Magic Falls X Filling Power INTERATIVA escrita por Amy Write


Capítulo 4
O primeiro dia


Notas iniciais do capítulo

Eu cheguei, tus tus tus tus! Explicações da minha 'demora' nas notas finais. (demora em aspas por que nem foi uma demora tão demorada assim XD usahusa)
Enjoy ;*



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Filling Power, Sexta-feira, 15:47, (Lorenzo Malarkey)

Filling Power, está exatamente como eu me lembrava. A mansão se encontra em um pequeno morro, para igualar o terreno foi construída sob umas colunas; a escada que dava para a mansão é giratória, e o local é quase todo em paredes de vidro. Sem duvidas minha tia Rachel deve ter gasto uma grana para construí-lo.

Entro na mansão que aparentemente parecia deserta, talvez estivesse, realmente não sei, Robyn deixou um bilhete avisando que viria com Tia Rachel para Filling e passariam para fazer compras.

Deixo as coisas na sala de estar mesmo como de costume. Dou uma rápida checada no relógio, demoraria até que as duas chegassem das compras do acampamento...por que mulher tem mania de deixar tudo pra ultima hora?

Sem estar muito a fim de esperar horas para que as duas voltem resolvo sair um pouco também, pego apenas minhas cartas prediletas...com alguns anos de experiência em Filling Power, aprendi que não é muito seguro circular por ai sem nada para se proteger.

Estava quase saindo quando resolvo voltar para pegar algum com que me distrair...um livro reunindo todas as melhores poesias de Shakespeare, ou um livro de Stephen King? O.K, hoje vou de poesias.

Pego o livro e vou diretamente para a floresta atrás de Filling, gosto desta floresta por um motivo bem estranho, as arvores são extremamente diversificadas em quesito tamanho, mas tem uma arvore em especial que eu tenho uma certa fixação, fica perto de uma lago, tem raízes enormes e bem visíveis, é extremamente grande com folhas das mais verdes que já vi, o grande problema é que ela fica bem distante de Filling, e séria praticamente impossível ir e voltar a tempo de tia Rachel chegar com Robyn...a não ser que...não é ariscado demais ainda não consigo controlar perfeitamente.

...mas...por que não tentar?

Paro de andar para passar a vista pelo local, séria ariscado demais fazer isso com meu próprio corpo, então preciso de algum material sólido.

“Perfeito!” Sussurro ao ver um pedaço de madeira de mais ou menos um metro de largura e cumprimento, subo em cima dele antes que me arrependa.

Concentro-me no pedaço de madeira imaginando uma quantidade controlada de energia, nem muito e nem pouco demais, quando consigo forço minha mente a movimentar essa energia do pedaço de madeira o impulsionando rapidamente para frente de forma que quase caio da minha ‘prancha’ improvisada; recupero o equilíbrio e acelero a velocidade sem tirar a prancha muito do chão, acelero mais, mais, tão rápido que tudo que vejo são borrões. Sinto a prancha tremer com a quantidade de energia, tendo diminui-la mais não consigo muito efeito, a prancha esquenta de forma que já sinto o calor atingir meus pés mesmo de tênis.

“Ops” Antes que a madeira exploda dou um salto que devido a velocidade não sai muito bem sucedido, caio no chão rolando, quase que literalmente falando: engolindo areia.

Me levanto do chão sentindo um leve gosto de sangue nos meus lábios. Procuro outro alvo, esperando mais sorte na próxima vez...o que não acontece, nem na segunda tentativa, nem na terceira, somente na quarta consigo chegar até onde queria...com a roupa imunda, meio rasgada, e cheio de pequenos hematomas.

Visualizo a arvore e uma estranha tranquilidade me toma...não sei explicar como ou por que, mas desde muito pequeno Tia Rachel me trazia para Filling apenas de passagem, o máximo que ficava era uma semana e então eu sempre vinha aqui...a pé claro! Criei um certo vinculo com ela, talvez por ela ser tão imensa e tão boa de se passar horas em cima, apenas por passar.

