A maldição dos renascidos escrita por Tsumitsuki


Capítulo 1
Capítulo 1 - Eu, meu revólver e mais dois mortos.


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic original, espero que gostem e não me deixem no vácuo como foi no Social Spirit.
Bem, qualquer dúvida, podem me perguntar nas reviews, mas não se preocupem se boiarem em algumas partes. A história é bem complicada no começo mesmo.
Beijos, boa leitura.



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14/07/2014.

O começo do caos.

Meu nascimento.

Os primeiros indícios de que aquilo havia começado foram ridicularizados. Certamente, parecia ser uma brincadeira de alguns artistas ou uma doença mal combatida. Até mesmo as redes sociais zombavam do tema, dizendo como as pessoas haviam perdido a noção do que era feito para ser uma brincadeira ou não. Sinto pena. Essas foram as primeiras a cair em desespero.

Apesar de tudo, tentei viver uma infância normal, sem qualquer trauma. Apenas brincadeiras de crianças, como vestir bonecas ou andar de bicicleta. Claro, nem tudo nessa vida, é o que o ser humano quer. E comigo não seria diferente.

Lembro-me como se fosse ontem. Uma amiga minha e eu brincávamos com alguns utensílios de cozinha de plástico, tentando imaginar um cenário calmo diante de tudo aquilo que acontecia. Podíamos ser crianças, mas infelizmente, a situação crítica na qual nosso mundo passava era algo já devastador na época.

Tentei acalmá-la enquanto a brindava com um vinho imaginário e levava o copo à boca, lutando para não ter o assunto fixado na cabeça. Aquelas mortes. O sangue sendo derramado. Não era algo que ninguém deveria refletir, nem mesmo crianças.

Ela riu e fez o mesmo, também esquecendo o assunto por alguns segundos. Míseros segundos, aqueles os quais ela conseguiu ser uma garotinha feliz por um tempo. Larguei o copo no mesmo momento em que meus olhos encontraram aquele ser atrás dela. Tentei puxá-la o mais forte que eu podia, mas ele foi mais rápido.

O corpo dela foi perfurado com algo devidamente afiado, fazendo com que seu sangue derramasse sobre o chão daquela praça. Seus olhos castanhos arregalaram na hora. Gritei enquanto sentia minha vista embaçar com lágrimas. O corpo de Megan – pobre garota – já estava sem vida. Corri, sem rumo. Deixá-la para trás foi uma das atitudes mais covardes da minha vida. A primeira de muitas atitudes erradas.

...

09/01/2031

- Hillary! – Ouvi a voz de Cathy ficar em um tom incrivelmente alto e assustado. Eu faria o mesmo há alguns anos. – Droga! O que você fez?! – Ela se agachou ao lado de um corpo, sacudindo-o sem expectativa.

- Desculpe. – Foi a única coisa que respondi, mesmo tendo acabado de matar um de meus melhores amigos.

- Como assim desculpe?! Você podia muito bem ter atirado só naquele renascido, mas em vez, disso você atirou também no Kevin. O chefe vai saber disso! – Cathy se aproximou de mim e me segurou pela gola da camisa, me chacoalhando com força. Lágrimas caíam de seus olhos verdes. – Ele era nosso amigo!

- Nesse mundo, a amizade nunca vai superar a nossa sobrevivência. – Por mais que eu realmente o tivesse matado, a culpa não me consumia. Talvez já estivesse acostumada com isso. – Você iria morrer se aquele renascido eliminasse o Kevin também, afinal, seriam dois contra dois. Você não iria conseguir se virar sozinha. Os dois estavam muito próximos. A chance de errar o tiro era muito grande! – Ela me largou, deixando-me cair no chão.

- Você não pode falar nada de ninguém, sua maldita. Nascer no dia da maldição não mostra que você é algo bom para esse mundo. Você é um grande estorvo para nossa organização! Morra! – Ela sacou uma adaga de seu cinto e tentou cravá-la em meu peito, conseguindo apenas fazer um corte em meu braço.

