Apenas um dia havia se passado desde a morte de Misao Aien, e o clima permanecia tenso no esconderijo da Night Raid. Todos almoçavam, com apenas o som dos talheres se chocando, como melodia.

–Sabem... temos que nos manter fortes, todos nós já sofremos perdas, não vai adiantar de nada ficarmos todos deprimidos assim. -Lea tenta animar, mas não obtém resposta, então ela se cala.

Eu não esperava que eles fossem ficar assim apenas com a perda de um membro... claro que ficariam tristes mas... isso chega a ser ridículo.–Pensava Najenda.

–A Lea está certa, todos nós perdemos pessoas importantes em nossas vidas. Mas vocês tem que se recompor. E se isso não acontecer até a próxima missão, podem se desconsiderar a Night Raid. -Ela então se retira da sala. Todos ficaram em choque, sabiam que ela só estava brincando, mas e se não estivesse?

Acho que fui meio grossa de mais com eles... tirá-los da Night Raid? Claro que eles não vão acreditar nisso.–Pensava Najenda em sua sala.

Espera... nós ainda não sabemos nada sobre aquele caso com os Albergue, tenho que ir lá pedir alguma explicações.

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–Ei Hank, você não acha que foi... meio cruel matar aquela garota, na frente do próprio irmão? -Pergunta Ariga enquanto jogava Poker com Hank na mesa principal.

–Você continua falando disso? Eu já falei que ela era da Night Raid, e ser irmã de um companheiro meu não muda esse fato. -Diz ele simplesmente. -Full House*. -Diz abaixando as cartas da mão, eram dois "Azes" e na mesa tinham: Um "Ás", dois reis, um 7, e uma rainha.

–... Dupla de Rainha*. Agora é sério, não vale mais usar sua Teigo isso é trapaça.

–Tá tá, mesmo sem a Teigo eu te derroto fácil mesmo. -Diz ele com um sorriso sarcástico.

–Sabem... eu também estava pensando nisso, mas o Hank só estava fazendo o trabalho que qualquer um de nós deveria ter feito ontem. -Fala Shiro, que antes estava penteando os cabelos de Nayemy.

–Parece que decidiu aparecer. -Diz Hank, todos então olham para a porta, já esperando alguém abri-la.

–Não estou com o mínimo de paciência para suas piadas agora Hank Mellinger. -Hayate anda até o sofá e se deita, pegando um livro qualquer de Shiro que estava jogado e finge lê-lo.

Hank estava prestes a dizer algo, mas Ariga corta-o.

–É melhor deixar ele por um tempo, não deve estar sendo nada fácil para ele.

–... Hayate-san... o livro está de cabeça para baixo. -Diz Nayemy um pouco relutante.

Hayate cora um pouco e muda a posição do livro, logo Shiro, Hank e Ariga começam a rir baixinho.

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–Descobri quem foi o desgraçado que mentiu nas cartas. -Diz Najenda abrindo com força a porta de entrada.

Todos que estavam na sala se assustaram e olhavam surpresos para a capitã. Todos estavam fazendo suas respectivas tarefas que foram ordenados a fazer pelo menos uma vez na semana.

–Eu fui encontrar com o outro grupo de rebeldes, os que enviaram-me a carta, e o capitão informou que quem a enviou foi um idiota chamado Johann Bradley. Ele também falou que esse mesmo garoto fugiu dos rebeldes no mesmo dia. -Ela agora entra na sala de estar e senta no sofá.

–Não há mais informações desse cara, tipo o porquê dele ter mentido para outro grupo de rebeldes ou onde ele pode estar agora para acertarmos as contas? -Pergunta Elias.

–Não há nada, parece que esse garoto não dividia informações com ninguém. Não sabemos se ele tem família, onde vivia, nada desse tipo.

–O que nós vamos fazer então? Simplesmente ignorar que foi basicamente por culpa dele que uma companheira nossa não está mais aqui? -Pergunta Ur com o cabelo cobrindo os olhos.

–Claro que não podemos ignorar algo assim, mas não há nada que possamos fazer por hora, já enviei o chamado para um outro membro.

Aquilo acertou Ur como um choque.

–O...o que disse?

–Que eu já enviei um chamado para outo membro.

–Misao acabou de morrer que você quer substituí-la?! -Pergunta com fúria nos olhos. Todos os outros apenas observavam a cena imponentes.

–Ur...

–Não, não diga nada. É apenas isso né? Todos nós somos apenas substitutos da sua antiga Night Raid. -Lágrimas escorriam pelo seu rosto. -Você queria que eles ainda estivessem aqui não é?

Najenda puxa-a pela gola da camisa fazendo-a se levantar alguns centímetros do chão.

–Obvio que queria que eles estivessem aqui, -Pela primeiras vez lágrimas escorriam pelo rosto de Najenda. -mas vocês não são simples substitutos, vocês são os meus companheiros. -Ela solta Ur. -E eu não trocaria vocês por ninguém.

–Me... me desculpe Najenda-san, eu só... me alterei um pouco por conta de tudo que aconteceu.

–Está tudo bem, só não se deixe levar pelos sentimentos. Não pense que os outros não sentem nada.

Najenda então se vira para os companheiros que estavam observando tudo surpresos.

–Se vocês tem tanto tempo para ouvir as discussões dos outros voltem ao trabalho. -Logo todos voltaram a realizar suas tarefas normalmente.

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–Ei Johann, não tinha um lugar melhor para marcar esse recontro não? -Pergunta um homem que finalmente conseguira escalar a casa.

–Ichikawa Ryotaro, quanto tempo. -Johann estava sentado no telhado da moradia com cartas em sua frente.

–Quanto tempo uma ova! Pra que você me fez subir essa droga de casa se poderíamos nos encontrar em qualquer lugar?

–Por que eu gostei da vista desse lugar.

–Enfim... finalmente poderemos por o plano em ação?

–Com certeza, até já sei quais pessoas iremos convocar para o plano. -Em cada carta havia o rosto de uma pessoa diferente.

Duas garotas e um garoto... achei que ele iria convocar mais pessoas do que só esses pirralhos.... o que será que ele está pensando?–Pensava Ryotaro.

–Amanhã, tudo será esclarecido, e nós conheceremos essas pessoas que acabaram com a corrupção que há dentro do império, e até mesmo dentro de certos rebeldes. -Johann ria alto com seu próprio discurso.

Amanhã... tudo começara amanhã.