Fui andando até o quarto numero 15 com medo de encontrar o tal tarado pelos corredores. Cheguei à porta e não tinha sinal de barulho. Quando entrei era “O” quarto, grande, espaçoso e por incrível que pareça cheiroso. Só pode ser de uma... Mulher.

Fui direto para os armários, e lá estavam roupas que já vi aquela safada usando em revistas.

- Na mosca!

- O que? Quem está ai?

- Ai caramba..- me vi com medo agora. Se Edward estivesse ali não teria como eu sentir o doce gosto da vingança.

- Ei, tem alguém ai?

- Sim senhora. Vim limpar seu quarto,

- Senhorita, por favor. Senhorita.

- Sim, senhorita. -vadia

- Bom, por favor, dê um jeito no banheiro, ele está imundo.

- Pode deixar.

- Não mexa em nada viu queridinha. Vou dar uma saída e volto já. Se eu ver que meus vestidos ou sapatos foram mexidos, conversaremos depois.

- Nada será mexido senhora..er..digo, senhorita.

- Acho bom. E não demore muito aqui. Não gosto de estranhos invadindo minha privacidade.

Se ela continuasse com cara de nojo, garanto que sairia daqui como homicida. Argh, que pessoa nojenta. Não acredito que o Edward tenha me trocado por essa ridícula.

Não arrumei nada, não estava lá pra faxina, não fazia isso no meu quarto, ela era um tola por achar que eu limparia seu banheiro, coitada.

Fucei, fucei mesmo. Procurei qualquer coisa que pudesse entregar Edward. Mas não achei nada. Aquilo já estava ficando chato. Corrida de cão e gato. E Edward no fim acabaria saindo como o bom. Ai, que raiva..

Com todas as coisas dela espalhadas pelo quarto, recebi uma mensagem no celular. Era de Jacob.. “Bella, você está passando dos limites. Edward está hospedado aqui. Já até sei o numero do quarto. Venha me encontrar nos fundos do hotel, louca.” Ri com a mensagem. Jacob estava sendo usado por mim o que me fazia sentir um peso na consciência. Mas eu precisava dele comigo. Joguei tudo, mais ainda. Só que antes.. Teria que dar uma caprichada na bagunça.

Abri o tão precioso armário da senhorita gostosona. Joguei todas as suas roupas pelo chão, pisei, rasguei. Mas o melhor ainda não contei. Peguei sua bolsa DG e enfiei no vaso sanitário.

HAHAHAH, ah, não me julgue. Ela mereceu. HUNF.

Sai com a cara mais lavada do mundo. Fui simpática e discreta, para que ninguém desconfiasse. Desci e cheguei ao encontro de Jacob.

- Bella, onde você estava mesmo?

- Ah Jacob. Encontrei o quarto da safada. Foi maravilhoso, acabei com as roupinhas amadas dela.

- Isabella, eu to começando a ficar com medo de você. Garota, você esta ficando louca.

- Ah meu querido, quando se trata de mulher traída, nada é loucura.

- Você nem tem certeza...

- Não importa, ela merece de qualquer forma. É uma nojenta.

- Já disse e vou repetir você está se descontrolando.

- Ah Jacob, me poupe de sermões. Mas einh, não me faça esquecer.. Diga, numero e andar do quarto de Edward.

- Numero 20. Segundo andar. Olha lá einh Bella. Não apronte mais.

- Fique calmo meu querido. Nada vai acontecer. Eu sou um doce de pessoa.

- Só se for meio amargo.

- Calado. Você ta me atrasando. Fui.

Corri até a parte da limpeza. Peguei um carrinho, para me esconder né. Nunca se sabe quem surgirá na minha frente. No primeiro andar estava tudo calmo. Passei em frente ao quarto da estrela e lá estava ela desesperada com a bolsa chique ensopada de água de vaso. Passei rápido, mas sem perder a oportunidade de ouvir.

Ela estava aos gritos, dizendo que ia processar o hotel, que eles teriam que pagar roupas e bolsa nova pra ela. Ih, um escândalo só.

Fui pro segundo andar e comecei a ficar nervosa. Meus olhos nervosos procuravam o quarto. A amargura se misturou com a ansiedade. A vontade louca de provar que eu estava errada sobre Edward, que tudo aquilo era uma mentira. Ah, como isso é horrível.

- É aqui. Tomara que Jacob esteja certo e eu errada.

Entrei no quarto com o pé direito, nessa hora qualquer superstição estava valendo. Abrindo a porta, foi como se tudo que eu tivesse vivido passasse como um filme. O cheiro dele me trazia lembranças. Lembrava do dia no parque, das conversas que tínhamos, do natal. Ah, tantas coisas que ele fez questão de destruir por causa de sua fama e sucesso.

Apesar de achar estranho o “investigar meu namorado”, estava empolgada. Parecia cena de filme, quando a mocinha procura coisas sobre a ex do cara, e fica alucinada querendo provar que ela está certa. Mas no meu caso, queria provar que eu estava errada. Por mais difícil que fosse a situação, eu amava Edward. Amava tanto que torcia para que minha razão fosse vencida pelo meu coração.

Fui até sua cama. Lá estavam algumas roupas que seria para lavar. Sua bolsa aberta pelo chão mostrava tudo que ele carregara. Cheguei perto e ouvi um barulho. Vinha do banheiro.

- Ai não, ele esta aqui. – sussurrei, merda.

Olhei freneticamente ao meu redor e tudo que vi foi um armário vazio. Única opção que tinha. Abri a porta do armário e me escondi lá dentro. Comecei a suar frio, meu estomago tinha sido revirado.

De repente Edward aparece envolto só por uma toalha, o que me deixou sem ar de vê-lo seminu. Ele olhou em volta, e viu o que eu, idiota por sinal, esquecera.

- Ah, um carrinho de limpeza. Hum, devem estar querendo limpar o quarto. Vou me apressar.

Tão educado, tão gentil que pensou no trabalho dos outros. Sendo que esse outro era eu tentando investigar o que ele estava aprontando.

Edward foi chegando perto do armário, chegou a por a mão na maçaneta, o que me fez pensar rapidamente numa explicação ao menos sensata para o que estava acontecendo.

Ele hesitou, acabou pegando uma roupa de sua mala. Quando ele a abriu, vi pelas frestas que havia lá um porta retratos. Forçando minha visão, vi que era uma foto minha que ele havia pego com Alice. Nesse momento eu não tive duvidas de que ele me amava.

Sorte minha que ele preferiu se trocar no banheiro, evitando mais uma situação constrangedora.

Eu já estava nervosa com tudo aquilo. Não tinha porque de eu me esconder, quem estava errado era ele e não eu. Quem devia explicações era ele e não eu. Me enchi de coragem, e estufada como uma leoa sai do armário.

Minha cabeça trabalhava aceleradamente. Pensei numa cena de filme que havia assistido. A mocinha estava de braços cruzados na porta. Por mais que eu ame filmes, queria minha própria cena de cinema. Sentei em sua cama com o porta retratos em mãos. Respirei fundo e me preparei para o que seria uma longa e decisiva conversa.