Assassin's Creed; Sombras escrita por P B Souza


Capítulo 24
Sem tempo.


Notas iniciais do capítulo

AEEEEO! Novo capítulos depois do que? três meses? É, tipo isso!
Perdão pessoas, mas vocês sabem como é, estou correndo com a faculdade, é tipo eu a pé correndo atrás de uma Ferrari! hahaha.
Espero que ainda estejam ai, não me esqueci dessa fic, nem nunca irei!!!
Esse capítulo é curtinho, de novo, mas o próximo será maior! Promessa. Boa leitura!



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Era o terceiro dia sem entrar no Animus, e Edgar estava tão bem quanto podia-se esperar, se não melhor. O único problema, de acordo com Tarcisío, era o fato de Edgar, a dois dias, não dormir.

Edgar cruzava um campo, a terra batida sobre os pés, ele podia sentir o calor do solo mesmo com as botas grossas. Logo a sua frente Tarcisío o esperava com duas espadas. Quando chegou perto o bastante Tarcisío jogou uma delas para Edgar que desviou deixando a espada cair no chão, sem retinir, a terra embora seca quebrou-se em volta da espada.

— O que vamos fazer? — Edgar perguntou.

O lado de fora da sucursal estava impecável, os recursos enviados pela Sede Europeia estavam sendo largamente utilizados, os prédios estavam sendo reformados, mais e mais armas chegavam, algumas bem antigas, como espadas e clavas. Ezequiel disse que estas seriam para enfeite, eram de outras sucursais menores que estariam se fundindo aquela ali.

— Treinar um pouco. — Tarcisío disse. — Você não dorme, precisa queimar energia.

— Essas espadas — Edgar agarrava a espada do chão e deslizava o dedo pelo gume, que chegava a ser arredondado. — Não cortam...

— São para treino, reforço de habilidade. Apenas. — Tarcisío começou a se aproximar. — As visões?

— Continuam. — Edgar vinha tendo pequenos flashes assombrosos, no último tinha tropeçado e caído no meio do salão no almoço, macarrão espalhou-se por cima dele todo, mas o que ele viu foi um prato cheio de brasas virando fogo sobre sua pele.

Então a espada de Tarcisío veio em sua direção. Edgar piscou e as cores mudaram, o mundo perdeu o tom vivido e mergulhou no negror daquela estranha habilidade.

Então não era mais Edgar a lutar.

Ethan levantou a espada, as lâminas tilintaram e faiscaram, e ele girou passando para trás de Tarcisío que tão rápido quanto se defendeu de uma estocada, mas Ethan, com a mão livre, deu-lhe um soco e Tarcisío rodopiou dando alguns passos para trás.

— Com calma...

Ethan continuou avançando. Tarcisío largou a espada e esticou os punhos, a lâmina oculta deslizou para fora do bracelete, a espada nas mãos de Ethan voou em cortes sequenciais contra Tarcisío, que driblava todos, finalmente conseguiu tempo para agarrar a mão de Ethan e tentar segurar-lhe os golpes, mas Ethan lhe deu uma cabeçada. Tarcisío recuou, assustado.

— Edgar... calma...

Ethan parou, olhou para Tarcisío, então girou a espada nas mãos.

— Implorarás por misericórdia? — Perguntou.

— EDGAR! — Um berro.

E Ethan se desfez, assim como a visão enegrecida. Edgar olhou para Tarcisío, com um vermelhão na bochecha, Ezequiel vinha vindo junto de outros três assassinos.

— O que...

— Você absorve as habilidades dos seus antepassados. — Ezequiel disse. — Mas precisa controlar isso, ou acaba se perdendo e eles assumindo.

— Eu... desculpa, Tarcisío. — Pediu, confuso.

— Não foi nada, eu só não te parei porque não queria machucar você. Mas fiquei assustado de verdade, pensei que fosse ter que...

— Edgar, que tal correr? — Ezequiel interrompeu Tarcisío. — Uma breve corrida em volta da sucursal, umas quatro voltas? Vai demorar umas três horas se não tiver pressa, e não irá a lugar nenhum mesmo!

Edgar concordou, e precisava gastar energias, precisava dormir. Então quando se deu por si, estava correndo em volta da sucursal.

***

Jorge Palmer não estava nem um pouco contente enquanto olhava para os trinta e dois nomes dos guardas assassinados com a fuga de sua cobaia.

O que o deixava ainda menos contente era a polícia federal investigando o ocorrido.

— Chama a Melissa aqui. — Pediu no comunicador.

