"But I can't imagine a life without the breathless moments breaking me down and I'll bet the odds against it all."

Pov Percy

Havia se passado mais uma semana, eu já estava completamente curado. Porém, hoje é segunda-feira. São 6:00 horas da manhã. Adivinhem o que tem hoje? Isso ai, faculdade. Eba.

Sentiram a ironia, não é?

Eu me levantei da minha cama quentinha e fui para o banheiro, tomar um banho quentinho, já que o frio estava de matar. Após quinze minutos sai do banheiro e fui em direção ao closet, onde peguei uma calça jeans preta, uma blusa fina de frio preta, uma blusa de lã cinza por cima, jogando um cachecol preto pelo meu pescoço e pegando um casaco maior preto.

Peguei o necessário, como alguns livros e cadernos. E fui em direção ao apartamento da Rachel, onde todos tomariam café da manhã juntos. O único problema é que eu só queria dormir, eu estava morto de cansaço pela noite mal dormida.

A porta do apartamento estava aberta, eu entrei e nem sequer tive a educação de comprimentar ninguém, mas pude ver que Annabeth não estava ali ainda, nem Piper e Jason, então eu apenas me joguei no sofá da sala, onde havia um cobertor, o qual puxei para o meu corpo, me deixando mais aquecido.

– Como é educado, bom dia viu, flor do dia?! - Disse Leo irônico, eu nem se quer respondi.

Eles disseram mais algumas coisas, como a Calipso perguntando se eu estava bem, mas aos poucos a conversa foi cessando e eu caí na inconsciência, novamente.

Eu não devo ter dormido nem por 20 minutos já que ouvi Rachel me questionar se não me levantaria para tomar café, eu apenas soltei um resmungo. Abri meus olhos minimamente, fitando o relógio na parede. 6:30.

– Eu estou falando sério, Annabeth! - Exclamou Piper, ao passar pela porta de entrada, Annabeth soltou uma gargalhada.

– Isso não é possível, Piper. Você está delirando.

– Annie tem razão, Pipes, você está paranoica. - Concordou Jason, também rindo.

– Ei, Annabeth, volta aqui! Isso é uma conversa séria, você tem que investigar isso comigo! - A morena exclamou.

– Okay, a gente faz isso mais tarde. - A loira disse, ouvi seus passos em minha direção, ainda de olhos fechados e debaixo da coberta.

– Tem que ser agora, Annie!

– Seu pai não vai casar novamente, ele teria te falado, Piper.

– Ah claro, obrigada pela atenção, vai ficar com o Percy mesmo. Só pra ele que você dá atenção mesmo.

– Menos, Piper. Bem menos.

Annabeth se sentou na ponta do sofá ao meu lado. Ela acariciou meus cabelos e deu um beijo por cima dos mesmos.

– Você está bem? - Ela perguntou próxima ao meu ouvido, eu assenti. - Então levanta e vem tomar café. - Eu soltei um resmungo, a mesma riu pelo nariz. - Anda.

Eu abri meus olhos, me sentando e a analisei. A mesma vestia uma calça jeans azul clara com alguns pequenos rasgados, botas cano curto cinzas quase verde, uma provável blusa de frio fina branca com uma de lã branca de rendas por cima, em seu pescoço um cachecol, também de lã com rendas, porém, marrom. Ela estava linda.

Ela sorriu. Eu ficava encantado com o qual adorável ele conseguia ser. Todos os atomos do meu corpo ficavam paralisados, anestesiados quando ela me olhava. Eu nunca poderia não sentir essa corrente elétrica, ela vida que ela me trás, porque - querendo ou não - eu não vivia até ouvir sua voz.

– Bom dia, cabeça de alga.

– Bom dia, loira.

Eu a puxei para o meu colo, abraçando sua cintura e escondendo meu rosto na curva de seu pescoço, sentindo seu cheiro, dando um leve beijo no local. Ela me olhou e acariciou meus cabelos, me dando um demorado selinho. Na cozinha pude ver a cara nada satisfatória de Piper com o ato.

Eu e Annabeth nos sentamos na longa mesa na copa - ela se sentou no meu colo, folgada nem um pouco- junto com os outros. Enquanto comíamos, nós conversávamos sobre assuntos aleatórios e sem importância, até que o celular de Annabeth começou a vibrar em seu bolso, sinalizando a chegada de uma mensagem.

