Frase

Abri os olhos e tudo o que eu via era o branco, tentei inclinar um pouco meu corpo, senti a dor tomar conta do meu corpo. Um enfermeiro se aproximou.
–Como se sente- ele perguntou. Eu não o via por causa da minha posição.
–Eu não sei- respondi, eu realmente não sabia o que dizer, diante do que eu havia passado antes agora eu poderia estar bem.
–Ok, precisa de alguma coisa?-
–Ajuda para me sentar- ele se aproximou, colocou seu braço cuidosamente nas minhas costas, mas mesmo assim senti pontadas, ele me ajustou a cama para que ficasse mais confortável para mim.
–Mais alguma coisa?-
– Essa gelatina ai perto e uma xícara de café- ele começou a rir, e isso meio que me fez aliviar.
–A gelatina eu até dou a você mas o café acho meio difícil. Melhor esperar um pouco- e me alcançou a gelatina
–Qual seu nome- perguntei
–Uriah, é um prazer conhece-la Beatrice- ele sorriu de forma mais leve dessa vez. Retribui
Nós ficamos conversando mais um pouco, ele me contou que foi o responsável pelo meu resgate o como "meu namorado" surtou, depois disso pedi mais gelatina, esses potinhos não faziam efeito.
–Bem, eu vou fazer um relatório e pedir para o medico a examinar já que esta mais acordada, mais tarde eu volto. Até mais Beatrice- Uriah alem de ser um bom enfermeiro seria um ótimo amigo sorri. Me virei na cama, pensei em dormir um pouco, não por estar cansada, mas deve ajudar o corpo a se recuperar. Vi o escuro chegar quase que imediatamente.
***
Senti braços ao meu redor, um cheiro de segurança difícil de esquecer. Abri lentamente os olhos, comecei a acariciar a cabeça no meu colo.
–Nunca imaginei que eu fosse ver o grande Quatro chorando- ele passou a olhar para mim, seus olhos azuis pareciam penetrar minha alma, não sei quantos dias passei desacordada, mas foi suficiente para me deixar com saudades- Veja só, você molhou toda a minha linda camisola de hospital- Tobias se aproximou de mim e aos poucos selou nossos lábios, eu me sentia salva.
–Rapaz, não pode fazer isso- não havia notado a presença da enfermeira ali- ela é uma paciente.
–Deixe-os Maria- Uriah entrou no quarto- eles precisam desse momento-
Eu não queria larga-lo, mas o ar ja faltava em meus pulmões, ficamos nos encarando por um momento, seu rosto parecia tao diferente e quando o vi pela ultima vez, seus olhos estavam escuros, eu via marcas de cansaço em seu rosto alem de sua barba por fazer, a qual o deixava com uma aparência incrivelmente sexy.
–Já podemos ir para casa?- Tobias perguntou para a enfermeira
–Não é certo ainda, o medico logo chegará aqui para dizer sobre isso-
Ouvi barulho na porta segundos após ela terminar de falar.
–Vejam só se não é a Bela Adormecida- ele me parecia simpático- como se sente?-
–Melhor, eu acho-
–Certo, se lembra do que aconteceu?-
–Vagamente-
–Você passou 3 dias desacordada, perdeu muito sangue precisou repor-
–Caleb doou- Tobias falou, assenti com a cabeça
–Você agora se encontra fora de risco, mas deve manter os remédios regularmente por 30 dias.
–Isso quer dizer que posso levar minha namorada para casa?- Tobias apressou-se em perguntar.
"Minha namorada" não lembro de sermos namorados antes disso tudo acontecer, não me preocupei em argumentar sobre isso. Acho que eu nem se quer quero que não sejamos. Sorri.
–Sim sr. Eaton, você pode leva-la para casa, mas não se esqueça: os remédios.-
–Certo- ele disse sorrindo. O médico saiu do quarto junto dos enfermeiros.
Tobias se aproximou de mim.
–E tive tanto medo- comecei, senti lagrimas se formando lentamente -Medo de morrer e nunca mais te ver,sentir seu cheiro, o aconchego do teu abraço, medo de dizer o quanto gosto de você.- Tobias me abraçou- Eu fui tao fraca-
–Não Tris, não. A ultima coisa que você foi, foi ser fraca. Você esta aqui, viva, pronta para continuar a vida. O medo e fez forte, te trouxe para cima novamente- Deixei as lagrimas caírem.
***
Uma enfermeira me ajudou a tocar de roupa, eu estava indo para casa.
Tobias me ajudou a entrar no carro e dirigiu com cuidado até chegarmos, ele me levou até o quarto e me colocou na cama.
–Acho que preciso de um banho-ele me olhava de forma maliciosa-Não, não, não pense em outra coisa. Não agora. É apenas um banho mesmo- terminei
–Certo, eu vou ajudar você- me senti corar
– O que foi?- ele perguntou
–Nada-
–Ok, você acha que consegue caminhar?-
–Tobias eu não estou perneta- disse começando a rir, ele me acompanhou
–Vem cá- ele me pegou no colo e me levou até o banheiro
Tobias me pôs sentada na pia enquanto retirava minha camiseta, interlacei minhas pernas em sua cintura. Céus ele estava tao serio, tao másculo. Tao homem. Ele me levantou um pouco e começou a retirar minha calça.
–Sabe, não é por que estou tirado sua roupa que você não pode ajudar- ele disse quase rindo e me beijando logo em seguida, para amenizar o clima.
Ajudei até onde me foi possível. De relance olhei para minhas costas no espelho. Senti lagrimas brotarem em meus olhos, minha pele que sempre foi perfeitamente lisa agora tinha uma cicatriz, razoavelmente pequena, mas suficiente para me atingir.
–O que foi? Esta com dor?- Tobias me perguntou
–Não, não é nada- tentei sorrir.
Depois do banho, eu fiquei deitava na cama, enquanto Tobias foi ver algo para nos comermos, tentei passar a mão onde ficava a pequena cicatriz. Ele havia percebido, eu sei que sim, mas mesmo assim não tinha dito nada. Tobias entrou no quarto.
– Você notou?- perguntei
– Notei o que?-
– Minha cicatriz-
–Sim- ele chegou mais perto- mas ela não é mais importante do que eu poder te ter novamente- Sorri com suas palavras. Ele se deitou ao meu lado, pegou a bandeja com a comida e pôs em seu colo.
–Preciso falar com Jenny- disse
–Não se preocupe, ela é extremamente competente-
–É claro que sim. Como acha que esta comigo ha tanto tempo? Quero vê-la, como amiga, não como chefe- ele sorria para mim, pouco antes de beijar minha testa.
–Vou contratar uma enfermeira para cuidar de seus remédios-
–Eu tenho o numero de Uriah- eu disse
–EnfermeirA- ele repetiu dando enfase no gênero. Comecei a rir.
–Não confia em sí mesmo como homem?- perguntei
–Quando você melhorar veremos- senti um pouco de tesão com suas palavras. Ele afastou a bandeja do seu colo.
–OK, Sr. Eaton- disse me aconchegando em seu peito.
–Você devia descansar-
–E eu vou. Boa noite Tobias-
–Boa noite Beatrice-
Permaneci acordada por mais um pouco mesmo com os olhos fechados.Eu havia decidido, não deixaria que essa cicatriz fosse como a marca do meu medo. Eu iria cobri-la. Iria fazer uma tatuagem.