Daddy's Little Girl escrita por Yammy


Capítulo 11
Afeto


Notas iniciais do capítulo

Não sei com que cara de madeira jatobá eu chego pra dizer oi... :( pra resumir toda uma história, eu tenho estudado muito e sofrido de escassez de inspiração, então não tenho nem como me desculpar, sério, gente! Eu sinto muito mesmo por fazer vocês esperarem tanto assim... MAS POR OUTRO LADO, QUEM TÁ ACOMPANHANDO O GAIDEN? São tantas emoções que eu jurei pra mim que me esforçaria pra escrever. E aqui estáááá~~~~ não é um dos melhores capítulos, mas eu senti que precisava tirar da minha cabeça. Então, cá está um capítulo fresquinho com narração da Sarada s222222



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Tenho pesadelos quando papai não está em casa.

Geralmente, quando os tenho, costumo andar pela casa, visualizando a figura dele nos cômodos. Quando me sinto segura o bastante, volto a dormir. Mamãe não sabe – às vezes acho que até mesmo ela costuma dormir mal nesses tempos.

Mas há meses não tinha uma péssima noite de sono como aquela. Todas as sombras da janela pareciam apontar em minha direção quando acordei e escurava cada rangido que fosse mais alto que o meu coração.

Fiquei encolhida como um tatu-bola na cama até ter coragem de fazer minha caminhada pela mansão.

O pesadelo tinha sido diferente de todos os outros. Quando menor, eu reclamava – e ainda reclamo, só que não em voz alta – da ausência do papai quando ia ser ninja mundo afora. Então, sempre sonhava com o dia em que ele não voltaria e me deixaria sozinha com a mamãe. Depois que Itachi nasceu, ele tem ficado cada vez mais presente e recusa o máximo de missões que pode, apesar de não ser recomendado. E, então, pela primeira vez em meses que papai viaja, eu não sonhei que ele não voltaria.

Sonhei que ele nunca tinha estado aqui.

Foi um sonho bastante doido. Não tinha Itachi e a mamãe nem parecia a mamãe. A Chouchou nem sequer chegava aos pés da Chouchou real. E eu era uma garotinha idiota que acreditava não pertencer a essa família. E quando encontrei meu pai, ele não sabia quem eu era de cara. Todos estavam lá, naquele universo paralelo, numa aparição ou outra, como se fossem reais. Mamãe, papai, Chouchou, Boruto... e Naruto, o Sétimo.

Nunca me imaginei questionando minhas raízes. Cada característica minha é a melhor mistura possível dos meus pais – é o que dizem e eu nunca duvidei. Nem mesmo depois desse sonho horrível consegui duvidar; só consegui sentir mais e mais saudades do papai.

Caminho pelo escritório impecavelmente arrumado e tenho flashes de como costumava bagunçá-lo quando criança. Mamãe achava uma graça, papai ficava irado.

Não costumo ver muitas demonstrações de carinho dos meus pais, mas não é um ambiente hostil. Os dois têm aquela atmosfera em que você não consegue duvidar do amor deles.

No corredor, vejo as várias fotos de família que mamãe emoldura como se fossem as coisas mais preciosas que ela tem – e pode ser que sejam. Fotos que eu detestava, com roupas horrendas em momentos espontâneos, de repente, pareciam um tesouro para mim.

Quando entro no quarto do Itachi, tento ser o mais silenciosa possível. Por muitas vezes pensei que ele tivesse vindo da mágica do papai e da mamãe para roubá-los de mim. Mas acho que aprendemos bem a dividir o amor deles.

A todo canto que vou nessa casa desde que acordei, o “e se?” me assombra. Então engulo todo o orgulho de criança que acha que já está crescidinha e decido o que, provavelmente, seria o motivo de zoação na mesa de jantar quando papai voltasse. Já conseguia imaginar mamãe apertando minhas bochechas e dizendo “adivinha quem veio dormir comigo uma noite dessas?”.

Mas eu precisava estar com alguém, precisava estar com minha família, sabendo que ela é real. Preciso dormir na cama da mamãe até o papai chegar e talvez até mesmo depois. E arranjar um lugar pro Itachi.

Eu só quero estar com a minha família.

Mas quando cheguei lá, a cama estava vazia. Bagunçada, os cobertores largados de qualquer jeito, como se ela tivesse acabado de sair de lá. Saiu bem na hora que eu precisava dela, precisava de alguém e, de repente, me senti mais perdida que nunca.

Não queria chorar, então corri para o quarto, peguei meu ursinho favorito e corri um pouco mais. Sentei na porta no quarto do meu irmão, onde a luz da lua iluminava o corredor e as fotos. E lá estava eu, no meio das coisas que podia jurar que eram reais e que me abraçavam, quando ouvi sussurros na entrada.

– Não precisa me carregar...

– Claro que preciso! Você tá um trapo!

As vozes da mamãe e do papai! Ele tinha voltado e nem tinha ficado muito tempo fora!

Será outro sonho?

Quando a porta abriu, engatinhei até algum canto escuro para não ser vista. Papai quase desabou no sofá e mamãe começou a curá-lo, sem nem dar uma pausa para que ele respirasse.

– Não precis...

– Quieto, vai acordar as crianças – interrompeu mamãe – já estou acabando.

Tudo ficou no absoluto silêncio por vários instantes que pareceram horas, até que ele começou a se levantar e ela ia em direção ao interruptor para acender as luzes, mas ele a impediu.

– Obrigado.

Então, meus pais se beijaram. Por bastante tempo.

Muito mesmo.

E geralmente odeio ver adultos se beijando, mas daquela vez eu quis ficar para ver.

Depois do beijo, eles ficaram abraçados um pouco, mas a frase que mamãe disse me fez estremecer da cabeça aos pés.

– Sarada não tem dormido, anda cheia de olheiras. Deve ser saudades de você – ela dizia num tom brincalhão, mas ainda preocupado. Não sabia que ela tinha percebido e corei, porque encarava toda a insônia e pesadelos como um tipo de fraqueza.

– Vou ver como ela está – ouvi papai dizer e a próxima coisa que fiz foi correr na ponta dos pés pro meu quarto.

Desajeitadamente, pulei na cama, me enrolei nas cobertas e cerrei os olhos como se estivesse dormindo bastante.

Sabe, agindo naturalmente.

– Você é uma boa espiã – sussurrou no meu ouvido – quase nem percebi que estava vendo.

Tentei não rir, tentei bastante. Tentei manter a respiração regular, mas então papai me deu um beijo na testa e apertou o ursinho em minhas mãos. Sua voz gravada ecoou pelo quarto e eu sorri.

Quando abri os olhos, ele estava de costas, com a mão na cintura da mamãe, levando-a em direção ao quarto. A luz da lua iluminava os dois como se fossem a principal atração da noite, como se todo o resto fosse escuro perto do brilho e amor dos dois.

Eu não só presenciei o amor deles, eu presenciei o amor deles por mim.

Mamãe sabia que eu não dormia bem. Papai sabia que eu estava lá. Eles sabem tudo de mim, até as coisas que tento esconder.

Eles eram de verdade, eles estavam juntos e estava tudo bem.

Não tive mais pesadelos.


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Notas finais do capítulo

Quanto a reviews, eu respondo todos assim que puder! Obrigada a todos vocês, não imaginam o quanto me deixam feliz e eu PROMETO atualizar DLG com mais frequência! Beijosssssssssssssss