Eu posso dizer que, com certeza, ver o nome do dono da mensagem não me agradou nem um pouco e Annabeth percebeu isso.

– Então, vocês estão conversando?

– Percy, não é nada disso, ele só disse que queria ser meu amigo... - Eu soltei uma risada sem humor, interrompendo a loira.

– Dá pra ver como ele quer ser só seu amigo ao te chamar de "minha linda" e "amor".

– Eu não estou retribuindo, isso é força do hábito dele, daqui a pouco ele para.

– Ah, claro. Força do hábito. Cuidado pra vocês, por força do hábito, não voltarem, hein? - Eu não havia notado, mas todos nos olhavam, mas Annabeth não pareceu se importar com o fato.

– Agora o trem vai ficar feio. - Cantarolou Layla, porém Oliver a mandou ficar quieta, a mesma riu e me olhou, ficando calada em seguida. Fazendo Annabeth se limitar a revirar os olhos tempestuosos.

– Você não vai brigar por isso, vai? Se o problema é eu conversar com ele, eu paro, Percy, sem problemas.

– Você tá brincando né? - Questionou Piper.

– Piper, por favor...

– Não, Annabeth, antes de qualquer coisa o Stefan foi seu amigo, ele esteve lá quando você precisava. O Perseu não tem o direito de te proibir de ser amiga dele, ele nem sequer seu namorado é. Essa crise de ciúmes dele é ridícula. - A morena deixou seu ponto de vista claro, olhando para nós.

– Piper, não se mete no relacionamento dos dois. - Disse Jason, sério, me lançando um olhar significativo, como "não comece uma briga, por favor." Eu concordei com o olhar.

Annabeth suspirou pesado e se virou para mim, pronta para dizer algo, porém não dei a chance a ela.

– Você tem razão, Piper. - Luke, Thalia, Reyna, Nico, Rachel e Layla me olharam como se não acreditasse que eu houvesse dito aquilo, Oliver e Will me olharam confusos, assim como Leo e Calipso e até mesmo Jason e Annabeth. - Eu não tenho o direito de fazer isso. - Eu me virei para Annabeth, disfarçando toda a raiva que estava de Piper e da relação dela com Stefan, lhe lancei um leve sorriso e continuei. - Me desculpe, não devia ter feito isso. Você tem o direito de ser amiga dele, não vou me meter nisso.

A mesma me olhava confusa, mas eu apenas me levantei e disse que iria no banheiro, enquanto deixei os outros terminando o café. Eu joguei água no meu rosto, para ver se a raiva passava. Eu odiava o fato de ter que admitir que o que Piper disse era verdade e odiava mais ainda o fato de saber que ela prefere a amiga com o Stefan.

Ponto para o idiota.

Ao sair do banheiro, Rachel veio em minha direção, seguida de Nico.

– O que está acontecendo entre você e a Piper? - Questionou Nico.

– Ela só prefere Annabeth com Stefan, direito dela. Para ela eu sou a pior pessoa no mundo para estar com a melhor amiga dela.

– Tudo por que ela acha que você já machucou muito a Annabeth? - Perguntou Rachel, eu apenas assenti.

– Olha, Percy - continuou a ruiva - todos viram que você ficou sentido com o que ela disse, seu comportamento mudou, até Layla comentou que você ficou com raiva, então disfarça. Não cria uma briga por isso, esquece.

– Porque a Piper vai tentar puxar Annabeth pro lado dela nessa briga, então fica calmo e conversa com a Piper depois. - Eu concordei, encerrando a conversa.

Ao voltar para a mesa, me sentei entre Annabeth e Luke. Luke e Thalia me olharam, assim como Rachel eles sabiam que eu havia ficado com raiva e os três, como se fosse combinado, sussurram para mim, sem fazer som, um "fica calmo".

– Você não está errado, cara. - Disse Luke, apenas para eu e Thalia ouvirmos.

– Isso é só implicância da Piper. - Disse a morena. Eu apenas assenti, encerando o assunto, mais uma vez.

Annabeth me olhou, mas eu evitava olhar para ela. Eu não queria brigar e eu sei que naquele momento seria tudo que aconteceria. Então apenas tentei me manter calmo e terminei de tomar meu café.

– Já são 6:50, vamos, cambada? - Perguntou Leo e nós assentimos.

– Não devemos chegar atrasados na deliciosa aula de segunda, nesse frio ótimo. - Concordou Calipso irônica, nos fazendo rir.

