Fogo. Foi a primeira coisa que veio na cabeça do jovem de 8 anos ao ver pela primeira vez a mulher que um dia viria a amar mais que tudo em sua vida. Ele estava no Beco Diagonal acompanhado da mãe, andava distraído, sua mãe segurando sua mão firmemente para impedir que ele se perdesse no mar de gente que estava o Beco naquele dia. Então a viu, ela estava correndo sozinha, os cabelos ruivos e soltos voando a sua volta, um sorriso gigantesco estampado no rosto. Era parecia uma chama viva. Ela era um fogo que se consumia e o consumia.

Scorpius passou várias semanas pensando nela e perguntando a mãe quem era ela. Mas a senhora Malfoy não sabia responder, disse que devia ser só mais uma criança que fugia dos pais e pouco a pouco a imagem da menina se desvaneceu e só o que ele via quando pensava nela era o fogo.

Água. Foi o que o bruxo pensou quando tornou a vê-la três anos depois. Ela parecia um oceano. Tão pacifica por fora, tão calma exteriormente que demorou algum tempo para Scorpius perceber que aquele fogo que tinha visto no Beco Diagonal era o mesmo oceano que observava na estação de King Cross.

–Quem é ela? – se viu perguntando para os pais.

O Sr. Malfoy ao ver a quem o filho se referia empalideceu.

–Ela é alguém que você não deve se aproximar, entendeu? – disse ele se abaixando para ficar na altura do filho.

–Mas por quê? – indagou o menino.

–Por que eu não quero que você se aproxime dela Scorpius. – disse o pai sem dar mais explicações.

–Mas qual o nome dela? – insistiu Scorpius.

O Sr. Malfoy se levantou e encarou a família do outro lado da estação.

–Weasley, Rose Weasley. – quem respondeu foi sua mãe.

Rose. Rose. Rose.

Ela passou a ser a sua obsessão. Mas é claro que ninguém sabia disso, nem mesmo o próprio Scorpius. Ele só implicava, brigava, debatia, duelava com Rose a cada oportunidade. Incontáveis vezes sonhou com ela ao decorrer de sua vida. Ela era o fogo que o mantinha aquecido. Ela era a água que o saciava. Ela era sua Rose. E ele... Ele sempre pertenceu a ela.