Da amizade ao amor escrita por Doladoavesso


Capítulo 4
"And I know now, that I'm so down..."


Notas iniciais do capítulo

Tá começando os momentos fofos!! *-*



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Karina POV

Quando cheguei em casa vi meu pai vendo TV. Eu iria passar direto e tomar um banho, mas o senhor Gael me parou no caminho.

– Filha, senta aqui. – Ele disse, batendo do seu lado do sofá. Fiz o que ele pediu. – Karina, ouve seu pai, não é bom você ficar brigada com sua irmã. – Fiz cara feia. – Karina, eu não vou viver pra sempre! Vocês só têm uma a outra, não podem ficar brigadas pra sempre. – Meu pai pedia. Mas não adiantava, ele nunca ia entender minha dor. Ele só tentava melhorar as coisas porque a traída não era a Bianca, a filhinha preferida.

– Sabe por que o senhor está falando essas coisas pai? Porque a Bianca que fez errado. Por isso eu tenho que perdoa – la, tenho que entender. A Bianca sempre foi sua filha preferida né pai? Foi por causa da mamãe? Saiba que eu me arrependo muito de não ter sido eu que morri no lugar dela! – Disse e vi meu pai ficar tenso. Já tinha me levantado do sofá.

– Nunca mais diga isso Karina! Você não teve culpa de nada minha filha! Eu não estou defendendo ninguém, só não quero essa tristeza no seu olhar e no olhar da sua irmã, caramba! Conversa com ela, às vezes ela nem fez por mal e... – Ao ouvir meu pai dizer aquilo, foi como uma facada. Saí correndo novamente e, apesar de ouvir meu pai gritar, não dei bola. Fui para o QG, decidida a aliviar minha dor.

Gael POV

Eu nunca soube lidar com a Karina, acho que pelo fato dela ser tão parecida comigo. Mesmo que não fosse minha filha, a Karina era a filha com o meu gênio, o meu jeito, por isso era tão difícil faze – la entender que eu não queria defender ninguém, eu queria apenas fazer as duas ficarem bem.

Vi Karina sair porta a fora e queria ir atrás dela, mas Dandara apareceu.

– Gael, deixa ela ir. Para onde quer que seja, ela vai ficar bem. A Karina sabe o que faz. Querendo ou não, ela é mais ajuizada do que a Bianca. – Disse ela sorrindo.

– Eu sei Dandara, mas e se ela se machucar novamente? Todas as vezes que a Karina fica chateada, ela acaba lutando. – Falei, chateado.

– Vamos esperar. Ela tem que extravasar. Se até daqui a pouco ela não chegar, nós vamos procura – la. – Ela disse e nos sentamos no sofá. Eu só queria saber da minha filha mais nova.

Cobra POV

Aquela proposta me pegou de surpresa. Karina queria lutar de novo? Mesmo não sendo meu mestre, o Gael arrancaria meu fígado se visse a filha dele machucada de novo.

– Karina, acho melhor não. – Ela fechou a cara. – Pra você é fácil chegar aqui e me propor uma luta, mas você imagina se seu pai descobre? Eu to morto, mas antes ele me tortura. – Digo e rio sarcasticamente.

– Ai Cobra, deixa de ser medroso. Vamos cara! – Pediu ela. Ela tinha os olhos brilhando só em pensar em lutar. Não tinha como dizer não para aquela menina que mexia tanto comigo.

– Tá! – Ela sorriu. – Mas aonde vamos lutar? – No QG não tinha muito espaço, íamos acabar fazer um estrago. Eis que ela me mostra as chaves da academia.

– A academia ta vazia e meu pai nem se deu conta de que fui eu que fechei a academia hoje! – Disse ela com aquele lindo sorrisinho de lado.

Karina POV

Abri a academia com cuidado, torcendo para ninguém nos ver. Entramos rapidamente e fechamos a porta, para todos os efeitos, tava tudo trancado. Por incrível que pareça, eu não tinha medo de ficar em um ambiente fechado com o Cobra, mesmo depois daquela ameaça.

– Vamos lutar gatinha? – Falou ele, já se preparando. Era só ver a academia que Cobra se empolgava.

