Da amizade ao amor escrita por Doladoavesso


Capítulo 8
"I call it magic when I'm with you..."


Notas iniciais do capítulo

Ai, capítulo fofo!!
Espero que gostem!!
Posto outro ainda hoje!!
Beijinhos



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Karina POV

Fiquei a tarde inteira pensando em Cobra. Eu senti ciúmes? Eu nunca fui de sentir ciúmes, nem com o Pedro, que foi meu único namorado, o cara que eu gostei. Mas quando eu vi o Cobra com aquela menina, sei lá, me deu uma coisa ruim. Foi como se ele não precisasse mais de mim. Apaguei esse pensamento louco e tentei me concentrar na matéria, porque senão, depois, eu tava lá, em recuperação.

Voltei pra casa, e meu fone de ouvido parou de funcionar no meio da música.

– Que ódio! – Murmurei. Vi uma moça parar do meu lado com as duas crianças do outro dia. Ele me lembrava tanto o Cobra, até o cabelo. Ri disso.

– Oi. – Disse o menininho, sentando. A moça, e a menina sentaram no banco ao lado. Sorri para ele.

– Oi. – Era um segredo meu, mas eu adorava criança. A menina virou de lado e ficou me olhando. Achei que podia ter algo errado em mim. – Tem algo errado em mim? – Perguntei, não me contendo.

– Não! – Disse ela, assustada. – Você parece uma boneca! – Ri do jeitinho que ela falou.

Fiquei em silêncio por um tempo. Apesar de gostar de crianças, eu não sei lidar com elas. Pra falar a verdade, não sei lidar com as pessoas de modo geral. Eu sempre me atrapalho, falo o que não deve, e sou tímida.

As crianças ficaram conversando entre si. O menino, que eu descobri se chamar Mateus, falava que queria ser super – herói. A menina, que se chamava Sofia, queria ser bailarina.

– Eu quero lutar muito! – Disse ele. Ri ao ouvir aquilo. – Quero deter os malvados.

– Você gosta de lutar então? – Perguntei. Dei sinal e desci. Vi as crianças descendo também. – Vocês moram aqui por perto? – Perguntei, surpresa.

– É que eles vão ficar na casa da avó hoje. – Disse a moça, que eu acreditava ser mãe deles.

– Eu gosto muito de lutar. – Disse Mateus, enquanto nós andávamos – Você gosta também? – Perguntou ele, curioso.

– Ai eu adoro. Eu luto muai thay sabiam? – Os dois me olharam com os olhos brilhando.

– Me ensina depois tia? – Perguntou ele. Ok, agora eu era tia. Ri.

– Eu também quero aprender. – Disse Sofia.

– Claro que sim. – Chegamos à praça.

– Vamos crianças? – Disse a mãe. As crianças ficaram emburradinhas.

– Tchau tia. – Disse Mateus, contrariado, acenando pra mim. Sofia se aproximou e eu abaixei.

– Você é muito legal! – Sorri com aquilo e ela me deu um beijo na bochecha. Vi eles seguindo o caminho ao contrário do meu. Vi Cobra no QG. Ele sorria. Abriu a porta e eu sorri de lado, esperando ele se aproximar.

Cobra POV

Eu estava contando as horas para Karina ir ao QG. Eu queria vê – la e quem sabe beija – la de novo. Eu sei que era loucura minha, eu não podia fazer isso com ela, não podia me envolver, mas eu não queria mais fugir, nem que fosse somente para ser seu amigo.

Atendi dois rapazes, fui no Perfeitão e encontrei Pedro, o guitarrista idiota.

– Ora, ora, se não é o guitarrista, e seu mascote. – Disse, me referindo a João, que estava com ele.

– Cobra, meu espaço! – Disse apontando para o ambiente. – Em espaço de Pedro Ramos, Cobra Minhoca não entra. – Ri sarcástico, por sua piadinha idiota.

– Cobra, tem algum jogo novo lá, cara? – Disse Johnny.

