O Paciente Do Quarto Zero escrita por Lamasway


Capítulo 5
Da Mesma Cor Que Os Seus Olhos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Final de ano minha gente. Desculpem pela demora, muitas estórias acumuladas e tenho que dar devida atenção pra todas.
Boa leitura e desculpa qualquer erro



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Capítulo 5 - Da mesma cor que os seus olhos.

DEATH NOTE

MODO DE USAR:

15 - O humano com posse do Death Note pode obter os Olhos de Shinigami, e com esse poder o humano poderá ver nomes e expectativas de vida de outros humanos apenas os observando. O humano proprietário do Death Note pode sacrificar metade de sua expectativa de vida pelos olhos de shinigami.

A garota está no chão, eu estou apavorado e não consigo me mexer. Meus olhos observam cada detalhe da menina, o cabelo louro, a pele alva, as roupas... Eu conheço ela, mas não consigo me lembrar de seu nome... Ah, minha cabeça dói tanto... Ryuuki pousa seu braço no meu ombro e eu me distraio da dor por um segundo.

– Vamos Raito. - ele tem o semblante sério e seu olhar me diz que ele não vai ceder mesmo que eu insista.

Mesmo vendo o Ryuuki irredutível, olho para a garota. Ela me conhece, pode me contar sobre o meu passado. Entro em desespero e no impulso, afasto bruscamente o braço do Ryuuki e corro em direção a garota, ela pode me ajudar, pode me falar sobre Kira e sobre... L.

Mas não consigo chegar ao meu destino por conta de um grande muro em minha frente, é o Ryuuki parado.

– SAIA DA MINHA FRENTE! - Grito.

– O nosso acordo era trazer você aqui. Não vou permitir que chegue perto dessa garota. - Ryuuki me olha sério.

– Eu tenho que saber, eu preciso de alguma coisa que me faça lembrar… - sem perceber, minha mão esquerda está em meus cabelos, puxando-os.

– Não, você não têm. Raito, se você não se desapegar desse mundo, vai morrer. - Ryuuki estica as suas asas, mostrando que não vai me deixar passar.

– Eu não me importo… EU NÃO ME IMPORTO! - Grito ainda mais alto.

Ryuuki, em um movimento rápido, pega meu braço esquerdo e me puxa para a suas costas, eu tento me debater, mas ele é muito mais forte que eu, me segura e alça vôo, de maneira que não posso mais lutar contra ele, ou eu caio. Enquanto ele toma mais velocidade, me vejo mais e mais distante daquela garota, que poderia me ajudar a me recordar de coisas que preciso saber.

Após trinta minutos de viajem, chegamos ao nosso "lar". Assim que ponho os pés no chão, vou em direção às escadas. Ryuuki não diz nada, apenas se afasta e fica em algum lugar escuro do galpão.

Quem era aquela garota? De onde ela me conhece? Será que somos parentes? Ela tinha flores nas mãos, eram pra mim? Será que ela conhece o Lawliet? Ryuuki me diz que não posso continuar apegado ao mundo humano, mas como posso deixar tudo isso de lado? Ele têm um sorriso tão doce... Ele é o meu mundo, meu amante, meu rival. Eu já estou morto e realmente não entendo como ele pode me ver... Ela também pode me ver, e tenho certeza que ela também não tocou meu death note... Então, como é possível?

– Raito… - escuto uma voz vinda do escuro.

– Hum? - sei que é Ryuuki, mas não quero papo com ele.

– Aqui. - ele me joga alguma coisa. É um tapa-olho.

– Hoje você não foi visitar aquele menino, e de maneira nenhuma seu olho de shinigami vai passar despercebido por ele… Vamos.- Ryuuki permaneceu com o seu olhar para frente.

Eu encarei o tapa-olho e sorri, ele fez isso por mim? Não! Ele me disse que não está do meu lado, isso não é para me ajudar. Então…

– Obrigado… - Coloquei o tapa-olho e caminhei em direção ao Ryuuki.

