Daddy's Little Girl escrita por Yammy


Capítulo 10
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Cheguei *tiros* Desculpa MESMO, gente, meu netbook pifou de vez! Comprei um notebook novinho em folha e ele chega essa semana, mas pedi o da minha prima só pra postar o capítulo. Desculpem MESMO pela demora x____x
Capítulo pra Kath! *-*



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“Ele é meu agora. Você só pode ficar com ele quando eu não estiver presente”, ela tinha dito. E ele realmente estava disposto a esperar, afinal de contas, não tinha como uma criança de nove anos estar ao lado de um bebê durante 24 horas por dia sem se irritar ou se distrair com alguma coisa, certo?

Errado.

Foco e determinação com certeza eram uma marca registrada de seus pais, mas não imaginava que Sarada fosse herdar tais qualidades. Qualidades essa lhe pareciam defeitos agora, sua cabeça parecia prestes a explodir.

– Ela só quer curtir o irmão - dizia Sakura à noite quando ele usava os momentos antes de dormir para reclamar – e não sei de onde vem essa implicância. Ela me deixa ficar com ele.

Sasuke Uchiha, um homem com seus trinta e poucos anos, shinobi reconhecido em toda a vila – positiva e negativamente – estava sendo impedido por sua primogênita de chegar perto de seu mais novo filho, Itachi. O motivo? Ciúmes. Aparentemente, ele passava tempo demais em suas missões. Aparentemente, a primeira coisa com que se importava quando chegava em casa é com o Itachi. Aparentemente, não tinha mais espaço para a garota na família, então, aparentemente, ele não tinha mais direito de chegar perto de nenhum dos dois. Palavras dela, não dele. Jamais dele.

Entretanto, Sakura podia. Com sua licença maternidade, ficava o dia todo em casa, mesmo sem deixar de lado vários papeis com receitas médicas e tudo aquilo milagroso que ele não conseguia entender. Sua mulher, com certeza a chefe da família que ele foi orgulhoso demais para nomear – ele era um homem, afinal de contas – conseguia amansar a fera de cabelos negros e menos de um e metro e meio de altura. Cuidava de Itachi com maestria, alimentava-o, trocava suas fraldas e fazia caretas para o pequeno sorrir. Assim que terminada sua tarefa, o garoto voltava para as mãos de Sarada.

Para nunca mais chegar perto dele.

Ele já teve vários planos, logicamente. Não ficaria de braços cruzados. Só não imaginava que sua filha seria o novo gênio Uchiha em momento tão inoportuno.

Sua primeira tentativa foi um tour à biblioteca do escritório do hokage, cheio de jutsus, histórias e conhecimento.

– Boruto roubou vários livros e mostrou na Academia. Não me interessa – foi a resposta enquanto trocava uma fralda suja sem fazer uma careta sequer.

Depois, tentou uma visita de Himawari para distraí-la.

– Papai, não ta vendo que nós estamos brincando? – gritou ela quando ele entrou no quarto com alguns brinquedos de Itachi – Sai!

– Eu só quero pegar seu irmão, vocês não precisam dele...

– Estamos procurando as esferas do dragão. Ele é uma esfera do dragão! Peguei umas roupas do papai – apontou a Uzumaki, mostrando um Uchiha vergonhosamente coberto de laranja.

Teve que apelar. Realmente teve. Com umas ameaças que pareceram problemáticas depois, mas necessárias.

Foi numa tarde quando pelo menos quinhentas flores foram entregues na porta da casa. Flores de todos os tipos, fragâncias e cores, para Sarada. Vinham com um cartão e uma música brega que tocava sempre que aberto.

“Para a mais bela das flores.
Espero que eu seja digno o bastante de vencer seus espinhos.
Com amor, Shikadai.”

Mas não funcionou. Aparentemente, a garotinha reconhecia a letra de seu pretendente porque fazia diversos trabalhos com ele e os pingos dos i’s e e os riscos dos t’s não estavam “perfeitos o bastante”. Ao menos não levou a culpa, afinal de contas, “era idéia do maldito Boruto idiota e infantil e panaca!”

O que não era, porque Sasuke Uchiha nunca desistia e, principalmente, Sasuke Uchiha era um gênio.

– Você está linda hoje – o elogio do Nara ecoou pela casa assim que o garoto passou pela porta segurando uns livros.

– Obrigada – o rosto de Sarada estava tão vermelho quanto seus óculos e, mesmo sendo um plano, doeu ver isso no rosto da filha. A garotinha tão pequena, tão apaixonada, tão sua... – mas estamos de férias, então o que você quer? – tão esperta.

