Ally

TRIN TRIN TRIN - O despertador toca para me acordar as quatro da manhã mas nem precisa, eu passei a "noite" quase toda acordada. Desligo o despertador e pulo da cama em direção ao banheiro. É hoje!

Hoje, Austin, meu melhor amigo de infância/adolescência/paravidatoda, volta para Miami e agora mesmo eu vou busca-lo no aeroporto.

Depois que seus pais morreram em um acidente de carro, ele e o seu irmão mais novo Luck, foram morar na casa da tia Suzy, em Londres. Meus pais como sempre foram os melhores amigos dos pais de Austin tentaram de tudo pra que eles tivessem ficado aqui, mas a justiça disse que era melhor para as "crianças'" morar com algum parente nesse momento tão difícil. A verdade é que depois dos pais dele, não há ninguém que eles considerem mais a família deles de quê a minha família, nos fomos criados juntos e tudo, e além do mais, a tia Suzy é uma interesseira que só pensou nela mesmo quando quis que os meninos fossem morar pra lá, já que agora nem a terceira geração deles precisam trabalhar com a fortuna que os pais deixaram, só que para a justiça tudo isso não conta muito.

Isso não importa mais, o que importa é que o Austin me prometeu que voltaria, e como quase tudo que ele promete ele cumpre... Eu nem acredito! Eu estou com tanta saudades!

Termino de me arrumar e desço as escadas correndo, encontrando Maria, a empregada mais antiga daqui de casa e mais legal, fazendo o que me parece um lanche.

–Oi Maria! -falo animada lhe dando um abraço.

–Ai que susto menina! -fala pondo a mão no peito.

–Hahaha, desculpa, é que eu estou muito ansiosa.

–Eu também, nem acredito que o meu garoto vai voltar! Eu tô com tanta saudade que mal preguei os olhos, você já vai pegar ele?

–Sim, agora mesmo! Quer ir também?

–Não, eu prefiro esperar aqui mesmo, muito obrigada.

–Então tudo bem, eu já vou indo ok?

–E seus pais menina?

–Eu passei pelo quarto deles e não ouvi nada, acho que eles acabaram dormindo, deixa eles descansarem que amanhã eles trabalham né? Eu mesma vou.

–Mas Cristian está dormindo uma hora dessa criatura. -fala se referindo ao nosso motorista, pondo a mão na cintura o que torna a cena engraçada.

–Deixa ele descansar também, eu mesma dirijo.

–Você dirigindo? E ainda uma hora dessa Allycia? Tá doida é? -Pergunta com um olhar preocupado o que é mais engraçado.

–Ei, eu sei dirigir tá legal? - me defendo e olho a hora no relógio- E eu já tenho mesmo que ir! beijooos Maria. -Saio rindo com um "Deus te livre de todo mal minha menina, Ave Maria", esse sotaque dela é uma graça.

Pego a plaquinha com o nome "Austin Moon" que eu mesma fiz, e as chaves do carro e entro na garagem.

Chego no aeroporto e entro na área do desembarque, olho no monitor se o voo dele já chegou e não, não chegou. Depois de 5 minutos de atraso finalmente o monitor avisa que o voo chegou. O pátio enche de gente alguns minutos depois e a minha plaquinha começa a ser útil, por que eu não vejo mais ninguém que entra na porta de onde ele vem direito.

Continuo com a plaquinha levantada quando eu o vejo. Minha boca cai em um completo "O''.

MEU DEUS! Como alguém pode mudar tanto em um ano? Os braços desse moleque estão enormes! E esse cabelo? ele pintou pra ficar mais loiro? E esse estilo todo gente? Por um minuto duvido que é ele mesmo mas aí ele olha nos meus olhos e eu coro pela minha pequena flertação. Ele deixa as malas de lado e abre os braços, então eu caio na real e corro ao seu encontro.

Esse abraço... De repente rola um misto de choro e sorriso com mais choro.

–Que saudade! -Ele fala sem me soltar e é o que eu mais quero, ficar aqui pra sempre. De repente os dois estão chorando feito criancinhas.

–Eu te amo tanto, tava com tanta saudade! -falo entre as lagrimas.

–Eu também te amo muito, não aguentava mais ficar tanto tempo sem te ver.

–Esteroides e anabolizantes fazem muito mal sabia? -falo ainda chorando, mas agora rindo também. Ele me acompanha.

–Eu cresci tá legal? nada de anabolizantes, e você? é impressão minha ou só fica mais gostosa? E baixinha! hahaha

–Austin! - o garoto leva um tapa pela brincadeira. -E baixinha é a pu...

–Olha...- ele fala rindo- tava com tanta saudade de apanhar de você.

–"We have all the time in the world baby" -falo a frase de uma musica da nossa banda favorita e ele dá gargalhadas. Lembro de como ele estava péssimo a um ano atrás quando foi embora, e fico extremamente feliz por ver ele assim, é tão bom ver que ele superou tudo.

–Então, vamos? -digo pegando uma mala.

–Ah não, deixa que que eu mesmo carrego tudo- diz pegando-a da minha mão.

–Ai que droga Austin! -digo horrorizada.

–O que? - pergunta assustado.

–Você não pode se ter se tornado um cavalheirozinho em um ano, você sabe o que eu penso disso.- ele cai na gargalhada.

–Não me tornei tá? relaxa, agora vamos que eu tô morrendo de sono. - diz andando sem nenhuma dificuldade carregando três malas, que devo dizer, enormes.

–Nem me fale!

Voltamos pra casa com Austin dirigindo e me contando que lá onde ele morava ele fez um grande amigo, um ruivo bem estranho, que a sua tia só estava interessada dinheiro de todas as empresas que seus pais deixaram como eu já supunha, e que agora é um garoto de dezesseis anos milionário que não sabe o que fazer da vida.

Chegamos em casa e todos estavam na sala esperando.

Minha mãe chorou e fez todo mundo chorar com um discurso de boas vindas. Fomos dormir 6 horas da manhã depois de jogar todas as malas do Austin no quarto de hóspedes e conversar mais um pouco, ele dormiu no meu quarto, como nos velhos tempos.

Mas devo acrescentar que nos velhos tempos ele não era tão... Gostoso?