Heart of Ice - Jotun Fanfic I escrita por HeavyDwrtySoul


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas ^_^
Eu ainda não melhorei ;'( mas vou continuar postando aqui sempre que tiver tempo.
Agradeço de coração os comentários que me deixam. Espero que gostem do capítulo ;)



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Já faziam três meses que eu estava morando no castelo e estávamos todos treinando mais intensamente devido à possível guerra. Aqueles homens estranhos que estiveram aqui ficaram por um mês, vieram mais duas vezes ao castelo para conversar com o rei e foram embora. Todo mundo desconfia deles, por isso a cautela.

Desde que cheguei aqui meus pais, aliás, os dois loucos que me adotaram só para usar de minha magia, só me visitaram duas vezes. E foram visitas bem breves, para a minha sorte. Henry, como general, vem sempre ao castelo, mas nem se dá o trabalho de perguntar como estou ou sequer me procurar, aqueles dois nunca me amaram, nunca foram meus pais.

Samuel e Randall parecem ter se entendido depois da briga que tiveram. Sam voltou a auxiliar o pai nos treinos e também está treinando como um louco, igual a mim e meus amigos. Meu namoro com Daniel não é oficial, preferimos que seja assim, que nem Loki e Addie, apesar de todos nos verem juntos, mas não nos importamos com isso também.

• • •

Eu estava na arena com Addie e Stepan, seu aluno prodígio de montaria. Estávamos todos com nossos cavalos ali, mas não era bem um treino, era mais por diversão. Eu parei e fiquei olhando eles, apoiada em Snow. Daniel e Loki chegaram ali e ficaram assistindo também.

Depois que todos levaram seus cavalos de volta ao estábulo, os irmãos Suolide pediram para falar comigo a sós.

– O que está acontecendo agora? Ou vai acontecer, sei lá - pergunto aos dois quando já estamos sozinhos.

– Bem, o portal próximo à floresta foi aberto. Os humanos lá de fora podem estar vindo para cá. Acho que era isso que Randall e Henry faziam em Oakley, estavam convocando soldados para seu exército - Loki me diz. Fico surpresa.

– Mas como eles fizeram esses homens acreditarem neles? E o que usaram para convencê-los a vir? - pergunto.

– Dimitri. Esse nome te lembra algo? - Daniel me pergunta.

– Sim, Dimitri é o último Pavel com magia. O que ele tem a ver com isso?

– Ele foi visto em Oakley também. Remy o reconheceu quando chegou aqui, mas não lembrava de onde. Agora ele lembra. Devemos estar atentos, mas não podemos alarmar o povo sem saber ao certo o que está acontecendo. - Loki me diz.

– Sério? Humanos vindo de fora e não devemos alertar ninguém? Que grande plano. - digo ironicamente.

– É claro que nossos soldados e vigias estão informados disso. Não somos loucos de deixar ninguém em risco. - diz Loki. Daniel bufa ao lado dele, já está acostumado ao meu jeito. Conversamos mais um pouco sobre essa loucura toda e depois fiquei somente com Daniel.

Eu estava praticando diariamente o controle de minha magia, treinava com Remy, pois ambos precisavam aprender a usar o Spark. Com esses treinos acabei melhorando meu controle e perdi o medo de matar ou ferir alguém involuntariamente. Agora eu conseguia também namorar Daniel sem usar o Spark.

Deitamos na grama, eu e Daniel, e ficamos a olhar o céu. A lua estava cheia, uma noite grandiosamente linda, nos beijamos, acabei me ligando a ele pelo Spark e, quando parei de beijá-lo e o olhei, ele estava admirado.

– Que foi? - pergunto.

– Seus olhos. Estão diferentes, parecem... fogo. - ele me diz.

– Spark. Achei que eles só ficassem assim quando me ligava a Remy porque ambos temos essa magia. - eu sempre descobria uma coisa nova a respeito do Spark. Será que algum dia saberei de tudo o que é capaz?

