Segredo mortal escrita por Luana Maschietto


Capítulo 4
Treinar e, treinar e, treinar, para que mesmo?




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Acordo com gritos de alguém, do um pulo da cama e em alguns segundos acho que estou novamente na noite do ônibus. Percebo que já é dia e que, ai meu deus são 6:43 estou atrasada. Saiu correndo, tomo um banho coloco qualquer roupa e vou para cozinha, só nesse momento me lembro que é sexta então a aula começa às 9:00, ufa! Me lembro do grito e percebo que a casa está vazia, meu deus que esquisito, devo ter imaginado coisa. Aproveito e pego meu celular, um Black Berry antigo, e vejo que recebi uma mensagem de um numero desconhecido.

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Hora: 5:00

Oi Kend, aqui é o Jake, só queria saber se você ainda quer conversar sobre tudo o que está acontecendo. Se quiser me encontre no studio de tatuagem as 8:00.

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Obvio que eu quero conversar, será que ele não me ouviu ontem? Mas de uma coisa eu sei eu não vou conseguir chegar lá as 8:00 e ele vai achar que eu não quero conversar, me lembro do resto de dinheiro que eu tenho guardado e pego minhas coisas e saiu para poder pagar um taxi. Depois de 10 minutos o taxi chega, já estou na rua com minha mente a mil porque vou descobrir a verdade hoje, ou pelo menos espero. O taxista olha pra mim e pergunta:

–Vai entrar ou não moça?

–Ai desculpa, vou sim.

Entro no banco de trás do taxi velho, o cheiro de comida estragada é forte, tento afastar o cheiro e dou o endereço ao senhor que começa a dirigir até o local. As ruas estão lotadas, grande maioria das pessoas estão andam e falando em seus celulares, vestidas formalmente e com o olhar sério e uma expressão vazia em seus rostos mas no meio da multidão uma pessoa está parada e analisando Kendy, como se ela fosse uma presa e ele o predador. Kendery estreita os olhos para que consiga ver melhor a pessoa em meio ao grande movimento, era o mesmo sujeito que eu vi esses dias, ele vestia um casaco cinza comprido apesar do calor e mesmo com o esforço sua face não era possível descrever, é como se ele não quisesse ser identificado. Desvio o olhar e já estamos parados a mais de 15 minutos no transito da cidade, eu reconheço esse lugar, estávamos perto. Com medo de não chegar a tempo digo ao taxista:

–Acho que vou a pé a partir daqui. –pego o dinheiro na minha carteira e entrego ao senhor – Aqui está.

– Certinho moça.

Desço do carro e vou correndo até o studio de tatuagem. Chego lá e entro na loja e dou de cara com uma mulher ruiva cheia de tatuagens e piercings:

–Com licença. –a mulher me olha com uma cara simpática e um sorriso no rosto que eu não esperava ver.

– Por acaso você sabe onde o Jake está?

–Hm....Jake? – Seu rosto de simpática e sorridente vai para confusa e pensativa – Não conheço nenhum Jake, ele trabalha aqui?

–Pelo que eu sei sim.

–Bom então espere um instante.

A mulher anda até alguns homens que estavam tatuando umas pessoas e cochicha com eles, nesse meio tempo sinto uma mão cobrir minha boca e meus olhos e um corpo me guiar para algum lugar, ouço a porta bater atrás de mim e chuto e tento morder a pessoa, meu coração está a mil, de tanto me debater acabo desistindo. Depois de alguns momentos sou colocada dentro de um carro e as mãos se soltam e minha visão fica um pouco embasada por conta da claridade, estou um pouco tonta para gritar mas quando recupero meus sentidos estou pronta para gritar e pular do carro que agora estava em movimento, mas não o faço pois uma voz conhecida como se prevendo meus movimentos fala:

–Por favor não faça nada.

Procuro de onde veio a voz e vejo que Jake está no banco da frente, o olho com um ódio mortal:

–Por que você está me sequestrando, ou seja lá o que seja isso?

–Não estou te sequestrando.

–Ah então está fazendo o que?

–Te levando a um lugar.

–Tem como ser mais vago que isso?

–Tá já pode parar de gracinha, você quer explicações eu vou te dar você só precisa confiar em mim e fazer o que eu mandar.

Reviro os olhos, cruzo os braços e me encosto no banco do carro que parecia ser bem caro, não gostava nada dessa ideia mas queria mais do que tudo, respostas. Sentia o olhar de Jake me analisando pelo retrovisor e falo sem pensar:

–Da pra parar de me olhar.

–Desculpa mas quero ter certeza que você não vai fugir ou fazer alguma coisa do tipo.

–Se você me dissesse o que está acontecendo.

–Bom, isso não vai acontecer.

–Então você está definitivamente me sequestrando.

–Mais ou menos, pense nisso mais como um passeio surpresa. – ele sorri o que me irrita então bufo e ele levanta uma sobrancelha – desculpa senhorita irritadinha.

–Não to irritada to desconfiada, só isso.

–Já pode ir parando com isso porque a gente acabou de chegar no lugar que precisávamos.

Desço do carro e olho ao redor, é uma antiga estação de trem, um grande e vasta vegetação toma conta do lugar, inspiro sentindo o cheiro do local o é ar é fresco o que é muito relaxante, olho para Jake que desceu do carro e está me olhando:

–Por que me trouxe aqui?