O prédio estava uma bagunça total e ele estava em uma sala no térreo. Esperou pacientemente até que Melissa chegasse, toda apressada.

— Alguma coisa, Senhor? — Ela perguntou, fechando a porta atrás de si.

— Pegue tudo que puder sobre Edgar Turner. Todas as amostras genéticas, fezes, urina, sangue, fios de cabelo, unhas, pele. Tudo que tivermos, quero guardado, todos os arquivos, digitais e físicos, quero-os também.

— Ainda hoje? — Melissa tinha aprendido, não devia pergunta o porquê, apenas fazer o que foi pedido.

— De preferência, também preciso falar com a senhorita sobre... — Fez sinal para que ela saísse, pois, a tela do computador brilhava com uma chamada de vídeo. — Pode ir.

Se sentou na mesa e apertou o botão para atender a chamada enquanto a porta se trancava com a saída de sua funcionária, a tela do computador ficou inteira negra, apenas dois pontos brilhantes no centro, os olhos de alguém, brilhando com o reflexo da luz vinda do monitor. Palmer aumentou o brilho de seu computador, com a esperança de que isso aumentasse, consequentemente a luz do outro lado da linha e o rosto se tornasse mais visível, mas isso não aconteceu.

— Você cometeu um erro imenso, mas para sua sorte, todos os erros podem ser desfeitos se conseguir cumprir sua missão, se conseguir fazer o que mandei desde o início! Esqueça os outros, agora trabalha para mim apenas. E precisa encontrar algo, vou lhe poupar muito trabalho meu caro ignorante; O que procurava nas memórias daquele jovem é um relógio feito do que parece ser ouro, mas brilha com o triplo da intensidade, leve como uma pena, cabe no bolso. Está perdido, e espero que encontre. — A voz cortante foi direta e ininterrupta. Quando terminou, Palmer demorou alguns segundos para decidir se deveria ou não falar.

— O que o relógio faz, se posso perguntar. Pode me ajudar a encontra-lo caso...

— Sem perguntas. — A voz foi definitiva, e os olhos piscaram. — Depois da sua ridícula falha a Ordem gastou muito para calar todos. Se quer respostas me dê o relógio, então terá respostas. — Uma pausa para inspirar o ar, então voltou a falar, agora com mais calma. — Hoje é um dia triste, mas já vivi piores, muito piores. Os Assassinos logo saberão do relógio e para que ele serve, e em seguida, onde ele está, pegue antes deles, invada a sucursal deles e mate todos se precisar, não me importo que uma guerra tenha começo, mas faça, não temos mais tempo para brincar.

— Não posso fazer isso senhor, invadir uma sucursal chamaria tanta atenção que nem mesmo a Ordem Templária poderia...

— Se você tiver absoluta e total certeza que conseguirá o relógio, nada que fez, nada do que aconteceu, guerras, morte, dor, escândalos, vazamentos... nada importará. Tudo será desfeito e uma nova história começará por cima desta. A história onde seremos nós aqueles que governaram o mundo para todo o sempre. Mas preciso do meu Relógio.

A tela piscou e a ligação se encerrou.

Palmer passou o resto do dia lidando com burocracia, e à medida que o dia passava sua paciência se esgotava e sua curiosidade aumentava.

Melissa retornou no começo da noite.

— Tudo o que tínhamos sobre Edgar está armazenado em um local seguro, posso trazer para esta sala, mas logo sua sala estará pronta novamente...

— Ótimo, Melissa, muito bom, mas agora vamos falar sobre outra coisa. — Ele se levantou e foi até a porta, ficando por trás dela e apontou para uma cadeira na frente da mesa. — Sente-se.

Melissa olhou para Jorge Palmer e sorriu, visivelmente desconfortável, mas se sentou.

Palmer rodeou a mesa e se sentou na cadeira do lado oposto, olhando-a nos olhos por alguns segundos.

— Eu sei o que você fez, como ajudou Edgar. Mas sou bondoso. — Viu terror surgir no olhar da mulher, sua pele avermelhou-se imediatamente. — E darei a ti a chance de se redimir diante de mim, e da ordem. Você vai ir para a sucursal dos Assassinos, assim que tivermos a localização precisa desta, lá você vai fazer o que fazia aqui. Vai estudar o Ethan, vai estudar o Edgar, e vai repassar tudo...

— Eles podem descobrir e eu... como vou entrar na sucursal, eles jamais me aceitarão, sabem que sou templária...