– Vai lá depois Johnny boy. – Eu disse.

– Ei, não quero essa amizade aqui na minha cara não ta! Por favor! – Disse Pedro, ofendido. Esses dois sei não viu! Saí rindo e vi a menina morena das malas indo para o Perfeitão. Ela não me viu. A vi entrar, e Pedro olha – la. Nem terminou com a K e já quer outra. Me irritei, mas segui andando.

Voltei para o meu posto. Faltava apenas 1h para eu vê – la. Thawik percebeu minha impaciência.

– Ta esperando alguém Cobra? – Perguntou ele, com um sorriso maldoso nos lábios.

– Ta na sua hora não? – Falei, irritado. Odeio quando querem tomar conta da minha vida.

Thawik saiu e eu fiquei lendo umas revistas que tinham lá. Nenhuma tinha graça alguma, mas me distraía. Olhei no relógio e vi que já eram 18h15min. Ótimo, perdi o horário. Cheguei até a porta, torcendo pra ela estar passando por lá. A vi acenar para um menininho e receber um beijo de uma garotinha, enquanto ela sorria. Parecia tão menina, tão inocente. Sorri ao vê – la assim. Minha vontade era de pegar ela no colo e a encher de beijos, mas eu não podia.

Ela se virou e me viu. Decidi ir falar com ela, que me olhava com a cara sapeca. Me aproximei, aproveitando que a praça estava vazia.

– Fala loirinha! – Eu disse. Ela mantinha o sorriso que eu tanto gostava.

– Oi Cobra. – Disse ela, de braços cruzados me encarando. Depois do nosso beijo, as coisas estavam meio estranhas, constrangedoras, entre a gente.

– Vai me ver mais tarde? Queria... conversar com você. – Eu não queria conversar, mas era o que eu precisava dizer.

– Vou treinar agora, depois eu vejo. – Ela disse e eu assenti, contrariado. Era impressão minha ou ela estava me evitando. Ela saiu e foi andando, parou, olhou para trás, sorriu de lado e continuou a andar.

Voltei para o QG. Eu sabia que Jade devia me procurar aquela hora, porque era a hora que eles saiam da Ribalta. Não deu dois minutos e a vi lá, entrando no meu QG.

– Vagabundo! – Disse ela, se jogando nos meus braços e me beijando.

– Oi Jade. – Eu disse, frio. Eu estava confuso.

– Cobra, porque você está me tratando assim hein? – Perguntou ela. – A machinho tem algo a ver com isso? – Ela disse e eu me incomodei.

– Olha Jade... – parei assim que vi a prima de Jade entrar.

– Vick, não ta vendo que eu to ocupada? – Jade disse, irritada.

– Desculpa, é que sua mãe tava te procurando e eu achei que era melhor eu vir do que ela. – Pelo visto a novinha já sabia que a dona Lucrécia não era muito minha fã.

– E por que você não enrolou ela? Mas é muito burra em garota! – Disse Jade. Ela esbarrou na prima e ia sair. – Depois a gente se vê vagabundo! – Segurei seu braço.

– Jade, eu vou pra casa. – Vick disse e saiu.

– Me solta Cobra! – Pediu ela, mas eu a segurava com força.

– Jade, Jade! Com medo que sua mãe veja nós dois aqui? – Eu disse. Eu não queria mais essa situação. Vi Karina passar para a academia e a olhei, involuntariamente. Jade seguiu meu olhar.

– Você e a machinho me irritam! – Disse ela, querendo chorar. – Você olha pra ela, que chega me dá nojo Cobra! – Ela falou e eu senti vontade de esgana – la. – O que você vê nela hein? Ela é feia, parece um menino, esquisita. Olha pra mim Cobra, olha o que ta na sua frente, que te quer. – Disse ela, e eu me cansei.

– Chega Jade! Cala a boca! – Ela me olhou assustada e eu soltei seu braço. – Você é egoísta, cruel, maldosa! Você é muito pior que eu garota! – Eu disse. – Some daqui Jade, anda, vaza! – Mandei e ela saiu correndo, com ódio.