Eu já havia me levantado e estava indo em direção a minha mochila quando Jason me puxou para o canto.

– Cara, desculpe pela Piper, ela não tem nada a ver com isso...

– Cara, relaxa. Ela está certa, não tenho nada a ver com isso. - Eu disse.

– Não quero uma briga entre vocês, você é meu amigo, Percy. Só quero sua felicidade, principalmente se for com a Annie.

– Sua namorada não quer o mesmo. - Eu disse debochado.

– Que bom que você notou isso, Perseu. - Disse Piper, ao se colocar ao lado de Jason.

– Olha, não quero uma briga com você.

– Eu só não acho que isso vá dar certo. Tudo que você fez foi machucar e jogar com a Annabeth, desde que ela chegou aqui. Você não merece ela, Perseu. Stefan era bom para ela, sempre esteve lá por ela.

– Eu não estive?

– Nos últimos dois anos e meio, não. - Eu soltei uma risada sem humor e a olhei nos olhos.

– Eu sempre estive lá pela Annabeth, eu a amo mais que qualquer coisa e caso você não tenha parado para pensar, eu sai bem machucado da história também.

– Exatamente, Perseu, o amor não machuca e tudo que vocês fazem é machucar o outro, isso não é amor. É insistir no passado, em um amor adolescente que deu errado.

Annabeth olhava em nossa direção, completamente desconfiada, ela estava vindo para cá.

– Piper, você sabe muito bem que eles se amam, isso é uma certeza que qualquer um tem. - Disse Jason frustrado e indignado com a namorada.

– Não, eles já se amaram.

– Cala a boca, Piper. Você não sabe nada sobre o que eu sinto ou sobre o que ela sente. - Eu disse entre dentes.

– Você devia ter deixado ela ir, Percy. Devia ter deixado ela seguir em frente. Era o melhor para ela.

– O que está acontecendo aqui? - Questionou Annabeth com apreensão, ao se por ao meu lado.

– Nada. - Eu disse sem olhar para ela.

– É, apenas uma conversa entre amigos. - Disse Piper, saindo em seguida.

Jason passou por mim e disse baixo ao meu ouvido.

– Não deixei que o que ela disse te impeça de ser feliz com a mulher que você ama. - Eu apenas assenti.

– Percy, o que estava acontecendo aqui?

– Apenas conversando.

– Sobre o que?

– Nada que todos já não saibam. - Eu lhe lancei um fraco sorriso e sai de perto.

Eu não deixaria que Piper me fizesse perder Annabeth, eu a amo. Tenho certeza absoluta disso.

Pov Annabeth

Eu sabia que Piper, no momento, não era a favor do meu relacionamento com Percy, ela achava que Stefan me faria melhor, que Percy só me machucou, assim como eu fiz com ele. Para ela, já estava na hora de isso acabar, na hora de seguir em frente.

O clima entre mim e Percy estava horrível, portanto eu preferi não ir com ele, o mesmo iria sozinho. Segundo ele, passaria em um lugar antes. Ele não se despediu nem nada, apenas saiu do apartamento.

Eu iria com Piper e Jason, já que queria conversar com a morena. Eu não permitira que ela acabasse comigo e com Percy. Nunca.

O carro estava silencioso, então resolvi deixar assim e conversar com ela no campus. A viajem foi rápida. Percy chegou cinco minutos depois de nós. Ele estava tão lindo hoje e ele ficava tão magnífico da forma como ele saia do carro, tão cara bad-boy de filmes americanos.

Eu iria até ele, mas com o olhar que ele me lançou, eu considerei um aviso para manter distância e assim o fiz. Ele não ficou conosco, apenas seguiu em direção ao prédio onde teria aula. Eu o magoei e não queria isso, não queria esse clima ruim, estava tudo tão perfeito entre nós.

Cinco minutos depois, todos nos seguimos o exemplo do moreno.

...

Eu dava graças aos deuses pelo tempo estar passando tão rápido, já estava na hora do intervalo e eu tentava evitar Piper um pouco, afinal, eu estava nervosa com ela.

Ao sair do prédio em que estava, consegui ver meus amigos embaixo de uma árvore conversando, porém, Percy não estava lá. Na porta do meu prédio se encontrava Piper com Jason e Stefan. Jason não estava com uma cara muito boa, já os outros dois pareciam se divertir com a conversa.