– Vamos! – Pegamos as luvas e fomos para o tatame, onde eu avancei sobre ele e tentei lhe acertar socos e chutes, mas ele se defendia rápido. Um segundo depois e ele conseguiu me acertar e me fez cair. Levantei e o acertei na barriga. Continuamos assim até algum tempo. Ele me deu uma gravata e quando eu estava sem ar, bati três vezes no braço dele, que me soltou. Caí no chão, tossindo.

– Karina! – Disse ele, se ajoelhando até mim. – Eu exagerei demais! To acostumado a lutar com os caras. – Disse ele, olhando meu pescoço, vermelho.

– Relaxa Cobra, ta tranqüilo. – Eu disse. Já não sentia dor, mas minha boca estava com gosto de sangue. – Cobra tem alguma coisa sangrando em mim? – Perguntei. Cobra encarou meu rosto e se assusto. – Fala Cobra.

– Seu nariz, sua sobrancelha, sua boca.... ta tudo sangrando Karina! -Fiquei nervosa e decidi ir ao banheiro lavar. – Você não sai daqui até eu te limpar.

Cobra POV

O que eu tinha feito? Eu tinha exagerado demais e nem notei que a Karina sangrava, até vê – la naquele estado. Apesar de serem cortes pequenos, eram os que mais escorriam sangue, e por isso eu não podia deixa – la ir embora daquele jeito.

Ela foi ao banheiro lavar o rosto, e quando voltou, ainda tinha sangue saindo, menos, mas tinha.

– Onde tem primeiros socorros? – Perguntei, sem olhar pra ela. Eu estava envergonhado de ter feito isso com ela.

– Não precisa Cobra. – Achei à caixa próximo a escada e a peguei.

– Precisa sim K. Eu te machuquei! Não podia ter feito isso! – Resmunguei, mais pra mim do que pra ela.

– Cobra, eu quis lutar com você! Eu sabia que poderia ganhar alguns arranhões, você não brinca de lutar. – Dei um sorriso amargo com aquela frase. Ela, no fundo, me achava cruel. – Ei, não falei isso por mal não! – Disse, tentando se justificar.

– Eu sei Karina! Vamos parar de falar né. – Comecei a limpar sua sobrancelha e ela fechou seus olhos. Eu estava tenso em passar a mão no rosto dela. Não sei quantas vezes eu já pensei em fazer isso. Ok, eu pensava em tocar na Karina sim! Não adiantava eu negar pra mim que ela me atraía!

– Ai, ta ardendo! – soprei e ela riu. – Agora ta melhor. To me sentindo uma criança! – Disse e eu ri junto.

– K, levanta a cabeça. – Ela fez o que eu mandei, e eu comecei a limpar seu nariz. Ela abriu os olhos e ficou espiando. – K, não ri, e principalmente, não fala. – Ela riu. Eu a olhei bravo e ela fechou a boca e eu não pude deixar de rir.

– Eu sei que não posso falar, mas ultimamente você tem rido bastante. – Eu estava indo passar a pomada em seu lábio, quando parei. – É o namoro né? – A ouvi dizer e fiquei pensando em quão ingênua ela era, para não perceber o motivo da minha felicidade.

– É... – disse. – Agora fecha a boca. – Ela fez o que eu pedi e eu fui passando o dedo em seu lábio lentamente. Ela olhava para mim, mas eu tentava não encara – la. – Karina, para! – Eu pedi, sem querer. Eu estava pensando alto.

– To fazendo nada. – Ela disse, e me fez tirar a mão do seu lábio, pois ela estava falando. – Desculpa. – Disse, e ficou em silêncio de novo.

Ela continuou me encarando, até que eu não resisti e a olhei. Parei o dedo em seu lábio. Tirei meu dedo lentamente e fui me aproximando, sempre olhando para ela. Ela parecia que queria aquilo tanto quanto eu, seus olhos me diziam aquilo. Fui me aproximando devagar, até que ela me empurrou.

– Acho melhor eu ir embora! – Eu disse e ela assentiu. A situação tinha ficado estranha. Tá, a gente tinha quase se beijado, e aquilo realmente não era normal. Não resisti, e antes de ir embora beijei sua bochecha. – Cuida desse rosto. – Disse e pisquei pra ela.

– Obrigada Cobra! – Ela gritou e eu sorri. Ela nunca saberia que o motivo do meu sorriso sempre era ela!


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Notas finais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=X2BYmmTI04I
Música: She Look so Perfect