No outro dia, logo pela manhã, procurei saber com Daniel e Loki sobre o ocorrido com o portal, se alguém passou por ele. Dois guardas ficaram lá perto, caso alguém aparecesse. E realmente alguém apareceu, Henry havia saído e voltou pela madrugada, segundo fomos informados. Eu estava ficando cada vez mais apreensiva com tudo isso. Estava sempre quente, tinha que me controlar ao máximo para não ficar em chamas. Enquanto meu grupo se preparava para a aula de luta, fui para um canto da sala, fechei os olhos e tentei controlar minha respiração, a fim de me acalmar. Inspirava e expirava, quando de repente alguém tocou meu ombro. Não era Daniel, conheço seu toque, me virei para ver quem era. Um homem que eu nunca havia visto na vida, mas me lembrava alguém. Ele me disse oi, eu respondi, ainda tentando lembrar com quem ele se parecia, quando Remy entra na sala eu vejo a semelhança.

– Quem é você? - pergunto, sem rodeios. Ele me leva mais para o canto ainda, parecia que não queria ser visto ali comigo.

– Eu... nem sei por onde começar - ele diz, enquanto isso, Remy vem em nossa direção.

– Que tal oi, muito prazer meu nome é...? - digo.

– Me desculpe, meu nome é Bruce - ele me diz, será que era quem eu tava pensando?

– Oi Johanna. Oi pai - ele me cumprimenta e abraça Bruce. Eu fiquei ali, que nem uma estátua, enquanto eles conversavam. Eu acabara de conhecer meu pai e não conseguia expressar reação nenhuma, fiquei que nem uma boba olhando para ele e para Remy.

– O que você faz aqui? Ficou louco? - Remy pergunta a nosso pai.

– Henry esteve em Oakley ontem. Eu tenho ficado de olho no portal desde que Dimitri esteve lá. Eu queria saber se vocês estavam bem. - ele se vira para mim e me dá um abraço - é tão bom te ver minha filha. Depois de tantos anos. - ele me diz. Eu não sei como, mas consegui falar.

– Bem, vocês dois, me ouçam. Não podemos conversar aqui, não é seguro. Vamos para outro lugar - eu digo. Nós saímos e vamos para a sala onde guardavam as armaduras, fechei a porta logo que entramos.

– Eu imaginava que te conheceria em circunstâncias melhores - digo ao meu pai. Ele sorriu para mim, deixando visíveis as mínimas marcas de expressão em seus olhos. Seus cabelos eram escuros, na altura do ombro, suas feições eram marcantes. Eu guardei cada detalhe possível a respeito dele, quase não acreditava que aquilo fosse verdade, eu estava vendo meu pai depois de dezessete anos separados.

– Eu já estou voltando. Só vim dizer para que tomem cuidado. Espero ver vocês de novo em breve - ele nos diz. Conversamos mais um pouco ali e logo ele foi embora e eu e Remy fomos treinar.

Como Daniel era quem me ajudava com minha magia, eu tinha que ir mais cedo para os treinos porque depois de me ajudar ele tinha que dar aulas de luta. No horário em que teria aulas com Loki, eu me preparava para a aula de luta. Enquanto a aula com Daniel não começava, fiquei assistindo a aula de Loki, de repente Sam entrou na sala. Seus braços estavam cortados, na hora suspeitei de Randall. Sam só me cumprimentou com a cabeça e se dirigiu até a sala ao lado para se preparar para as aulas.

• • •

Em minha aula de luta fiquei de dupla com Jasper. Daniel fez de propósito, disse que eu tinha que treinar com um adversário hábil para me aperfeiçoar. Eu não questionei, mas não gostei da ideia de lutar com Jasper, ele é um armário!

Enquanto lutava eu estava com a cabeça em todo lugar, menos na aula. Passavam vários pensamentos em minha cabeça, mas um me pegou, Randall. Fiquei com raiva e de repente comecei a lutar com mais intensidade. Jasper, claro, notou e chamou minha atenção.

– Johanna! - ele disse, imobilizando meus braços. Eu ouvi, mas o ignorei. Me desvencilhei e desferi um chute na lateral de sua perna, ele colocou a mão na perna e me chamou de novo. - Johanna, onde você está? Com certeza não é na aula.