– Annabeth! - Chamou Piper. - Olha só quem está aqui! - Ela disse sorrindo e apontando para Stefan.

– Oi, Annie. Eu estava com saudades. - Eu o encarei por um tempo e dei um leve sorriso.

– Oi, Stefan. - O mesmo me deu um abraço apertado e demorado, enquanto eu tentava me afastar. Stefan me girou no ar e eu continuava tentando afasta-lo, o problema maior foi quando eu vi que o Percy observava a cena, ao lado de um amigo. Agora sim, a coisa vai ficar feia.

– Stefan, nós nos falamos depois, eu preciso conversar com Thalia e estou com fome. - Ele apenas assentiu, me deu um beijo na testa e se foi. Jason não falava nada até então.

– Vou no Leo, vejo vocês depois. - E saiu. Piper suspirou vendo a raiva do namorado.

– Vem cá, Annie. Precisamos conversar. - Eu apenas concordei.

Piper e eu fomos para uma área mais afastada, somente Percy e dois amigos - e três vadias, devo dizer- estavam ali. O moreno estava encostado em uma cerca, próximo a nós.

– Sobre o que quer conversar, Piper?

– Sobre o seu término com Stefan.

– Desiste. Ele é um traficante e drogado, te contei toda a história. Acabou, não tem volta. - Ela revirou os olhos.

– Esse é realmente o motivo pelo qual você terminou?

– Sim, mas o motivo principal foi o Percy, porque é com ele que eu quero ficar.

Ela me olhou meio revoltada e meio "eu já sabia".

– Era nesse ponto que eu queria chegar. Percy. Annie... - Ela suspirou. - Não vale mais a pena.

Não vale mais a pena? Qualquer amor vale a pena. Piper apenas não queria dar o braço a torcer, devido ao fato de ter me visto sofrer tanto nos últimos tempos, mas ela não quer admitir que eu também tenho minha parcela de culpa.

– Por que você acha isso?

–Annabeth, ele só te machuca, você só machuca ele. Vocês já se machucaram tanto. E estou te dizendo o que disse para ele, isso não é mais amor, Annabeth, é persistir em um erro do passado, em um romance adolescente que não deu certo. O amor não machuca, Annabeth.

Como Piper podia dizer que não era amor? Eu nem sequer vivo até que ele me ligue, até que eu escute sua voz, meu dia não começa até que eu o vejo. Eu sinto a adrenalina na minha veia quando estou ao seu lado. Cada átomo do meu corpo implorando por contato. Meu coração acelerado ao ficar na mira do seu olhar. Como isso não poderia ser amor?

Percy não me parti em pedaços, ele me completava.

– Eu estou surpresa por você estar dizendo isso, você acompanhou muita coisa, grande parte da minha história com ele. - Eu ri sem humor. - Você sabe que é amor, todos sabem.

Ela bufou.

– Por que você está tão certa disso, Annie? - Ela perguntou em tom de desafio.

– Pelo simples fato de que ele me fez sentir algo que eu nunca vou poder comparar a nada. E apesar de tudo pelo qual nós já nos fizemos passar, por todas as feridas que já nos causamos, eu nunca deixei de ter esperança, eu sempre rezei para que sobrevivesse a isso. E eu sei, eu agi feito uma louca, me mantive presa a ele, mas eu tinha esperanças de que conseguiria passar por aquilo, eu rezei todos as noites para que conseguisse. Se isso não é amor, o que é então, Piper?

Ela riu sem humor.

– Você está apenas se prendendo á algo que foi bom, as lembranças boas, aos momentos bons, não tem sentimento nenhum ai além de querer viver tudo aquilo de novo! - Ela exclamou, naquele momento, ao olhar para ele, eu soube que ele estava ouvindo tudo. - Se dê uma chance de algo novo, Annabeth. Viva sem ele, você pode ser muito mais feliz com outra pessoa, sem marcas nem cicatrizes.

Nesse momento eu ri e neguei com a cabeça.

– Sabe, nessa manhã, aquele momento na mesa foi uma briga. Ele está me evitando e isso acaba comigo e durante essa semana a cama provavelmente vai ficar fria, porque ele não vai estar lá para torna-la quente. E sim, o nosso futuro é tão incerto, mas eu não vivo enquanto não vejo ele, Piper. Meu dia não começa enquanto ele não liga. E eu sempre, sempre apostarei contra tudo que eu e ele daremos certo. Então guarde esse seu conselho, porque eu não quero e não vou ouvi-lo, você, talvez, até esteja certa, mas eu não me importo.

