frase

–Tobias eu realmente acho isso desnecessário-
–Beatrice Prior. Já esta decidido- ele disse me dando as costas
–Agora eu preciso de uma baba? eu estou bem-
–Tris, eu não posso ir para o escritório e ficar despreocupado, enquanto você esta em casa ainda se recuperando. Por favor entenda- Ele venceu
–Tudo bem, e quando ela irá chegar?- perguntei
–Acredito que não vai demorar muito-concordei com a cabeça e pouco tempo depois escutei o som da campainha. Tobias desceu para atender a porta e eu voltei para a cama.
Fiquei olhando ao redor e pensando em como tudo havia mudado, a quase um mês atras eu estava noiva de Eric o homem que quase me matou em um acidente de carro, agora, eu namorava Tobias Eaton, advogado e quase concorrente. Meu quarto que costumava ser simples, com tudo em seu devido lugar, estava cheio que pequenos detalhes que me lembravam ele, já tinha roupas suas no armário, uma escova de dentes no banheiro e até mesmo uma gaveta de cuecas. Um sorriso bobo fugiu de mim.
Tobias entrou no quarto acompanhado de uma mulher, ela era magra, morena de cabelos curtos e negros, seus olhos penetrantes e castanhos me eram incrivelmente familiar.
–Bem essa é minha namorada, Tris, é ela quem precisará de seus cuidados- eu permanecia em silencio analisando cada feição dela- aqui esta a lista dos remédios e horários de cada um, a empregada esta à disposição e por isso, bem, a faça comer.- Tobias concluiu
–Certo sr. Eaton-
–Tobias. Me chame de Tobias, qual seu nome mesmo?- ele perguntou
–Christina- e nesse momento as coisas fizeram sentido para mim, cada semelhança e sensação de reconhecimento era por isso. Ela era Christina, minha amiga Christina.
–Muito prazer- estendi a mão em sua direção- Meu nome é Beatrice.
Não sei dizer se ela me reconheceu, nos encaramos por um tempo e então Tobias veio ate mim me deu um beijo e disse que estava indo para o escritório. Deixando-nos sozinhas.
–Deseja alguma coisa srta. Prior?- perguntou ela
–Que você me conte como isso foi acontecer-comecei a rir e ela veio em direção a mim para que pudéssemos nos abraçar
–Bem, meu pai se mudou para os Estados Unidos quando eu tinha 13, você lembra?- concordei com a cabeça-Ficamos migrando pelos estados sempre que o chamavam, quando eu finalmente completei 16 decidi que não queria mais fazer isso, eu precisava de um lugar para ficar e pertencer. Eu fiquei em Chicago e me formei em enfermagem. Comecei em hospitais, depois trabalhei em clinicas até de passei a atender também a pessoas individuais, então seu marido?- neguei com a cabeça
–namorado- a corrigi e sorri
–certo, até que seu namorado me ligou e me contratou e bem, estou aqui agora.-ela terminou de contar, estava com um enorme sorriso no rosto e segurava minha mão. Ela me lembrava minha mãe.
As coisas estavam estranhas, ela havia mudado e eu também, mas de alguma forma isso não era ruim. Comecei a contar para ela como havia sido minha vida depois de ela ter partido, percebi ela atenta a cada palavra minha e ao mesmo tempo ao relógio em seu pulso cuidando o horário de meu próximo remédio.
Quando terminei de contar sobre tudo e Eric notei uma marca em sua testa, ela estava franzida e demonstrava preocupação, ela se virou e foi arrumar uma seringa.
–Sabe tris, você é diferente de muitas pessoas que conheci-
– eu nem se quer sei se isso é bom, quero dizer, que bem pode fazer ser diferente?-
–isso te torna perigosa, por que assim, você cruza o caminho de muitos, interfere nos seus planos e muda as coisas- olhei-a confusa e então vi o liquido incolor ser injetado para dentro de mim, meu corpo ficou pesado e eu me sentia sonolenta.
–Esse remédio vai lhe dar um pouco de sono, aproveite descansar ira te fazer bem- eu via o rosto de minha mãe, era sua voz ali, sua presença calma e esperançosa diante ao escuro dos meus olhos se fechando.
***
Comecei a sentir um peso sobre mim, imagino ter adormecido, abri os olhos devagar e olhei para o meu lado, vi Tobias deitado com uma de suas pernas e um braço sobre mim. Fiquei olhando para ele, marcas do cansaço presentes em seu rosto, marcas dos tantos sorrisos que eu amava também, sua barba por fazer e seu cabelo desgrenhado, tudo o deixava mais bonito.
–Você não sabe o quanto eu gosto de você- disse passando as mãos em seus cabelos e me ajeitando junto a ele sem lhe acordar.
–Acho que eu faço uma ideia- ele respondeu sem abrir os olhos, apenas se arrumou na cama e me manteve segura em seus braços enquanto adormecíamos juntos.