– Desculpa Jasper. Realmente eu me distraí - digo, nós éramos os únicos que tinham parado de lutar. Daniel observava as outras duplas, mas viu que paramos e veio até nós.

– Aconteceu alguma coisa? - ele pergunta quando nos vê parados.

– Johanna. Está descontando a raiva em mim ao invés de se concentrar na aula - Jasper diz.

– Ah, muito obrigada Jasper. A minha sorte é que essa aula não é com o super protetor, Loki. Se fosse, já estaria levando uma bronca - digo, ele dá de ombros.

– Vem cá Johanna - Daniel me afasta do grupo - Está tudo bem? Fazia tempo que você não fazia isso. Tá preocupada com o quê dessa vez? - ele me pergunta.

– Você ainda pergunta? Com tudo! Estou preocupada com tudo. Você não viu quem esteve aqui, todo preocupado? - pergunto.

– Bruce? Pois é, ele esteve falando com meu pai mais cedo, mas já deve ter ido embora. Eu sei que isso tudo que está acontecendo te preocupa, mas que tal ao invés de descontar em seus colegas, você não conversa comigo? - ele me pergunta. Eu suspiro, já estava cheia de tudo isso.

– Tudo bem Daniel. Eu te conto tudo depois dos treinos, mas paro aqui por hoje. Só vou dar minha aula com Remy de tarde - digo.

– Tudo bem, se cuida. E vê se descansa.

– Pode deixar - dou um beijo nele, o que chama a atenção dos outros aprendizes, mas nem ligo. Saí logo em seguida, mas não fui descansar. Eu estava sobrecarregada de emoções, precisava fazer algo a respeito. Saí do castelo, precisava da água. Corri até o rio e me joguei lá dentro. A água baixou um pouco minha temperatura, mas ainda estava ansiosa. Precisava extravasar o que quer que estivesse me incomodando ou enlouqueceria. Sentei na beirada do rio com as pernas ainda dentro da água. Cerrei meus punhos até sentir minhas unhas cravarem as palmas de minhas mãos, nem senti dor com isso de tão ansiosa que estava. Voltei para dentro do rio, fiquei em pé ali, com a água pela cintura. Senti o calor percorrer meu corpo, abri minhas mãos e de repente uma onda de magia se espalhou por todo o lugar, fiquei completamente em chamas, só não queimei minha roupa porque estava molhada. Aquilo foi estranho, mas me senti melhor, como se um peso tivesse sido tirado de meus ombros. Depois de um tempo ali decidi voltar para o castelo.

Quando cheguei, Daniel veio correndo me abraçar.

– Nossa, isso tudo é saudade? Só fiquei fora por uns minutos - digo.

– Algo muito estranho aconteceu por aqui, fiquei preocupado com você - ele me diz.

– Que negócio estranho aconteceu Daniel? - pergunto.

– Não sei. Parecia magia, uma onda dessa coisa. Estão todos se perguntando o que pode ser isso. Eu desconfio de algo sabe? Ou melhor de alguém - ele diz em meu ouvido para que ninguém nos ouça falando do Spark.

– Aquela onda veio até aqui? - pergunto surpresa. Não imaginei que tivesse sido tão forte.

– Sim, ela veio. O que você estava fazendo? - ele me pergunta olhando para minha roupa molhada.

– Eu já não aguentava mais Daniel. Precisava me acalmar, corri até o rio. Lá algo aconteceu, nem eu sei explicar o que era aquilo, mas fui eu quem fez aquela onda. Eu estava tão nervosa, acho que isso me levou a fazer aquilo.

– Isso é incrível. Mas não pense que não estou bravo com você viu? Não devia ter saído sozinha - ele diz tentando fazer cara de bravo. Eu rio.

– Tá bom. Eu vou tomar um banho e pôr uma roupa seca, te vejo no almoço - digo e saio em seguida. Eu estava admirada com o que fiz, acho que aquilo me ajudou a liberar todas emoções que eu estava guardando e que me incomodavam. Me senti muito bem depois daquilo. Tomei meu banho e fui almoçar, quando saí do meu quarto encontrei Sam no corredor.