— Não me interrompa. — Palmer disse, em tom rude, se levantou e foi até ela, vendo o lábio ainda machucado de Melissa. — Você nos traiu uma vez, Edgar confia em você o bastante para se pôr em dúvida sobre deixar ou não deixar você entrar, supostamente é melhor você com os assassinos sobre vigilância dos mesmos do que com os templários... eles não são idiotas, irão querer tela por perto para conseguir informações sobre nós. Só precisamos de mais alguns detalhes. — Colocou os dedos em baixo do queixo de melissa, então agarrou-a com força e deu-lhe dois tapas.

Seus dedos ficaram vermelhos no segundo tapa, o calor do sangue dela era visível.

Melissa se esperneou, mas Palmer era forte. Soltou o queixo dela e com a outra mão deu-lhe um soco. Melissa caiu no chão, chorando, soluçando.

— Não babe no chão, é nojento. — Palmer disse agarrando-a pelos cabelos, então, apalpando a mesa e derrubando canetas, grampeador, clipes no processo ele pegou uma tesoura e cortou só parte do cabelo de Melissa. Então olhou para ela, deixando-a se levantar.

A mulher, aos soluços, vermelha de raiva e de sangue, se encolheu na parede oposta a Palmer.

— Não o fiz por mal. — Ele disse. — Vai fazer parte do seu disfarce, nos traiu, na fuga apanhou, mas matou o guarda que a perseguia. É isso que dirá.

Melissa nada respondeu. Palmer olhou-a por um longo período, todo o futuro pelo qual tinha planejado estava nas mãos dela. Melissa tinha o poder de descobrir onde o relógio estava. Ele precisava de alguém dentro da sucursal, precisava ouvir o que os Assassinos ouviam. Melissa era a chave para isso.

— Se conseguir o que estou lhe pedindo, nunca mais sofrerá na vida, será lembrada para sempre. E um novo amanhã nascera. — Ele disse sorrindo fracamente para a moça. — E tudo que precisa fazer é o seu trabalho!

***

Lion e Edgar terminavam o almoço. Tinha sido peito de frango com arroz e feijão, salada e suco de uva.

A comida daquele lugar era bem diferente, mas Edgar estava aprendendo a gostar.

— Você viu meu irmão? Esqueci de perguntar sobre ele...

No dia anterior já não tinha visto-o, Edgar estranhou, já que era suposto que seu irmão assumisse seu lugar.

— O Tarcisío mandou ele embora. — Lion disse. — Bem, quase. Não deu certo, ele não conseguiu ler o seu DNA no Animus, então ele foi embora. — Explicou.

E nem tinha vindo se despedir. Aquilo, por alguma razão, afetou Edgar, mesmo que na vida que tinha antes de tudo isso acontecer aquilo não teria o afetado nem um pouco.

— Por isso o Ezequiel disse que você vai voltar para o Animus hoje. Estamos perdendo muito tempo.

— Eu sei. — Edgar disse, com uma certa raiva de não ter sido sequer avisado. — Se soubesse eu já teria voltado às simulações.

Fazia uma semana que estava fora do Animus, correndo, treinando, escalando, lutando, e vez ou outra cochilando.

O corredor estava chegando ao fim, e eles chegavam a sala do Animus.

— Espera... — Edgar disse, apoiando-se na parede.

— Consegue controlar?

Não respondeu.

Os flashes de luz novamente, tudo se enegreceu e as paredes se tornaram distantes.

Um homem, um vulto azulado, empunhava uma grande lança que brilhava como ouro. E com essa lança ele lutava contra vários outros vultos de cor vinho, que se desvaneciam quando acertados pela lança, que deixava um rastro luminoso por onde passava.

Mais longe, no horizonte, grandes construções colapsavam, ruindo por completas e então, em um segundo ele estava no meio de uma guerra completa com centenas de pessoas gritando e morrendo e lutando e sangrando, centenas de vultos esvoaçando.

Edgar fechou o punho e deu um forte soco contra a parede, ouviu o som de ossos contra concreto, e a dor lancinante jogou-lhe de volta ao corredor.

— Pronto. — Disse, enquanto a tontura passava.

— Isso é tão estranho. — Lion riu, então abriu a porta, se virou e, com um sorriso amigo, deixou Edgar.

Lá dentro Ezequiel aguardava-o como um dentista à cadeira da consulta.

— Não preciso de um guia.

— Não mais, é verdade. Mas hoje não estou de guia, estou de espectador. — Ele respondeu, apontando o Animus para que Edgar se posicionasse. — Portanto, me impressione!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, no próximo cap já voltamos para o Ethan, já voltamos para o Brasil Colonial, e as tretas malucas...
Vejo vocês lá!
........ já ia me esquecendo, comentem?! o.O



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