– Ai meus deuses. – disse Caio praticamente se escondendo atrás de min.

– Você tem um plano? – perguntei baixinho.

– Além de não ser morto, não.

– Estamos perto do acampamento?

– Um pouco, mas ou menos umas quatro quadras.

– Quatro? Então, quando eu dizer agora nós corremos ok?

Eu estava mais assustada do que o imaginável, mais conseguiria mexer as pernas. Então como eu não podia correr agora já que ela não estava a nem meio metro de nós dois, imaginei que se no distanciarmos mais dela poderíamos ter uma vantagem de corrida.

– Então. Você é quem? – perguntei puxando assunto com a mulher cobra.

– Como assim você não sabe quem eu sou?! – ela parecia irritada, dei um passo para trás.

– Claro que eu sei quem você é! Ó celestíssima draganae.

– Dacraenae. – corrigiu Caio.

– Dacraenae. Certo.

– É semideusa, acho bom ter respeito pela pessoa que vai te devorar.

– Olha, eu não seria uma pessoa muito indicada para ser devorada. Nem os mosquitos gostam de min!

– Mas eu amo uma carne de meio-sangue, fresquinho. E de sátiro, seria a sobremesa.

Caio começou a tremer a pernas peludas de bode.

Nós já estávamos mais afastados da mulher-cobra. Mas não o suficiente para ter uma vantagem.

– Eu ainda espero a hora que você vai falar “agora”. – resmungou Caio.

– Não seria uma boa ideia você nos comer. Não somos muito apetitosos.

– É ISSO QUE VAMOS VER! – ela gritou.

– Agora!

A mulher cobra voou para a minha esquerda e nós corremos para a direita.

– Esse plano é horrível! – gritou Caio enquanto corríamos.

– Poupe seu folego! Temos que correr muito ainda.

Enquanto corríamos a mulher-cobra gritava coisa atrás de nós. Depois de muito tempo correndo eu estava exausta, até que avistei um arco de pedra escrito ACAMPAMENTO MEIO-SANGUE.

– É ALI ALICE! Estamos chegando! – Caio gritou.

Eu acelerei o passo estávamos a uns dois metros do acampamento quando a mulher pegou Caio e o puxou para trás com tudo ele deu de costas em uma árvore.

– CAIO! – tentei ir ao encontro dele mais fui barrada pela mulher-cobra.

– Vamos meio-sangue. Se você correr agora para dentro desse acampamento estará segura, mas seu amiguinho sátiro será devorado.

Parte de min queria correr para dentro daquele acampamento, mas Caio, ele se arriscou para me buscar e eu iria abandona-lo.

– NUNCA! – eu disse já com raiva.

– Esse é um dos problemas de ser um meio-sangue, vocês são muito leias. Coitados! – ela deu uma risada horrível e me atacou com suas garras, desviei para a esquerda.

– Eu nunca vou abandonar um amigo, sua cobra nojenta.

– Eu acho bom você não repetir isso meio-sangue.

– O que? Está ofendida cobrinha? Pode deixar eu repito. VOCÊ É NOJENTA E HORRIVEL!

Não consegui desviar de sua garra, fui arremessada para perto de um árvore. – minha perna começou a doer muito.

A cobra vinha rastejando para perto de min. Do outro lado Caio observava com os olhos quase fechados, ele parecia muito mal. Então eu ouvi um assovio e um garoto de mais o menos a minha idade jogou uma espada por cima da dracaenae, a espada chegou para perto da minha mão.

Tudo aconteceu muito rápido, a dracaenae se aproximou para o bote, alguma coisa dentro de min começou a pulsar forte, peguei um impulso na perna que não estava doendo ergui a espada e decapitei a dracaenae.

Ela caiu no chão, de um lado o corpo e do outro a cabeça. Depois se desmanchou em pó, eu cai de costas na árvore e apaguei.