– Tanta educação e continua perdendo para aquele L. Você mudou, mas ele ainda é seu ponto fraco. - Ele dá um sorriso que não posso identificar se é bom ou ruim. Sorrio de volta e subo em suas costas.

– Não me importo em perder para ele, desde que eu possa estar com ele.

– Raito... Você vai se trasformar querendo ou não. Se não deixar esse mundo para trás, você pode desaparecer ou... - ele hesita, parece que não pode me dizer isso.

– Ou... Diga Ryuuki.

– No nosso mundo existe um rei shinigami, ele pode querer te castigar. Acredite em mim, isso seria pior que a morte.

L POVs

Ele ainda não veio, e já é bem tarde. Será que ele não vem mais? Não! Tenho que parar de pensar como uma garotinha e me concentrar, ele está me escondendo algo... o que pode ser?

Estou deitado na cama e a enfermeira já passou para ver como eu estou. Sinceramente não sei pra que tanta preocupação, só por que eu como alguns doces aqui e ali. Minha capacidade mental está baixa por causa desse hospital que nem mesmo tem um doce decente.

Sou tirado dos meus pensamentos por pés que andam pelo meu quarto, é o Raito… mas ele está diferente.

– Raito-kun? - digo com certa preocupação.

– Sim… sou eu. - ele não se aproxima de mim, o que eu acho estranho.

Me atrevo a levantar e andar em direção ao Raito-kun. Eu dou dois passos pra frente e ele quatro pra trás. Tem algo errado, se ele não quer estar perto de mim, porque veio?

– Raito-kun, o que ouve? - digo esticando a minha mão esquerda até o seu rosto.

Raito segura a minha mão, e com a outra eu levanto o seu rosto. Ele está usando um tapa-olho preto que vai até atrás da sua cabeça.

– Raito-kun, o que ouve? - pergunto novamente. Ele abaixa o seu olhar e tira a sua mão esquerda da minha.

– Meu olho, eu... - não deixo que ele termine a frase, arranco o tecido de sua face e olho nos seus olhos. Seu olho esquerdo está vermelho.

"Olhos de shinigami"

Uma lembrança me atinge em cheio. Ela diz, "acho que Kira-san ainda não tem os olhos [...], podemos confirmar nossas identidades com nossos shinigamis [...]". Estou atordoado, mas não vou deixá-lo perceber, preciso tirar informações dele e é isso que vou fazer.

– Raito-kun… - tento fingir que não vi nada.

– Está assustado, L? - estou. Assustado, confuso, intrigado e encantado. Seu rosto parece ainda mais bonito iluminado pelo luar e seu olho vermelho o deixa tão... sombrio.

– Só estou te admirando, você é lindo. - digo, encostando a minha testa com a dele.

– Lawliet… - percebo finalmene que, por todo esse tempo, ele estava chorando.

Levo minha outra mão ao seu rosto e com as duas, enxugo suas lágrimas. Encaro sua face, não contenho a vontade de beijá-lo e assim o faço. Toco seus lábios com os meus num beijo casto, a sensação elétrica percorre todo o meu corpo, um arrepio excitante desce por minha espinha e me parece nostálgico. Minha língua ousa molhar seu lábio inferior, deixando uma leve mordida no local, é o suficiente para fazê-lo perder a cabeça.

Os braços dele se encontram em meu pescoço e ele puxa meus cabelos, senti tantas saudades disso, parece nosso primeiro contato íntimo, mas meu corpo me diz o contrário. Tomo seus lábios e língua com força e sinto seu corpo tenso, suas mãos descem para meus quadris e ele se pressiona contra mim, sinto que ele também me reconhece.

Tenho uma idéia que mais parece outra lembrança, beijo levemente a base do seu pescoço enquanto minhas mãos pousam em sua cintura, subo até o lóbulo de sua orelha, mordo delicadamente e aperto sua cintura firmemente, ele geme alto, me excitando mais. Prossigo com o aperto firme e sigo beijando seu rosto até encontrar sua boca, esperando por mim.

