Heart of Ice - Jotun Fanfic I escrita por HeavyDwrtySoul


Capítulo 17
Capítulo 16




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Como já era noite, mesmo que não estivesse tarde, eu quis ir para o meu quarto quando saí da reunião. Daniel me acompanhou até lá. Paramos em frente à minha porta.

– Não vai me convidar para entrar? - Daniel me pergunta.

– Estou pensando se faço isso ou não - respondi, mas quando abri a porta ele me empurrou para dentro do quarto e entrou também. - Ei! O que foi isso hein? - pergunto irritada.

– É porque eu gosto de te ver irritada, você fica linda quando está braba, sabia? - ele me diz. Aqueles hipnotizantes olhos azuis me fitam, quando dou por mim já estou beijando Daniel de novo. Não sei porque, mas quando beijo ele, sinto uma ligação forte, posso sentir o que ele sente no momento. Enquanto ele me beijava, levei uma mão à parede que eu estava contra, quando paramos de beijar eu olhei para a parede. Gelo se estendia por ela, desde onde eu toquei até o teto do meu quarto.

– Minha nossa! Eu sou uma Jotun do fogo, como eu uso sua mágica toda vez que te toco? - pergunto a Daniel, vendo a parede que eu acabara de congelar.

– Você sabe. É Spark, você ainda não controla sua mágica, e essa em especial, é mais forte que dos outros Jotuns.

– Ok, sabichão. Você poderia me ajudar com isso, não? - pergunto a Daniel.

– Claro. Vem cá - ele pega minha mão. Sentamos ao chão. Então uma pedra de gelo surge em sua mão. Ele me entrega a pedrinha.- Derreta essa pedra sem queimar, faça isso só com o calor do seu corpo - ele me diz. Eu me concentro na pedra de gelo, quero aquecê-la até derreter, mas minha mão fica em chamas. Olho para Daniel frustrada. - Tudo bem, eu sou uma máquina de gelo, posso fazer isso o quanto quiser - ele me diz, me entregando uma pedra maior dessa vez.

– Não me pressione, senão não vou conseguir mesmo - digo. Eu tento mais uma vez, eu não estou calma para fazer isso. Respiro fundo algumas vezes, tentando relaxar. Tento mais uma vez aumentar minha temperatura sem ficar em chamas, o gelo em minha mão começa a derreter, mas mais uma vez minhas mãos queimam.

– Não vai conseguir se não se concentrar - Daniel me diz.

– A culpa é sua que eu não consigo me concentrar - respondo-lhe.

– Ah é? Minha culpa? E posso saber por quê?

– Porque... me distraí com você me olhando assim - imito a expressão dele - tá quase babando - debocho.

– Exagerada. Eu não faço essa cara.

– Ah, faz sim.

– Nem vou discutir com você sobre isso, tenho a impressão de que vou perder. Seu sarcasmo é maior - ele me diz. Fico sem resposta. Ele me olha por uns instantes, esperando uma resposta, mas ela não vem. Ele então me beija de novo. Depois de um tempo, deitamos no tapete sobre o qual estávamos sentados, ficamos ali em silêncio, curtindo a companhia um do outro. Acabamos dormindo ali.

Acordei no meio da noite, Daniel e eu dormimos no chão, levantei devagar, tentando não acordar ele. Eu perdi o sono, fiquei sentada ao lado dele vendo ele dormir. Ele estava tão sereno, admirei por um tempo, depois resolvi acordá-lo.

– Daniel - chamo e nada. Chamei ele umas três ou quatro vezes, mas nada de ele acordar. Então sacudi seu ombro, ele até levou um susto quando despertou.

– Caramba! Nós dormimos no chão? Passou muito tempo? - ele pergunta se espreguiçando. Olhei no relógio, eram 02:13h.

– É, dormimos mais ou menos três horas.

– Acho melhor eu ir embora - ele se levanta. Eu me espreguiço também. Ele me ajuda a levantar.

– Ok, boa noite - digo e lhe dou um beijo de despedida. Depois que ele saiu, me joguei na cama e fiquei ali até cair no sono, o que não foi fácil.

No dia seguinte Daniel quis treinar minha mágica ao ar livre. Nós ficamos distantes do castelo para que não nos vissem usando mágica ali, agora que descobrimos sobre Spark, estou sendo super protegida. Desta vez eu consegui derreter o gelo sem queimar. Repetimos umas três vezes para ter certeza de que eu estava conseguindo controlar. E deu certo as três vezes. Eu então tive uma ideia.

