depois já estava no toboágua escorregando e gritando.

Depois de várias horas de diversão, fui até a lanchonete para comer, quando reparei em um homem sentado à mesa. Ele usava um macacão jeans sujo de graxa e óleo. Suas mãos eram grandes e calejadas. Seu corpo era esquisito e desproporcional, com um ombro maior que o outro. A cabeça era igualmente grande, com uma barba preta, e de dentro saía pequenas chamas de vez em quando.

Quando olhei para ele, imediatamente recuei, assustado. Quem era aquele homem horrível? Só podia ser um... um... qual era mesmo o nome daqueles bichos enormes, grandes e feios com quem eu lutava todo o dia? Ah, sim! Monstros. Só podia ser um monstro.

— Ei, garoto. — chamou o homem, com uma voz profunda. — Venha até aqui. Quero falar com você.

— Hã... comigo? — estranhei. — Tem certeza?

Ele assentiu.

Puxei uma cadeira e sentei, desconfiado.

— O que quer falar comigo?

— Sobre a sua missão. E também sobre a tal Máscara.

— Que missão? — perguntei. Depois pisquei e assenti. — Ah, sim. A missão... sim, sim. Lembrei. O que tem ela?

O homem sorriu.

— Esse lugar está mexendo com sua cabeça, não é?

— Não sei do que está falando. E quem é você?

— Hefesto.

Levei alguns minutos para lembrar.

— Ah, sim. O deus ferreiro. Certo, veio para me dizer apenas isso?

Ele deu de ombros, o que foi muito esquisito.

— Só quero dizer que seus amigos estão dependendo de você. E que se não prosseguir, vai ser tarde demais.

— Amigos... — murmurei, com um olhar vago. — Ah. Igor e Grover. Verdade.

— E sobre a Máscara, quero dizer para não a subestimar. Não se engane, achando que ela só quer o bem de quem a usa.

— Eu não a subestimo. Sei o que ela pode fazer.

Hefesto fez aparecer uma latinha de refrigerante.

— A Máscara liberta os desejos mais reprimidos, e o lado obscuro da pessoa, fazendo com que ela perca seu autocontrole, sua sanidade e as emoções. Em compensação ela dá poderes infinitos ao seu portador. Isso pode até ser uma coisa boa, mas quando usada demais, ela passa a controla-lo. O objetivo é sempre o mesmo: Levar os seus usuários a ruína.

Bocejei.

— Okay. Mas, se não se importar, vou voltar a brincar.

Hefesto deu um gole do seu refrigerante.

— Tudo bem. Antes de ir, quero que saiba que... não estou mais zangado com você por ter matado... — ele suspirou, como se fosse dizer algo difícil. — Dois de meus filhos. Sei que você estava usando a Máscara naquela hora, e que ela o estava controlando. Até enviei alguns monstros e alguns dos meus autômatos na esperança de lhe esmagar, mas vi que isso não diminuiria minha ira.

— Puxa, obrigado. Agora falta somente três deuses para tomar como exemplo essa sua nobre atitude.

— Adeus, Raphael. — disse Hefesto. — E se eu fosse você, procuraria um jeito de sair desse lugar.

Segundos depois ele desapareceu, me deixando sozinho na mesa.


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