As mãos dele passeiam pelo meu peito, insatisfeitas por não tocarem minha pele. Fito seus olhos por um momento e eles me pedem para que eu deixe-o me tocar sem ter as roupas como barreira. Eu atendo seu pedido, o que mais posso fazer quanto aos pedidos silenciosos dele?

"L, eu quero você, quero agora, não me faça esperar... Venha."

As lembranças misteriosas da pessoa que não me lembro o rosto se misturam com o desejo que sinto pelo Raito. Estranhamente, lembrança e sentimento se completam perfeitamente. Ele beija meu peito nu me fazendo prender o fôlego, eu o pressiono contra a parede afastando-o de mim e num ato impensado, toco sua ereção por cima da calça, ele parece um pouco assustado à principio, mas logo fecha seus olhos, parecendo deliciado com a sensação. Não consigo parar de tocá-lo e beijá-lo, quero estar dentro dele, minhas mãos sobem até seu peito por dentro de sua camisa, meus beijos contornam seu maxilar e chupo com força seu pescoço.

– Não! - ele me afasta de maneira rude, mas não acho que esteja bravo. Ele parece sentir dor e quase não ouve o que digo.

– Desculpe Raito-kun, se fui longe demais... - ele levanta uma das mãos em negativa.

– Não, L. Minha cabeça está doendo muito, muito mesmo.

– Vou chamar alguém para te ajudar...

– Não! Fique comigo, só isso.

Levo Raito até minha cama, é pequena mas cabe nós dois. O envolvo em meus braços e acaricio seus cabelos até vê-lo dormir, parece um anjo. Durante a noite enquanto o observo, ouço um sussuro vindo dele.

– Shinigami... Não quero ser um shinigami... - caramba.

– Do que está falando, Raito-kun? - ele está dormindo, não vai mentir pra mim.

– Shinigami... Quero ficar aqui, não volto para o mundo dos shinigamis... Não quero morrer...

O que é isso? Ele é um shinigami?

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Os primeiros raios de sol se mostram na janela, Raito já está prestes a acordar, então finjo que estou dormindo. Não sei como reagir após ouvr os sussurros dessa madrugada, acho que não vou conseguir esconder minha curiosidade.

Como previsto, ele se levanta sem fazer baruho e vai até a janela. Posso ouvi-lo chamar alguém, Ryuuki... já ouvi esse nome. Abro os meus olhos ligeiramente e vejo a sombra de um ser gigante e extemamente magro, ele tem asas, cabelos arrepiados e um... brinco? Acho que sim, um brinco em forma de cruz na orelha. Reconheço o nome e a silhueta. Quem é esse?

Misa POvs

Já está de manhã, minha conciência voltou e minha visão não está mais turva, tento fixar o meu olhar onde eu o vi.

– Raito… - minha voz é um sussurro.

Ele está vivo? Não. Eu vi o seu corpo ser enterrado, então quem era aquele homem? Será que o Raito voltou por MIM? Ah, Raito você sempre amou a Misa, não é? Você voltou por mim! Eu tenho que saber onde o Raito está, vou procurar até que eu não consiga mais andar.

– RAITO, EU TAMBÉM TE AMO! - Grito para o nada.

Raito.

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Ele está vivo!

Preciso vê-lo, sim! Ele voltou pela Misa! Onde ele está? Onde ele está?

Continuo procurando no cemitério, mas não encontro ninguém. E se eu for até o depósito onde ele morreu? É, ele pode estar lá sim! Preciso correr, correr o máximo que posso, correr até meus pulmões doerem. Meus sapatos estão machucando tanto. Vou tirar e jogar fora, Raito não precisa de sapatos, ele precisa da Misa! Ele voltou do mundo dos mortos por mim, sim! Não posso deixar ninguém saber que ele está vivo, não, não posso...

Estou chegando Raito, me espere! Eu te amo tanto e você voltou pra mim!

Abro o portão do depósito, fecho meus olhos e respiro fundo. Certo, vamos lá!

– Raito!


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Notas finais do capítulo

Chegou até aqui? Obrigada! Até a próxima



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