Engoli em seco e abri a boca para lhe responder. Naquele momento parecia que me tinham roubado a voz. Eu sabia que era ele. Ele seguiu-nos. Provavelmente tem-nos seguido nestes últimos dias. Sou tão estupida. Eu devia de ter percebido logo!

– Lembra de mim ou não?! - perguntou aproximando-se ainda mais.- Ou esqueceu que a tua filha também é minha filha?

Continuei a olhar para ele, sem falar. Finalmente a minha voz arranjou forças suficientes para pronunciar uma única frase.

– Foi tu que nos deixaste.

– Isso é mentira. Tu não entendes ... Os teus pais obrigaram-me a afastar-me de ti e de ... - falou se afastando e eu o interrompi.

– Cala essa tua boca !! Você ! Você é que não entendes! Nunca vais entender! Quando viste as coisas a correrem mal para o teu lado, simplesmente fugiste. - disse o que queria dizer em anos . Uma lágrima escorreu pela minha face.-Não me venhas com falinhas mansas, por favor. Simplesmente diz o que queres e vai embora. Mas desta vez vai ... e não voltes!

– Eu não fugi! - pragueja dando um murro na parede.- Deixaste-me sem opções! Querias que eu deixasse a minha vida para tomar conta de uma criança contigo! Éramos jovens demais, muito novos, não entendes? - falou parecendo acalmar-se.- Pensei que pudéssemos tentar ... outra vez ...

– Cala a boca !! - berrou.- Seu desgraçado! - respirou fundo umas dez vezes.

– Austin ...

– E quem é este? O teu irmão? - perguntou o infeliz do Dallas.

– O que ? - abanando a cabeça.- Diz de uma vez o que queres!!

– Eu quero a guarda da minha filha!

– Nem o nome dela sabes! Espera ... O QUÊ?! - berrei.

– Isso mesmo! Eu quero a guarda da minha filha! Por bem ou mal! - falou.
Austin se meteu em minha frente .

– A mal ?! Tu não tens o direito de a chamar tua filha! - falou meu namorado.

– E tu ... tens? - perguntou soltando uma gargalhada.

– Tenho! Eu tomo conta dela como se fosse milha filha! No que depender de mim ela não sai daqui! Eu amo-a! Mais do que tu alguma vez amarás!- falou o loiro parecendo mais irritado e ao mesmo tempo sincero com as palavras .

– Vai embora, Dallas . Para o teu bem.

– Irás receber uma carta do tribunal. Até breve. - falou por fim.

Saiu, disparado, pela porta, batendo-a com uma força que fez estremecer a casa. O meu corpo caiu nos braços do loiro. As lágrimas consumiram a minha cara.
O que é que vou fazer agora?

– Austin ? Eu não posso perder a Angie.

– Não vai perder. Eu prometo. - disse o loiro sentando-me no sofá.

Ouvi passinhos vindos das escadas. Levantei a cara para ver quem era e pude ver a sua carinha de assustada. Angie correu para os meus braços, como se estivesse a perceber tudo o que se está a passar.

– Não chores, mamã. - falou minha filha.

Angie puxou Austin para o abraço e ficamos assim durante uns minutos. Quando já estava mais calma, pus um filme para a Angie ficar entretida, enquanto eu e o loiro fazíamos o jantar.

– Estás mais calma? - perguntou.

– Não.

– Ally ? Olha para mim. - pediu .

– Sim? - o obedeci olhando em seus olhos .

– Eu amo vocês . Eu não vou deixar que nada aconteça à Angie ou a ti.

– Mas ... o quê? Aus ...

Abracei-o fortemente. Ele me ama . E eu amo-o ainda mais.

– E eu te amo . - falei sorrindo e ele beijou-me de seguida.

– Vai tudo correr bem. - falou e sorri e assenti l. - Vamos preparar o jantar.

# Durante o Jantar #

– Amor? Achas que podemos encontrarmo-nos com a minha irmã amanhã à noite? - perguntou meu namorado.

– Claro. Mas onde?

– Num café. Calmo, não te preocupes. - sorriu e olhou para a Angie.

– Combinado! Angie, vais conhecer a tua tia. - sorri com o que meu namorado falou.

– Como é que ela se chama? - perguntou minha filha sempre curiosa .

– É surpresa ... - encarou o prato.- E a minha mãe chama-se Michelly, mas a chamam de Mimi. - passando-lhe as mãos pelas costas .

– Ela também vem?

– Não, ela vai estar a trabalhar. Mas disse que no domingo estava livre. Isto é, se quiseres conhece-la, claro!

– Seria um prazer. - falei.

– Então no domingo vem todos jantar a minha casa. Quer dizer, todas! - soltou uma gargalhada.

– Combinadíssimo! - sorri.

Arrumei a cozinha enquanto o loiro falava com sua irmã misteriosa ao telemóvel. Parece que ela esta ansiosa para conhecer-nos. Tenho que admitir que também estou um pouco.
Vesti o pijama a Angie e deitei-a na sua caminha. Estava morta de cansaço ...
Tivera um dia em pêras. Não foi um dia fácil, e ela ainda não sabe quem é o Dallas, se não ainda mais difícil seria.

Vesti também o meu pijama e chamei o Aus para vir para o quarto. Hoje não me apetecia ficar na sala a ver televisão. Apetecia-me estar só com ele. Depois de desligar a luz e de me deitar, senti o corpo do Austin deitar-se junto a mim. Abracei-o. De seguida pus-me em cima dele, o que o fez arregalar os olhos.

– O que estás a fazer? - perguntou assustado.

– Shhh. - falei .

Comecei a beijar-lhe o pescoço e em seguida o peito. A sua respiração já estava um pouco acelerada, fazendo-o soltar alguns gemidos de prazer.

– Tu me deixa maluco!

Soltou um sorriso e colocou-se por cima de mim, tirando a minha camisola em seguida. Deixou beijos no meu pescoço, o que me fez arrepiar. Rapidamente nos despimos. Os beijos tornaram-se mais intensos. Acabamos por ter mais um daqueles momentos íntimos, que me deixam completamente apaixonada pelo meu namorado. Daqueles momentos que me faz sentir que fomos feitos um para o outro.