A Filha de Zeus escrita por Julie Cristine


Capítulo 10
Capítulo 10 – A verdade veio




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Duas horas de viajem. Quando chegamos lá a tarde eu respirei fundo antes de entrar na casa. Bati três vezes na porta, quando minha mãe atendeu ficamos segundos nos encarando.

– Alice. – ela sussurrou começando a chorar.

– Mãe. – eu a abracei tão forte.

– Quem está aí Vanessa? – disse meu pai se aproximando de nós, quando me viu ele controlou o choro e me abraçou.

Ficamos minutos abraçados a três. Depois nos afastamos.

– Pai, Mãe. Esse é Dylan, ele é meu... Meu... – eu não sabia o que falar, éramos namorados, ficantes ou amigos.

– Namorado. – Dylan disse cumprimentando os dois.

– Entre, eu acho que aqui fora não é um lugar ideal para conversarmos. – disse minha mãe.

Sentamos nos sofás velhos e encardidos que tinham na sala. Eu e Dylan sentamos no menor e meus pais no maior.

– Eu acho que você não veio aqui para matar a saudade, imagino. – disse minha mãe.

– Não, eu não vim só pra isso. E acho que vocês sabem porque eu vim.

Meu pai e minha mãe se entreolharam.

– É sobre a linhagem de deuses do olimpo.

– Então você sabe sobre eles. Porque você nunca me contou mãe?

– Alice. Antes de esclarecer todas as coisas eu queria que você soubesse de uma coisa. A mais importante, que eu nunca te contei. – ela começou a chorar.

– O que mãe? - eu disse confusa.

– É sobre isso. Eu não sou sua mãe, nós não somos seus pais biológicos.

Eu olhei indignada para ela. Lógico que meu pai não era meu pai biológico mais a minha mãe? Minha mãe não era minha mãe? Pensei que era uma pegadinha ou que ela estava brincando. Mas depois que meu pai também deixou uma lágrima escorrer e os dois se abraçaram.

– Como assim? Quem é minha mãe verdadeira? O que você é minha então? Mãe, como assim?

Ela pegou um copo de água que tinha em cima da mesinha e tomou.

– Eu sou sua tia. Sua mãe verdadeira era minha irmã.

Era muita coisa pra absorver. Muita coisa. Aquele papo de deuses do olimpo estava fácil para ser digerido perto desse aqui.

– A mulher dos sonhos. – eu disse olhando para Dylan – A mulher dos sonhos que eu tenho.

– Não eram sonhos, eram lembranças.

Minha mãe quase nem conseguia falar mas mesmo assim ela explicou tudo:

– Depois do caso com o deus ela teve você. Então depois de uns 6 anos começaram a aparecer monstros, porque desde pequena você já tinha um “cheiro” poderoso. Então ela invocou Hécate e virou aprendiz dela. Um dos feitiços que a deusa ensinou para sua mãe foi o de esconder você, depois desse feitiço você não atraia mais monstros, seu cheiro era de um mortal normal.

Dylan passou o braço por trás das minhas costas e me trouxe para mas perto dele. Uma lágrima desceu e escorreu pelo meu rosto.

– Então para proteger melhor você ela fugiu e foi morta por uma criatura, um fim trágico. O feitiço protegeu você por 10 anos. Mas depois não dava mais, você já não estava mais protegida e foi aí que eu mandei uma mensagem para o Acampamento do qual Zeus havia falado para min em um sonho. Eu sabia que eles iriam buscar você.

Eu abracei Dylan e comecei a chorar. Depois me afastei e gritei:

– Não podia ter falado que não era minha mãe?

– Alice entenda, não é fácil contar para uma criança que você cuidou a vida inteira, que não é a mãe dela.

– Afinal eu sou filha de um deus grego COM UMA MÃE MORTA!

– Filha.

– Eu não sou sua filha.

Eu levantei e ela levantou também.

– Vamos Dylan. – eu disse.

Ela segurou meu braço e olhou bem nos meus olhos.

– Você é minha filha sim! Não precisa ser de sangue, mas é sim! Eu cuidei de você, cuidei quando você se machucou, quando estava doente. E não me venha dizer sua pirralha, que agora eu não sou sua mãe! – ela falou tudo isso friamente.

Meu pai que não tinha se pronunciado ainda falou.

– Não é porque agora você é madura ou sabe mexer com uma espada e tem um namorado, que vai deixar de seu nossa menininha. – ele falou sorrindo.

Definitivamente não dava para ficar brava com eles.

Cuidaram de min a vida inteira. Sim eles eram meus pais, mesmo que eu não quisesse aceitar o fato de não serem biológicos, eles eram meus pais.

Eu os abracei de novos. Meu pai disse para Dylan se juntar ao abraço coletivo, ele recusou mais eu o puxei.

– Somos uma família! – minha mãe falou chorando.

Falei para minha mãe que não tínhamos comido nada. Ela fez um café da tarde deliciosa que só ela sabia fazer. Perguntaram sobre a família de Dylan, eu vi que eles se sentiu desconfortado então eu contei. Também perguntaram quem era o pai “verdadeiro” de Dylan e quando ele falou que era Ares meu pai logo soltou:

– Você não é esquentado como seu pai. Vi em livros de mitologia grega que Ares se metia em muitas lutas só por causa de seu caráter.

– Não, eu não sou meu pai. E não tenho nenhum orgulho de ser filho de um deus “brigão”.

Meu pai se calou por um tempo e depois mudou de assunto. Ficamos falando por horas até de noite. Decidimos dormir ali, havia três quartos, eu dormi com Dylan no meu quarto e meus pais no outro.

Fiquei acordada por um tempo. Dylan percebeu que eu ainda estava acordada.

– O que foi?

– Só queria saber como vai ser de agora em diante.

– Entre nós? Eu sei como vai ser. – ele me beijou.

– Vamos ficar no acampamento, indo pra casa, voltando para acampamento. Uma coisa repetitiva.

– Indo a missões, matando monstros. E agora você me tem, serve?

Eu dei risada e o beijei.

– Serve.


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