E é o que faço justamente agora, subo na arvore sem muita dificuldade, somente quando chego em uma altura boa é que tiro o celular para ver que horas são e calcular mais ou menos quanto tempo tenho para ficar ali.

Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;

Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;

Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excurso, e me convenço

Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.

Esse sempre foi meu soneto predileto de Shakespeare, o que mais fiz e ainda faço na minha vida é me culpar por erros cometidos, e são erros e mais erros, parece que a sina da minha vida é essa, machucar aqueles me cercam...primeiro meu pai, depois a Nicole, a única vez que não machuquei e sim fui machucado é quando se trata do nome ‘Annie’.

A verdade é que todos que me cercam acabam de alguma forma, por alguma força maior, se machucando...as vezes fisicamente falando, não, não, não estou brincando nem nada do tipo. As vezes acho que para compensar todos os meus erros só morrendo e nascendo de novo.

Ouço pisadas fortes se aproximando, subo ainda mais alto na arvore tirando uma carta laminada, e a segurando de forma que facilite na hora de joga-la.

Podia ser um animal com pisadas tão bruscas...qualquer pessoa inteligente não andaria por essas bandas da floresta correndo desse jeito...

Vou mais para a ponta do galho, sinto o galho quebrar em um estalo...os passos param.

“Tem alguém ai?” É uma pessoa...uma voz feminina. “Por favor, e-eu, eu...”. A voz está embargada de choro, mas não parece um choro recente.

Pulo da arvore com a carta ainda apontada, mas ao ver a figura a minha frente eu amoleco completamente.

É uma garota, com cabelos castanhos, ondulados e longos, olhos verdes, pequena...um metro e sessenta no máximo, feições angelicais, corpo na medida...sem duvidas, linda...e assustada.

“Por favor, não faça isso...eu..” Sua voz parece ainda mais assustada. Noto que a carta ainda continua na minha mão, então a abaixo.

“Desculpe não quis lhe assustar”. Digo, mas não surte muito efeito, seus olhos continuam dilatados e sua postura tensa. Nenhuma palavra é dita, então prossigo. “Não vou te machucar”.

“O.K”. Ela diz e então da um passo pra traz, como quem tenta ir embora.

“Espere, não vá”. Indago, mas seus passos aumentam de velocidade, sem pensar muito jogo todas cartas no chão...inclusive as laminadas, sei que vou me arrepender disso. “Volte...a floresta é perigosa”.

Ela se vira novamente para mim, suas mãos estão nos bolsos da calça e desta vez parece mais calma.

“É, eu sei”. Sua voz me parece um sussurro.

“Pode me chamar de Enzo” Abro um sorriso.

“Sou Caseley” Ela tenta sorri...surpreendentemente noto seus olhos se iluminarem, sigo sua visão e vejo o que ela estava olhando. “Poemas de Shakespeare, eu amo os poemas dele, não só os poemas claro, é tudo tão...tão perfeito, ele tem tanta verdade, é do tipo que te arrepia, e só em pensar que ele viveu a tanto tempo atrás, mas era tão inteligente isso sem nem falar das suas peças com tantas filosofias de vida e...nossa eu to falando demais”. A morena solta uma leve gargalhada tirando o cabelo dos seus olhos.

“E sem comentar os sonetos, sempre abrangendo temas do interior, sempre me imaginei conhecendo Shakespeare, essa mente brilhante!” Completo o que ela disse e então a garota me encara.

“Exatamente”. Sorri. “Sinto muito Lorenzo, mas agora eu vou indo.”

“O.K” Digo. Ela se vira para ir embora.

“Espera...como sabe meu nome?” Questiono, ela se vira para me responder.

“Não precisa ser um Shakespeare para adivinhar, Enzo, Lorenzo, quase a mesma coisa”. E desta vez a vejo sumir por entre as arvores.