Rolamos pelo chão. Cathy parecia decidida a me eliminar daquele mundo. Não que eu me importasse muito com isso. Eu sempre tive a habilidade de fazer as pessoas me odiarem, mesmo tentando pensar no melhor para elas. Por fim, tentei chutá-la, empurrando-a para longe de mim. A tentativa teve um efeito melhor que o esperado, já que a arma da garota caiu longe.

- Sua idiota, eu nunca vou te perdoar pela morte do Kevin. E você acha que eu não sei que quando você sai com um grupo, alguém sempre morre por sua causa?! A organização perde gente a cada dia por sua causa, Hillary! Se eu te matar aqui, posso acabar com isso! Finalmente, poderemos viver felizes, sem se preocupar com uma garota amaldiçoada! – Cathy sorriu do jeito mais demoníaco que já vi na vida e correu para recuperar a sua adaga.

- Cathy... Eu não esperava ter de fazer isso com você... – Lamentei, já colocando a mão em um bolso que tinha no cinto. O peso do revólver já em minha mão, a pólvora já sujando minha luva.

- Morra, sua desgraçada! – Com a adaga já em mãos, novamente, ela correu em minha direção, com uma risada sombria. Cada vez mais próxima.

Dois barulhos.

O primeiro, de um tiro sendo disparado.

O segundo, de um novo cadáver conhecendo o chão frio.

- Desculpe, Cathy. – Meu braço ainda estava travado na posição que tinha utilizado para atirar. – Você nunca teria uma vida feliz neste mundo. Não queria que você sofresse mais, tentando encontrar algo que não conseguiria. Algo que você nunca conseguiria.

...

- É incrível. – Ele me encarou. Seu olhar misterioso encarava meu estado deplorável. – Você é sempre a única que sobra. Como se os renascidos apenas evitassem matá-la, mas se sentissem atraídos pela sua presença. É um dilema interessante, garota. – Esboçou um sorriso.

Maldição. Eu tenho certeza que essa era a palavra que ele queria usar. Encarei o homem sentado a minha frente. Parecia ignorar os cortes no meu corpo, minhas roupas rasgadas e cheias de sangue.

- Eu simplesmente não entendo. – Meu corpo tremia. Já não era primeira vez que me encontrava na frente dele. O mesmo discurso. O mesmo sorriso irônico. O mesmo olhar sombrio. – Poderia acabar comigo nesse momento. Seus membros não desapareceriam mais. A garota amaldiçoada morreria.

- Gosto de você, Hillary. Sua frieza me encanta. Se não fosse tão jovem, já teria a tornado minha esposa. – Jogou os pés sobre sua mesa de madeira e relaxou em sua poltrona. – Mas, sabe, não pegaria bem, ter algo com uma criança.

- Se me permite dizer, não pretendo me casar com ninguém, independente da idade. E não sou criança. – Fui direta. Nunca pensei em casamento, vestidos de noiva ou luas de mel. Num mundo como aquele, sobreviver já era um sonho realizado. – Já estou liberada?

- Ainda temos coisas a discutir. Sente-se, por favor. – Ele apontou para uma cadeira de madeira próxima para posteriormente, abrir outro sorriso. – Você realmente sabe como ignorar a presença de um homem.

- Gostaria que terminássemos isso logo para que eu pudesse tomar um banho. Tem um pouco de sangue no meu cabelo. – Era incrível como eu dizia isso de forma tão indiferente.

- O relatório, por favor. – Coçou a barba de forma calma.

- A área que exploramos estava infestada deles. Parece que o movimento está evoluindo. Devo me preocupar com isso?

- Se você fosse uma garota normal, certamente.


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Notas finais do capítulo

Favoritem, comentem, enfim por favor, se possível, façam algo que notifiquem que vocês curtiram a história. Isso me incentiva a continuar.



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