O garoto demorou um tempo para responder. Olhou para o chão, para o teto, para a janela, para as nuvens além da janela, para Itachi, para uma Sakura que se esgueirava pelo corredor para ouvir, para o tapete... Sasuke jurava que estava dando tudo certo e que o disfarce não ia ser descoberto! Até o Nara olhar para ele.

Fixamente.

Por uns cinco segundos. Ou mais.

– Você, ué – respondeu, se voltando à Sarada.

E voltou para casa com um olho roxo.

Enquanto o Uchiha ficou em casa recebendo gelo.

Já estava praticamente sem esperança alguma. Como algum pai não tinha direito de chegar perto não só de um, mas dos dois filhos? Como alguém habilidoso como ele não conseguia contornar a situação?

– Acho que você está tão preocupado em tirar o Itachi da Sarada que esqueceu que ela é sua filha também – disse uma Sakura sonolenta que não agüentava mais reclamações – ela está brincando com você, ver qual filho você prefere. Ver se você vai tirar ele dela ou se vai tirar ela dele.

– E como eu faço isso? Não tem como preferir um filho a outro se eu não tive tempo para ficar com um deles.

Foi então que Sakura sentou na cama e chamou o marido, que jazia em pé apertando um brinquedo que tinha comprado para Itachi. O Uchiha se aproximou da esposa, que colocou uma mão em seu rosto e com a outra, apalpou o colchão, numa esperança de fazer o homem deitar.

– Você é pai. Deve preferir os dois.

E o dia nem tinha raiado direito quando ele resolveu que era hora de agir sozinho, não por meio de terceiros. Levantou cedo da cama e foi ao quarto de Itachi, onde Sarada dormia pacificamente numa poltrona ao lado do berço.

Observou os dois por uns longos minutos antes de sair para preparar tudo.

Quando Sarada desceu as escadas sonolenta de pijama com Itachi, foi surpreendida com uma sala arrumada cheia de jogos de tabuleiro pelo chão, uma montanha de DVDs na cômoda, revistas de adivinhação – as favoritas dela – na mesa e brinquedos idiotas que faziam barulho – os favoritos de Itachi.

Mas o que mais a assustou foi a hora em que encontrou seu pai, com um boné da Peppa Pig e uma camisa do Discovery Channel.

Ele parecia nem acreditar em si mesmo, nas roupas que estava usando, mas tentava manter o olhar firme.

A mesa do café tinha sopa de tomate e papinhas – tinha deixado Sakura dormir o quanto quisesse para realizar o plano, mas não sabia cozinhar.

– Hoje é nosso dia – ele declarou à filha atônita que o encarava.

– Itachi é meu, e se você quiser...

– Nosso dia. Dia de nós três.

– Papai, isso...

– Capital do Peru.

– Como?

– Palavras cruzadas – mostrou uma revistinha – Responda.

– Lima, mas o Itachi...

– Tá na hora. Enfia logo essa papinha na boca da criança porque vai começar Os Padrinhos Mágicos.

E eles tiveram um dia e tanto. Sasuke se dividiu em dois várias vezes durante a mesma brincadeira, para que todos pudessem se divertir. Até mesmo o Uchiha mais velho riu e gargalhou como há muito tempo não fazia. Itachi já conseguia rolar pelos cantos e segurar firmemente alguns brinquedos, e por isso Sasuke se sentiu culpado por não poder ver desde o começo, mas uma coisa aconteceu.

Quando percebeu, os três estavam deitados na cama improvisada com um colchão inflável no meio da sala. A Hora de Aventura passava na televisão, mas ninguém assistia.

Itachi estava no meio dos dois e Sarada dormia ainda de óculos, como se tivesse esquecido desse detalhe. A blusa branca do Uchiha tinha vários desenhos de canetinha, tinta e talvez uma gorfada que não teve tempo de limpar, mas os dois estavam ali. Dormindo, ao seu lado. E Sarada tinha um sorriso em seu rosto.

Sasuke há muito tempo tinha esquecido de como era ser um filho e de como lutou para ser tão reconhecido quanto Itachi – o original -, mas se sentia orgulhoso por estar aprendendo a ser pai.

Um obstáculo tinha sido derrubado.

Mas ainda tinha muito o que aprender como marido, pensou quando percebeu uma Sakura pulando num pé só depois de pisar numa peça de Lego e fazendo uma mímica – ou seja lá o que for aquilo – que só podia significar uma coisa: que ele precisaria arrumar a bagunça.


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Notas finais do capítulo

E FELIZ 2015!!!!!!!!!!! Eu respondo os reviews depois, mas eu amei cada um deles *o*