– Oi Samuel - digo enquanto fecho minha porta.

– Oi Johanna. Está indo almoçar? - ele me pergunta.

– Estou sim - digo.

– Eu posso te acompanhar, se quiser - ele me diz.

– Claro Sam, vamos lá - digo e nós saímos juntos. No caminho eu não me contenho e tenho de perguntar sobre seus machucados, de novo.

– Sam, como você se cortou? - eu pergunto, apontando para seu braço cortado. Ele bufa, mas se vira para mim para responder.

– Adivinha? - ele me pergunta.

– O que você fez dessa vez para ele fazer isso? - pergunto.

– Ele descobriu que você tem o Spark. Eu tentei impedir que ele contatasse seus lacaios e ele me bateu de novo, me cortei com vidro. Ele me jogou contra uma janela e eu a quebrei, me cortei com isso.

– Nossa! Me desculpa te dizer isso, mas seu pai é louco - digo enquanto descemos as escadas.

– Eu sei. Eu só não o deixei porque temo que ele possa fazer algo com você. Ele sempre quis ter magia, e agora que ele sabe que pode ter, vai fazer de tudo para conseguir.

– Sam, me desculpe ter duvidado de você. - eu digo. Ele só sorri. Continuamos o resto do caminho em silêncio. Sam almoçou comigo e meus amigos de sempre.

O próprio Samuel contou para todos na mesa como se machucou. Ficamos conversando ali, quando Randall entra no salão. Ele olhou em nossa direção, viu que Sam estava com nós e aquilo parece ter deixado ele com raiva. Ele saiu logo em seguida, batendo a porta.

– Sam, qual é o problema do seu pai? - Remy pergunta. Eu dou uma cotovelada nele - Que foi? Não posso perguntar? - eu ponho a mão em meu rosto. Como pode ser meu irmão?

– Eu. - Samuel responde.

– Você? O que você fez? - Remy insiste no assunto. Os outros só ouvem.

– Eu não sou o filho que ele queria que eu fosse. É isso. Vocês já sabem o que ele planeja, então eu não vou enrolar. Eu me recusei a executar os planos loucos dele para usar Johanna e agora ele anda assim - Sam nos diz e logo vai embora. Deve ter ido atrás do pai. - Satisfeito agora? - pergunto a Remy quando Sam sai.

– Sim. Agora tenho certeza que Randall é louco. Até bateu no filho por sabe-se lá que motivo - ele me diz.

Terminamos de almoçar e Loki saiu com Jasper. Remy disse que queria descansar um pouco antes da aula de arco e flecha. Fiquei com Daniel, ele disse que queria me mostrar um lugar. Subimos alguns lances de escadas. Quando já estava me perguntando se faltava muito, Daniel entrou em um longo corredor, o segui. Ele parou em frente à uma porta e me disse para fechar os olhos, obedeci e fechei os olhos. Ele me guiou até dentro do lugar e me disse para abrir os olhos.

Quando olhei, era um lindo jardim. Havia vários tipos de plantas e flores ali. Tinha até uma fonte no meio do jardim.

– Então, o que acha? - ele me pergunta.

– Daniel... É... É lindo! - eu digo.

– Que bom que gostou. Isso aqui foi ideia da minha mãe. Ela ama flores, quis ter seu próprio jardim. - ele me explica enquanto andamos pelo lugar e eu observo tudo. Nos sentamos em um banco que tinha ali, no meio de um arco de flores.

– Eu amei esse lugar Daniel. Sua mãe é um gênio - digo. Ele ri. De repente ele me olha, ah aqueles olhos azuis hipnotizantes...

– Fiquei preocupado com você hoje. Me promete que não vai mais fazer aquilo? - ele me diz.

– Você tinha que estragar o clima né? - digo, ele ri.

– Desculpa. Mas e aí? Promete? - ele me pergunta.

– Prometo - digo. Ele me beija. Naquele momento eu esqueci de tudo. Naquela hora eu só me importava com uma coisa: Daniel.


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