– Daniel, com o Spark eu consigo usar a sua mágica. Será que você consegue usar a minha? - pergunto-lhe.

– Sinceramente, não sei - ele me responde.

– Podíamos tentar, já que estamos aqui fora.

– Tudo bem - ele me diz. Diferente das outras vezes, eu não peguei em sua mão, procurei outro lugar onde pudesse tocar sua pele, pois ele com certeza iria usar a mágica com as mãos. Toquei em seu pescoço e tentei me concentrar. Imediatamente nossos corpos se conectaram, era como se naquele momento fôssemos um só.

– O pensamento é o segredo. A mente domina o corpo - ele me lembra. Então começo a pensar em minha magia de fogo e em Daniel. Ele parece estar concentrado em algo também, sinto seu coração acelerado, como se tivessem dois corações em meu peito, será que ele também sentia isso quando nos conectávamos assim?

– Está nervoso? - pergunto a ele.

– Sim, um pouco - ele me responde.

– Quer continuar?

– Quero sim.

– Eu não posso fazer isso sozinha. Você tem que me ajudar - ele assente com a cabeça e se concentra de novo. De repente ele abre um sorriso enorme.

– Por que tanta alegria Daniel? - pergunto.

– Veja você mesma - ele me diz levantando suas mãos para que eu possa vê-las. Elas estavam em chamas.

– Nós conseguimos! Quem sabe do que mais Spark é capaz, não é? - digo ainda com minha mão em seu pescoço.

– Com o tempo a gente descobre - ele me diz. Ficamos ali debaixo de uma das árvores, conectados pelo Spark.

Ainda debaixo da árvore com Daniel, conectada a ele, nos beijamos, mas dessa vez Daniel tinha minha mágica nele. Como ele é um Jotun do gelo, estou acostumada à sua pele fria, mas enquanto ele me beijava, senti que ele estava ficando quente igual a mim. Parei de beijá-lo para ver o que estava acontecendo. Sua roupa estava começando a queimar, me soltei dele no mesmo instante, cortando a conexão do Spark.

– Daniel, você está bem? - pergunto segurando um sorriso porque, querendo ou não, a situação era engraçada.

– Tá tudo bem, mas essa era minha camisa favorita - ele me diz, mostrando as mangas da camisa, furadas pelo fogo. Eu rio do comentário dele.

– Acho melhor a gente voltar. Chega de usar mágica por hoje - digo já me levantando. Daniel levanta-se também.

– Concordo com você, chega de magia por hoje. Vou tirar essas roupas queimadas. Te vejo mais tarde?

– Depois do treino com Addie, como sempre.

– Okay, até mais tarde então - ele me dá um beijo e sai antes. Disse que era para entrarmos separados para que não desconfiassem de mim quando vissem suas roupas queimadas. Que desculpa será que ele usou?

[...]

Desta vez estava mais calma em meu treino com Randall, ele fez uma aula em grupo. Tive que lutar com Jordin, sua aluna exemplar. Depois de todas as aulas, tomei um banho rápido e fui almoçar. Quando cheguei ao salão para o almoço, nenhum dos meus amigos estava lá, então resolvi sentar junto de Samuel. Quando fui cumprimentá-lo, vi que ele estava com o rosto machucado, parecia que havia brigado.

– Oi - ele me disse tímido, baixando o rosto.

– Oi Sam. Está tudo bem? - pergunto ao ver seu estado.

– Aham, tudo bem Jo.

– Tem certeza? Nunca te vi assim tão para baixo. E o que são esses machucados hein? - pergunto. Ele olha para todos os lados para ver se não há ninguém ouvindo e vira-se para mim de novo.

– Meu pai. Foi ele quem me machucou - ele enfim me diz.

– Seu pai? Mas por quê?

– Por nada, isso acontece às vezes nas nossas aulas de luta.-

Tem certeza que foi isso mesmo? - pergunto.

– Johanna...

– Fala Sam, o que tá acontecendo por aqui?

– Você vai me odiar por isso, mas eu vou te contar, só não agora, ok?

– Tá, mas por que não me diz agora? - pergunto, logo Loki chega e senta-se ao meu lado.

Conversei com Loki e Sam sobre coisas não tão importantes enquanto almoçávamos. Depois que terminamos, eu resolvi tocar no assunto que estava deixando todos curiosos. Os ferimentos de Sam.

– Então Sam, você ia me contar como arrumou esses machucados antes de Loki chegar. Por que não nos conta agora?

