Conto De Fadas Moderno escrita por Letícia Matias


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Espero que vocês gostem desse capítulo.
Boa leitura ;)



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Os dedos de Noah estavam acariciando minhas costas nua quando abri meus olhos preguiçosamente. Eu estava de bruços, com a cara amassada pelo travesseiro e Noah estava deitado do meu lado com o cotovelo apoiado em seu travesseiro. Ele me olhava atentamente e posso desconfiar que ele estava fazendo isso há algum tempo.

Sorri suavemente e fechei os olhos novamente.

– Bom dia. – eu falei baixinho.

– Bom dia. – ele respondeu.

Fiquei de olhos fechados. Eu ainda estava morrendo de sono.

– Que horas que é¿

– Quase onze.

Franzi o cenho levemente.

– Porque ainda estou tão cansada¿

Ele suspirou.

– Estou começando a achar esse excesso de sono anormal.

Suspirei ainda de olhos fechados. Eu estava cansada demais para abri-los e estava falando arrastadamente como se estivesse grogue.

– Qual é o seu diagnóstico, doutor¿ - provoquei.

– Ainda não sei.

– Bom, quando você descobrir, me acorde tudo bem¿ Mas eu realmente preciso dormir um pouco mais.

– Gen, são quase onze horas!

Bufei e abri meus olhos com dificuldade.

– Você tem algo de importante para fazer hoje¿

Ele balançou a cabeça.

– Então deita aqui comigo. – eu disse e tentei apertar sua mão para puxá-lo. Mas eu nem mexi o braço. Eu estava quase desmaiando de sono.

Ele sorriu e se enfiou debaixo do edredom comigo. Senti sua mão nas minhas costas me puxando para mais perto dele. Fechei meus olhos novamente e sorri.

– Ótimo. Assim está ótimo.

– Eu abasteci a geladeira.

Sorri suavemente de olhos fechados.

– Que bom que não vou tomar cerveja no café da manhã.

Ouvi-o sorrir e esbocei um sorriso também.

– Agora cale a boca e me deixe dormir.

Eu estava prestes a pegar no sono quando Noah me chamou.

– Gen.

– Porra Noah, o que foi¿ - resmunguei sem abrir meus olhos ou fazer qualquer movimento.

Ele riu.

– Eu te amo.

– Obrigada. – eu disse e então tudo ficou silencioso quando caí no sono novamente.

***

No começo pareceu muito real, mas depois eu sabia que estava sonhando. Eu estava de frente a um espelho grande, me olhando e o Sol iluminava um quarto vazio e claro. Estava calor e eu estava vestindo um vestido branco que ia até a coxa, estava calçando um chinelo e meu cabelo estava muito grande e enrolado e eu estava me olhando fixamente no espelho. Eu olhava para a minha barriga e pousava a mão cuidadosamente sobre ela. Eu estava... Grávida. Não estava com um barrigão, estava com a barriga de sempre, reta. Mas, eu sabia que estava grávida. E na minha mão esquerda, alguma coisa reluziu quando o Sol bateu. Era uma aliança de ouro.

– Gen. – Noah abriu a porta do quarto. Ele estava vestindo sua blusa vermelha xadrez, uma calça jeans e seu tênis all-star surrado. Ele estava lindo. Ele veio até mim e me abraçou e depois olhou bem no fundo dos meus olhos, foi se inclinando. Eu fechei meus olhos esperando seus lábios tocarem os meus...

– Gen. – ouvi de novo.

Abri meus olhos lentamente e pisquei algumas vezes pois a minha visão estava embaçada.

– Trouxe seu café.

Então eu consegui processar tudo. Noah estava parado ao lado da cama com uma bandeja na mão com algumas coisas de comer que eu não vi o que eram.

Espreguicei-me ainda deitada e olhei para o teto. Que sonho esquisito!

Sentei-me lentamente segurando o lençol em frente ao meu corpo.

– Você pode pegar aquela camisa jogada ali na cadeira, por favor,¿ - perguntei falando devagar.

Noah olhou para a cadeira perto da porta do quarto e colocou a bandeja em cima da cama. Foi até a cadeira e pegou uma camisa social branca dele e me entregou.

– Obrigada. – eu disse vestindo-a.

– De nada. – ele disse sentando-se ao meu lado com uma perna fora da cama. – Café da manhã¿ - ele perguntou colocando a bandeja em cima das minhas pernas.

Olhei para o café da manhã na minha frente: ovos mexidos, bacon, suco de blueberry e uma tigela pequena de frutas vermelhas.

– Você preparou¿ - perguntei olhando para ele.

– Sim, talvez não esteja muito bom.

Sorri.