Fico mais um pouco na floresta e então volto para Filling Power, desta vez, caminhando, para tentar chegar vivo.

Quando chego na mansão vejo o carro de Rachel o que significa que as duas já chegaram, entro na mansão, varias sacolas estão espalhadas pelo chão de forma desorganizada.

“Enzo!” Robyn larga as sacolas e corre na minha direção se pendurando no meu pescoço “Cheguei e não te encontrei, você pegou o bilhete que deixei avisando que viria com tia Rachel né? Que machucados são esses Lorenzo Malarkey?!”

“Sim pirralha eu peguei” Ironizo com um sorriso de canto. “Não são nada...e que coisas todas são essas?”

“O abastecimento da geladeira, estava vazio! Claro, sem contar com a comida enlatada e lasanha de microndas de meio século!” Diz a pequena.

“Encontrar a geladeira vazia faz parte de chegar em Filling Power antes da governanta...a é mesmo como eu ia me esquecendo pirralha, seja bem-vinda ao seu primeiro dia em Filling Power”. Sorrio.

“Odeio esses veteranos metidos a besta”. Retruca a garota e então abre um sorriso.

Escuto o barulho de saltos pisando no chão de madeira, e então Rachel entra na sala.

“Ah, oi Enzo, como está Poppy?” Diz ela já abrindo algumas sacolas.

“Mais maluca a cada dia.” Dou de ombros.

“Normal”. Força um sorriso. “Fiquem a vontade para irem dormir, vou chamar a faxineira pra dar um jeito nisso, amanhã de manhã os mutantes estão ai”.

“O.K, acho que vou fazer isso; vem comigo Robyn?” Pergunto para garota nanica de grandes olhos cor de esmeralda.

“Sim, sim”

Começamos a subir as escadas quando escuto a voz tranquila de Rachel.

“Enzo...da próxima vez que usar seus poderes que não consegue controlar, pense duas vezes.” Eu não digo nada em resposta, mas Robyn me encara.

“O que será que acontece com ela?” Questiona a garota quando a deixo no seu quarto.

“Não sei” A respondo.

“Ela é tão...fria...fazia quanto tempo que não se viam? Seis meses? Droga Enzo, ela te criou como se fosse sua mãe...quer dizer, era pra ter sido, ela tem sua guarda né? Depois que...bom...” Protesta a morena mas a interrompo.

“Todos tem um passado Robyn, vai ver ela tem um pior que o normal...as pessoas não são frias por acaso, são machucadas pelo tempo”, Saio do quarto deixando-a pensativa, mas não me incomodo, Robyn é curiosa, mas não indelicada, ela não seria capaz de interrogar Tia Rachel para satisfazer a sua curiosidade.

(...)

“ENZO, ENZO!! Acorde! Os mutantes chegarão!” Robyn pula em cima de mim, puxando a coberta da cama enquanto tenta me arrastar para fora.

“Robyn! Não faz isso, me deixa dormir filhote de anão” Puxa acoberta de volta em vão, desta vez ela me puxa com força da cama, dando um jeito de me jogar no chão.

“Corre, corre, o carro já estacionou!” Robyn corre exasperada pela mansão.

Vou até janela para ver se realmente haviam chegado, e desta vez, Robyn não estava exagerando(coisa que ela faz com frequência).

O carro havia parado e já saiam alguns adolescentes dele, tinham duas meninas e três meninos...

Resolvo trocar de roupa e descer para conhece-los, gosto de dar boas-vindas aos novatos.


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Notas finais do capítulo

Então, achei que ia poder escrever quinta e sexta passada, mas não pude! por que? TEATRO, tive ensaio para as apresentações no final de semana! eu tinha esquecido, então não avisei :L, mas agora já aviso que esse final de semana agora pra mim vai ser de apresentação também, segunda eu já vou poder respirar e escrever