– Como eu disse antes, foi meu pai - Sam nos diz.

– E por que ele fez isso? - Loki pergunta.

– Ele viu que Johanna e Daniel estão juntos. Eu tinha que... - ele começa a contar, mas eu o interrompo.

– Eu ouvi uma parte da conversa de vocês na biblioteca outro dia. Você tinha que se aproximar de mim.

– Sim, isso mesmo. Quando ele viu os dois juntos, disse que eu falhei com ele, e o resto vocês já imaginam.

– Mas Samuel, você é jovem, bem treinado, não poderia se defender? - Loki pergunta

.- Acredite eu tentei, mas ele é meu pai. Eu não poderia bater nele - Sam nos diz.

– E o que o levou a confiar em nós para contar isso? Que foi ele quem te feriu - Loki lhe pergunta.

– Vocês devem pensar que eu sou como ele, mas não. Eu já fui, já acreditei que estava fazendo a coisa certa ao seguir os passos dele, mas quando descobri que ele e seus cúmplices só queriam usar Johanna, eu vi que estava errado. Meu pai pirou - Samuel nos diz.

– O que te faz pensar que nós acreditamos nessa sua história? Vocês podem muito bem ter forjado essa briga - diz Loki.

– Nada Loki. Eu não tô tentando convencer ninguém de nada, só respondi o que me perguntaram, como arrumei esses machucados - Sam diz e logo depois nos deixa, ficamos eu e Loki ali confusos.

–Será que isso é verdade? De Randall eu não duvido nada - pergunto a Loki. Daniel e Remy chegam e se juntam a nós.

– Por acaso vocês sabem o que aconteceu com Sam? - Daniel pergunta.

– Randall - Loki e eu dizemos ao mesmo tempo.

– O que ele fez? - pergunta Remy.

– Samuel tinha que se aproximar de Johanna, ganhar a confiança dela para que ela ficasse do lado deles. Só que Randall descobriu que ela está com Daniel e ficou com raiva porque ele falhou - Loki explica-lhes a situação de Samuel.

– E foi ele quem disse isso para vocês? - Daniel pergunta.

– Sim. Johanna insistiu para que ele contasse como se machucou daquele jeito. Ele disse que não está mais do lado do pai. Que Randall está louco, mas não sei não, essa história pode muito bem ter sido inventada - diz Loki.

Nós conversamos mais um tempo ali, depois saímos. Os rapazes disseram que queriam me mostrar um lugar. Quando estávamos passando pelos fundos do castelo vi alguns carros, tive que perguntar a eles a respeito daquilo.

– Ei, por que tem carros aqui? - pergunto.

– Para quando saímos daqui. No mundo dos humanos é muito comum ter um carro. Bruce tem um em Oakley - Loki me explica.

– E por que você e Addie não foram para Oakley com um? - pergunto a ele.

– Na verdade nós fomos. Próximo ao portal que nos leva para fora nós temos uma casa onde nos preparamos para entrar no mundo humano. Lá temos carros, armas, roupas e o que mais precisar - ele diz.

– Ah entendi - digo.

Fomos andando e conversando durante o caminho. Remy me contou algumas coisas sobre nosso pai. Nos distraímos conversando, logo havíamos chegado.

– Queriam que eu visse o mar? - pergunto ao ver que haviam me trazido à praia.

– Não o mar. O que está nele. Olhe lá - Daniel me diz, alcançando-me uma luneta. Eu pego e vejo mais adiante ruínas de barcos Vikings.

– Como descobriram que isso estava aqui? - pergunto aos príncipes. - Não fomos nós. Foi Remy quem os encontrou - Daniel me diz.

– Você sabia que Svetilnik já foi habitada por Vikings Johanna? - pergunta Loki.

– Sim, eu sabia. Posso ver de novo?

– Claro! - ele responde. Eu então olho mais uma vez, passando meu olhar pelo horizonte quando avisto dois navios se aproximando dali.-

Meus queridos, nós temos um problema - digo ao ver os barcos que se aproximavam. Passo a luneta para Loki e aponto para onde vi os navios.

– Vai acontecer mais cedo do que a gente pensava - ele diz aos rapazes. Eu não sabia do que eles estavam falando.

– O que está acontecendo? Ou vai acontecer, sei lá - pergunto.

– É uma longa história. Vamos avisar o pessoal no castelo sobre esses navios, depois a gente te conta tudo - Loki me diz. Nós então vamos para o castelo.


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