Karina POV

Comecei a treinar, mas me senti um pouco mal, e acabei indo para a praça um pouco, a mando do meu pai. Eu estava me alimentando mal, desde que soube do lance da Bianca e do Pedro. Me sentei no banco e fiquei observando as pessoas.

Vi a menina que estava com Cobra mais cedo passar triste e olhei direto para o QG. Jade e Cobra pareciam discutir e eu tentava prestar atenção na discussão e entender o que estava acontecendo. Pedro se aproximou do banco.

– Ta assistindo de camarote? – Perguntou ele, ao ver pra onde eu olhava. – Torcendo pra eles terminarem né? – Disse, com raiva.

– Lógico que não Pedro! O Cobra é meu amigo, quero ele bem. – Eu respondi. – Afinal, nem sei porque eu to falando com você! – Resmunguei. Pedro olhou para a menina morena e andou até ela, me olhando algumas vezes de canto de olho.

– Oi Vick! – Disse ele alto. – Você ta triste? – Ele berrava, tentando chamar minha atenção... ridículo.

Vi Jade sair voada do QG. Ela parecia ir pra casa, mas parou no meio do caminho e se aproximou de mim.

– Ta feliz agora Karina? – Perguntou ela, chorando e arrancando os fios dos cabelos... ela ia acabar careca. – Tudo culpa sua! Sua sapahétero! A vontade que eu tenho é te bater, mas a vida já fez isso por mim! O Cobra ainda vai ser meu ta me ouvindo? Ele vai voltar correndo pra cá! – Disse apontando para si mesma. – E quando ele fizer isso, você vai estar acabada, destruída! Eu faço questão de acabar com a tua raça garota! – Ela berrava e eu tentava ignora – la. – Ele nunca vai querer uma menina como você! Nunca! Ele vai cansar de você! Você e feia! Você é brega, mal vestida, parece um machinho revoltado! Por isso tua irmã teve que pagar alguém pra te querer! – Quando ela disse isso, eu me levantei furiosa.

– Eu vou te arrebentar a cara garota! – Berrei. Senti alguém me segurar e vi Cobra segurar Jade.

– Calma K! – Disse Duca, próximo a mim. Cobra arrastava Jade para casa, enquanto ela gritava de ódio. – Vamos beber uma água no Perfeitão. – Segui com Duca até lá e após alguns minutos tomei a água. – Melhor? – Perguntou ele, solícito.

– Tirando a minha vontade de arrastar a cara daquela garota no chão, sim, eu to melhor! – Disse. Eu ainda ia acabar com ela. Vi Cobra sair da casa dela e ir para o QG, com o rosto nervoso.

– K, por que a Jade estava tão revoltada contigo? – Perguntou Duca. Ele parecia querer saber de alguma coisa.

– Não sei Duca. Ela é louca! Ela odeia a Bianca, então ela deve me odiar também! – Eu disse, tentando disfarçar.

– É... – Duca disse. – Mas você é próxima do Cobra né. – Ele disse. Como assim?

– Não sou próxima dele, só não gosto de desprezar ninguém. – Eu disse. Aquela conversa estava me enchendo à paciência.

– Ok K, espero que esteja sabendo o que ta fazendo! Confio em você. – Ele disse e segurou minhas mãos, sorrindo. Vi Pedro se aproximar com a Vick. Ele ficou nos encarando até olharmos pra ele, e beijou a menina. Não entendi nada. – Vamos pra casa né. – Disse Duca. Eu me senti um pouco incomodada com aquilo. Querendo ou não, eu havia gostado demais do Pedro. Fui pra casa e Duca me deu um beijo na bochecha.

Tomei um banho refrescante e quando entrei no quarto, Bianca estava sentada na cama, me encarando.

– O que você e o Duca estavam fazendo juntos hein? – Perguntou ela. Sua voz era de quem iria me matar a qualquer momento.

– Não lhe devo explicações. – Disse, sorrindo irônica.

