Colégio Interno – O regresso! escrita por Híbrida


Capítulo 7
Filmes franceses, Gustie e treta maligna.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por continuarem junto a mim mesmo com a falta de frequência dos posts, e espero que gostem desse, porque eu tô no chão



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Conversamos sobre vários assuntos e assistimos a um filme francês que os garotos jamais assistiriam comigo. Quando olhei para o relógio, era tarde. Extremamente tarde.

— Eles vão comer meu fígado – resmunguei – Preciso ir. Obrigada pelo dia.

Ele sorriu, dando os ombros e me levou até a porta do dormitório feminino em silêncio. Deixou-me subir sem nenhuma intenção de flerte e eu entrei no quarto. Estavam todos parados, me encarando de maneira assustadora.

— Eu me sinto na maldita história com o Nicholas de novo. E veja: ele tá aqui do meu lado.

Gabriel parecia realmente aborrecido. Expliquei toda a situação e as coisas não pareceram melhorar. É isso que a gente ganha quando não mente.

— Me desculpa, ok? Não sei tratar ninguém mal. Não mais.

Ele riu cínico, resmungando sobre n coisas que eu não me dei ao trabalho de prestar atenção. Gabriel podia ser muito irritante quando queria. Não tirava sua razão, mas aquele showzinho na frente de todos era demais pra minha sanidade.

— Ok, se for pra ficar berrando, vai berrar sozinho, Gabriel, porque eu não sou obrigada a ouvir seu discurso sobre como estou errada por falar com o irmão do meu ex.

— O irmão gêmeo da porra do ex que você nunca esqueceu, Amanda?!

— É. Que eu só consegui superar depois de você, e se você acha que isso é pouco, Gabriel, me desculpa, mas eu não sei o que ainda está fazendo comigo.

Entrei no banheiro, tranquei a porta, despi-me e sentei no box, sem me dar ao trabalho de abrir o chuveiro. Eu só precisava de um lugar pra pensar.

(...)

Passei tempo demais ali. Com a luz apagada, o chuveiro desligado, nua. Finalmente abri o chuveiro, me banhei, enrolei a toalha na cabeça e me vesti, saindo do banheiro. Todos os presentes na sala me encararam.

— A gente achou que você tivesse desmaiado – sussurrou Bruna.

— E nem mesmo se deram ao trabalho de me tirar de lá. Pontinho pra vocês.

Subi na cama, fechei os olhos e coloquei os fones de ouvido. Precisava me acalmar, e não queria sair de novo pra fumar. Além do mais, era arriscado até pra mim, aquela situação. Ser pega a noite, fora do meu dormitório, e fumando.

Gust subiu na cama e afagou meu tornozelo.

— Ei – sussurrou – Eu entendo sua frustração. Eles estão sendo uns paus no cu.

Ri. Era incrível como aquele garoto era fofo e maravilhoso, e eu não conseguia sentir a menor atração física ou sexual por ele. Deitou-se ao meu lado e colocou um fone na orelha. Encostei a cabeça na sua e beijei seu ombro.

— Você é incrível. No sentido mais puro da palavra – sussurrei de volta.

— Não dá pra acreditar que uma criatura dessas exista, não é mesmo? – brincou, me empurrando com o ombro – Quero dizer... Eu sou fe-no-me-nal – disse, pausadamente – Estupendo.

— De fato.

Ele riu e beijou minha cabeça demoradamente. Ajeitei-me em seu peito e, ao olhar pra frente, pude ver as feições dos garotos à frente. Todos meio putos. Ignorei-os e comecei a cantar alto junto a Gus. Os garotos nos encararam.

— Sério? Vão ficar de amorzinho agora? – guinchou Gabriel – Não basta o gêmeozinho do ex?

— Ai, sinceramente? – disse, descendo da cama – Vai à merda, Gabriel. Eu cansei. De verdade. Cansei de mimimi, cansei de você gritando comigo, cansei de você ter ciúme até da porra da tua sombra, eu cansei! –

— É? E o que isso significa, Amanda? Vai terminar comigo de novo? Olha, dessa vez, não vai ter volta.

Um silêncio constrangedor se instalou no ambiente e me limitei a chorar. Só chorar. Eu não queria terminar com ele e não queria que aquele inferno recomeçasse, mas eu não suportava mais tamanho ciúme e aquele garoto sendo possessivo e achando que eu sou sua propriedade.

— Não é isso que eu quero – sussurrei – Eu só quero um pouco de espaço.

— Você vai ter todo o espaço do mundo, Amanda. Porque eu sinceramente desisto de você.

— É engraçado como há dois meses você recitava poemas pra mim e agora, por causa de um desconhecidozinho qualquer, decide terminar, né?

E eu percebi o quão estupidamente frágil eu devia estar parecendo. Chorando, sentada no chão – porque simplesmente havia desabado – falando num fio de voz que mais parecia um miado do que, de fato, as ironias de Amanda Froidefond. Eu estava definitivamente patética.

— A questão é que sempre tem alguém. Nicholas, o fantasma, agora o irmão dele... Isso tá exaustivo, Amanda. E eu não sei se...

— Se vale a pena? – gritei – Então vai. Procura outra pessoa. E me esquece, Gabriel, porque acredite: eu não vou pensar duas vezes antes de fazer o mesmo.

— Eu me pergunto se você se deu ao trabalho de lembrar de mim enquanto tava com ele.

— Com o Renato? – perguntei, e ele me encarou – Sério? Sério que você acha mesmo que eu ia simplesmente sair por aí DANDO PRA QUALQUER UM?!

— Eu não sei mais o que pensar – admitiu.

— Eu te odeio. Gabriel, parabéns. Parabéns por conseguir destruir um sentimento tão grande e tão maravilhoso que eu tinha por ti. E por transformá-lo num ódio tão grande que acho que supera nosso amor.

— Agora eu tô livre pra procurar alguém normal?

— Tá livre pra ir atrás de quem você quiser.

— Galera, vocês não acham que... – sussurrou Dê

— Não se mete, Desirèe! – gritou Gabriel, enfiando o dedo em sua cara.

— Você pode gritar comigo o quanto você quiser, mas não vai tratar minhas amigas desse jeito, seu ridículo! – gritei de volta, o empurrando – Você não pode simplesmente chegar no dormitório dos outros, e...

— Você quer mesmo me dizer o que eu posso ou não fazer, Amanda? Depois de tantos exaustivos meses mandando em mim, será que quando a gente finalmente termina, eu posso fazer algo por mim?!

— Se isso não envolver apontar esse seu dedo sujo na cara de alguma amiga minha, faz o que você quiser.

Subi na cama e ele se foi. A porta do elevador se fechou e eu percebi que aquela poderia ter sido minha última conversa com aquele que, há tanto tempo, foi o motivo dos meus sorrisos. Chris pigarreou, atraindo todos os olhares.

— Ainda vai ter festa?


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Notas finais do capítulo

Não me matem