Ela me encarava como se não acreditasse no que eu dizia. Percy olhou em minha direção no mesmo instante em que olhei para ele, sustentando meu olhar.

– Vocês nem se quer namoram. Olha tudo que já aconteceu desde que você chegou aqui, Annabeth.

– Realmente, há um milhão de motivos para que eu desista.

– Vocês deixaram o outro em pedaços, desaparecendo e deixando o outro naquele inferno da espera de que volte. Vocês se machucaram tanto, isso não é amor, Annie.

– Realmente, cada segundo sem ele é uma tortura, mas esse inferno vai acabar, vai dar tudo certo. Nós fomos feitos para dar certo.

– Vocês simplesmente não podem deixar o outro ir? Se desprender?

– Eu tentei, mas é um beco sem saída, eu não consigo deixa-lo ir, ele sempre me puxa de volta. Ele é a minha ruína e a minha graça salvadora.

Ela me olhava relutante.

– O Percy é seu amigo, você o conhece a anos, você sabe que ele nunca faria algo para me machucar de propósito, você sabe que ele vale a pena e você sabe que eu o amo. Então não fique contra, Piper. Só me apoie, apoie como você sempre nos apoiou.

A morena pareceu parar para pensar por alguns segundos, equilibrando os pontos negativos e positivos e então sorriu.

– Você tem razão. O Percy vale a pena, eu acho que só estava sendo injusta ao não querer admitir que você tem sua culpa, acho que só não queria te ver mal de novo. Mas afinal, Stefan não é um bom cara, o Percy sim e eu devo a ele um pedido de desculpas.

– Deve mesmo. - Nós rimos e ela me deu um abraço. - Obrigada.

Ela assentiu e me questionou por uma última vez.

– Por que você quer tanto isso, Annie?

Eu olhei para Percy, a uma pequena distância de mim, o moreno deu um sorriso, deu o meu sorriso seguido de uma piscadela.

– Porque o coração quer o que ele quer.

E então eu saí dali.

...

A semana passou voando, já era sexta. Eu gostaria de dizer que depois daquele dia, eu e Percy estávamos super bem, mas não, continuava a mesma. Ele só realmente voltou a falar comigo na quarta, mas apenas conversar, nada mais.

Faltava um horário para o fim das aulas. Em frente ao prédio de Direito se encontrava eu, Thalia, Reyna e Piper. Nós estávamos jogando conversa fora, elas até perguntaram sobre o meu confuso relacionamento e eu disse que nem eu sabia mais.

Eu estava encostada no batente da portaria e vi Percy se aproximando, ele provavelmente tinha matado o penúltimo horário e estava vindo assistir o último. O mesmo trazia um lindo e aberto sorriso no rosto. Sua jaqueta de couro preta balançava devido a brisa, sua camisa azul deixava marcado seu tórax definido. O cabelo atrapalhado pelo vento lhe dava um ar sexy e relaxado. Completamente lindo.

O mesmo parou no meio do caminho e colheu uma rosa vermelha que tinha no jardim e novamente seguiu em direção ao prédio, ao se aproximar seu sorriso aumentou mais.

– Bom dia, senhoritas! - Disse fazendo uma reverência, eu revirei os olhos e ri do seu gesto antiquado.

– Bom dia, raio de sol! - Disse Thalia, o mesmo lhe mostrou língua, sendo correspondido pela morena.

– Criancinhas. - Disse Piper.

– Que felicidade toda é essa ai? - Questionou Reyna.

– Nada de mais. Mas, enfim - ele ergueu a rosa na minha direção - uma rosa para a garota mais bonita de todo campus.

Eu sorri, corando.

– Quanto cavalheirismo. - O mesmo fez outra reverência.

– Então, loira, quais seus planos para hoje a noite?

– As meninas estavam marcando uma noite do pijama agora.

O moreno pensou um pouco.

– Que pena, você está fora dessa, Chase. Agradeça depois. - Eu revirei os olhos.

– Posso saber o por quê?

– Você tem um compromisso comigo.

– Não estava sabendo disso.

– Agora está. Vista um vestido bonito, fique mais perfeita que o normal. Te pego as 8:00 horas, não se atrase. Vejo você mais tarde.

– Sim, senhor capitão.