– Olha aqui garota, se você ta fazendo isso só pra se vingar de mim, saiba que é ridículo. – Não entendi nada do que ela tava falando.

– Fazer o que garota? Ta louca? – Perguntei.

– Você não ta dando em cima do Duca? – Falou ela, desconfiada. Comecei a rir da sua casa de trouxa.

– Claro que não Bianca! Você é muito idiota de achar que eu iria querer me vingar de você, ainda mais usando o Duca. – Disse ainda rindo. – Mas o Duca é bonito, legal, gente boa! – Ela me olhou irada e eu ri ainda mais.

– O Duca nunca vai querer nada com você! Ele gosta de mulher de verdade, não de uma menina esquisitinha que se veste igual a homem! – Me entristeci com suas palavras, mas fingi ignora – las. Saí do quarto, batendo a porta.

– Pai, vou ali encontrar a Fabi e já volto. – Disse, passando pelo meu pai.

– Ok, mas volta cedo, ouviu mocinha! – Ele disse e eu saí. Disquei o número de Fabi e pedi pra ela confirmar o que eu dizia. Fui para o QG.

Cobra POV

Vi Karina entrar no QG. Sorri ao vê – la.

– Olha só quem deu o ar de sua graça! – Disse. Ela sorriu e se sentou ao meu lado.

– É Cobra, as pessoas me irritam! – Ela disse. A abracei pelo ombro e ela sorriu mais. – E a sua namorada, sossegou? Quase acabei com a raça dela. – Ela disse. Me aproximei do seu ouvido.

– Ela não é mais minha namorada! – Sussurrei e a senti tremer. Bom sinal!

– Sério? Por isso ela acabou comigo. Ela me disse várias coisas sabia. – Falou ela, me encarando.

– Como o que, por exemplo? Fala que eu acabo com ela Karina! – Falei com raiva. Ela tinha que ir falar com a K.

– Calma Cobra, eu to nem aí. Ela e a Bianca só dizem verdades... – Ela disse, um pouco pra baixo. Não gostei de ver a minha marrentinha assim. Minha marrentinha? O que eu tenho na cabeça hein?

– O que elas disseram K? – Perguntei, e a soltei, a olhando de frente.

– Ah Cobra, que eu era feia, esquisita. A Jade ainda disse que você nunca ia me querer. – Ela disse.

– Ah, mal sabe ela... – Parei. Vi que Karina me olhava.

– Mal sabe ela o que Cobra? – Ela sorriu sedutoramente.

– Mal sabe ela que eu to prestes a fazer isso. – Com uma mão, segurei sua cintura. A outra embrenhei em seus cabelos. Nossos lábios se tocavam com vontade. Ela abriu a boca, e nossas línguas travaram uma luta desesperada por poder. Sempre assim, nem na hora do beijo, Karina dava o braço a torcer. Fui caindo em cima dela, na cadeira, até que a cadeira virou e a gente começou a rir. – Machucou K? – Eu disse, a levantando, enquanto ela ria.

– Não. – Ela não parava de rir, e vê – la rindo, me fazia querer rir mais. Ela se acalmou e me abraçou, me surpreendendo. A envolvi e ela colocou seu queijo em seu peito e me encarou. – O que ta acontecendo aqui Cobra? – Perguntou ela.

– Não sei K. – Disse a empurrando levemente. – Eu queria muito ser seu amigo, mas a culpa é toda sua. – Ela me olhou confusa. – Por ser linda assim. – Ela sorriu.

– Linda? Só você que acha isso! – Disse ela.

– É porque você não vê os caras te olhando quando passa. Se eu fosse seu namorado, teria que dar uns bons golpes neles. – Eu disse rindo e ela me acompanhou.

– Cobra... você sempre disse que iria me ajudar né? – Falou ela. Assenti – Eu tive uma ideia. – A olhei confuso. – Ricardo Cobreloa, você aceita namorar comigo?


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Notas finais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=Qtb11P1FWnc
Música: Magic - Coldplay



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