– Obrigada. – me curvei e lhe dei um selinho.

Peguei o garfo e comecei a comer o ovo e o bacon juntos.

– Está muito bom. – eu disse de boca cheia.

– Que sexy você fica falando de boca cheia.

– Eu xei. – respondi mastigando.

Ele sorriu.

Engoli.

– Você já comeu¿

– Sim.

– Você não dormiu¿

– Você sabe que horas são¿

Parei de mastigar e balancei a cabeça negativamente procurando pelo relógio digital ao lado da cama. Arregalei os olhos. Passava-se da uma da tarde.

– Nossa! – eu disse.

– Pois é.

Mastiguei lentamente os ovos e os engoli. Depois, peguei o suco de blueberry e bebi alguns goles grandes.

– Noah, que dia é hoje¿ - perguntei.

– Dia 28, por que¿

Balancei a cabeça.

– Nada.

É que eu deveria ter menstruado há dois dias, mas, eu estava muito ocupada em coma.

– Eu tive um sonho maluco. – comentei levando outra garfada de bacon e ovos para minha boca.

– Como foi¿ - Noah perguntou.

– Eu estava grávida. – respondi e bebi dois goles do suco.

Olhei para Noah. Ele estava me olhando atento com os olhos levemente arregalados.

– O que isso quer dizer¿ - ele perguntou.

Dei de ombros.

– Foi só um sonho esquisito.

Ele assentiu.

– Que bom que foi só um sonho, né¿ - ele riu nervosamente.

Olhei para ele.

– O que quer dizer com isso¿

Ele deu de ombros.

– Quero dizer que é bom que foi apenas um sonho.

– E se fosse verdade¿ - retruquei. – O que você tem contra ter filhos¿

– Nada, só não acho que eu seria um bom pai e não acho que eu seja preparado para isso.

– E se um dia eu engravidar¿ - perguntei franzindo o cenho.

Ele riu.

– É, não vai acontecer.

Arqueei levemente as sobrancelhas.

– Ah não¿ Como você sabe¿

– Porque...

– Eu não estou tomando remédio e que eu me lembre, nós dificilmente usamos camisinha.

Ele ia falar algo, mas fechou a boca e ficou me encarando.

– Quando você perguntou que dia é hoje...

– Estou atrasada. – eu disse.

Noah estava apertando uma ponta do edredom com força e estava olhando para mim.

– Você... Tem certeza¿

– Eu nunca atraso. – eu disse. – Não tenho certeza de nada, só estou...

– Porra! – ele se levantou bruscamente fazendo com que o edredom se movesse e derrubasse a bandeja em cima de mim com ovos, bacon, suco e fruta vermelha.

Olhei para a cama coberta de comida e o lençol e o edredom manchado de suco. Respirei fundo e olhei para ele. Ele estava andando de um lado para o outro.

– Que porra é essa Noah¿ - eu disse.

– Isso não pode acontecer! – ele exclamou.

– O que não pode acontecer¿

– Você não pode estar grávida!

– Por que não, Noah¿

– Porque eu... Eu não tenho como ser pai! Eu não quero ter...

– Não se atreva! – eu disse me levantando e indo até ele. – Não se atreva a falar isso para mim, seu... Cretino! – o empurrei com força. – Como pode dizer isso¿ É muito bom na hora de você me agarrar dentro da porra de um banheiro de um trem, não é¿ Ou na banheira de hidromassagem ou em qualquer lugar que for. Para isso você é homem e para ser pai não é¿ - eu estava batendo nele com os punhos fechados.

Ele estava protegendo o rosto com os braços.

– Quer saber de uma coisa¿ - eu disse e tirei a camisa dele que estava ensopada de suco e joguei-a no chão.

Peguei meu sutiã jogado ao lado da cama e coloquei-o rapidamente e depois peguei minha calça jeans. Abri minha mala e peguei a primeira blusa de frio que vi por lá e vesti. Depois, fechei a mala e me dirigi até a porta do quarto. Abri-a e fui em direção a porta da sala.

Noah se enfiou na minha frente.

– Onde pensa que você vai¿

– Pra casa. – eu disse.

– Não vai não. Você já está em casa! Você...

– Sai da minha frente, Noah. – eu disse fechando os olhos.

– Gen eu...

– Sai! – gritei e empurrei-o.

Escancarei a porta e desci as escadas correndo. Eu não ia esperar o elevador. Eu esperava que ele não viesse atrás de mim, porque as coisas ficariam piores.

Quando botei os pés na calçada, um táxi parou para mim.

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Notas finais do capítulo

E aí, será que a Gen tá mesmo grávida?
Beijinhos e até o próximo capítulo?



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