Eu fui dar um beijo em sua bochecha para me despedir, como as meninas haviam feito, mas o moreno desviou o rosto, fazendo o beijo ser na boca, ocasionado em uma gostosa batalha entre nossas línguas. Nos separamos quando as meninas começaram a tossir para chamar atenção.

– Como senti falta disso esses dias. - Ele riu pelo nariz, ainda abraçando minha cintura e permitindo que meus braços continuassem em volta do seu pescoço. -Mudou de ideia? O ciúmes passou?- Sussurrei para ele e ri, em seguida o mesmo mostrou língua.

– Eu nunca vou deixar de ter ciúmes daquele idiota. E não, não mudei de ideia porque eu nunca estive em dúvida. Ninguém me diz como vou viver minha vida ou quem eu amo. Eu não vou permitir que a ideia de futuro ou felicidade de outra pessoa me impeça de ser feliz com você, construir um futuro com você, porque você é a minha vida. - Ele sussurrou de volta no meu ouvido.

– Eu amo você.

– Te vejo mais tarde.

Ele me deu um beijo na testa e se retirou, enquanto as meninas faziam piadas sobre nós.

...

As horas passaram rápido, no momento eu estava terminando de colocar um vestido de manga curta, uma parte ia até o umbigo, feita de tule transparente, por cima do mesmo havia rendas pretas, depois do umbigo era uma saia longa, nem tão justa e nem tão larga, de cor preta. Ao acabar o tule tinha um cinto dourado. Eu estava com scarpans pretos, uma maquiagem dourada e preta, não muito carregada e um leve batom cor de boca. No meu braço direito havia algumas pulseiras e no meus dedos dois anéis, no pescoço se encontrava o colar dado por Percy.

Meu cabelo estava solto, com cachos definidos nas pontas. Eu me olhei uma última vez no espelho. Estava ótimo.

O relógio marcava exatamente 8:00 horas quando a campainha tocou. Eu desci as escadas indo em direção a porta para dar de cara com um Percy completamente charmoso e elegante à minha frente.

O moreno usava sua tipica calça skinny preta, com um tênis preto. O mesmo parecia vestir uma camisa social branca, já que por cima havia um casaco cinza grafite que batia um pouco acima de seus joelhos, transparecendo apenas uma gola branca. Ao redor de seu pescoço se encontrava um cachecol preto, por baixo da gola do casaco. O garoto mantinha suas mãos no bolso do casaco na altura da cintura.

Completamente lindo e sexy naquela posição.

– Que pontual você.

– Sou um cavalheiro, você sabe. - Eu sorri, assentindo. - Você está linda.

– Obrigada, você também está.

– Eu sempre estou.

– Convencido. - Ele riu e me deu um beijo na testa.

– Vamos?

– Vamos, só deixe eu pegar meu casaco.

Eu coloquei o casaco de lã preto, que ia até abaixo dos meus joelhos, já que estava fazendo frio.

Percy estendeu o braço, eu sorri e cruzei o meu no dele. Ao chegarmos ao seu Maserati preto, Percy deu a volta e abriu a porta do carro para que eu entrasse, indo para o lado do motorista em seguida.

Ele começou a dirigir calmamente pelas ruas de Londres, eu o olhava, gravando cada detalhe conhecido e conhecendo outros. Como a leve pinta próxima à orelha e a pequena cicatriz na sobrancelha. O moreno parou em um sinal vermelho e me olhou de volta, como se tentasse me conhecer, me decifrar, ler minha alma, porém não havia nada em mim que ele não conhecesse.

– Por que está me olhando assim? - Ele questionou.

– Só estou observando você.

Ele não respondeu nada mais e voltou a dirigir, cantarolando baixo uma canção.

– Para onde vamos? - Eu quebrei o silêncio.

– Suprise surprise, love. - O moreno sorriu me respondendo com um sotaque britânico carregado.

– Eu amo seu sotaque.

– Você ama tudo em mim.

– Não se iluda, meu jovem. - Ele riu e negou com a cabeça, me olhando em seguida. - O que foi?

– Já te disse qual perfeita você é? - Eu corei e ele me lançou um leve sorriso de lado, seguido de uma piscadela.

– Para onde está me levando?

– Você é muito curiosa, Chase.

– Já me falaram isso. Para onde está me levando?

Ele me olhou.

– Para uma das noites mais magníficas da sua vida.