Lia Madniss

Bom, Ceb levantou muito rápido e eu praticamente voei do chão, aquilo não teria acontecido se eles não tivessem feito aquilo. Eu estava digamos, borbulhando de raiva? E ainda os palermas mantinham as bocas abertas com surpresa.

Eu já ía abrir a boca para gritar e amaldiçoar até a sentésima geração deles mas eles jpa tinham sumido denovo. Devia ser a droga da capa do James.

Bom, isso não me impediu de lançar Petrificus Totalus pra todos os lados, e bom, acho que eu consegui, devido ao enorme barulho de “queda” que eu ouvi.

–Isso aconteceu?-Perguntou Ceb com a boca aberta.

–Acho que sim eu respondi pensativa.

Eu virei.

–Eu até... que curti.

Eu ri.

–Bom...

...

–Eu também -Respondi com um sorriso envergonhado.

–Então...

–Você está mesmo afim?

Ele balançou a cabeça positivamente.

Nós chegamos mais perto, e eu vi meus olhos verdes refletidos nos olhos azuis dele. Ele gostava do que eu gostava. Como nenhum de nós dois éramos de contato físico com os outros, era meio difícil pensar “hora de beijar”, eu sempre fui muito careta a respeito disso.

Achei melhor abraça-lo, e ele parece que concordou. E estava muito nervosa, minhas mãos tremiam, e que garota nunca se sentiu assim? Eu nem acreditava que tinha aquela neve toda, minhas mãos estavam cheias de suor.

Ele parece que tomou coragem e disse então:

–Quando for... vai acontecer não é? Estou cansado de ser a vela da Sonserina há muito tempo.

Quando entramos no Três Vassouras (lê-se forno), eu sentia que todos os olhares caíam na gente (tirando, é claro Víctor e Anna, que eu nunca entendi quem está com quem naquele rolo), amigos até que aceitavam já que éramos amigos desde quase sempre... mas namorando? Essa ideia explodia em mim... Alianah Madniss namorando... como assim?! Então você se pergunta o por que eles acham isso? Acho que estávamos dando muito na cara segurando a mão um do outro.

Como todo casal não aprovado pela “sociedade” estudantil, sentamos na mesa (literalmente) e começamos a jogar videogame, um jogo em que o objetivo é construir mais bases de guerra do que qualquer um. A gente dividiu uma cerveja amanteigada. Afinal, eu não ligo para as opiniões alheias.

McLagge veio com o “grupinho” dele de um lado e os Marotos vieram do outro. Se eles querem brigar, vamos brigar! Veio chegando Belatrix e o sua turma também!

–Como você ousa desonrar nossa casa Madniss?-Perguntou McLagge.

–Nós devíamos perguntar isso para o Leight-Disse Bellatrix.

–Nosso lema é coragem, como você quer se aliar à um sonserino covarde?-Perguntou Potter.

–Como você Leight que eu até considerava quer se juntar à uma mestiça imunda como ela?

Eu levantei e ele também.

–Bom, pra começar, desonra? Desonrar quem? Uma das coisas que mais falam sobre Hogwarts é a união, Sonserina covarde? A sagacidade não é covardia é inteligência e por favor Potter, quem fica atasanando todos como um covarde não são eles.

–Desonrar a Sonserina eu não vou, namorando com uma grifinória conhecida pela coragem isso eu garanto Lestrange-Disse Ceb com seu falso sorriso levantando os ombros- E por falar em desonrar... não foi você que tem uma tia que se casou com um trouxa? Se você me considera algo ruim, imagine sobre sua família.

–E espera um pouquinho!-Eu disse com falsa animação -O que vocês tem a ver com isso?!

E então, Black disse uma coisa que se arrepende até as almas hoje em dia por ter dito.

–Claro, um albino e uma boca grande!

E então, eu beijei Ceb, mas co tanta vontade que até as pessoas ficaram constrangidas de olhar. Pois é, a vida é assim, uma hora você é decepcionado, outra hora você decepciona, nessa hora, eu decepcionei Black. Afinal, por que ele não engoli, a Kimberly de novo? Isso não me afeta mais.

Quando eu e Ceb nos separamos, ele tinha o mesmo sorriso sarcástico no rosto. Se vamos dar lição de moral nas casas, que demos direito.

Eu estava agachada naquela escuridão. Eu estava na floresta proibida. O que estava acontecendo? Uma garota me perseguia.

Ela corria com sua varinha, atirando e destruindo tentando me acertar. Eu não via minha varinha, a luz da lua não percorria pela floresta, estranho. Pássaros me perseguiam, corvos. Eles me arranhavam com os bicos afiados e me cortavam (pra valer!) com as garras. Gritavam como se eu estivesse quase passando numa linha imaginária que eles não podiam me alcançar. Eu estava quase caindo em um penhasco, mas me segurei com uma mão.

Garota veio voando lentamente com seu corvo maior. Ela riu, como se eu fosse insignificante (e naquela hora, eu era mesmo) e então disse.

–Devorem-na meus bichinhos, devorem-na, essa escória ocupando lugar no mundo só vai nos atrapalhar.

Acordei.

Se eu continuar assim eu acho que vou enfartar no meio do sono.

Acordo cedo demais, são cinco da manhã.

Desso para o Salão Comunal da Grifinória e sento pensativa. Eu pego minha varinha de espinhos e brinco com ela nas mãos. Pego meu colar negro e sinto ele gelado. Era até mais difícil de acreditar, já que eu soei muito no sonho, mas acho que é o ante quente que afasta os tais monstros da Plank.

Eu acabo olhando para janela, aquela neve estava aumentando. O natal estava chegando, mas por que eu não me sinto feliz? Me transformei em um emo de repente? Talvez. Não. Eu é que estava com sono mesmo. Sabe aquela sensação de que você só existe, e isso não vai fazer diferença nenhuma daqui à uns anos...

Eu não seria lembrada, seria apenas mais um ser... será que a garota estava certa? Será que eu só ocupo um lugar no mundo? Acho que sim. Eu reparo mais em mim, no meu reflexo espelhado pelo armário do Salão. Eu estou mais magra... e o que era aquilo? Um corvo!

Acordo de novo.

–Lia, vamos!Vamos nos atrasar para Transfiguração!-Disse Anna me puxando da cama- E aliás, parabéns por você e o Caleb Leight, vocês são um casal... divertido! -Ela disse ri, eu ri também (sem graça,tentando retomar a consciência do meu ser pela manhã).

Eu acabo me esquecendo do sonho.

Eu me encontro com Ceb, o que eu mal sabia, era que tudo aquilo só estava começando.