Colégio Interno – O regresso! escrita por Híbrida
Notas iniciais do capítulo
Olha quem tá postando hoje de novo
Não consegui conter o riso. Abracei Chris e ele sorriu, beijando minha cabeça. Eu devia estar horrorosa, mas ele sussurrou “Você é linda”. Provavelmente, pra me fazer melhor, o que não funcionou.
— Vai sim – respondi a ele – Vai ter uma festa maior do que a gente estava planejando.
— Maior? Mas a gente tava planejando uma festa i...
— Maior – cortei Thiago – Vai ser a maior festa que esse Instituto já viu.
Eles apenas assentiram. Os garotos foram embora – sim, no meio da madrugada – e nós ficamos ali esperando o dia amanhecer para que pudéssemos ir à aula.
Quando o dia clareou, estávamos mortas. Eu estava acabada em todos os sentidos: meu físico, meu psicológico, meu espiritual... Eu estava praticamente oca. Bruna colocou a mão em meu ombro.
— Ei... Boa sorte.
— Por quê? – perguntei, franzindo o cenho
— Você sabe... Dividir a mesa com o Gabriel.
Ah, eu havia me esquecido deste pequenino detalhe. Suspirei, entediada, e dei os ombros. O que poderia fazer? Quebrar a perna e não assistir às aulas, de novo? Arrumei os cabelos em frente ao espelho, prendi-os num coque e saí do quarto, sem espera-las. Ao entrar na sala, já estava lotada. Todos conversavam animadamente sobre a volta às aulas e eu apenas bufei, jogando meu material na mesa e deitando a cabeça sobre o caderno.
— Bom dia – disse Gabriel, ríspido.
Não me dei ao trabalho de responder. Apenas me ajeitei na cadeira para manter o maior espaço possível entre nós e ele riu, cínico.
— Vai me ignorar agora?
— Você quer que eu responda o quê, Gabriel? Bom dia, meu amor? – resmunguei, ironicamente, lhe encarando e fazendo com que ele bufasse.
— Educação é legal.
— Você me conhece há tempo o suficiente pra saber que eu não faço questão de parecer educada com gente babaca.
— Até ontem me amava e hoje eu sou babaca?
— Babaca sempre foi, eu só aprendi que não te amo mais.
Percebi, nesse momento, que toda a sala estava prestando muita atenção na nossa conversa, ainda por cima porque estávamos falando em português e ninguém entendia bulhufas do que estávamos dizendo. Ri baixo.
— Vocês são todos um bando de desocupados sanguessugas de desgraças, não é mesmo? – murmurei, rindo, em francês – Ridículo.
— Vai descontar todo esse seu veneno neles agora que você não tem mais seu capacho?
— Você nunca foi meu capacho.
— Já chega!
O professor chegou na sala. Física. Suspirei, entediada e abri o caderno, me calando pelo resto das duas longas aulas de exatas que iniciavam a amável segunda-feira no Institute. Quando o sinal do fim da aula soou, tirei o celular do bolso, ainda sentada.
Froid explica diz: Ei... Preciso de você.
Mandei pra Bernardo e esperei que respondesse antes de sair da sala. Poucos instantes se passaram e ele apareceu na porta, me estendendo a mão. Corri e o abracei com toda a força que tinha e ele apenas me beijou a cabeça.
— Você vai ficar bem.
— É como perder o Caio de novo – resmunguei enterrada em seu peito
— Não. Nada vai ser como perder o Caio.
Ele sorriu e afagou meu rosto. Pegou minha mão e me levou pra comer alguma coisa. Quando terminei meu chá, o encarei.
— Eu odeio isso. Onde está meu espresso?
— Cala a boca e toma isso aí – riu, me jogando uma bolacha – E não reclama, que eu tô cuidando de ti.
Sorri, mordendo o biscoitinho. Continuamos conversando sobre a festa do ano, e Conus apareceu, com sua bengala e gravatinha
— Sobre a sua festinha... Pode fazer.
— Quando?! – perguntei, animada
— Daqui a três semanas. Nada de álcool.
— Posso fazer drinques que simulem álcool?
— Pode. Mas sem álcool.
Sorri, abraçando aquele papai noel raquítico, que me encarou confuso. Soltei-o e voltei à mesa, abraçando Bê.
— Essa festa...
— Vai ser a festa do século, como a que te fez entrar aqui – riu-se, ajeitando-se na cadeira – Eu já sei de tudo, minha amiga. E não fui convidado
— Você tava num colégio militar – guinchei
Ele deu os ombros, e o sinal bateu. Tinham mais algumas aulas antes que estivéssemos livres para planejar a festa. Deixei-o ir muito a contragosto e voltei para a maravilhosa sala e para a mais maravilhosa ainda companhia de Gabriel. Ele me fitou por canto de olho e eu o encarei.
— Que foi? – perguntei, ríspida.
— Nada – sussurrou, virando-se pra frente.
Ficou em silêncio pelo resto das aulas de História e Geometria. Quando acabaram, coloquei minha aliança em cima da mesa e ele a encarou.
— O que tá fazendo?
— Te devolvendo – disse, como se fosse uma coisa completamente óbvia – Quero dizer... É sua, né? Sei lá, derrete e compra outra quando você estiver de namoradinha nova.
— Isso não te chateia?
— Sendo bem franca, Gabriel? Uma facada me chatearia menos. Um murro na cara doeria menos. Estar aqui te devolvendo a aliança e sabendo que você vai derrete-la e dar a outra pessoa... Dói mais do que você possa imaginar.
— Eu não pretendo derreter merda nenhuma.
— Vai jogar no bueiro?
— Eu vou guardar. Caralho, Amanda, você foi a melhor parte da minha vida.
— Fui – repeti – Pois, é. Então... Toma, de qualquer forma.
Virei as costas e ia seguir meu rumo triste até o quarto, quando Gabriel segurou minha mão.
— Fica com ela – sussurrou – Eu não quero que você me esqueça.
— Isso torna as coisas mais difíceis, Gabes – sussurrei.
— É sério, pequena – sussurrou – Er.. Amanda. Força do hábito.
— Tá ok.
Guardei a aliança no estojo e subi pro quarto. Quando estava no conforto e segurança da minha cama, desabei. Não quis levantar de lá durante o dia todo, e à noite, Bernardo subiu pra me ver.
— O que tá havendo?
— Ele me pediu pra ficar com a aliança.
— Ah, que filho de uma... – começou, então pausou – Ele pediu pra você ficar e você tá assim? Amanda, qual é o seu problema?
— Isso torna tudo mais difícil. Ele não quer que eu o esqueça, mas Bernardo! – gritei, o assustando – Eu preciso!
— Voce precisa de um tempo pra si. E pra isso, precisa esquecê-lo. Dá aqui essa aliança.
— Não! – miei.
— Como não?!
— Eu quero ficar com ela – sussurrei.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Às leitoras que estão desmaiadas com o capítulo anterior... ME PERDOEM!