–Calma, tudo tem a sua hora.

– E quando vai ser essa hora?

– Da pra parar de falar e deixar eu falar? - O olho indignada e faço sinal pra que ele continue - Bom se lembra desse lugar?

Faço que não com a cabeça, o que era verdade, mas não era, tinha a sensação que já estivera naquele lugar, algo era familiar mas não me lembro o que.

–Bom, quando você tinha mais ou menos uns dois anos sua mãe e seu pai costumavam te trazer aqui.

–Isso não significa nada, você não está respondendo as minhas perguntas.

–Calma, se você manter a calma e ouvir toda a história que vou te contar por partes e fizer o que eu falar você vai conseguir suas respostas.

–Sim senhor capitão -reviro meus olhos e cruzo os braços.

–Primeiro de tudo, como você tem uma certa ligação com esse lugar vamos conversar aqui, vou te contar as histórias aqui.

–Pra qual objetivo?

–Quaerenti propere danda est responsio lenta.

–Sinto muito mas não falo qualquer que seja essa língua que você está falando.

–É latim, significa A pergunta apressada, resposta demorada.

–Tá bom, desculpa ai. -ele revira os olhos mas continua o assunto.

–Antes de começarmos tudo, você vai ter que fazer algumas meditações para aprender ficar mais calma e relaxada.

–Você ta brincando, meditação? -do uma risada sarcástica- Nunca.

–Confia em mim eu vou te ajudar. -Ele me olha de um jeito que eu não sou capaz de negar.

–Então vamos fazer isso logo.

–Ótimo –O rapaz dá um sorriso animado pra a garota - Venha até aqui.

Ele começa a andar até um lugar totalmente plano e para esperando aparentemente por mim, paro ao seu lado em silêncio, o que gostava, aquele lugar por algum motivo a deixava feliz, mas Jake quebrar o silêncio e quando ela vê ele está sentado no chão de pernas cruzadas:

– Sente aqui.

Ela o faz meio desconfortável por estar ao lado dele, ela sem que ele diga cruza as pernas como ele:

–Bom agora feche os olhos e pense em algum momento feliz em que você estava com a sua família.

Ela analisa todos os seus momentos em que estava com sua família reunida, ela escolhe um dia em que foram fazer piquenique no parque da cidade, o dia estava quente, seu irmão e seu pai brincavam de luta na grama e ela e sua mãe estavam fazendo os lanches sentadas sobre um pano branco sob uma grande sombra feita por uma árvore, ela se lembra de dar risada quando sua mãe falava alguma coisa ou quando seu irmão era derrubado pelo seu pai. Ela fecha os olhos com medo de começar a chorar é com um leve sorriso no rosto se lembra de como aquele dia foi ótimo. Havia se esquecido de que Jake ainda estava lá é quando ele fala ela se assusta brevemente:

–Agora mantenha seus olhos fechados e exclua todas as coisas ruins que aconteceu, pense apenas nesse momento, cada detalhe de seus pais e de seu irmão.

A voz dele parecia encanto e sem nem perceber estava revisando e revisando repetidamente tudo em cada segundo daquele dia.

–Agora foque nisso e relaxe seu corpo.

Ela sente seu corpo relaxar e parece que está flutuando, aquela sensação de calma, paz e felicidade ela não sentia a muito tempo, parecia até que ela estava novamente naquele parque.

–Agora continue com isso por quinze minutos.

Seu corpo parecia cair aos pedaços e depois de alguns instantes, lágrimas começaram rolar pelo seu rosto, o gosto salgado das lágrimas a faz lembrar de onde estava e nesse instante sua visão escurece e pouco a pouco vai perdendo a noção até que sente braços a carregando e ela apaga.

Acordo sem saber o que aconteceu, estou deitada no banco de trás do carro de Jake, ele me olha não preocupado mas sim como se tivesse conseguido o que queria. Me sento devagar e pergunto a ele:

–O que aconteceu?

–Você desmaiou.

–Por que eu desmaiaria?

–Fiz aquilo porque você precisa aprender a relaxar e esquecer de algumas coisas.

–Pera ai, você quer que eu esqueça daquela noite não quer.

–Não, eu não quero. Quero que você relaxe apenas, porque o que você vai aprender e descobrir daqui um tempo necessita de que você esteja totalmente relaxada.

–Então você só vai me contar mais coisas depois que eu estiver 100% relaxada.

–Vamos dizer que sim – ele sorri quando me olha e continua – Mas não achei que você iria conseguir relaxar tão rápido hoje então provavelmente não vai demorar muito até você conseguir respostas.

–Fico feliz em saber isso, mas da próxima vez que você tiver que me trazer aqui por favor não me sequestre.

–Pode deixar, agora vamos voltar ficamos bastante tempo aqui já.

Ele fecha a minha porta que estava aberta e entra no carro, ele dirigi por no mínimo 5 minutos e eu já estou dormindo de novo. Sou acordada por ele quando chego em casa, pego minha bolsa desço do carro e agradeço a ele:

–Obrigada por estar me ajudando nisso tudo.

–Sem problemas.

Entro em casa e respiro fundo pensando no dia de hoje.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, comentem o que acharam sz



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